Avalon's Guardians escrita por LordeCronos


Capítulo 7
Capítulo 7




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/326496/chapter/7

Enfim, uma semana se acabava. Estava na ultima aula de sexta, e Vanessa olhava ansiosa para seu relógio de pulso, contando os segundos para que passassem os três minutos restantes.
Enquanto esperava, ouviu risadas atrás de si. Os meninos da sua sala eram mesmo irritantes, só sabiam falar de carros, festas e mulher pelada. Argh, desprezível. Ela olhou além deles e o viu:

Eric prestava atenção na aula sem se deixar perturbar, somente pensando na equação escrita na lousa. Vanessa via aqueles olhos verdes em contraste com os cabelos cor de cobre, o quão perfeito ele parecia! Era íncrivel, ele poderia ter uma carreira de modelo bem sucedida, Eric era lindo. Mas ele não ligava pra isso, só queria que aquele ano acabasse e que pudesse entrar numa boa faculdade. Queria ser o orgulho dos pais.
Ah, o que Vanessa não faria pra ver ele sorrindo pra ela só uma vez... Aqueles dentes tão perfeitos, aqueles olhos se apertando e brilhando ainda mais...

Vanessa despertou de sua fantasia com o toque do sinal.
-Os testes finais estão chegando, pessoal. Espero ver todos afiados daqui a duas semanas! – O professor falou. Todos correram para a porta, parecendo uma manada de búfalos. Vanessa tentou juntar-se a eles, mas os brutamontes mal educados da sua turma passaram por ela e acabaram derrubando seus cadernos. Ela bufou e se abaixou para pegá-los. E foi quando ela viu os olhos verdes de Eric bem perto do seu rosto.

-Esses caras são mesmo uns retardados. Não liga pra eles. – Eric falou, pegando o caderno de matemática dela e lhe entregando. Vanessa não acreditava que ele estava mesmo ali! Na sua frente, lhe ajudando! – Não é esse seu caderno? – Ele perguntou, olhando agora com preocupação pra cara de bocó que Vanessa fizera.

-É! É, sim! Obri-Obriga-da. – Vanessa gaguejou. Saco! Lirali estava certa, ela era mesmo uma retardada, pensou consigo mesma.
-De nada. A gente estuda desde o ano passado e nunca conversou direito, né, Vanessa? – Eric perguntou, sorrindo. SORRINDO!!
Lá estavam, os lindos dentes dele, tão branquinhos e perfeitos!
Vanessa sorriu de volta e agora sentia-se completamente nas nuvens. Ela olhou de novo para Eric e viu que ele lhe olhava espantado. Vanessa seguiu o olhar dele e viu que ele olhava para seus pés. Ela estava flutuando! Rapidamente botou um pé no chão e sorriu, nervosa.

-Ah, ai tá você, seu chato! – Ela ouviu uma vozinha forçada ao lado de Eric. Brenda esperava por Eric, olhando pra ele e piscando freneticamente aqueles cílios postiços mal colocados para ele. Argh, que ódio, é incrível como as piranhas amam sair do rio e andar nos colégios! –Tá ajudando a Nessinha?
“Nessinha é o que você tem entre as pernas.” Vanessa pensou.
-Os caras derrubaram os cadernos dela. – Eric falou, se levantando. Ele ergueu uma mão para ajudar Vanessa a se levantar. Brenda rangeu os dentes, irritada com todo aquele cavalheirismo. Quando Vanessa ficou de pé, ela tomou a mão de Eric com força.

-Você é mesmo um amor, não é? Ajudando os mais nescessitados. – Brenda falou, sorrindo para Eric, que deu um sorrisinho indiferente. – Toma mais cuidado, tá Nessinha? Agora a gente vai estudar lá em casa, né, chatinho?
-É, sim. Mas não posso demorar muito, já to avisando. Até mais, Vanessa. – Eric falou. 
-Tchau! – Vanessa falou, a voz saindo um pouco fininha demais. Brenda sufocou uma risada. E Vanessa morreu de vontade de sufocá-la ali mesmo!
Quando Brenda se aproximou da porta, pronta para abri-la, Vanessa estalou os dedos silenciosamente, e fez uma rajada de vento abrir a porta na cara de Brenda, fazendo ela começara a choramingar do nariz machucado.
Vanessa saiu, sentindo-se triunfante, mas ainda assim triste, por perceber que Eric não parecia sentir nada por ela além do companheirismo de uma colega de sala de aula.

Enquanto subia no elevador para seu apartamento, seu pai lhe mandou uma mensagem de texto:

“BB, fui fazer compras e depois cortar o cabelo. Se for sair, me ligue. Bj, papai.”

Vanessa suspirou. 
Não estava com ânimo para sair pra nenhum lugar.

Ela rodou a chave na abertura da porta e entrou. Mas no mesmo instante se arrependeu de ter feito isso.

A sala, a cozinha, quase toda a casa estava coberta, tipo, COBERTA, de chantilly! O sofá todo preguento com aquela camada rosa em cima, o tapete sujo...
-LI-RA-LIIIII!!!-Vanessa esperneoou.
A pixie apareceu na cozinha, comendo uma tortinha com uma cereja em cima sossegadamente.
-Que é que foi? – Ela perguntou, insolente como sempre.
-Como assim “Que é que foi”?! Você viu o que fez com a minha casa? – Vanessa perguntou, apontando para a bagunça.
-Se eu não tivesse visto, significaria que eu sou cega, oque obviamente...
-Ai, Lirali, deixa de piada, tá? Limpa isso agora, já! – Vanessa falou, mandona.
-Por que? – A pixie perguntou, fazendo cara de sonsa.
-Você sujou, você limpa. – Vanessa falou.
-Hmm... Ai, mas to com uma dor nas costas... Ui, minhas asinhas, estão muito cansadas, não consigo nem voar direito! – Lirali falou, pondo a mão na testa dramaticamente.

Vanessa estava começando a ficar irritada. 
Então, teve uma ideia. Ela ergueu a mão e começou a girá-la. E girá-la, e girá-la, e girá-la...

-O que tá fazendo, garota? Mas o quê... Epa, para! Para com isso! – Lirali falou, vendo que sua fada criava aos poucos um redemoinho azul bem forte. Vanessa deu um peteleco com o dedo, e o redemoinho foi dançando até Lirali, sugando-a para dentro. A pixie gritava e se debatia, rodando dentro dele. O redemoinho foi passando pelo apartamento, e por onde ele ia o chantilly desaparecia.

Por fim, Lirali e o redemoinho limparam o apartamento todinho.
Vanessa riu.
-E aê? Doeu alguma coisa? – Ela perguntou.
-Ui... Sabe aquela frase: “Minha voz continua a mesma, mas os meus cabelos...”? Agora eu entendo. – Lirali falou, apontando desgostosa para o cabelo cor de rosa, que parecia agora uma montanha de algodão doce. 
Vanessa começou a rir. Aquela pequena atividade a reanimou, e ela resolveu ir para Avalon. Dessa vez levou Lirali, que ficou ajeitando os cabelos sentada no ombro de Vanessa.

As duas passaram pela porta de fumaça criada por Vanessa, e eles chegaram à margem do grande lago em frente ao castelo negro de Avalon.
Vanessa foi andando pela grama, e viu algumas pessoas à frente. Astrid estava sentada num lindo balanço feito de flores, armado entre duas árvores. Aristelin estava em sua forma de tritão sentado numa pedra tocando uma bela música no violão, enquanto um rapaz jogava um disco na relva e depois no ar.

-Primaaa!! – Astrid gritou, pulando do balanço e indo correndo em direção à Vanessa. Sua prima ninfa lhe abraçou, e Vanessa sentiu de novo o gostoso perfume de jasmim que emanava dos longos cabelos loiro-branco dela.
-Oi, Nessa! – Aristelin falou, agora em forma humana, só de calça se aproximando para dar-lhe um abraço. Vanessa sentiu os músculos fortes dele e a pele quente enquanto lhe abraçava.
-É bom rever vocês, gente! – Vanessa falou, sorrindo.
-Claro, é ótimo te rever, Aris, meu amor! – Lirali falou, voando rapidamente até Aristelin, e se enroscado nas bochechas dele como uma gatinha se enrosca nas pernas do dono.
-Lirali, não precisa me apertar tanto! – Aris falou, enquanto a pixie apertava agora seu forte pescoço.

-Aê, minha filha, quem você pensa que é pra pegar assim no meu tritão?

Daonde viera aquela voz? Por sinal, uma voz muito engraçada.

Aristelin levantou o braço, e todos viram uma peixinha com pequenas asinhas dourada rechonchuda, com grandes lábios e grandes olhos aparecer ali, com cara de brava. Ela era tão fofinha que Vanessa teve vontade de pegá-la e esmagá-la como uma massinha.
-Aquarela, olha como fala com a pixie da Vanessa! – Aris falou, pegando-a nas mãos e colocando-a no seu ombro.
-Eu só me incomodo muito, gente, quando alguma oferecida fica se engraçando assim pra você! Ora, tenha tipo, minha filha! Se valorize, homem não gosta de mulher que parece cachorro vendo carne seca não! – A peixinha falou. Ela falava de um jeito muito engraçado, movia a cabeça de um lado para o outro e a barbatana dianteira, os lábios grandes, tudo nela lembrava uma daquelas mulheres negras americanas, que nunca levam desaforo pra casa!
-Oferecida?! Como assim? Quem você pensa que é, sardinha fedorenta! – Lirali exclamou, enfesada. Aquarela apertou os grandes lábios e estreitou os olhos, se aproximando da pixie de Vanessa. 
-Quero ver tu repetir! Quero ver, safada! Repete!!- A peixinha falou, pronta pra briga, e Lirali parecia disposta a participar. Por mais engraçado, que aquela cena parecesse, Vanessa e Aris tiveram que separar as duas.

-Ela é muito fofinha! É sua pixie? – Vanessa perguntou, referindo-se a Aquarela, que não parava quieta, “nadando” no ar em volta de Aristelin.
-É, mais ou menos. Ela é como meu bichinho de estimação mágico. – Aris respondeu. – Só que ela não é das mais comportadas, entende?
- Só me comporto quando devo, meu bem. Você já teve conexão comigo, agora não adianta reclamar. – A peixinha falou, mas Aris riu e a abraçou, dando beijinho na sua cabeça, fazendo-a revirar os olhos.

-Ah, temos alguém pra te apresentar, Vanny! – Astrid falou, estreando seu novo apelido para Vanessa. Bom, pelo menos era melhor do que Nessinha. – Aquele ali é...
Antes que Astrid terminasse de apresentar, Vanessa viu um disco de plástico voando bem rente ao seu rosto. Como numa cena de câmera lenta, Vanessa caiu para trás, esquivou-se do disco, mas foi segurada por alguém. Uma mão forte, um braço mais forte ainda, e olhos de um azul celeste impossível de possuir.

Vanessa esteve há muito tempo afim do Eric, mas nunca que ele vira um garoto tão lindo como aquele. Ele tinha o rosto perfeito! Os cabelos cor de âmbar brilhavam em contraste com a pele queimada de sol, e um macacão branco com azul que ele vestia.
- Acho que arremessei longe demais. Desculpa. – Ele falou, colocando Vanessa novamente de pé lentamente. Ela sentiu o sangue subir até a cabeça, deixando-a vermelha como um pimentão. Ela olhou pro lado e viu Astrid sorrir lentamente e balançar as sobrancelhas. 
-Esse é o Allan. Ele mora no castelo, e a gente conseguiu a ajuda dela pra te levar pra lá. – Aris falou. Vanessa deixou o queixo cair.
-Sério? Nossa, muito obrigada! – Ela disse, sorrindo para Allan. Ele olhou para ela um minuto e depois balançou a cabeça.
-Não. Ela não pode entrar assim. – Ele disse, apontando para ela. 
-Por que? O que tem de errado com minha roupa? – Vanessa perguntou. Ela usava uma blusa amarela e lilás com um shortinho jeans e sandália rasteira. Não havia nada demais!
-Bom, digamos que as pessoas da corte vão achar um tanto cômico usar roupas tão diferentes assim. – Ele falou, dando um sorriso de moleque esperto. Vanessa não viu graça.
-Ah, tá. E por um acaso esse macacão colado ai que você tá usando é apropriado?– Ela perguntou. Aris e Astrid trancaram a boca, impedindo que começassem a rir.
-Bom, um monte de rapazes usam esse uniforme da Fonte Rubra. Eu acho que é bem aceitável.
-Tô vendo que eles não tem um pingo de senso de moda. – Vanessa falou. Astrid não aguentou e riu alto. Allan sorriu, não querendo mais discutir.
-Tá, tá, como princesa você precisa de roupas mais apropriadas, né? – Astrid falou. – Acho que é isso o que o Allan quis dizer. Vanessa revirou os olhos. Esse tal de Allan parecia ser um chato, igualzinho aos débil-mentais da sua sala de aula. – Então, acho que posso dar um jeito nisso. – Astrid falou, e fez um gesto no ar.

No mesmo momento, faíscas saíram do chão e percorreram todo o corpo de Vanessa, e transformaram sua combinação de roupa em um lindo vestido lilás com algumas flores nas pontas dos babados. E seus cabelos agora estavam arrumados num penteado no alto da cabeça muito elegante. Ela olhou pro lado, e viu as mesmas faíscas envolverem Astrid e transformaram sua roupa em um vestido cor de rosa cheio de babados e degradês, parecia que ela tinha vestido uma grande flor. Seu cabelo estava agora preso numa linda e longa trança com flores adornadas. Na direita de Vanessa, Aristelin também foi coberto pelas faíscas e ganhou um belo paletó azul marinho, e seu cabelo foi preso num elegante rabo de cavalo.

-Meu Deus, que lindo! Obrigada, prima! - Vanessa disse, rindo de tão maravilhada que estava. 
-Nossa, eu tava precisando mesmo de um terno novo. -Aris falou, rindo e fazendo pose de cortesias.
-Ai, gente, agora estamos um AR-RÁ-SÔ!! - Astrid falou, fazendo uma dancinha com seu vestido.
-Agora sim! Você está digna de uma princesa! – Allan falou, oferecendo o braço musculoso para Vanessa se apoiar. Ela ficou tentada a aproximar-se daqueles músculos tão perfeitos, mas prontamente decidiu recusar. Então, Astrid agarrou o braço de Aristelin, e os dois piscaram para ela, como se dissessem “Ele tá dando mole, aproveita!”. Vanessa revirou os olhos, e acabou agarrando o braço flexionado de Allan. Nossa, e que braço...

-Tudo bem, princesa? – Ele perguntou. Vanessa se recompôs rapidamente, e empinou o nariz.
-Eu? Tô fabulosa, graças à Astrid. Podemos ir? - Ela perguntou.
-Só se for agora. - Allan falou, dando um sorriso torto tão lindo que deixou Vanessa de pernas bambas. Mas ela sacudiu a cabeça de leve e voltou sua atenção para frente. Finalmente ela iria conhecer a mãe! Isso se nada a atacasse de novo no caminho.

CONTINUA


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Avalon's Guardians" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.