Amarelo com Vermelho dá HEADSHOT! escrita por Insana


Capítulo 4
Lição quatro: Como irritar sua classe de matemática


Notas iniciais do capítulo

Foi rápido esse, correto? Desculpem-me os erros de ortografia e sintase, escrevo em meio ao sono e geralmente deixo muito escapar de mim.
De toda forma, boa leitura ~
PS: Eu disse que talvez não teriam novos capítulos, como podem ver na nota passada, mas eu acabei me esquecendo disso HUEHUEHUE melhor assim, correto?



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Já faz algumas semanas desde que comecei neste novo colégio, talvez um pouco mais de um mês. Não houve muitos outros incidentes memoráveis nesse período, apenas simplórias confusões - que o Nathaniel sempre conseguia apartar - e outras discussões com o ruivo babaca. Ah, e claro, agora havia aquele tal Clube-Sem-Nome que continuava totalmente na ativa. Por mais que eu estivesse tentando manter o controle da situação de minha vida de colegial, ainda ocorria (vários) escorregões, principalmente nas aulas do tiranossauro rex de vestido. Portanto, mesmo que uma hora isso pudesse me prejudicar, optara por cabular todas as aulas daquela figura deprimente.

E com quem eu acabava por passar o tempo vago? Isso mesmo, palmas para quem respondeu Castiel. No começo acabávamos topando pelo colégio totalmente por acaso, mas ao perceber os lugares que um costumava ficar, o outro acabava rodando por lá de propósito afim de importunar. Não éramos exatamente amigos, ou talvez nem próximo a isso. Apenas... Era irritante e interessante ter a companhia um do outro, por mais que eu precisasse estar de total bom humor para suportar sua personalidade cínica e perturbada.

Por mais que geralmente ficássemos no terraço ou no porão da Academia, naquele dia frio nós dois estávamos ocupando a quadra de esportes. O professor de Educação Física havia se ausentado, deixando o espaço totalmente vago para desocupados como eu e Castiel.

– Droga, hoje está tão frio. - resmunguei de repente, um pouco entediada e sentada no chão da quadra. Vestia uma regata amarela clara e calças jeans rasgadas. Castiel estava com uma jaqueta preta de capuz e brincava com a bola de basquete em suas mãos, em pé e de frente ao placar.

– Porque não experimenta mexer essa sua bunda gorda? Sentiria menos frio assim. - ele respondeu, rindo ao me ver lhe mostrar a língua. Por fim, me pus de pé, dando leves batidinhas na calça para me livrar da poeira.

– Ei, vamos jogar então. - decidi por fim, percebendo-o arquear as sobrancelhas.

– Jogar com você? Não terá graça. - suspirou, tirando a jaqueta e jogando-a sobre o banco da quadra antes de voltar a me fitar com aqueles olhos acinzentados - A não ser que façamos uma aposta.

– Apostar? Com você? - semicerrei os olhos, certa de que nada bom sairia de uma aposta entre eu e o ruivo. Mas confesso que adoro desafios e apostas, por mais toscas que sejam. O importante sempre será ganhar, não importando do quê se trata - Tipo o quê?

– Quem faz dez cestas primeiro. Quanto à consequência, não precisamos decidir agora. Vamos deixar isso em aberto: quem perder, terá que fazer algo para o outro. Algum dia, alguma hora, tanto faz. - ele sorriu, repetindo mais uma vez e num tom debochado - Fará qualquer coisa.

Merda. Merda merda merda. Isso não vai sair nada que se preste, céus. Mas eu não posso negar. Mostraria-me fraca, correto? Eu não vou recuar em algo tão bobo, afinal, o que ele poderia me mandar fazer de mais? Mas... céus, como assim eu estou pensando em como será se eu perder? Eu não vou perder! Eu adoro basquete. Só falta o tamanho e a ginga para jogar. Apenas. Isso.

– Está esperando o quê? Vamos jogar logo, idiota. - respondi rapidamente, tentando não parecer medrosa ao aceitar o desafio e fitando-o de maneira irritada enquanto me aproximava, prendendo o cabelo em um coque mal feito. O ruivo se aproximou levemente, bagunçando ainda mais meus cabelos e se inclinando para sussurrar próximo de minha nuca.

– Só não quebre as unhas, bebê. - e sorriu, fazendo-me socar o seu ombro e revirar os olhos. Céus, tão idiota e previsível.

Hm, bem. Eu preciso realmente dizer que perdi? Mal encostei naquela bola maldita e tenho que certeza que irei me ferrar nas mãos do ruivo. Pelo menos furtei a jaqueta de frio dele.

– Eu não gosto de ficar aqui, Dya. - Thomas resmungou, sentado no balcão do banheiro feminino e levando a xícara com o chá invisível até os lábios, obviamente após ter sido obrigado a brincar com a menina - Aliás, qual a sua obsessão com esse banheiro?
– Nada, é só que é pouco movimentado. Fico calma aqui. - Dya sorriu, sacudindo os coques no cabelo rosado com um balançar de cabeça. Naquele dia ela vestia algo que lembrava muito um uniforme escolar, principalmente aqueles que tanto vemos em desenhos japoneses. Também usava um óculos - uma imitação sem grau de um óculos de leitura - na ponta do nariz e lentes amareladas. Por mais que a maioria a achasse estranha por gostos tão exóticos e uma maneira infantil de se vestir e falar, ela sempre soara extremamente meiga para mim e para o Tom. Provavelmente também há muitos outros colegiais, afinal, ela podia ousar o quanto quisesse em sua aparência que continuaria like a ulzangg.

– Eu tenho matado algumas aulas ultimamente, e isso é estranho. - Tom murmurou de repente, trocando em segundos o assunto que conversavam - Antes eu achava que era sua culpa, mas até que não me importo tanto de tirar algumas horas para brincar com você.

"Mesmo que passemos as tardes todas juntos" completou mentalmente, sorrindo de forma boba ao perceber os lábios da rosada repuxados num sorriso infantil. Os dois acabaram trocando sorrisinhos amáveis até que, de forma repentina, o loiro desviou o olhar com as bochechas levemente coradas. Sabe-se lá o que pensara para reagir assim.

– Aw, Thomas. - ela riu baixinho, enfatizando o tom doce em sua voz ao chamá-lo. Levou a própria xícara aos lábios, olhando-o de forma meiga - Você é tão gay as vezes, até demais para alguém tipo você.

Ok, ela não é tão amável assim, mas dá para passar. Nos acostumamos rápido à dupla personalidade da pequena mulher.

Eu havia deixado o ruivo na quadra e me direcionei até a aula de matemática. Era um professor grisalho e super simpático, e por mais que não me lembrasse de seu nome, era provavelmente a pessoa com quem eu havia me dado melhor no quesito funcionários. Super atencioso e sincero, sabe? A presença dele muda qualquer um. Se fosse um pouquinho mais novo, até pegava.

Acabei chegando alguns segundos atrasada, batendo na porta antes de entrar.

– Está atrasada, Miha. - ele disse, franzindo o cenho antes de suspirar fundo - Entre e sente-se. Só tenha mais cuidado com o horário.

– Sim senhor. - bati em continência e sorri divertida para o homem que retribuiu o gesto de forma sutil, iniciando a arrumar a jaqueta enorme e caminhar até a minha cadeira. O aroma do perfume do ruivo exalava daquela roupa... Céus, perfumes masculinos são vida. Ignorei alguns estudantes que me observavam de relance e manti um semblante irritado no rosto. Odiava aquilo, e mesmo que não fosse nada demais, tinha enorme paranoia com pessoas me encarando.

Sentei em minha cadeira decidida de que prestaria atenção na aula, feliz por me dar bem em uma matéria ao menos. Mas meus planos foram mudados até a garota que sentava em minha frente se virar em minha direção, sorrindo de forma suspeita.

– Essa jaqueta era a que o Cast usou para vir ao colégio hoje, correto? - ela perguntou num tom baixo para não chamar muita atenção. Demorei poucos segundos para respondê-la, o suficiente para analisá-la brevemente. Pele bonita, cabelos cinzas enormes e invejáveis, olhos cor-de-âmbar como os do representante de turma. Uma característica tão rara e duas pessoas em minha classe possuíam. Poderia ser lente, mas duvidava muito de que realmente fosse. Pareciam reais. Também tinha traços delicados e exalava sua feminidade, além de suspeitar desta ser maior do que eu. Grande novidade.

– Você reparou muito bem. - respondi de forma automática, sem mudanças no tom de voz ou expressões diferentes das de antes. Precisava frizar minha indiferença.

– Eu sabia! Ouvi que vocês passam muito tempo juntos, também. - ela abriu ainda mais aquele sorriso, fitando-me como eu mesma fizera com ela há alguns segundos - Vocês formam um casal super bonito.

– Ahn, nós não somos um casal, nem perto disso. Só passo meu tempo com ele, as vezes. - suspirei, tentando manter-me num tom educado - Mas como assim vocês ouviu? Quer dizer que virei motivo de fofocas?

– Por favor, Miha. Você veio do exterior, é super bonita e ainda arrumou algumas confusões até com professores. Achou mesmo que não seria motivo de fofocas? - apoiei uma bochecha sobre as mãos, sério aquilo? Pensei que estava mais para invisível naquele local, e era patético achar estranho ao perceber que nada mudava em nenhum dos colégios - Ah, me desculpe soar tão indelicada por lhe revelar isso. Não quero que fique com uma impressão errada sobre mim.

Neguei com a cabeça, mostrando que não havia problemas. A menina sorriu com o gesto e, vendo que eu não estava no ânimo de prosseguir com nosso diálogo, continuou.

– Eu ainda não me apresentei. Me chamo Rosalya, mas me chame de Rosa. - pausou a fala, mexendo numa mecha do cabelo descolorido - Espero que sejamos amigas.

A adolescente piscou para mim antes de voltar a posição original na carteira, deixando-me confusa. Amigas? Porque diabos ela queria ser minha amiga? Oh céus, quantas pessoas estranhas havia nesse colégio. Acho melhor me acostumar. E minha linha de pensamentos foi cortada pelo aviso do professor sobre uma atividade em dupla, fazendo-me xingar baixinho. Odiava essas atividades estúpidas em grupo.

– Serve eu e Deus? - perguntei do fundo da sala, o cenho franzido e uma careta não muito boa para o professor. Perdeu pontos comigo, esse infeliz.

– Não Miha, não serve. Não nesta atividade. - ele me respondeu, abrindo um sorriso ainda maior. Parecia que aquele safado estava tentando me irritar propositalmente, será que era uma vingança por eu ter chego atrasada?

– Faça comigo, Miha. - Rosa pediu de forma entusiasmada, virando-se mais uma vez em minha direção - Só não espere muito de mim, não sou boa nesta matéria.

Assenti, afinal, que outra escolha eu teria? Por mais que Rosalya me soasse simpática, ficaria de olho nessa moça. Não confiava tão fácil e não sabia o que ela queria comigo, portanto, não poderia abaixar a guarda com uma estranha. Não mesmo.

E por mais que eu pensasse aquilo, acabei me esquecendo e me soltando um pouco demais em nossas conversas. Ela era totalmente eufórica e otimista, então acabou se tornando uma tarefa difícil me manter indiferente quanto suas atitudes. Aquele dia foi provavelmente o primeiro em que eu tive um diálogo simples e comum, levando em conta de que conversamos sobre tantas coisas bobas e rimos tão alto, enquanto todos os outros queriam nos matar por não calarmos a boca. E a atividade? Que atividade? Ninguém lembrava disso, cara.

– Então Miha, porque veio para este colégio? - ela perguntou enquanto mordia a ponta da caneta rosa, aparentemente curiosa com o assunto.

– Ahn, eu fui expulsa de tantos colégios que meus pais emputeceram e me mandaram para cá, para morar com tias rabugentas e estudar no colégio da amiguinha deles. - respondi com total sinceridade, suspirando em seguida.

– Amiguinha? Opa, a Diretora é amiga de seus pais? - ela riu, balançando a cabeça levemente - Sinto muito por você.

– Também sinto. - permaneceu um silêncio de cerca de dez segundos, afinal, Rosa não se cansava nunca de falar. Não me incomodava, só era estranho conversar tanto com alguém em sala de aula.

– Então, já se interessou em algum menino? - encarei-a com uma cara de "...quê", por mais que eu houvesse entendido o porquê da pergunta, mas mesmo assim ela continuou - Sabe, tem muitos caras bonitos por aqui, e você parece ser próxima de alguns bem populares.

– Ok, eu estou andando com essa gentinha e nem sei? - ri, não imaginava que conversava com alguém considerado popular naquele colégio. Se fosse verdade, imaginava o porquê de estar sendo comentada por aí.

– Primeiro, o Castiel. Não preciso dizer que muitos acham que vocês têm algo ou sei lá, só saiba que muitas meninas te odeiam por estar sempre perto dele. - E mais blá blá blá, até parecia que eu e o ruivo demonstrávamos afeto em público. Nem sozinhos nós éramos amáveis um com o outro, céus - Também tem o Nathaniel, que é super fofo e muitas meninas o adoram. Ele é tipo o cara perfeito para a maioria, sabe? Só que as seguidoras dele também não te curtem muito, afinal ele está sempre a te acobertar e defender, além de ser super amável contigo.

Realmente, o modo que o loiro me tratava me deixava até sem jeito, suas abordagens sempre tão acolhedoras e seu modo de falar era aconchegante. Céus, era ótimo estar com ele. Mas devia admitir que as vezes ele tinha uns surtos e acabava sendo arrogante, mas quem se importa? Eu sou um poço de arrogância e estou aqui, ó. Além de quê ele tentava ser legal com todas as pessoas, e não apenas comigo, como pareceu com o comentário de Rosa.

– Uhn, imagino então que a maioria das meninas me odeiem. Adoro. - a percebi rir do meu murmúrio e, trocando a mão de apoio de meu rosto, prossegui - E porque você não me odeia como todas as outras?

– Primeiro que acho bobo odiar alguém por causa de um rapaz. Além do mais, tenho um namorado e ele é tudo para mim. - revelou de forma brilhante, parecia se sentir feliz apenas ao tocar no assunto - Ele é dono de uma loja na cidade. Ainda temos que ir lá, adoraria lhe apresentá-lo.

– Certo, então. - antes que pudesse dizer mais alguma coisa, o sinal tocou para sairmos da sala, então começamos instantaneamente a guardar o material.

– Terminem a atividade na próxima aula. - o professor disse em voz alta, desviando o olhar para onde eu e Rosa nos encontrávamos - Ou comecem a fazer, já que alguns se esqueceram de estudar. Estão dispensados.

Enquanto caminhávamos de volta para casa o tanto que a compatibilidade do caminho nos permitia, Rosa voltou a tocar no assunto de garotos. Percebi que ela gostava muito deste tipo de diálogo, e por mais que conversas do gênero sempre me irritassem, tentava desviar a atenção de meus resmungos interiores e responder corretamente à maior. Apenas parei de cantarolar "Perdizes" [ que provavelmente fora a primeira música que escutei desde que cheguei ao Brasil ] quando ela voltara a falar.

– Sabe algo que percebi? Você é odiada por andar com as pessoas que mais se odeiam no colégio. - Rosa me olhou de relance, rindo - Isso não soa irônico, Miha?

– Como assim se odeiam? - perguntei, esquecendo de lhe responder e não me importando com isso. Rosalya parou de andar brevemente me fitando de foma confusa.

– Você não sabe que os dois não se batem? Ah, achei que algum dos rapazes tivessem comentado algo com você sobre isso. - deu de ombros, voltando a caminhar - Mas é de se esperar que não falassem nada.

– Eles quase nunca tocam o nome um do outro, mas quando o fazem, é para algum tipo de chacota. Ambas as partes, é. - revelei, afinal até mesmo o Representante tinha bastantes farpas em sua língua ao reclamar de Castiel - Mas o que aconteceu entre os dois?

– Os dois nunca se deram muito bem, mas ahn, tudo piorou quando o Nathaniel ficou com a namorada dele. - Rosalya diminuiu o tom de voz ao término da frase, franzindo o cenho de forma preocupada.

Comecei a rir sem parar. As vezes tinha essas crises nervosas, e a pobre moça ao meu lado pareceu até mesmo assustada com a minha gargalhada no meio da rua. Como assim o senhor certinho havia roubado a namorada do ruivo? Isso não podia ser sério, ele soava bom demais para isso. Mas é claro que, como uma excelente enxerida que eu sou, isso não passaria em branco. Eu sabia que era errado, mas tentaria não me culpar se acabasse cutucando algumas feridas de ambos os lados. Me desculpem, mas a curiosidade sempre fala mais alto e eu adoraria saber se aquilo realmente era verdade.

Parece que as pessoas nem sempre são o que aparentam ser, meus caros amigos.

Extras:

O jogador de basquete aproveitador.
A fofa e debochada Dya.
Em continência ao professor de matemática.
Uma nova amiga?
Perdizes


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Notas finais do capítulo

Primeiro: ficou bom o capítulo? Me digam, por favor. Adoraria saber a opinião de vocês e seria um ótimo momento agora haha~

Segundo: Perceberam que eu instalei a Rosa nesse meio? Eu pensei muito antes disso porque por mais que a Rosa seja um amor, nunca vi ela e a Miha como amigas. A loira poderia achá-la legal ou simpática, mas amigas? Ahn, não. O que acontece é que eu amo essa moça, e resolvi tentar. Estava tentando usar menos personagens originais quanto possível, enfim. Acho que será divertido ter uma moça tão franca e divertida quanto a moça, e se não der certo esse convívio das duas, a gente dá um jeito.

Terceiro: Acho que é a partir deste capítulo que as coisas realmente ficarão mais divertidas, com mas ações e atividades nesse meio. Então espero não lhes desapontar, e que continuem a acompanhar essa fic.

Obrigada pela atenção e até o próximo capítulo, doces, docetes e forasteiros *-*



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