Avalon's Guardians escrita por LordeCronos


Capítulo 14
Capítulo 14




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Aquela cena não podia ser mais constrangedora. Seus pais finalmente se reencontraram, e a Marva resolve dar uma visita. Ela podia ver estampado na cara de sua mãe o ódio e desprezo que ela sentia por aquela mulher que fora tão bondosa com ela. Vanessa precisava acalmar os nervos, queria a todo custo evitar outra briga naquele momento tão perfeito.
-Marva! Nossa, que bom ver a senhora aqui! – Vanessa falou, se aproximando dela. A feiticeira virou-se para ela e esboçou um sorriso simpático.
-Não precisa de formalidades querida, “senhora” está no céu. – Ela disse, piscando um olho.
-Vanessa? Poderia acompanhar essa senhora para fora daqui, por favor? – Mab pediu para ela, falando com calma, mas com o mesmo brilho de raiva nos olhos. Marva olhou rapidamente para Mab e depois abaixou os olhos, envergonhada.
-Mab, vamos, não precisa disso... – Oberon falou. Mab olhou para ele.
-Não. Não, não acredito que você continua o mesmo! – Exclamou. – “Ora, Mab, deixa de besteira, é claro que não foi a Marva! Vamos, Mab, coitadinha da Marva! Mab, não tem nada acontecendo comigo e a Marva...”.
-Mab, por favor, pare com isso! – Oberon exclamou também.
-Você continua não vendo! Meu Deus, eu sou a única que vê que essa mulher é a erva daninha que envenenou a nossa vida! Desde que ela apareceu aqui só trouxe desgraça pra nós, e depois de tanto tempo você nem se deu o trabalho de refletir sobre isso?! – Mab bravejou.
-Olha, eu não estou brigando, quero ter uma conversa sensata...
-Não me mande ficar calma com essa bruxa por perto!! – Mab gritou, perdendo o controle. Ela soltou-se de Oberon e desceu as escadas pisando duro. Vanessa sentiu o coração acelerar ao ver sua mãe vir em direção a ela e Mab. 
-Espere, Mab, por favor! – Marva exclamou. Por mais incrível que pareça, a rainha das fadas parou e ouviu em silêncio. – Não vim aqui para causar discórdia, apenas queria cumprimentar vocês por terem finalmente se reencontrado. É lindo ver um casal tão belo que me acolheu generosamente há muito tempo atrás nesse momento tão ideal. Sou muito grata a vocês. – Marva falou, docemente. Vanessa sorriu, encantada com as palavras dela.
“Ai, me poupe. “ 
Vanessa olhou pra trás e viu Lessien olhando pra frente, séria e com cara de desconfiada.
“O que foi?” Vanessa perguntou, esperando que a elfa a ouvisse. Ela ouviu e respondeu:
“Você tá mesmo acreditando nesse teatrinho? Não acha nem um pouco estranho ela ter aparecido aqui, agora, logo quando seus pais se reencontraram?” Lessien perguntou, olhando bem fundo nos olhos de Vanessa.
“Eu tenho que concordar com ela.” Aristelin pensou, também entrando na conversa telepática.
“Não sei... Ai, esse sapato da Marva tá meio brega não?” Astrid pensou.
Vanessa queria responder, mas resolveu continuar vendo a cena.
-Queria muito poder comprimentá-la com um abraço, mas... – Marva começou.
-Nem em seus sonhos. – Mab garantiu. A boca de Marva ficou uma linha reta, e ela olhou lentamente para Oberon.
-Tudo bem. É bom revê-la, Marva. – O rei pai de Vanessa falou, descendo lentamente da escada e pronto para um abraço. Quando os dois se abraçaram, Vanessa viu o brilho do ódio e ciúme preencher os olhos de sua mãe.
-Ah, seu abraço sempre foi tão confortante... – Marva falou, apertando Oberon ainda mais.
-Err... Obrigado, minha cara. Você também...
-Por isso vou garantir que esse abraço... – Marva ergueu o braço. – Seja só MEU.
Ela cravou as unhas, que agora estavam vermelhas e brilhantes, nas costas de Oberon, fazendo-o gritar com a dor repentina. 
Vanessa soltou um grito de surpresa e pavor.
-Obe!! – Mab gritou, se aproximando, mas Marva balançou o braço e fez a rainha voar até as escadas. A rainha parecia espumar de raiva, o negro dos seus olhos pareciam entrar em chamas.
-Eu sabia... Eu sabia!! –Ela gritou.
Marva olhou para ela, perdendo completamente o ar de boazinha e inocente, e assumindo um olhar maléfico e sem sentimentos.
-Não... O que... Mas... – Vanessa balbuciava as palavras, completamente chocada. Como era possível? Aquela mulher tão gentil, tão generosa, tão...
-Ela estava mentindo esse tempo todo! – Aristelin bravejou.
-Mas... Sua mentirosa, safada!! – Astrid gritou, rangendo os dentes.
-Vamos! Vamos pegá-la! – Lessien gritou. 
Vanessa viu seus amigos correrem para pegar aquela mulher que atacara seus pais, mas ela apenas deu uma gargalhada rápida e balançou o braço, fazendo os jovens caírem no chão, quase de encontro à parede.
Marva tirou as unhas de dentro das costas de Oberon, e ele caiu no chão desmaiado.
-O que você fez com ele?! – Mab perguntou.
-Nada, minha flor, só fiz com que ele caísse no sono mais profundo que ele já experimentou. Aliás eu... Argh, vamos tirar essa roupa, porque eu já não aguento mais tanto brilho...
Marva apontou para si mesma e o lindo vestido dourado evaporou, como se fosse feito apenas de névoa, como que nunca tivera existido, e dera lugar a uma roupa de couro com lances de preto e amarelo, uma grande capa amarela e uma maquiagem pesada e escura, que ressaltavam os olhos de Marva, que pareciam agora impiedosos, malignos, tudo de pior que Vanessa já vira.
-Ahh, muito melhor. – Ela falou, acariciando as pernas. – Onde estávamos? Ah, sim... Eu estava te derrotando.
Dizendo isso, a bruxa ergueu a mão e soltou um raio esverdeado na rainha, que criou um escudo roxo e brilhante, defendendo-se. Marva ia lançar outro ataque, quando um raio de energia frio e branco surgiu detrás dela, mas ela teve tempo de se defender.
-Não ouse tocar na minha irmã, sua vadia!! – Ivone gritou, enraivecida.
-Eu sempre desconfiei dessa daí, Mab estava certa o tempo todo! –Dylannia exclamou, pronta para o ataque também.
-Ai, ai, por favor, queridas... Eu sou mais inteligente do que pareço. – Marva falou, fazendo um gesto com a mão e no mesmo instante, as portas altas do castelo se abriram. Vanessa e seus amigos ouviram ao longe o som de animais e coisas sendo destruídas. Um guarda alado entrou rapidamente na sala do trono, com as roupas destruídas e parte de sua armadura quebrada.
-Majestade, milhares de criaturas sombrias adentraram no castelo! A cavalaria principal foi acionada mas não conse... – Ele não pôde terminar a frase, pois um troll gigantesco entrou na sala e o jogou para longe com um imenso taco feito de madeira de carvalho velho.
Todos viram milhares de monstros estranhos e amedrontadores entrando no recinto, grunindo e subindo pelas paredes, todos comandados por Marva, que sorria triunfante.
-Acha que isso nos assusta? Já vencemos essa guerra uma vez, podemos vencer de novo! – Mab falou, que agora estava junta das rainhas Ivone e Dylannia. – Prontas, garotas?
-Claro. – Ivone exclamou.
-Como nos velhos tempos. – Dylannia falou, erguendo os braços e fazendo movimentos fluidos com eles.
-TRANSFORMAR, ENCHANTIX!!
Uma grande explosão de poder e magia circulou as três rainhas, fazendo Vanessa e os outros protegerem os olhos da luz, ao contrário de Marva, que bocejou ao ver a mágica transformação.
As rainhas estavam prontas pra luta. Mab com seu elegante traje de fada e suas imensas asas negras e violetas; Ivone com um belo vestido curto esverdeado que lembrava as águas de um lago solitário, com o cabelo loiro-branco agora imenso e arrumado em várias tranças e caído até os calcanhares, tal qual uma ninfa imaginada por todos; e Dylannia, com sua linda cauda de sereia amarela, que subia até seus seios e brilhava junto de duas grandes barbatanas em suas costas em formato de asas, combinando com o cabelo negro e sedoso caído em ondas até a barbatana, adornado com pérolas.
-Olha só, o trio das múmias... – Marva debochou. – Vamos ver se vocês ainda tem o pique de antes. – Marva fez um gesto apontando para elas e fez uma mulher serpente e um manticore correrem até as rainhas, prontos para o ataque. Elas alçaram voo, sobrevoando todos ali.
-Nós temos que ajudar! Nossas mães podem precisar! – Astrid falou. Vanessa ainda estava calada, sem saber o que falar ou pensar.
-Ah, não pensem que esqueci de vocês. – Marva exclamou, jogando uma bola de energia nos quatro.
-Cuidado!! – Aristelin gritou, e protegeu suas amigas abraçando-as. Ao olhar novamente, os quatro viram que Marva os havia enjaulado numa grade brilhante e de um tom de verde ofuscante.
-Não tentaria sair se fosse vocês. Essa jaula de veneno pode queimar cada membro do seu corpo até não restar nada além de cinzas. – Marva falou, fazendo Vanessa abraçar Aris e se encolher junto às outras. 
Eles observavam suas mães lutarem contra os monstros sem poder ajudá-las.
-LAGO DE GELO!! – Ivone exclamou, criando uma forte geada que prendeu dez monstros no chão e uns nos outros. Eles rugiam a todo custo, mas não se soltavam de jeito nenhum.
-VOZ DO OCEANO!! – Dylannia bateu suas barbatanas dianteiras e nadou no ar até ficar alto o bastante. Ela ergueu as mãos e abriu a boca, fazendo um som maravilhoso e simplesmente glorioso emanar por toda a sala, fazendo todos os monstros ficarem hipnotizados. 
-SOPRO DA MORTE!! – Mab gritou, fazendo um gesto e sugando o ar de uma imensa fileira de monstros, fazendo-os cair no chão sem vida. Marva rangeu os dentes e começou a grunir. Ela não sabia que elas continuavam assim tão fortes. Então, resolveu usar outra tática. A bruxa deu um impulso e alçou voo, voando até Mab, que bateu as asas com violência ao vê-la.
-Iuhuu, vem me pegar vossa alteza! – Marva falou, dando gargalhada de bruxa enquanto a fada suprema jogava bolas de energia nela a todo custo, mas sem alcançá-la.
Marva parou no ar quando Dylannia apareceu na sua frente e começou a cantar maravilhosamente, mas Marva tampou os ouvidos, evitando ser hipnotizada. Ela também desviou de um ataque gélido de Ivone, que atacava sem parar como sua irmã.
-Vamos cercá-la! – Mab exclamou, e as três rainhas foram fechando seu circulo ao redor da bruxa, o que a fez rir ainda mais.
-Isso mesmo, queridas... Vocês adoram cooperar comigo. – Ela falou, fechando as mãos em punho e depois jogando-as para o lado. – REDE VENENOSA!!
Assim que ela gritou, três tentáculos esverdeados aparecerem a agarraram com forças as três rainhas, que tentavam se soltar a todo custo.
-Não!! Mamãe!! – Aristelin gritou, desesperado.
-Solta elas!! Soltaa!! – Astrid gritou, ainda encolhida, mas enfurecida.
Marva começou a rir, e os tentáculos apertaram mais as rainhas, que começaram a gritar de dor. Então, o inesperado aconteceu: Ao invés de matá-las, Marva as transformou. Soltou-as dos tentáculos e elas agora estavam com aparências assustadoras. Suas roupas brilhantes e coloridas estavam em tons de preto e cinza, suas peles tinham um tom esverdeado aterrorizante e seus olhos estavam brancos como fantasmas.
-Eu lhes apresento, as Rainhas Sombrias! – Marva falou, rindo sem parar e mostrando sua obra prima. 
-Não!! – Vanessa gritou, e ela sacudiu os braços, fazendo a jaula venenosa de Marva explodir. Os quatro correram até as rainhas. Astrid se aproximou da rainha Ivone, que parecia uma morta viva com seus olhos brancos e sem pupilas.
-Mamãe? Mamãe, está me ouvindo? – Ela perguntou, pensando em tocar o rosto de sua mãe. A dama do lago agarrou o braço de sua filha e começou a congelá-lo, fazendo Astrid gritar de dor.
-Mãe, por favor, reage! – Aristelin falou, agarrando os ombros de sua mãe, que fez um movimento com a cabeça e o jogou para o lado com um jato de água forte. O tritão e a ninfa foram lançados para longe. Astrid chorava e agarrou-se a Aris e a Lessien.
-Como... Como você pôde?! – Vanessa gritou para Marva, que a sobrevoava. – Eu confiava em você!! 
-Escolha muito ruim, se quer minha opinião. – A bruxa riu.
-Você só me usou, não foi? Você mandou os ogros nos prenderem para nos tirar da prisão deles e ganhar nossa confiança! – Vanessa exclamou. Marva bateu palmas, sarcasticamente.
-Uau, você é tão esperta... Só que não. – Ela falou, dando piscadelas. – Não, confesso que no início, quando eu vi pela minha visão que você tinha chegado a Avalon, eu planejava apenas te destruir. Eu sabia que quando você achasse aquela sua pixie ridícula, você iria voltar pra cá, voltar a reinar e blá blá blá... Mas eu realmente não quero isso. Sua mãe e você são completamente desqualificadas para reinar Avalon.
-E você é? Não passa de uma bruxa sem vergonha, mentirosa, falsa!! – Vanessa gritou, sentindo uma raiva tão grande que começava a criar um mini tornado. 
-Ah, não sou uma bruxa qualquer, querida. – Marva falou, aproximando-se mais. – Eu sou Marva, a Bruxa Corrosiva, ou se preferir, atual rainha de Avalon! 
-Nem pensar!! – Vanessa gritou, inflamando seu poder e criando uma ventania muito forte, e fazendo o céu do lado de fora do castelo ficar nublado e coberto de nuvens negras de ódio. – Eu sou Vanessa, Fada das Nuvens, Princesa de Avalon, e aquela que vai acabar com você! CHARMIX, MÁGICO!!
Vanessa transformou-se em fada e alçou voo. Marva deu uma gargalhada incontrolável. 
-Querida, sério... Acha mesmo que pode me derrotar com essas asinhas tão fraquinhas e essa roupinha de colegial? ME POUPE! 
A bruxa jogou uma bola de veneno nela, que soltou um jato de vento que fez a gosma venenosa se dissipar no ar. Marva atacou de novo.
-FURACÃO AZUL!! – Vanessa gritou, e criou seu imenso redemoinho de nuvens. Porém, Marva se divertida com aquilo. 
-Humm, ai, obrigada, tava mesmo precisando de um secador de cabelo, mas já chega. – A bruxa falou, e jogou um jato de energia nela, fazendo Vanessa cair no chão com força.
-Alto lá, sua bruxa! – Vanessa ouviu Astrid gritar,e viu seus três amigos voando na frente dela, protegendo-a. – Se quer pegar ela, vai ter que passar pela gente!
-É, uma fadinha incomoda muita gente, mas mais criaturinhas incomodam muito mais! – Marva falou, rindo de si mesma.
-E meus pais? O que você fez com eles?! – Lessien perguntou.
-Ah, aqueles magrelos com orelhonas? Com a retardada da sua mãe nada, a mandei pra longe. Já com o seu pai, aquele elfo bem conservado se você me entende, fiz o mesmo que as minhas amigas aqui atrás. Devia ver ele, teria tanto orgulho! – Marva falou, sorrindo maleficamente.
-Sua vadia!! Você destruiu o meu reino, minha família! Não vou deixar você machucar mais ninguém!! JATO DE RAIVA!! – Lessien falou, abrindo o arco e soltando uma flecha vermelha flamejante nela, que se defendeu com um escudo de toxina.
-ÁGUA POTENTE!! – Aris gritou.
-FÚRIA DAS FLORES!! – Astrid também. 
Os dois lançaram seus ataques, mas pareciam ter feito cócegas em Marva.
-Crianças, crianças, vocês precisam de disciplina! Vão querer voltar pro cercadinho? – Ela perguntou, pronta pra jogar outro feitiço maligno.
-Parada ai, bruxa!! 
Vanessa olhou para a porta da sala do trono, e viu Allan junto de milhares de especialistas e guardas policiais. Ela viu ele, tão valente, alto, ruivo, queimado de sol, com aquele uniforme colado, aquele olhar feroz e... Ai, não, não era momento de pensar naquilo. 
-Uh, adoro movimento! Olha meninas, que gatos, hein? – Marva perguntou, olhando para as três rainhas infectadas com seu feitiço maligno. 
-Liberte as rainhas e não teremos com o que nos preocupar. – Um homem que parecia ser o chefe da polícia gritou.
-Pff... Sério? – Ela perguntou, parecendo entediada. –Levantem!
Ela fez um gesto e os monstros caídos pelo feitiço de Mab levantaram-se como mortos vivos, e atacaram os guardas e especialistas. 
-Primeira fileira, seguir! Segunda fileira, trolls e orcs! Atacar!! – O chefe gritou, e os milhares de soldados começaram a lutar. Era uma grande batalha, felizmente o salão do trono era imenso, tinha espaço para tudo aquilo. Ainda assim, era perturbador de ver. Um lugar tão bonito e mágico ser cenário para algo tão destrutivo.
-Você está bem? – Allan perguntou, se aproximando de Vanessa e erguendo-a com cuidado. Vanessa tinha vontade de jogar-se em seus braços e implorar pra que ele a levasse para bem longe dali. 
-Estou... Digamos que estou. – Ela respondeu.
-Ah, eu não iria aguentar se... – Allan começou a falar, pegando a mão de Vanessa e olhando profundamente em seus olhos. Ela sentiu o coração acelerar ao ouvi-lo falar aquilo.
-“Se” o que? – Ela perguntou. Allan não falou nada.
-Gente, cuidado! –Astrid gritou, e Allan viu um ogro se aproximando com um imenso machado enferrujado. Não havia tempo para atacar.
-BOLHA DE CRISTAL!! – Aristelin correu até eles e criou uma bolha cristalina bem dura ao redor deles. O machado bateu no cristal e quase o fez trincar. – Não vou aguentar muito tempo!
-Ah, não! Os homens... – Allan falou. Vanessa olhou para onde ele olhava e viu mais monstros surgindo pelo outro lado da porta, e foram agarrando os especialistas e guardas como se fosse palitos de dente.
-Não podemos ficar aqui. Nunca vamos vencer essa! – Allan falou, olhando para o chão.
-Não! Não posso deixar todos aqui! Meus pais, minha tia e a tia Dylan precisam de nós!- Vanessa exclamou, nervosa.
-Nessa, não podemos continuar aqui! Não vamos conseguir! – Aristelin falou.
-E se tentarmos juntos? Nós podemos vencer! – Vanessa ponderou.
-Mas nossas mães fizeram o mesmo e olha o que aconteceu! Quer acabar como elas? – Aris perguntou, também nervoso. Vanessa olhou para sua mãe, sua tia e a mãe de Aris. As três imóveis e sem nenhuma expressão.
Vanessa desabou no chão, quase voltando a ser humana de tão fraca que se sentia, e começou a chorar. Allan pensou em consolá-la, mas Aris agachou-se e a abraçou primeiro.
-Como eu pude ser tão idiota?! – Ela perguntou, chorando compulsivamente.
- Calma... Você não foi a única que acreditou nela. – O doce tritão falou, acariciando suas costas.
Os três se assustaram ao sentir outro golpe contra a bolha de cristal deles. Aris desfez seu escudo e pegou sua prancha feita de quartzo, voltando a lutar com as criaturas.
Astrid e Lessien voavam por todos os lados, atacando a todos, mas não surtia tanto efeito.
“Vamos embora.” Vanessa pensou.
“O que?” Lessien perguntou.
“Não podemos fugir!” Astrid pensou. Nesse momento, uma harpia surgiu e a agarrou com suas garras, jogando-a contra a parede. Lessien se enfureceu e a atacou com uma flecha potente.
-Vamos! – Vanessa gritou. Aristelin, Astrid, Lessien e Allan obedeceram, e todos correram para a porta do salão, protegendo-se dos monstros que ainda lutavam.
-Assim, corram! Fujam! Mostrem a si mesmos que eu sou invencível! – Marva gritou, dando uma gargalhada alta. 
Vanessa parou de correr e olhou para ela de longe.
-Isso ainda não acabou!! 
-Ah, acho que sim! – Marva falou, voltando a rir triunfante.
Vanessa deu as costas à sala de coroação, e por todos os corredores do castelo por onde eles passavam, viam guardas e criados caídos no chão, todos derrotados pelos milhares de monstros. 
Os quatro correram até a beira do lago de Ivone, e caíram exaustos no chão. Aristelin precisava se refrescar, pôs os pés escamosos na água, que voltaram a ser uma cauda de peixe, fazendo-o relaxar. Astrid morria de vontade de mergulhar no lago e esconder-se em seu castelo submerso, mas percebeu algo diferente na água.
-Aris! Sai daí! –Ela gritou. O tritão obedeceu, e tirou a cauda de dentro da água, fazendo-a dividir-se em pernas escamosas. Todos viram chocados a água cristalina do lago transformar-se num lago esverdeado e escuro, com cor de lodo e poluído. – Não! Não acredito!
-Marva... – Lessien falou.
-Ela fez tudo isso. – Aristelin.
-Ela vai pagar caro... Marva acabou com tudo que é nosso! – Lessien falou. – Se deixarmos que ela continue, vai destruir toda a Dimensão Mágica!
-Mas como vamos acabar com ela? Não temos o poder Enchantix como as nossas mães. Só com ele vamos chegar ao nível da Marva! – Astrid falou.
-O que é esse poder? – Vanessa perguntou.
-É um nível de poder alcançado por todas as fadas e criaturas mágicas parte humanas. Uma fada, uma ninfa, uma elfa ou uma sereia só podem ser consideradas criaturas mágicas adultas se possuírem esse poder. – Aristelin explicou. – Mas não sei como consegui-lo.
-Vocês precisam saber como consegui-lo. Só assim vão derrotar aquela bruxa. – Allan falou. Ele pegou um aparelho parecido com um celular de dentro do bolso da luva e acionou um botão. – Infelizmente não vou poder seguir nessa viagem com vocês, preciso ficar aqui e reunir-me com o resto dos guardas que resistiram.
-Mas como? Onde começamos a procurar? É tudo tão confuso, ah... – Vanessa falou, pondo a mão na cabeça e gemendo de exaustão e impaciência. Astrid a abraçou.
-Calma... Calma, a gente vai achar uma solução. – A ninfa falou.
-Espera, eu sei onde procurar. Perto do meu reino existe um oráculo que pode nos ajudar a conseguir o poder das Enchantix. – Lessien falou. 
-Então precisamos ir até lá, agora. – Vanessa exclamou. 
-Pode levar a gente, Allan? – Aris perguntou.
-Claro. Minha nave está acionada... Agora. 
Assim que ele falou, uma pequena nave a jato surgiu detrás de algumas árvores e começou a levitar sobre eles. Allan acionou outro comando e a nave os sugou de leve para dentro dela, onde havia um grande painel de voo, cabines de descanço e outras de comando.
-Isso vai melhorar as coisas. Mostra o caminho, Lessien. – Allan falou. A elfa sentou-se na mesa diante o painel e apertou alguns botões tranquilamente, como se já conhecesse os comandos. A nave pegou impulso e partiu, deixando para trás toda a guerra e desespero. 
Avalon, antes tão linda e tranquila, agora era o recinto do mal.
No quarto da mais alta torre, Marva abriu a porta sem paciência e mandou dois trolls entrarem. Eles traziam consigo Oberon, ainda desmaiado e num sono profundo.
-Não se preocupe, amor... Logo, tudo vai ser como deveria ser. Você vai ver. – Marva falou, acariciando os cabelos do pai de Vanessa. – Saiam!! – Ela ordenou para os trolls, e eles os deixaram. 
Ao longe, Vanessa ouvia um sussurro trazido pelas nuvens em seus ouvidos:
“Salve-nos, Vanessa... Salve-nos.”

CONTINUA


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