Avalon's Guardians escrita por LordeCronos


Capítulo 18
Capítulo 18




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/326496/chapter/18

A noite caíra depressa. Aristelin encantara o leme e o fizera seguir o caminho automáticamente, enquanto ele desabava cansado numa cadeira de praia posta no convés. Vanessa estava enrolada num grosso coberto, que ainda assim não afastara o frio daquela noite em mar aberto. As únicas luzes que ela via eram as dos lampiões acesos em cantos do convés, nem mesmo estrelas haviam no céu. Ela e seus três amigos estavam completamente sozinhos em alto mar, navegando em direção à terra e subindo e descendo ao sabor das leves ondas.
–Não sabia que o reino das sereias era tão longe assim do reino de Avalon. – Vanessa comentou, quando Aris endireitou-se na cadeira.
–E não é. Acho que tomamos o curso errado em algum lugar. – Aristelin falou.
–Hãn? E como está tão tranquilo com isso?
–Eu enfeiticei o leme, ele vai nos levar para terra firme o mais rápido possivel. Você vai ver. – Ele falou, virando a cabeça para o lado, completamente exausto. Vanessa não o culpava, tiveram dois dias corridos e sem descanso.
Ela levantou-se da cadeira, ainda enrolada no cobertor e desceu as escadas que davam no pequeno quarto abaixo do convés. Astrid e Lessien dormiam tranquilamente debaixo das cobertas, deitadas em redes feitas de flores que Astrid mesma fizera. Vanessa não dormia há muitas horas, sempre pensando em seus pais e no que acontecera com todos. E que fora tudo culpa dela. Se nunca tivesse confiado naquela... Aquela...
Só de pensar naquilo a fazia ferver de ódio, tudo que ela queria era dar uma surra naquela vagabunda. Argh, como ela podia ter sido tão idiota? Tão ingênua, deixando-se enganar por um vestido, um sorriso, um olhar?
Ela subiu ao convés, pensando em chamar Aristelin para que ele não pegasse um resfriado, mas algo tomou sua atenção. A luz dos lampiões eram fortes, deixando apenas o barco iluminado e tudo ao redor nas completas trevas, mas ela conseguiu ver ao longe na proa do navio um vulto alto e forte.
Quem poderia ser?
Vanessa seguiu cautelosamente, até a sua direção. Olhou para o lado e viu que Aris dormia sossegado na cadeira de praia e o leme movia-se sozinho. Ela subiu as escadas que davam até a proa e ficou frente à frente com quem quer que estivesse parado ali.
O indivíduo saiu das sombras e Vanessa o viu.
–Allan? – Ela perguntou, surpresa ao ver o especialista ruivo ali na sua frente. Ele sorria e parecia o mesmo garoto tranquilo de sempre.
–Sim, gata... Sou eu. – Ele disse.
Vanessa ergueu uma sobrancelha.
–Do que você acabou de me chamar? – Ela perguntou.
–Ora, de gata, meu amor. – Ele falou, se aproximando de Vanessa. Havia alguma coisa muito errada com ele. Allan era insolente e moleque, mas nunca havia chamado Vanessa de algo assim. Vanessa deu um passo para trás, sem querer se aproximar. – Qual o problema?
–Você não é o Allan.
Antes que ela pudesse agir, o falso Allan estava bem na sua frente, dando aquele mesmo sorriso maroto que a fazia derreter por dentro.
–Me solta! – Ela exclamou.
–Ah, que é isso, amor, tanto tempo separados e você me trata assim? – Ele perguntou, fazendo um beicinho que fez Vanessa sentir vontade de morder seu lábio.
–Não! Não quero, sai! – Ela gritou.
–Claro que você me quer. – Ele falou, puxando-a mais para perto e beijando-a com paixão e verocidade. Ah, sim, sim, aquele era o Allan. Como Vanessa podia ter desconfiado? Aquele cheiro, o cabelo, a pele, ah, aqueles lábios... Ela pôs os braços ao redor do pescoço dele, jogando-se em seus braços.
–Por que demorou tanto? – Ela perguntou, deitando a cabeça em seu peito e sentindo-se imensamente segura, como nunca havia se sentido antes.
–Desculpa, rolaram uns problemas com a Marva, quase não consigo sair.
– O que houve? – Ela perguntou.
–Nossa, muito triste... Mas não, não vamos pensar nisso agora, vamos só curtir esse momento.- Allan falou.
–Espera, me conta, o que foi... – Antes que Vanessa terminasse de perguntar, Allan a calou com outro beijo, que fez Vanessa relaxar ainda mais os músculos, como se estivesse tomando banho com uma gostosa chuveirada de água morna.
–Vem comigo, amor... – Allan falou, puxando-a para o lado. Ela pôs a mão no peito dele e o acompanhou até a borda da proa. – É lindo, não é?
– O céu?
–O mar. É uma imensa maravilha sem fim. Nós poderiamos viver nele pra sempre. – Allan falou.
–Mas... Eu sou fada, não sereia.
–Não precisa ser sereia para morar no mar. Vamos... – Allan foi puxando-a para mais perto da borda. – Podemos esquecer de tudo. Tudo. É só ficar comigo...
–Vanessa, sai daí!
Ela ouvira a voz atrás dela, mas não ligara, só queria olhar para o rosto de Allan para sempre. Então, sentiu o corpo cair com o ataque que Aristelin jogara em Allan. Ela caiu de costas no chão e sentou-se olhando Allan caído.
– O que ta fazendo, Aris?! – Ela esperneoou.
–Fica longe dele, Vanessa! – O seu amigo tritão falou, com seu imenso tridente em mãos.
–Do que você ta falando, é o Allan! – Ela falou, se aproximando dele e tocando de leve em suas costas. Então, ela sentiu-o levantar-se e arquear as costas, movimentando-as de um modo esquisito.
–Isso, amor... Ele quer acabar comigo, quer separar a gente... – Ele falou, com uma voz cavernosa e rouca.
–Isso não vai acontecer, calma... – Vanessa falou, abraçando suas costas.
–Ai, nossa, que barulho é esse? –Lessien perguntou, subindo as escadas lentamente com Astrid e esfregando os olhos.
–Ah meu Deus, aquele é o Allan? – Astrid perguntou.
–Não, não mesmo. Vanessa, sai de perto dele, agora! – Aristelin exclamou.
–Não! Vão embora!! – Vanessa gritou. Quem eles pensam que são? Bando de invejosos, só estão assim porque ela e Allan estavam realmente juntos, para sempre.
–Isso, amor... Vamos juntos para o mar. – Allan falou, rindo maléficamente.
–Você me obrigou. – Aristelin deu um impulso e jogou um raio sobre Allan, que revelou sua verdadeira forma. Vanessa gritou de susto ao ver o lindo especialista transformar-se numa criatura mutante com rosto e braços de homem e pés e asas de pássaro. Era monstruoso! Ele rugiu para ela, mostrando os olhos vermelhos e raivosos.
–Vanessa, cuidado! – Lessien a agarrou e puxou para o convés. Aristelin jogou outro raio na criatura, que piava alto de raiva e alçou vôo.
Astrid e Lessien levaram Vanessa para o convés, mas elas não viram nenhuma segurança lá também. Ao olharem para os lados, viram milhares de olhos vermelhos observando-as na escuridão atrás dos lampiões. Lessien sentiu Astrid e Vanessa tremerem, e tomou a frente das duas. O navio balançava ferozmente agora com as ondas, estava um verdadeiro terror.
Aristelin deu um salto e ficou junto das garotas, observando assustado todos aqueles olhos.
–O que são eles? – Vanessa perguntou.
–Sirenas. São parentes distantes das sereias, né? – Lessien perguntou, olhando cautelosamente para Aristelin. Ele fez cara de bravo e olhou para as inúmeras criaturas.
–Que nada. Não passam de uma corja de galinhas voadoras.
As palavras do tritão causaram uma reação totalmente inesperada. Todas as sirenas gritaram e voaram rapidamente até eles, querendo agarrá-los com as garras afiadas.
–Abaixa!! – Lessien gritou, e todos caíram no chão.
Os monstros pássaro pararam no ar e começaram a cantar.
Vanessaaa...
Astriideee.....
–Esse som... – Vanessa falou, levantando-se lentamente.
–...É tão bonito... – Astrid completou, juntando-se a ela e andando lentamente para perto das sirenas.
Antes que os monstros as alcançassem, Aristelin abriu a boca e começou a cantar. A voz dele era grave e melodiosa, mas as sirenas eram muitas, e cantaram mais alto do que ele ao perceber sua estratégia.
–Vamos nos transformar. – Lessien falou. –ENCHANTIX!!
Logo ela se transformou em super elfa e Aristelin assumiu a forma de tritão mega poderoso com capa e armadura.
–Afasta as meninas das sirenas! – Aristelin falou. Lessien ergueu o braço e criou seu arco e flechas de fogo.
–Dardo de Coragem!!
Ela soltou uma flecha flamejante que atingiu duas sirenas, e os gritos das criaturas fizeram Astrid e Vanessa acordarem de seu transe. Elas correram para perto de Lessien, enquanto Aris ergueu seu tridente e soltou sua energia.
–Voz do Oceano!!
Um raio de luz saiu de dentro de seu tridente e foi rodopiando até o alto da vela do barco, onde as sirenas sobrevoavam, inquietas. Aristelin começou a cantar, e sua voz era como uma carícia nos ouvidos, Vanessa sentiu vontade de deitar-se no chão e sonhar com o sonho mais doce que podia imaginar. A onda de calma que a voz dele emanava não agradava nem um pouco as sirenas, que se contorciam com o som, tentando não ouvi-lo a todo custo, o que era impossível.
–Elas estão indo embora! – Astrid exclamou. Eles viram as milhares de criaturas metade pássaro voando para longe, algumas mergulhando no mar. Eles olharam para o lado e viram o sol nascendo timidamente no horizonte.
–Acho que estamos seguros agora. – Aristelin falou, abaixando o tridente e se aproximando das meninas.
Porém, eles sentiram um solavanco. O navio pendeu para o lado, e depois para o outro, e depois subiu. Aos grito, os quatro caíram de encontro ao leme, observando o navio balançar violentamente pela água violenta do mar.
– Você tinha que falar?! – Astrid gritou.
–Vamos voar, temos que sair daqui! – Vanessa gritou.
Lessien e Aristelin alçaram vôo e pararam no ar.
–Guardiãs, Transformar!! – Vanessa exclamou, e ela e Astrid explodiram na forma de fada e ninfa. As duas voaram junto aos outros e os três voaram para longe. Vanessa olhou para trás e viu o barco em que eles estavam partindo-se em meio a um recife cheio de rochedos pontiagudos e partindo-se em dois.
Rapidamente, os quatro pousaram na praia, que parecia inabitada. Atrás deles havia apenas uma grande montanha e uma floresta mais adiante. Nenhum sinal de vida.
–É isso. Vamos continuar a pé. – Lessien falou, tomando a frente da turma e caminhando até a floresta. Astrid começara a reclamar e Aris seguia em silêncio, até que Vanessa ouviu um barulho estranho. Era como um pequeno sininho, mas com um toque inconstante, como um guizo. Ela olhou para trás e não viu nada além do mar e da luz fraca do amanhecer que chegava. O som continuou mais alto. Até que ela olhou para baixo e a viu.
–AAH!! Lirali!!
Ela abaixou-se e agarrou sua pequena pixie, que parecia exausta e com as roupas rasgadas.
–Olha, da próxima vez eu fico contigo mesmo. Me esconder foi uma péssima idéia. – Lirali falou, deitando nas mãos de Vanessa e resmungando.
–Ah, meu amor, me desculpa por não ter te procurado antes! É que aconteceu tanta coisa! - Vanessa falou, reconhecendo agora o quanto ela sentira a falta de sua pixie.
–Relaxa, eu também fui muito boboca. – Ela falou, sorrindo fracamente. – Agora to precisando dormir, sério.
–Ei, é a Lirali? – Elas ouviram Astrid perguntar, se aproximando deles.
–Olha, é a pixie da Nessa... – Lessien falou.
Os amigos de Vanessa se aproximaram e foram olhar Lirali de perto.
–Lirali! Tá tudo bem contigo? – Aristelin perguntou, olhando-a detrás dos ombros de Vanessa.
–Agora que tô te vendo, gato, estou ótima. – A pixie respondeu, dando uma piscadinha ainda deitada na mão de Vanessa. Os quatro riram e depois prosseguiram a viagem.

A trilha parecia sem fim. Havia uma luz ao fim, brilhando entre as árvores ao longe, mas por mais que os Guardiões andassem em direção a ela, não chegavam ao fim daquela floresta espessa. As árvores agora estavam mais próximas, e os galhos cortava as roupas de Astrid.
–Ai, por favor, alguém precisa arranjar um jardineiro pra esse lugar! – Ela reclamou.
–Ah, claro, muitos jardineiros pra cuidar desse mato todo. – Lessien falou, rindo.
–Esse caminho parece sem fim. Trid, consegue sentir aonde essa floresta vai acabar? Já estamos andando há quatro horas. – Vanessa falou, sentando num tronco.
Sua prima fez o mesmo e mostrou os pés cobertos de bolhas.
–Honestamente, só sinto esse monte de bolhas e calos nos meus pés, ai, como doem! – A ninfa reclamou.
–Acho que já sei. – Lessien falou. Ela endireitou a coluna, fez seu arco flamejante aparecer e soltou uma flecha bem longe, na direção onde eles seguiam. Não ouviram nenhum barulho, a flecha saiu voando e pareceu não chegar a nenhum lugar.
–Nossa... – Aristelin falou.
–Minha flecha sempre acerta o alvo. Dessa vez acho que não encontrou nenhum. – Lessien disse.
–Vamos seguir. Qualquer coisa é só voar, Astrid. – Vanessa falou, voltando a caminhar. Astrid resmungou alguma coisa e depois seguiu atrás dos outros.
Os guardiões seguiram andando, e andando, seguindo pela mata que parecia sem fim. Até que todos sentiram uma corrente de vento gelada percorrer as árvores. Astrid já não sentia as bolhas nos pés e ao retirar os sapatos sentia uma sensação gelada.
Vanessa olhou abismada para frente e percebeu que chegaram ao fim da floresta. Ela terminava num grande deserto, todo coberto de neve, com alguns flocos caindo levemente.
–Brr... Ei, loira, não tem nenhum casaco quente pra gente? Não vamos aguentar essa neve vestidos assim. – Lessien perguntou.
–Não consigo pensar em nada... Nossa, que frio. – Astrid falou.
Vanessa olhou preocupada para sua prima. Ela estava pálida, mais do que já era e parecia exausta.
–Deixa comigo. Essa névoa vai dar um pouco de calor pra todos nós. – Vanessa falou, criando uma nuvem fina e espessa, que percorreu a ela e os outros, afastando um pouco o frio.

A neve começou a ficar insuportável. Ninguém conseguia ver o caminho à frente, e o chão gelado parecia cortar os pés.
–Gente... Eu não consigo... – Astrid gemeu, atrás de todos.
–Segura na minha mão! – Vanessa falou, erguendo o braço e deixando sua prima agarrá-lo. Vanessa e Astrid iam na frente, com Aristelin e Lessien ao lado.
–Nossa, nunca vi tanta neve em toda a minha vida. Nem estamos no inverno ainda.- Lessien falou.
–Bom, no inverno estamos sim, mas não é normal essa nevasca. – Aristelin falou com esforço.
–Alguém consegue ver pra onde estamos indo? – Vanessa exclamou, o vento zunindo e sufocando suas vozes.
–Só consigo ver umas montanhas lá longe! – Lessien gritou.
–Vamos parar... Por favor. – Astrid pediu. Os três juntaram-se a ela e sentaram no chão.
Aris criou uma bolha de cristal superpontente ao redor deles e Lessien fez uma onda de calor de paz circular no espaço onde estavam.
–Trid, tá tudo bem? – Vanessa perguntou.
–Não. Com certeza eu não tô bem. – Ela falou. Os outros se entreolharam, preocupados.
–O que tá sentindo? – Lessien perguntou.
–Eu... Me sinto fraca. Como se eu fosse um peixe fora d’agua. Ou uma...
–...Uma flor no deserto. – Aristelin completou. Vanessa olhou para ele e entendeu o que ele quis dizer. Naquele lugar não havia nenhum sinal de plantas, flores, nem terra limpa. Somente a neve gelada e cruel, caindo sem piedade.
–Lessien, não dá pra tentar esquentar as coisas? – Vanessa perguntou.
–Bom... Vou tentar. – Lessien falou, fazendo uma flecha flamejante aparecer. Ela era formada de fogo, que aquecia a eles e iluminava a bolha onde eles estavam, que estava quase totalmente coberta de neve. – Não está tão forte porque também estou com muito frio.
–Tudo bem. Já tô melhor. –Astrid falou, tremendo e se agarrando a Aristelin. Ele pôs os braços ao redor dela e a embalou cuidadosamente.
Passaram um tempo em silêncio. O único som que ouviam era o vento gelado uivando do lado de fora de bolha, distante mas alto.
Aquele clima, aquela situação, tudo era muito deprimente.
Vanessa lembrou-se do que acontecera nos últimos dias. Eles precisavam de mais duas Pedras Regentes, mas tudo parecia mais difícil agora. Como poderiam voltar para o Castelo negro sem que Marva visse?
–Ei, o que aconteceu com a cabeluda? – Lirali perguntou, saindo de dentro dos cabelos de Vanessa e pousando em seu ombro.
–Ela não tá bem, Lirali. Esse lugar não faz bem pra ela. – Vanessa falou.
–Pff, e pra quem faz? – A pixie perguntou, e saltou do ombro de Vanessa e pousou no biceps de Aristelin. Ela mexeu as mãozinhas e derepente um bolinho cor de rosa com creme vermelho apareceu.
–Entrega pra ela. Um pouco de açucar pode melhorar. – Lirali pediu a Aris. Ele pegou o bolinho sorrindo, fazendo a pixie abrir um sorriso maior, e entregou a Astrid. Ela deu uma dentada fraca no bolo e engoliu.
–Tá uma delícia. Obrigada, Lirali... – Astrid falou, comendo o bolinho com cuidadosamente.
–Não sabia que podia fazer isso. – Vanessa falou, quando Lirali voltou para seu ombro.
–Tem muita coisa sobre mim que você não sabe, garota. – Ela falou.
Lessien pôs as mãos sobre a flecha de fogo e fez a chama dela crescer e ficar mais brilhante, afastando a escuridão já existente fora da bolha de cristal.
De repente, todos pularam de susto.
Astrid deu um grito agudo e alto, erguendo-se e se contorcendo.
–Astrid? Astrid?! – Aris perguntou. Lessien e Vanessa se aproximaram.
–O que houve?! – Vanessa perguntou.
–Morrendo! Morrendo! Tá tudo morrendo!! – Astrid gritava.
–Do que ela tá falando?! – Lessien perguntou.
–Quem? Quem tá morrendo? – Vanessa perguntou.
–A terra, tá... Sendo envenenada!
Ah, não...
Só ouvir a palavra “veneno”, Vanessa lembrava de uma pessoa. Um nome.
Todos gritaram de susto ao sentirem um raio atingir a bolha, quebrando-a e deixando entrar o ar gelado da noite.
Vanessa olhou para o lado, e viu que a neve ao longe estava com uma coloração escura, uma mistura de preto e verde, como se...
–Envenenado? – Vanessa se perguntou.
Viu que apenas o circulo onde eles estavam não fora danificado, toda a neve do deserto onde eles estavam estava intoxicada.
–Temos que sair daqui. Vamos nos transformar!- Aristelin falou.
–Mas e a Astrid?- Vanessa perguntou.
Antes que pudesse sugerir que Aris a levasse nos braços, a espinha de Vanessa gelou ao ouvir uma risada alta e macabra ao longe.
Seus cabelos dourados e seu manto negro e roupa de coro amarelo cobre se destacavam na escuridão, Marva andava tranquilamente pela neve envenenada.
–Crianças, crianças... Não acham que estão muito longe de casa? – A bruxa perguntou.
Vanessa tomou a frente do grupo, olhando sua maior inimiga bem nos olhos.
Não sabia o que falar para ela, estava ainda assustada e despreparada demais para lutar.
–Crianças malcriadas devem ser punidas. Por isso, deixei vocês no cercadinho. – Marva falou, rindo. –Opa! Esqueci de dizer, o cercadinho vai diminuindo cada vez mais, e logo logo vocês não estaram mais vivos do que essa terra inútil.
Vanessa olhou apavorada para baixo e viu que o manto negro de veneno que Marva espalhara se aproximava deles, apertando-os uns aos outros. Lessien ergueu Astrid do chão e se agarrou com ela e Aris, se protegendo. Lirali se escondeu nos cabelos de sua fada, e Vanessa sentia a raiva emergir dentro de si.

CONTINUA


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Avalon's Guardians" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.