Leah E Benjamin: Amor Ou Impressão? escrita por DragonFly


Capítulo 33
Adeus, para sempre!


Notas iniciais do capítulo

Aaaaa, penúltimo capítulo, galera!!!!



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Uma semana se passou desde que “vencemos” a batalha contra os sangue-sugas do mal. Há uma semana sou um lobo cinzento completo. Durmo e acordo na relva, caço pequenos animais, tomo banho no riacho e me seco ao sol. O engraçado é que sempre gostei de fazer essas coisas, exceto pela parte de caçar, mas agora, isso me parece vazio demais. Sinto como se nunca mais fosse ser feliz. Como poderia? Não posso sequer sorrir... também não consigo encarar Benjamin. Ele vem tentando se aproximar de mim desde a viagem, que aliás, foi terrível. Trazer um bando de lobos num vôo comum seria algo impossível e, para isso, o clã dos Cullen e alguns amigos precisaram arrumar um jato particular e utilizar seu poder de persuasão para embarcar tantos lobos em viagem internacional. Conseguimos, mas não me sinto em casa. Não mais.

Estou esparramada na ravina florida de que mais gosto na aldeia. Sei que ninguém virá me incomodar e não quero estar com mais ninguém, de qualquer maneira. A alcateia está espalhada por aí. Sei que Jacob está nos arredores da casa dos Cullen, observando Renesmee, que é jovem demais para se incomodar com a forma de lobo. Aliás, desconfio que ela goste mais dele assim, coisas de criança. Eu o invejo. Benjamin finalmente desistiu de mim. Não me procura há três dias e pelas conversas que ouvi sem querer, acho que foi embora. Não posso culpá-lo, embora sinta uma dor profunda só de imaginar que posso nunca vê-lo novamente. Também estou decepcionada. Sei que tenho sido um pé no saco, ainda que tenha fortes motivos, mas ele desistiu rápido demais. Quase como se estivesse esperando pela deixa e partir, sem precisar se desculpar. Não! Me recuso a acreditar nisso. Ele é sincero, tem que ser! Deve estar sofrendo à sua maneira, sozinho. Meu coração quer acreditar que está magoado, mas não aliviado. Mas como saber? Talvez eu jamais volte a ser Leah novamente. Seria melhor que ele partisse mesmo. Ainda sou um ser racional.

Então por que não posso esquecê-lo?

Ouço um farafalhar nas folhas da trilha que fica a uns 100 metros de onde estou deitada. Apuro o olfato e percebo que só uma pessoa seria teimosa o bastante para vir até mim quando só quero rosnar, mas tem algo errado com o seu cheiro. Ela, a garota que não tem medo de dentes a mostra, rosnados guturais ou mesmo garras pontiagudas. Emily já teve o pior da aproximação de um lobo, mas não parece se importar.

– Ei. - ela diz e se senta ao meu lado. Logo suas mãos estão alisando o pelo do meu pescoço. - Sei que quer ficar sozinha, mas por favor, eu preciso de você. De todos vocês, na verdade. Vai ser estranho fazer esse monólogo, mas sei que vai me fazer bem falar com você. Sam parece lidar com isso com naturalidade, mas sei que não está bem. Ontem à noite não quis permanecer no quarto comigo. Nem mesmo o tapete ao lado de nossa cama lhe atraiu. Tenho quase certeza de que está no penhasco, mas antes de procurá-lo, pensei em ver você e... - ela suspira, cansada. - aconteceu algo, antes de Sam partir para o Brasil.

Não sei exatamente a razão, mas Emily conseguiu minha atenção. Há algo errado, e eu posso sentir. Não sei explicar. Nem acho que seja ruim, só não é normal. Seu cheiro está estranho e ela está exalando uma vibração... não sei, diferente. Inclino a cabeça em sua direção, esperando que ela entenda ser um sinal de que deve continuar. Ela capta meu olhar.

– Estou grávida – ela me diz e então começa a chorar – Eu sei que devo ser forte, por nós 3 agora, mas não sei como.

E então ficamos assim, ela me abraça e repouso meu focinho em suas pernas, tentando confortá-la como posso. Não sei como não desconfiei antes, por isso seu cheiro está tão estranho. Sam notou, com certeza, e só por isso se afastou. Deve estar morrendo de medo de machucá-la mais. Não posso acreditar que isso esteja acontecendo com a gente. Emily não merece perder seu amor dessa forma. Desconfio que se passarmos muito tempo nesta forma, nossa humanidade possa ser esquecida. Bem que eu gostaria, já que não tenho opção, mas Sam vai ser pai! Ele precisa estar com a família. Droga de vida! Sinto Emily se remexer para deitar ao meu lado e não consigo conter o uivo que entala minha garganta.

Após algumas horas juntas, em silêncio, decido levantar, forçando minha prima a me acompanhar. Ela precisa ir para casa, se cuidar, e se for preciso, irei com ela. Quando estiver pronto, sei que Sam vai voltar. No caminho, ouço uma movimentação diferente, antes mesmo de sairmos do bosque. Um falatório me desperta dos pensamentos tristes, trazendo a curiosidade. Quando chegamos em frente a casa de Sam, ele está lá, sentado como um enorme cão de guarda. Seus olhos brilham quando nos aproximamos e ele se levanta, caminhando lentamente para pedir carícia a Emily. Fico feliz que tenha voltado. De verdade. Mas então noto a proximação de um grupo enorme de pessoas, vampiros e lobos. Há mais de cinquenta lobos agora e desconfio que todos tenham estado no Brasil durante a batalha. Meus olhos são atraidos a um dos homens, preso a uma conversa com outro vampiro. Garoto Dourado. Preciso me conter quando sinto minha cauda começar a balançar. Leah, senta.

Ao me ver, ela vem em minha direção, mas não sei se estou preparada. Não quero encará-lo, mas ele se abaixa até fixar meus olhos nos seus. O que estou fazendo? Eu já devia estar bem longe disso tudo! Não preciso que me lembrem do que acabo de perder. Ele me olha, e então... sorri? Esse idiota está sorrindo? Estou condenada a pulgas eternas e ele sorri?

– Ei. Temos novidades. Você vai gostar de ouvir – ele me diz, mas estou cansada de novidades. Acho que já tive novidades em uma semana que valem por mil anos.

O outro vampiro, extremamente alto e com a pele azeitonada, se aproxima e o grupo abre um círculo a sua volta. Ele tem um comunicado, claro, mas quem é esse cara?

– Olá, meu nome é Gael e gostaria de tentar algo aqui. Acho que posso tirar o lobo de vocês - de repente, o falatório se faz dentre os vampiros e familiares presentes. Os lobos estão quietos, esperando uma explicação – Vocês não me conhecem, mas tenho o dom de sugar as habilidades de outros seres sobrenaturais, mas não só isso, tenho a capacidade de extrair cada pedaço mágico e transformá-lo em elementos, de vez. O que quer dizer que posso tentar com cada um de vocês. O que houve foi magia, claro. Então acho que posso extraí-la sem risco de vida a qualquer um de vocês e, acreditem, nosso amigo Benjamin me fez jurar esta parte. - ele solta uma risada, mas não sinto o humor.

Estou chocada, aliviada, esperançosa, não sei... tantos sentimentos! Vou ser Leah de novo.

– Mas – ele ressalva – isso terá um preço. Receio que deixarão de ser lobo para sempre.

Chocada, junto-me ao coro dos outros lobos, que já emitem um som de lamento. A alternativa não é bem uma alternativa. Ou somos humanos, ou somos metamorfos. Para sempre.


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Notas finais do capítulo

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