Três Partes escrita por Cathy Thesaurus


Capítulo 2
1º Capítulo




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Todas elas pegaram um vôo para Brasília, de lá pegariam juntas um para Nashville no estado do Tennessee.

O vôo vindo de São Paulo foi o primeiro a chegar, Nina sentou-se nas cadeiras da área de embarque, batia o pé num ritmo agitado, estava nervosa, não roia as unhas porque tinham demorado tanto para crescer!

Ouviu um grito ao longe de quem vinha correndo, e soube que era uma das meninas, levantou-se com um sorriso no rosto e gritou também:

- AAANNE!

Abraçaram-se como amigas que não se vêem há muito tempo.

- Agora é esperar a Thatá. – sentaram-se e começaram a gargalhar. – Você acha que vai dar certo? – perguntou Nina incerta.

- Bee, se você tem dúvidas volta pra São Paulo que a Thatá vai te surrar.

Aproximadamente meia hora depois ouviram um grito alto e empolgado, as pessoas ao redor olhavam para a fonte do barulho. Elas se levantaram. Finalmente juntas de verdade, sem um monitor, um telefone... Nada separava elas. Não mais.

Thata correu em direção a elas chorando e gargalhando, quase engasgando por fazer os dois ao mesmo tempo com tanta intensidade.

Elas se abraçaram e Anne começou a cantar:

- Vamos para Nashville tananam, Para Nashville tananam.

No vôo, de classe econômica sentaram juntas. Nina no meio, Thata no corredor. Anne olhava para baixo:

- Vai Nina, não dói olhar pra lá, é tão bonito.

- É PORQUE NÃO É VOCÊ QUE TEM FOBIA DE ALTURA. Esse avião vai cair, a gente vai morrer. – tom de voz dela ia ficando mais alto e uma comissária de bordo aproximou-se delas.

- Está tudo bem? – dizia com uma voz forçadamente calma.

- Tudo excelente. – Nina sorriu e a comissária voltou para onde estava.

- Se ela pudesse me matar com o olhar tinha matado.

- Nina, floco de neve do meu deserto, tô quase EU te matando. – Thata falou com uma das sobrancelhas arqueada.

- Parei. – se mexeu um pouco no assento, pôs as pernas encima da Anne, a cabeça no colo da Thata e dormiu.

Quatro horas de viagem, nenhuma turbulência, Anne se enfezou, empurrou os pés da amiga que caiu no chão do avião, ainda sem acordar.

A mesma comissária de mais cedo veio correndo alarmada querendo saber o que tava acontecendo.

- Acho que ela morreu, uma fatalidade. – Anne fingia que chorava e Thata tentava segurar o riso.

- Vou ver se ela tá bem. – abaixou-se. – Nina Reba Hart Webster! – berrou no ouvido da amiga.

- Esse é o nome dela? – a comissionaria parecia assustada.

- Não, é pior e mais longo. Mais divo também... Ok, mais divo não. – Anne, sem mover um músculo no assento.

- Pronto, já acordei. – Nina levantou meio tombando do chão. – Eu não tenho medo de você e sei que você não vai me jogar daqui. – foi o que disse em resposta ao olhar de desprezo da comissária. Nina sorriu, bocejou e sentou-se no seu lugar.

- Eu juro pra você que tinha achado que você desmaiou. – Anne, agora se preocupando.

- Ih, relaxa, uma vez furaram a parede no meu quarto comigo dormindo e eu nem me mexi, acordei na verdade com a minha mãe gritando “MINHA FILHA MORREEEU” do meu lado.

As três caíram na gargalhada. Ainda faltava um pouco pra Nashville.

- Primeira coisa, vamos pra Dollywood. – disse Thata.

- Primeira coisa, vamos pra pensão DORMIR. – Nina.

- Eu quero ir beber. – resumiu Anne.

- BOOOAAA. – agora sim, Nina estava acordada.

- Eu não bebo. – Thata.

- Vai ficar observando então. – Nina tinha um sorriso no rosto, isso com certeza animaria as coisas.

- A loooca. – gritou Anne animada.

Mais uma hora de viagem, Nina finalmente lembrou que tinha um baralho na bagagem de mão, jogaram uma partida rápida de truco e boa.

Quando o avião começou a pousar que deram as mãos e fecharam os olhos, ok apenas Thaís e Ana fecharam os olhos, respiraram fundo, Anne ficou com vontade de rir.

- Vamos pegar as bagagens? – Nina sorriu e foi a primeira a levantar.

Foram andando, Nina havia tropeçado na escada pra descer do avião e quase caiu, Thata havia querido parar pra beijar o chão e elas tiveram que levantá-la, Anne começou a gritar coisas desconexas em português, e tiveram que começar a andar com a mão na boca dela. Pararam enfrente à esteira das bagagens.

- Minha mala ali. – Anne pegou uma mala grande e preta com certa dificuldade, mas sem maiores problemas.

- Acho que é a minha ali. – falou Thata chegando perto de uma, mas uma senhora loira pegou-a primeiro. – Acho que não era.

- Você acha? – Nina com uma sobrancelha arqueada e os lábios comprimidos.

- Agora é. – olhou para os lados e viu que só ela ia em direção àquela mala e pegou caindo um pouco para trás.

- Mas o que diabos.... Aaah merda. – disse Nina. As duas amigas olharam em direção a uma mala que tinha uma fita crepe marrom e grossa em toda a extensão do zíper e um bilhete escrito “We feel sorry for the incovenience” (Sentimos muito pelo inconveniente). – Eu não consigo viajar sem dar problema com a bagagem. FALEM LOGO QUE VOCÊS ME ODEIAM! – Pegou a mala e foi andando checando o conteúdo. – É, tá tudo aqui, acho.

- Pelo menos isso né, Nina? – Thata tinha um sorriso simpático no rosto.

- Podem rir da minha cara agora. – Nina falou e foi o bastante, as duas caíram na gargalhada. – Tá bom já né?

Passaram pela Polícia Federal sem mais problemas. Olharam para os lados, aeroporto não muito movimentado.

- Chegamos. Estamos em Nashville. – Thata tinha os olhos marejados.

- E agora? – Nina suspirando.

- Vamos comer alguma coisa. – Anne puxando as duas pelo braço.


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