Avalon's Guardians escrita por LordeCronos


Capítulo 19
Capítulo 19




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-Estamos perdidos.- Vanessa ouviu Lessien gemer. Logo ela, a elfa mais destemida e corajosa que ela já conhecera, parecia sem o mínimo de esperança. Aristelin também estava tenso, segurando Astrid e prestando atenção no manto negro de veneno que Marva lançara, que ia se fechando cada vez mais neles, determinado para transformá-los em pó.
-Você não vai nos impedir assim! – Vanessa gritou. – Eu luto com você, vamos acabar logo com isso!!
A bruxa riu, flutuando sobre sua manta de veneno.
-Que bom... Ao menos uma ratinha tem atitude. Ok, venha. Estou esperando... – Marva falou, dando um riso sinistro e criando formas gelatinosas e ácidas em suas mãos.
-Vanessa, não... – Astrid falou, ainda bastante fraca com o tempo gelado.
-Não se preocupem. Se não der certo, vocês salvam Avalon sem mim. – Vanessa falou. Ela endireitou a coluna e cruzou as mãos no alto da cabeça.
-VANESSA, CHARMIX MÁGICO!!
Numa explosão de luz e de fumaças cor de rosa, ela se transformou em fada e bateu com força as asas, ficando acima da neve tóxica e lutando contra o vento gelado que balançava seu longo cabelo cor de chocolate.
Marva deu uma gargalhada, que mais parecia de deboche.
-Sabe, nunca me canso de te ver assim, com essa roupinha e asinhas batendo. Não percebeu, querida? – Marva perguntou, erguendo a mão e estreitando os olhos. – Eu sou a aranha e você é a mosca!
-Furacão Azul! – Vanessa jogou seu ataque potente, que foi rodopiando até Marva, que criou um pequeno escudo de luz amarelado e soltou um bocejo dramático.
-Por favor... Isso é um furacão de verdade: Vórtice de Trevas!!
A bruxa jogou em Vanessa um redemoinho amarelado com raios e espinhos, prontos para matá-la ao tocá-la.
-Nessa, cuidado!! – Aristelin gritou.
Instintivamente, Vanessa bateu as asas forte e fugiu do ataque, subindo rápido no ar. Mas o furacão começou a sugá-la e girava com um som ensurdecedor, como um crocodilo rugindo feroz. Vanessa usava toda sua força, mas o furacão era mais forte e o vento da nevasca agora seguia no rumo dele. Ela sentiu o corpo vacilar, e as asas pararem de bater.
-Brisa de Primavera!!
Um raio de luz rosa atingiu o furacão, e mesmo não tão forte quanto o ataque de Marva, foi o suficiente para que ela se desconcentrasse. A bruxa rosnou de raiva.
-Quem foi o penetra na nossa festinha?! – Ela exclamou. Astrid abaixou os braços após lançar seu ataque e deu um passo fraco em frente.
-Se engana se acha que vou... Deixar você dar uma surra na minha prima! – Astrid exclamou, ainda cambaleando, sentindo-se afetada pelas plantas mortas pela neve e o veneno.
-Ah, ótimo. Agora a formiguinha resolveu se intrometer. Fique no seu lugar, querida, isso é conversa de fada e bruxa. Ninfas vem depois. – Marva falou, flutuando e avançando em Vanessa. Astrid jogou uma bola de energia nela, fazendo Marva cambalear para o lado e seu traje rasgar um pedaço. Marva lhe dirigiu um olhar sem piedade.
-Quer brincar? Ótimo, sempre adorei triturar formiguinhas. – Ela riu.
-Não! Fica longe dela! – Vanessa gritou, voando rápida para perto de Marva. Ela deu um chute na bruxa, que caiu na neve envenenada, mas não foi atingida. Marva rangeu os dentes e agarrou a bota de Vanessa, puxando-a para baixo, mas a fada bateu forte as asas e deu um chute no nariz de Marva.
-Você vai ver!
A bruxa alçou vôo e começou a atacar Vanessa, que jogou a bola de energia para longe. As duas se agrediam sem parar, enquanto Astrid tentava manter-se em pé.
-Trid, o que ta fazendo? Não pode ajudar a Vanessa agora, olha o estado em que você está!- Aristelin falou.
-Mas posso tentar. Eu preciso. – Ela falou, caindo de joelhos.
-Loira! Tá tudo bem? – Lessien perguntou. O manto negro de veneno estava quase em seus pés. –Aris, precisamos voar pra longe! – Lessien gritou.
-Vão. Me deixem fazer o meu lance. – Astrid falou.
-Seu lance? O que quer dizer com... – Aris perguntou, mas a resposta veio imediatamente. Astrid começou a soltar uma espécie de pólen das mãos, que foi se espalhando ao redor deles, e fazia o veneno derreter, dando lugar a flores e pequenos arbustos.
-Astrid, isso vai acabar contigo. Para, você não pode continuar, vai acabar se matando!- Lessien falou.
-Eu preciso... Não posso parar! – Astrid gemeu.
Vanessa deu um murro em Marva, lançando junto um turbilhão de fumaça, fazendo a bruxa cair longe. A fada olhou para trás e viu sua prima agachada e liberando tudo o que lhe restava de poder.
-Não!! – Vanessa gritou. Ela voou rápida na direção de seus amigos e pousou ao lado de Astrid. – O que pensa que ta fazendo? Tá querendo morrer, sua boba?!
A ninfa a ignorou e agarrou a neve com força, e de seus dedos saiam pequenos raios de luz cor de rosa, que foram se espalhando como serpentes pelo chão. Ela se concentrava o quanto podia, sentia seu poder se esvaindo, e mesmo que quisesse não podia sair dali.
Vanessa sentiu a o coração se contrair ao ver Marva se aproximando. A bruxa caminhava lentamente na neve congelada, o vento da geada balançando seu rabo de cavalo alto e sua capa, além de seus olhos estarem num macabro tom de amarelo.
-Astrid, por favor, para com isso! –Aristelin pediu, agarrando o braço dela. No mesmo momento ele a soltou, sentindo o imenso poder que emanava dela. Uma aura cor de rosa, verde e azul claro serpenteava pela ninfa, e seus cabelos loiros e pálidos como a lua se erguiam do chão.
Então, Astrid explodiu.
Uma imensa luz percorreu a ninfa, e tudo ficou cheio de um gostoso cheiro de jasmim e alecrim. Vanessa sentiu vontade de rir, sentiu-se imensamente feliz momentaneamente. Sentia a neve derretendo e o veneno de Marva sumindo, desvanecendo com o poder de Astrid. Ela olhou para sua prima e a viu flutuando no ar, mais linda do que nunca.
Um lindo vestido azul cor de água, tornozeleiras verde, mais perecendo raízes de plantas nos delicados pés de Astrid, e tiras fluidas e azuis como pétalas de rosa na água, e os cabelos agora dourados, soltos como um manto de sol e presos com algumas tranças, simplesmente divino.
Astrid olhou para si mesma, e pareceu sem palavras, o que era raro para ela.
-Você conseguiu! – Lessien gritou.
-Ninfa Enchantix! Nossa, que linda... – Aristelin falou.
Astrid apenas sorriu e abriu os braços. Várias pétalas de rosa e pólen amarelado voou pelo espaço onde estavam, e o vento de neve sumiu, e da neve nasceu um imenso campo de flores, todas coloridas e cheirosas.
-Não! Não! – Marva rosnava.
-Muito bem, Trid. – Vanessa sorriu.
A ninfa posou na grama verde, e olhou Marva de cima.
-Eu fugiria correndo daqui se fosse você, Marvalhenta. Quatro a zero pra você.
A bruxa a olhou com ódio. Depois sorriu.
-Lindo jardim, esse seu. Seria uma pena se... Eu o destruísse.
Marva jogou um raio de veneno na terra, mas Astrid se defendeu a tempo.
-Garras de ervas!
O feitiço de Astrid fez milhares de raízes saírem do chão e agarrarem Marva, que começou a gritar e rosnar de ódio. A bruxa arranhava as raízes, agredindo Astrid, mas ela continuava prendendo-a com força. As raízes apertavam Marva com mais força, até que ela começou a sufocar.
-Desiste, vagabunda?! – Astrid gritou.
-Isso...Nã... Aca... Aqui...!!
Marva teve forças para sumir numa nuvem de veneno amarelada.
Astrid caiu no gramado, para a surpresa de todos.
Vanessa correu até ela, já pensando no pior.
-Trid! Trid, o que houve, fala comigo! – Vanessa falou, levantando a cabeça de sua prima e colocando no seu colo. Ela abriu os olhos lentamente.
-Nessa... Eu tô muito cansada... – Astrid falou.
Lessien e Aristelin chegaram.
-Você conseguiu, loira! Olha só, virou Enchantix também! – Lessien falou, sorrindo para ela e fazendo carinho em seu cabelo.
-Duvidou que eu conseguia é, sua orelhuda? – Astrid falou, a voz fraca e a boca se movendo lentamente. Os três riram, apesar de estarem com o coração apertado, vendo Astrid ali, transformada e ainda assim parecendo tão frágil. Ela foi se apagando, ficando pálida.
-Estamos perto de Avalon? Podemos procurar algum médico se formos rápidos. – Vanessa falou.
-A Marva tomou a cidade, tem monstros a cada esquina que cruzarmos- Lirali falou, saindo do cabelo de Vanessa e olhando chocada para Astrid. – Aê, florzinha... Tá tudo bem?
-Sim, Lirali... Eu só... Preciso descansar... –A ninfa falou. Astrid deixou a cabeça cair para o lado.
-Astrid? Astrid?! Por favor, não faz isso, fica comigo! – Vanessa falou.
Ela sentiu os olhos arderem. Não, aquilo não podia estar acontecendo.
-Nessa... Me deixa aqui... – Astrid falou, num suspiro. – Essas flores são tão... Cheirosas. – Astrid falou.
E deixou sua mão branca cair na relva.

Não muito longe, Allan vestia sua armadura de guerreiro. Agora estava pronto para enfrentar sua primeira batalha de verdade. Foi andando em direção à sua nave, que finalmente conseguira concertar, junto de alguns ferreiros e mecânicos que se refugiaram.
Porém, algo chamou sua atenção.
Ele ouviu, no vento, um grito.
Um “NÃO!” longo e doloroso, algo tão triste e arrepiante que o teria feito gelar.
Não... Ele gelou. Ficou paralisado de pavor ao reconhecer de quem era aquele grito.
-Vanessa?!


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