Avalon's Guardians escrita por LordeCronos


Capítulo 4
Capítulo 4




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/326496/chapter/4

Naquela manhã de domingo, Vanessa já estava de pé, junto de Lirali. Elas tomavam Iogurt e pedaços de bolo na cozinha, quando de repente...
-Bom dia, Flor do Dia!
-Ai meu Deus, é meu pai! Rápido, ele não pode te ver, se esconde!
-Mas eu nem terminei meu iogurt! - A pixie reclamou.
Vaness a ignorou e a agorrou e escondeu atrás de si.
-Bom dia, papai! 
-Acordou cedo hoje, hein? – Seu pai falou. – O que foi? Muita lição de casa pra fazer?
-Não, não. Já tá quase nos últimos dias, e próxima semana tem a última prova, então...
-Vai entrar de férias! Deve estar animada, não? – Seu pai perguntou, sorrindo e apertando o nariz de Vanessa. 
-Quem não estaria, meu filho? – Lirali perguntou. No mesmo momento, Vanessa tampou a boca de Lirali com dois dedos.
-Quem falou isso? – O pai de Vanessa perguntou.
-Hãn? Quem falou o quê? – Vanessa perguntou, se fazendo de inocente.
-Eu posso jurar que ouvi uma vozinha de bebê por aqui... 
-Voz de bebê é o caramba! – Lirali resmungou, com os dedos de Vanessa tampando sua boca.
-Ouviu? De novo! – Ele falou, olhando ao redor na cozinha.
-Ah, pai, você deve ter assistido muito Atividade Paranormal! Tá até ouvindo vozes!- Vanessa falou, escondendo as costas e tentando sair da cozinha sem causar suspeitas. 
-Pra quê essa xícara? – Ele perguntou. Vanessa ficou muda por um tempo. 
-É... É pra... É que eu achei tão bonitinha! – Ela falou.
-Tem que economizar água, viu filha! Atenção! – Seu pai falou, em tom doce mas sério. 
-Tá bom. – Vanessa falou.Ela soltou Lirali, que foi voando e resmungando para o quarto.

Vanessa estava pronta para segui-la, mas lembrou-se de algo. Toda a sua vida fora somente ela e seu pai. Estava acostumada a ver todas as crianças darem presentes para suas mães em maio, mas ela sempre dava presentes extras ao seu pai. Nunca teve uma voz feminina que a aconselhasse sobre adolescência, meninos, beleza... Seu pai fazia sempre um esforço, mas uma voz feminina sempre seria ideal. 
Seu pai nunca falava em sua mãe, mas também nunca buscou novas mães para ela. Ele nunca desejara namoradas, e ela não sabia se era por simples falta de vontade, ou se ele ainda não superara a perda de sua mãe.

-Pai, o senhor ainda pensa na minha mãe?
Vanessa se assustou ao ouvir o som da xícara cair do chão. Ele a derrubara ao ouvir a pergunta. Ele ficou um momento sem olhar para ela, e depois lhe olhou com os olhos frios e controlados.
-Por que esse assunto assim, tão de repente, Vanessa? – Ele perguntou. 
-Não sei... A gente não fala muito nela. Tem algum motivo? – Ela perguntou.
Seu pai ficou um minuto calado, tentando calcular bem o que dizer.
-Digamos que... – Ele ficou mudo um tempo – Ela precisava de espaço. Ela tinha outras coisas na cabeça e aparentemente família não estava incluída.
-Então ela simplesmente nos abandonou? – Vanessa perguntou.
-Meu amor, papai não gosta de falar nisso, tá bom? Eu vou limpar essa bagunça que eu fiz.Vá fazer alguma coisa, vá. – Ele falou, dando as costas para ela, pegando a vassoura e começando a recolher os cacos de vidro da xícara quebrada.
Vanessa suspirou e entrou no quarto.
-Por que ela me abandonou? – Ela perguntou. Começou a sentir lágrimas descerem nos olhos, e vontade de soluçar. – Eu sou mesmo tão insignificante pra ela?
-Ei, da próxima vez que for me esconder, pelo menos pensa em... – Lirali começou a resmungar, mas viu sua fada chorando. A pixie sentiu a sua dor, uma profunda tristeza que ela nunca sentira. – Ei, garota, o que foi que houve?
-Por que, Lirali? Só porque ela é a... Rainha das Fadas ela não pode ficar comigo? Eu tive de viver minha vida toda como uma mentira! Tudo por causa dela! – Vanessa falou, soluçando.
A pixie revirou os olhos, mas não podia evitar de se sentir triste por ela.
-Me poupe, né! Claro que ser Rainha deve ser estressante. Talvez ela só quisesse te poupar de tudo isso. – Lirali ponderou. Vanessa levantou-se e enxugou as lágrimas. 
-Mas isso não justifica ter passado tantos anos sem manter contato comigo. – Vanessa disse, se levantando e ajeitando os cabelos. – Estou decidida, Lirali! Eu vou pra Avalon!

-Epa, epa, tem certeza disso? E se for perigoso, pouca gente vai visitar esse planeta! – Lirali falou.
-Bom, eu sou basicamente a princesa de lá, não é? Acho que vou conseguir me virar. Você vem comigo? – Vanessa perguntou. Lirali pensou um pouco e depois suspirou pesado.
-Não tem jeito, né. Fazer o quê!
Elas duas foram até o parque perto de sua casa, e ficaram numa parte onde ninguém as avistava. Vanessa pegou o celular e já ia procurar o numero de sua prima Astrid, mas o celular automáticamente ligou para ela. Magia era um grande avanço na tecnologia.

-Oi, prima! Como tão as coisas? – Astrid perguntou, o som do espaço onde ela estava soava como uma rua movimentada.
-Oi, Astrid, tá tudo bem. Eu liguei pra te perguntar... Er... Você sabe como eu faço pra ir até Avalon? – Vanessa perguntou. Depois, ela quase joga o celular para longe. Do outro lado da linha, a ninfa de cabelos loiros quase brancos soltou um grito super estridente, de assustar qualquer um.
-MENTIRA!! Você vem pra cá?! – Astrid perguntou, gritando de novo. 
-Er... É. 
Após várias seções de gritos, Astrid explicou como seria: Ela apenas tinha que criar uma das suas nuvens mágicas e pedi-la para que a levassem até Avalon. Não parecia difícil.
Vanessa abriu as mãos e criou uma bola de fumaça, fazendo-a crescer e crescer, até ficar na forma de uma porta. 
-Quero ir para Avalon. – Ela disse.
Nada aconteceu.
-Ih, tá quebrada? – Lirali perguntou.
-Argh, como eu faço isso direito, a Astrid não explicou muito bem. – Ela disse. 
-Talvez se você simplesmente... Abrir. – Lirali disse, apontando para a porta de fumaça. “Não custa tentar” Vanessa pensou. Ela se aproximou, puxou o frágil trinco de fumaça, e num instante, ela e Lirali foram sugadas por um vórtice de nuvens para Avalon.

As duas caíram numa grama macia cheirosa e bem cortada, quase parecia um tapete de pele de animal. Vanessa olhou do lado e viu Lirali caída de cabeça pra baixo, com o cabelo todo amaçado. Teve que morder a língua pra não rir alto.
-Eu to dizendo, essas nuvens ainda vão acabar comigo! – Lirali falou, ajeitando os cachos com raiva.
-Ok, aquele deve ser o... Uau! – Vanessa não conseguiu falar. Ao longe, era possível ver um alto castelo negro, que brilhava à luz do sol, como se fosse feito de ônix. – É lindo... Aposto que é ali que ela mora!
-Vocês querem falar com a rainha Mab? 
Vanessa se virou e viu da onde a voz estava vindo.
Um rapaz de mais ou menos sua idade estava debruçado na beira do gigante lago em frente ao gramado. Ele até que era bonito. Tinha olhos negros tão profundos quanto o fundo de um lago numa noite fria, cabelos cor de amendoim com algumas mexas roxas e a pele num tom de pêssego claro. Era um garoto bastante peculiar de se olhar.
-Hmm, sim, sabe... Ela é uma amiga nossa. Você conhece ela? – Lirali perguntou, se aproximando e dando várias piscadelas para o garoto. Aparentemente ela gostou dele. Ele olhou para a pixie, confuso.
-Err... Não muito. Mas eu sou amigo da filha dela, a Astrid. – Ele falou, mostrando os dentes prateados como pérolas.
-Ah, a Astrid é minha prima! Ela está por ai? – Vanessa perguntou. O garoto deixou o queixo cair.
-Você é a princesa Vanessa! – Ele exclamou. Depois, ele endireitou a coluna, mostrando o peito musculoso e fez uma reverência. – Muito prazer, alteza.

-Ah, não precisa disso! – Vanessa falou, mas sentindo o rosto corar com tanta cortesia. – Eu só queria conhecer as coisas por aqui.
-Sou Aristelin, ao seu dispor. – Ele falou.
Vanessa piscou.
-Err... Desculpa... Como?
-Aristelin! – Ele falou. Vanessa não queria ofender, mas aquele era um nome bem esquisito. Mas tudo bem, as coisas pareciam ser diferente por ali.
-Ah... Tá.
-Se você quiser, posso chamar a Astrid. Ai a gente pode te mostrar os arredores!- – Aristelin falou, sorrindo gentilmente. Ela se impressionou com a gentileza do garoto, nenhum garoto fora assim tão meigo. Normalmente faziam piada se ela engordasse ou faziam brincadeiras inapropriadas. 
Mas, assim que ela olhou para a água, levou um susto. Logo atrás de Aristelin, uma enorme barbatana de peixe, tipo, ENORME MESMO, se balançava calmamente. Era verde escura e seguida por uma cauda também verde com escamas especas!
-Não se mexa.- Vanessa falou. 
-Hãn? Qual é o problema? – Aristelin perguntou. 
-Calma. Não faça movimentos bruscos. – Vanessa disse, erguendo as mãos e criando um raio de nuvens. Lirali, que olhava fixamente para Aristelin, viu o que sua fada estava prestes a fazer, e...
-Não, garota!! Espera!!
-RÁ!!- Vanessa exclamou, e jogou o turbilhão de nuvens e vento na grande barbatana. No mesmo momento, Aristelin voou para longe, dando cambalhotas no ar. E quando estava suspenso, Vanessa percebeu que aquela barbatana era parte dele! Não de um peixe atrás dele! O garoto caiu de novo na água bem longe.
-Ai, meu Deus! Aris? Aris? – Vanessa chamou-o, e em menos de um minuto ele apareceu perto da margem, agora sentado nela e mostrando todo o seu corpo. Sua cintura quase definida tinha pelos humanos, mas eles acabavam se misturando com escamas verde escuras, algumas claras cor de esmeralda e outras cor de lodo verde. Era uma linda cauda de peixe, incrível de se ver.
-Pô, o que foi isso? Fiz algo de errado? – Aris perguntou, confuso.
-Ah, não, desculpa... É que eu não sabia que você era... Uma sereia! – Vanessa falou. O garoto fez cara de raiva. 
-O termo correto é tritão. – Ele falou. – Mas tudo bem, você não é a primeira.
-Francamente, você é muito jumenta mesmo! Um cara gato, na água, com cabelo colorido e com uma cauda atrás é o que pra você? O coelho da páscoa?
Vanessa revirou os olhos. Depois, os três se assustaram com um barulho.
Um rugido assustador foi ouvido ao longe, na floresta ao lado do lago.
-O que foi isso? – Ela perguntou.
-Eles estão de volta. – Aris falou, assustado.

CONTINUA


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Avalon's Guardians" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.