Avalon's Guardians escrita por LordeCronos


Capítulo 13
Capítulo 13




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-Vanessa, meu amor, o que significa isso? Vai mesmo chegar assim me acusando de algo que...
-Me poupe, pai! Me poupe! Eu sei de tudo agora. DE TUDO. - Vanessa falou.
Oberon sentiu as pernas tremerem, e suor frio descer pela testa. Então era isso... Claro, ele sabia que esse dia chegaria, mas ele ainda não estava pronto! E pensava que ela também não estava...

-Meu bem, deixa eu te explicar, isso é muito mais...
-Eu só quero saber porque vocês me deixaram de fora disso tudo. Passei anos da minha vida me sentindo uma inutil, uma ninguém, mais um ponto preto na multidão, e agora descubro que eu sou uma fada? Aliás, a princesa das fadas? E não, não é pra eu ficar magoada, por que houve um motivo muuuito importante, imagino.
-Vanessa Baranda Alcântara. Fique quieta e me deixe falar!! - Oberon ordenou. Vanessa continuou com raiva, mas calou-se ao sentir o poder ser emitido da voz de seu pai.

-Eu e sua mãe nos amavamos muito. Quando criança, porém, era diferente. Eu a achava muito metida e ranzinza, uma menina feia e chata. Aposto que ela me achava uma peste, um moleque idiota que só pensava em irritá-la. E pra falar a verdade eu gostava.-
Vanessa sorriu. Que fofinho.
-...Nossos pais queriam unir seus reinos, Avalon e Titanis num só reino de fadas e criaturas mágicas. Eu, diferente dos outros meninos, nasci como silfo. - Oberon continuou.
Vanessa ja ouvira falar. Silfos eram basicamente os "fados", homens com asas de insetos que eram companheiros e consortes das fadas.

-Os anos foram passando, e eu e sua mãe começamos a nos davamos bem, mas nunca nos imaginavamos casados. Até que... - Oberon sorriu, e seu olhar ficou distante, olhando para a parede em frente a ele. - Até que a mãe dela resolveu dar um baile. Haviam muitos humanos e criatuas mágicas, todos juntos em harmonia. Eu quis saber onde Mab estava, e disseram-me que ela estava com os amigos, a sua tia Ivone, a Dylannia, e o Harmmin. Não sei porque ela gostava tanto de andar com aquele elfo. Ela sempre dizia que era um grande amigo, mas ainda assim...

Vanessa riu ao ver um semblante de raiva no olhar dele.
-Você tinha ciumes dele?
-Não, não era ciumes, era... Precaução.
Vanessa riu. E ele continuou.

-No ponto alto da festa, meu pai me puxou pelo braço e me arrastou até o corredor. Ele falou que seria a hora em que eu e Mab abririamos o baile com a valsa. Eu estava envergonhado, e não sabia se a Mab dançava bem, mas meu pai insistiu e me empurrou dentro de um quarto. Quando tirei os olhos revoltados da porta, olhei para a frente. O ar sumiu da minha boca.

Ah, sua mãe estava a coisa mais divina nesse mundo. Os cabelos negros, antes tão revoltosos, naquela noite estavam sedosos e caidos em seu peito como uma cascata de chocolate. Ela usava um belo vestido cor de rosa que parecia uma onda de tão fluido e fino que parecia. Seus olhos negros estavam hipntotizantes, e eu não consegui me controlar. Aproximei-me dela e chamei-a para dançar. Acho que ela ficou espantada com meu pedido, pois ficou me olhando como que incrédula por uns dois minutos, e depois abaixou a mão e permitiu que eu a levasse para baixo.

A noite foi mágica. O salão estava lotado, mas parecia que eu e ela estavamos sozinhos, dançando sobre as nuvens. Vi que Mab tinha ficado vermelha, de tanto que eu a olhava incessantemente. Ela também não tirava os olhos de mim, e depois ela me contou que só pensava em como eu estava... Er... Como era mesmo? Ah, eu estava a idealização do que ela chamava de "principe encantado". -

-Owwn! - Vanessa fez, sentindo-se tão emocionada com aquela historia que pôde sentir lágrimas se formando na ponta dos olhos.

-Não demorou muito tempo, nos casamos no nosso quinto ano de namoro. Reinamos Avalon por muito tempo, tudo em paz. Quando tínhamos algum problema, eu muitas vezes não precisava mexer um músculo. Sua mãe adorava uma aventura, e ela sempre partia com a sua turma pra algum combate ou resgate.

Porém... Houve um dia em que toda nossa paz acabou.

Mab, Harmmin, Dylannia e Ivone voltaram um dia trazendo uma garota. Ela estava toda suja e machucada, e dizia se chamar Marva. Mas era somente isso de que lembrava. Mab havia encontrado-a numa carruagem atacada por ogros, ela dizia que...

-Espera... Marva? Não é a Feiticeira Branca? – Vanessa perguntou intrigada.

Oberon olhou para ela por um momento, confuso. Depois abriu a boca e fez um sinal afirmativo.

-Sim, sim. Depois de muito tempo sendo nossa hóspede no castelo, Marva voltou a usar magia, sempre ajudando alguém ou fazendo esculturas de areia e gesso para me surpreender. Porém, Mab não gostava muito dela. Dizia que ela tinha sentimentos por mim. Claro que não acreditei naquela besteira, Marva era somente uma amiga. Ela cavalgava comigo, íamos os três juntos até a cidade, cumprimentar os plebeus... Mas claro, nunca passou pela minha cabeça nem meu coração algum sentimento além de amizade por ela.

-Tá... Mas a minha mãe falou que a Marva foi responsável pela separação de vocês. Como foi isso? – Vanessa perguntou. 
Oberon suspirou, balançando a cabeça.

-Sua mãe continua a mesma cabeça dura de sempre. Não, querida. Marva não teve culpa. Ela foi mais uma vitima do ataque que ocorreu. Um soldado negro, ninguém sabia se era um bruxo ou ser maligno, criou um exército de criaturas mágicas selvagens e perigosas, e quis conquistar Avalon com pura destruição.

Mab e Ivone não deixavam que eles ultrapassassem a fronteira com a Floresta Sombria enquanto Dylannia, Harmmin e eu protegíamos o castelo e a cidade.
Ainda lembro com detalhes o afinco com que eles quatro lutaram. Pareciam um só ser, trabalhando juntos e quase lendo as mentes uns dos outros.

Então, o ataque surpresa começou. Do céu chegaram harpias, sirenas e gárgulas, que entraram no castelo quebrando as janelas e destroçando tudo que viam pelo caminho. Você já era nascida naquela época. Tinha aproximadamente uns dois meses. Quando vi aqueles monstros entrando, claro que voei desesperado para dentro do castelo. Não podia deixar que nada acontecesse com você.

Cheguei em seu quarto, tirei você sonolenta do berço e fui com você até o jardim. Antes que desse por mim, sua mãe e seus amigos estavam lá. Eles lutavam enquanto Mab correu até você, lhe pegando no braço. Você era a bebê mais linda do mundo... Sempre sorria quando via sua mãe transformada. Parecia uma borboleta olhando para uma flor.

Mab me mandou levar você embora. 
Claro que recusei de prontidão, não poderia deixá-los ali. Não poderia abandonar Mab. Ela insistiu, e abriu um portal com desenho de...

-...Uma porta feita de nuvem. – Vanessa completou. Oberon sorriu, fazendo que sim com a cabeça.

-Atravessei a porta com você nos braços, dando uma ultima olhada para Mab. Você chorava muito, chorava por sua mãe. Eu levei você até... Bom, eu te trouxe aqui.

-Aqui? Esse apartamento? – Vanessa perguntou.

-Exatamente. Aqui era como nossa casa de verão. Sempre gostamos da Terra. 
Quando tentei voltar com você, não consegui criar um portal. Nunca funcionava, era como uma conexão inexistente. Passei muito tempo sem falar com sua mãe. Tanto tempo que perdi as esperanças. Chorava, de saudades, de arrependimento, mas sempre lembrava que tinha que dar uma vida para você. E criei-a como humana. Perdoe-me se eu nunca contei pra você sobre isso, querida. É que eu tinha medo de te magoar com a verdade.

Vanessa ouviu calada. Olhou para o chão e depois para ele.
-Pai, agora que descobri tudo, eu também consigo criar o portal. Podemos ir a Avalon, onde você pode ver a mamãe! Vamos ser uma família feliz de novo! - Vanessa falou, mas sem acreditar em suas palavras. Não acreditava que realmente cumpriria o que tanto sonhara!

-Não sei se devo...
-Pai, por favor. Isso é muito importante pra mim! Por favor...
Oberon não hesitou. Sorriu e se levantou, pronto para visitar a esposa que passara dezesseis anos sem ver.

Vanessa mexeu o dedo e desenhou a porta de fumaça.
-Espera ai, garota! Tá indo pra Avalon sem mim de novo, isso não... Ops! 
Vanessa olhou pra trás e viu Lirali flutuando no ar, olhando surpresa e apavorada para seu pai.
-Calma, Lirali. Ele sabe de tudo.
-Essa é a sua pixie? Olha só, sempre soube que não era uma boneca. – Ele falou, estendendo a mão para Lirali ficar em pé. A pixie pousou na palma de sua mão e o olhou desconfiada.
-O senhor sabe desse lance todo? – Ela perguntou, balançando os cachos cor de rosa.
-Mais do que você imagina, fofinha. Vanessa te explica no caminho.
Os três seguiram até a porta, e Vanessa a abriu.
-Ah... Como é bom sentir novamente o cheiro.
-Que cheiro, pai?
-Da magia...

CONTINUA


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