Os mal encarados começaram a se aproximar, rondando os quatro jovens. Vanessa eriçou as asas, pronta para voar. Foi só um dos encapuzados vacilar que eles avançaram.
-Agora! –Vanessa gritou. Ela voou para cima, Astrid para a esquerda, Aris para a direita e Lessien correu para a frente.
Um dos encapuzados eu um salto mortal, na intenção de atingir Vanessa no ar, mas ela foi mais rápida.
-Furacão Azul!! – Ela jogou as mãos para frente e jogou nele um bolo de nuvens e tufões, fazendo-o cair no chão e rodopiar no lugar onde caíra.
Lessien foi dando cotoveladas em todos que se aproximavam. Um deles pegou uma katana, espada afiada japonesa, e convidou-a para a luta. A elfa riu.
-Ai, me poupe...- Ela resmungou. Ergueu o arco, puxou a corda dele, e puxou com força a flecha de luz vermelho pulsante que ela criara. – Flecha de Raiva!!
Ela soltou a flecha , que foi zunindo pelos esquisitões, derrubando cinco deles em uma tacada só.
-Uau! Essa foi incrível. – Aristelin comentou, aparecendo ao seu lado. Lessien sorriu, sentindo as bochechas ruborizarem.
-É, eu ando praticando muito o...
-Cuidado!!- Aris gritou. Ele puxou-a para a esquerda, impedindo que um dos ninjas encapuzados a atingisse com um chute certeiro. O ninja caiu no chão e se ergueu rapidamente, fazendo uma pose de luta. Aristelin ergueu seu tridente, que começou a queimar de tanto poder. – Trovão dos Mares!!
O tridente dele soltou um raio super potente, que atingiu o ninja bem no peito, e o fez rodopiar no ar e cair no chão desmaiado. Aristelin sorriu satisfeito e correu até Vanessa. Lessien o observou se afastar, e ficou chocada e fascinada ao mesmo tempo com tanto estilo e sagacidade.
-Ok, eles são muitos mesmo! Temos que fazer algum golpe unidos!- Vanessa falou, ao lado de Aris.
-Quer dizer uma convergência?- Ele perguntou. No mesmo instante, dois ninjas se aproximaram e a fada e o tritão lançaram seus golpes, fazendo-os voarem para longe.
-É, algo assim. Precisamos da... Cadê a Astrid?- Vanessa perguntou.
-Tô aqui! – Astrid respondeu, cantarolando. Vanessa olhou para o lado e viu sua prima ninfa relaxada ao lado de quatro ninjas presos por ervas daninhas e plantas carnívoras que ela criara. –Estava só dando umas dicas de como melhorar o astral de um jeito natural! –Ela brincou.
-Tá bom. Lessien! – Vanessa chamou. A elfa olhou para ela, ouvindo o que ela tinha a dizer. – Vem cá, precisamos da sua ajuda! – Ela chamou.
-Vai sonhando. – Ela respondeu, jogando outra flecha feita de luz colorida nos atacantes. Argh, aquela garota arrogante já tava começando a irritar Vanessa. Ela ergueu dois dedos e criou um braço feito de fumaça, que foi deslizando até a elfa, agarrando seus pés.
-Ei, ei! Que negócio é esse? Me solta!! – Lessien gritava, enquanto o braço fumacento criado por Vanessa a arrastava até junto deles.
-Escuta, você se acha muito melhor do que nós, e pode até ser, mas nós temos que sair dessa juntos! Então ou colabora com a gente ou deixamos você aqui sozinha contra todos eles! O que vai ser? – Vanessa perguntou, olhando bem nos olhos dela. Lessien ficou calada por uns segundos, apenas olhando fundo nos olhos daquela fadinha que parecia meiga e frágil, mas era um poço de atitude, e sorriu.
-É, você até que tem um gênio forte debaixo desse cabelo de chocolate. – Lessien falou, rindo.- Beleza. O que faremos?
-Apenas nos unimos. Vem. – Vanessa falou, fazendo o braço de fumaça soltá-la e fazendo-a ficar do lado de Astrid.
-Não fiquem ai parados, idiotas! Vão mesmo tomar uma surra de um bando de aberrações? Ataquem!! –O líder dos milhares de homens de preto falou. Ao ouvirem as palavras dele, os outros começaram a gritar e a avançara nos quatro heróis.
-Quando eu disser. –Vanessa sussurrou para os outros três. Todos concordaram com a cabeça.
Os ninjas foram se aproximando, gritando cada vez mais alto. 
-Vanessa?- Astrid perguntou, temerosa.
-Ainda não. – Ela respondeu, concentrada.
-Peguem esses intrometidos!!- Alguns dos líderes falavam.
Eles correram mais depressa, se aproximaram mais ainda, até que...
-Agora!! – Vanessa gritou.
-Sopro da Primavera!!-Astrid gritou, erguendo o braço e jogando um jato de luz e pó verde no chão abaixo dos ninjas, criando várias plantas e flores pegajosas, prendendo-os no chão. Porém, alguns conseguiram escapar, e continuaram a avançar.
-Névoa de Confusão!! – Vanessa gritou, criando uma névoa roxa e azul, fazendo os ninjas caírem sem enxergar nada, baterem uns nos outros ou caírem no sono.
-Turbilhão Marinho!! – Aris gritou.
-Jato de Coragem!! – Lessien gritou.
Os dois ataques se uniram e jogaram os ninjas para longe, bem longe, fazendo-os parecerem grãos de café voando ao vento.

-Uhhuuul!!- Astrid e Aris comemoraram.
-Nós fazemos um belo time, não é? – Vanessa perguntou.
-Nossa, eu nunca tive uma luta tão... – Lessien começou, mas olhou a cara feliz de Vanessa e dos outros e por algum motivo se sentiu incomodada. Ou envergonhada. – Humpf,quero dizer, é, foi uma ótima luta. Tive melhores, mas essa foi boa sim.
Vanessa balançou a cabeça, rindo da atitude tão clara dela.
Nesse momento, uma luz começou a brilhar atrás deles. Uma luz amarelada e quase de cegar alguém. Astrid e Vanessa olharam curiosas para ela, mas Aris e Lessien se manteram alertas. A luz foi se dissipando, e revelando a forma de uma bela mulher de cabelos caídos nos ombros da cor dourada, um vestido dourado com tons alaranjados e grandes lábios sorridentes.
-Ah, é a mulher que salvou a gente da prisão dos ogros! –Astrid ofegou. Aristelin sorriu, assim como Vanessa e Astrid, mas Lessien olhou confusa para eles.
-Olá, queridos... Vejam que tem uma nova amiga. – A mulher falou, olhando sorridente para Lessien. A elfa corou e baixou os olhos, até que Vanessa pegou em seu braço e puxou-a para perto.
-Essa é a Lessien, ela acabou de nos ajudar a nos livrarmos daqueles ladrões encapuzados. – Vanessa respondeu.
-Oh, sim, eu ouvi sobre o ocorrido! Você está bem, querida? – Ela perguntou.
-Sim, estamos ótimos. Nós quatros saímos ilesos. – Ela respondeu, feliz.
-Por que não me chamou? Eu poderia ter ajudado ou simplesmente tê-los tirado daqui! – A mulher dourada perguntou.
-Bom, não sei como te chamar, então... – Vanessa falou, rindo envergonhada.
-Oh, mas é claro. – A mulher falou, dando uma risada gostosa. – Me chamem de Marva. Esse é o meu nome. 
-Marva? – Lessien perguntou.
-Uma das mais famosas feiticeiras brancas da Dimensão Mágica? – Astrid perguntou, maravilhada.
-Eu mesma. – Marva respondeu, sorrindo. 
Vanessa ficou pasma, ela havia sido salva por uma feiticeira branca! Devia ser um status de muito valor para a Dimensão mágica.
Nesse momento, os quatro viram outra luz surgir. Um clarão ofuscou a todos por um momento, e depois três belas figuras apareceram. A dama do lago, a rainha das sereias e a rainha das fadas, mãe de Vanessa, surgiram perto do recinto onde eles estavam. 
Vanessa ainda não se acostumara do quanto elas eram lindas. Hoje sua mãe usava um lindo vestido lilás com fitas pretas nas mangas, caído até os pés e com uma longa cauda, combinando com o cabelo negro amarrado no topo da cabeça e escorrido atrás trançado por fitas roxas. Ao seu lado sua tia Ivone, mãe de Astrid, deixara o lindo cabelo loiro-branco caído pelas costas, quase chegando às pernas, e coberta com um lindo vestido prateado com pedras azuis. Mas quem ganhava na beleza como sempre era a mãe de Aristelin, que tinha feito o cabelo negro com mechas azuis numa bela trança estilo espinha de peixe, e usava um longo vestido azul cheio e babados clarinhos, fazendo-a parecer uma anêmona ou uma água viva.
-Crianças, ouvimos sobre ataques às lojas do centro de Avalon! –Ivone falou.
-E soubemos que vocês estavam aqui! Está tudo bem, peixinho da mamãe? – A mãe de Aristelin perguntou, aproximando-se dele e fazendo um “peixinho” com as bochechas dele.
-Mãe, ta me envergonhando, pô! – Aristelin resmungou, falando em estilo “peixinho”, fazendo Vanessa e Astrid rirem.
-Aparentemente, vocês se saíram bem, não foi? Livraram-se dos ladrões? – Mab perguntou, arqueando as sobrancelhas e olhando em volta lentamente.
-Sim, senhora. Tiramos todos daqui. – Vanessa respondeu, séria ao se aproximar de sua mãe. A rainha olhou para sua filha e esboçou um sorriso de leve. 
-Bom trabalho, Vanessa. – Ela respondeu, pondo a mão de leve em seu ombro.
Vanessa viu um leve brilho de amor maternal nos olhos negros de sua mãe, e teve esperança de que ela fosse beijar sua testa, ou abraçá-la, mas não o fez.
-E quem é essa bela jovem elfa? – Ivone perguntou, aproximando-se de Lessien. Ela pareceu espantada com a tamanha beleza da tia de Vanessa, e olhou-a de baixo intimidada.
-Mãe, essa é a Lessien. Uma elfinha muito da rabugenta que a gente conheceu agora. – Astrid falou, dando risinhos. Lessien olhou feio para ela, estreitando os olhos.
-Você é Lessien? Filha de Harmmin e Ollyion? – Mab aproximou-se, olhando para Lessien.
-Err... Sim, Majestade. – Ela respondeu, fazendo uma mesura. – Mas como... Como a senhora sabe o nome dos meus pais?
-Harmmin era um grande amigo meu. – Mab falou. – Meu melhor amigo, para ser exata. – Vanessa olhou para sua mãe, e viu uma profunda tristeza e saudade em seu olhar.
-Ah meu Deus! Ela é filha do Harmmin?! –Dylannia, mãe de Aris perguntou, levando as mãos à boca.
-Sim, Dylan. É mesmo ela. – Ivone falou, aproximando-se de sua amiga. 
-Oh, pobrezinha... –A rainha das sereias começou a chorar, dando soluços tão finos e baixinhos que quem a ouvisse sentiria vontade de chorar também. – Seu pai era tão querido por nós... Snif... E sua mãe, oh, sua mãe...
-Calma, querida... – Ivone falou, abraçando sua amiga e também fazendo uma cara que quem contia o choro.
-Mãe? – Aristelin chamou-a, confuso.
A rainha pegou em seu braço.
-O que houve? – Astrid perguntou para sua mãe. Ivone não respondeu, apenas olhou triste para Lessien enquanto Dylannia soluçava em seus braços.
-Não. Eu sei o que estão pensando, mas não é a verdade. – Lessien falou, apertando os dedos contra a palma da mão. – Meus pais ainda estão vivos, eu sei que estão!
-Mas... O que aconteceu? – Vanessa perguntou. Mab suspirou, Vanessa não soube se por impaciência ou por tristeza.
-Avalon teve muitas guerras, Vanessa. Muitas causadas por intrusos, e outras por infiltrados no reino que serviam às forças malignas. – Mab respondeu. – Foi entre essas guerras civis que nós quatro, eu, Ivone, Harmmin e Dylannia nos unimos para derrotá-los.
-E numa última guerra, Harmmin e Ollyon defenderam seu reino dos elfos dos intrusos ogros e bruxos, mas nunca mais apareceram. – Ivone falou, enxugando uma lágrima que caíra em sua bochecha.
-Eles se perderam! Eles estão por ai, esperando por mim, mas eles não estão mortos!! – Lessien falou, tremendo de raiva. Uma camada de magia foi crescendo ao redor dela, emanando seu poder vindo das emoções. – Por isso que ando por ai, procurando por eles e sempre derrotando aqueles que gostam das artes do mal. Depois me transporto para a casa, na esperança de que eles voltem. Eles não morreram.
-Também não acredito nisso. – Mab falou. – Estou disposta a ajudá-la. 
-Verdade?- Lessien perguntou, surpresa.
-Sim. Se por um acaso seu reino for atacado, ou precisar de abrigo, pode mandar uma mensagem para mim ou para Vanessa. – Mab disse, apontando para sua filha com a mão. Vanessa não hesitou em confirmar.

-Bom... Muito obrigada então. -Lessien falou.
-É o mínimo que posso fazer. - Mab falou, não chegando a sorrir, mas falando com voz doce.
-É verdade... Quanta tristeza...
Vanessa virou-se e viu que Marva aparecera perto de Lessien, pondo as mãos no ombro dela.
-Oh meu Deus! - Dylannia exclamou.
-Marva! -Ivone exclamou, chocada.
Mab ficou paralisada, as sobrancelhas erguidas e os olhos esbugalhados.
-Sim, meninas! Sou eu mesma, é um prazer...
-MARVAA!!
Todos se assustaram ao ouvir a rainha Mab gritar com tanto ódio o nome da doce mulher dourada. Vanessa ficou espantada.
-Mab? Qual é o problema? - Marva perguntou, confusa.
-Você é o problema, sua vadia!! - Mab gritou, jogando uma bola de energia nela, e fazendo Marva cair no chão.

Vanessa recuou, afastada. Astrid agarrou seu braço.
-Venha, querida. - Ivone falou, pondo as mãos nos ombros de Vanessa e protegendo-a.

-Sua vagabunda! Como ousa aparecer na minha frente?! - Mab gritou, enfurecida.
-Mab, calma, eu não sei do que...
-Vá emboraa!! - Mab gritou, jogando outra bola de energia em Marva, que dessa vez conseguiu recuar.
-Mab, pare com isso, vamos! - Dylannia falou, aproximando-se dela e segurando seus braços.
-Me solta!! Me solta, Dylan!! Eu vou acabar com essa maldita!! - Mab gritava, se debatendo e assanhando os cabelos.
-Amiga, por favor, não na frente da sua filha! - Dylannia falou, tentando contê-la.

-Como você ousa se aproximar da minha filha?!?!! 
Mab conseguiu se soltar dos braços de Dylannia e correu até Marva, que ergueu os braços e começou a flutuar.
-Mab, isso já está ficando ridículo! - Marva falou, parando no ar e flutuando na frente dela.
-Ah, é assim? Pois bem, que seja assim! - Mab falou, ofegante de tanta raiva que sentia. Ela ergueu os braços e fez o símbolo de transformação das fadas com as mãos.
-O que ela vai...? - Vanessa perguntou.

-ENCHANTIX.... MÁGICOOO!!

Assim que Mab gritou as palavras mágicas, uma explosão de luz e energia fez todos recuarem para trás de tamanha força que emanava, e Mab se transformou em fada completa.
Era incrível! As asas numa linda combinação de roxo e preto, um lindo vestido de veludo lilás com pontos brilhantes, parecendo estrelas, e os cabelos ainda mais cumpridos, presos em tranças no topo da cabeça. Nos pés haviam uma espécie de tornozeleira em espiral cor de rosa e nas mãos luvas transparentes e cheias de brilho. Ela estava um verdadeiro esplendor, a perfeita visão de uma fada de contos de fadas.

-Isso não é necessário, Majestade. Vamos... - Marva falou, rindo docemente. Mab ficou ainda mais séria.
-Você é a criatura mais falsa que rasteja sobre a terra. É necessário muito pra te dar uma lição! - Mab falou, erguendo as mãos e criando redemoinhos de estrelas e fumaças. Marva deu um impulso com as pernas e voou mais alto. - Volte aqui!!

Mab bateu as asas com violência e a perseguiu no ar, jogando raios e redemoinhos cor de rosa na feiticeira branca.
-Ah meu Deus! Tia, por favor, pare a minha mãe! - Vanessa pediu para Ivone.
-Não posso, Vanessa, sua mãe é muito forte... - Ela falou.
-Não podemos ficar aqui sem fazer nada! -Astrid falou, pegando na mão de Vanessa.
-Essa luta parece sem motivo! - Aristelin falou, pondo a mão no braço de Vanessa.
-Crianças, não se intrometam! Elas tem as suas intrigas. - Dylannia falou.
Mab rosnava de raiva, e atacava Marva de todo jeito, que criava barreiras mágicas ao redor de si e voava para os lados e para baixo.
-Nossa, sua mãe é sempre brava assim? - Lessien perguntou, se aproximando deles.
Vanessa suspirou.
-E se eu te disser que não faço ideia? - Ela respondeu/perguntou.

Eles viram as duas descendo, voando para baixo como dois mísseis. Todos se abaixaram, e Marva e Mab passaram por eles.
Mab parou, pôs os pés no chão e ergueu a mão. Marva também parou, mas foi descendo lentamente, e procurando algo para se segurar. Ela pôs a mão no peito, tentando tomar ar, mas não conseguia, porque Mab estava sugando todo o seu ar.
-Mab, por favor, pare com isso! - Ivone gritou. Ela e Dylannia correram até ela.
-Ela merece isso. Vocês sabem.- Mab falou, os olhos transmitindo um ódio medonho.
-Você não sabe se foi ela, Mab, vamos, pare! - Dylannia falou.
Vanessa começou a tremer ao ver a bondosa mulher dourada sufocar, ficando sem ar e tentando pedir clemência.

-MÃE, POR FAVOR, PARA!!

Mab olhou para ela, o brilho do ódio e os dentes rangendo, mas ao ver o rosto inocente e assutado de sua filha, Mab abaixou a mão, e Marva tomou ar com urgência, conseguindo respirar de novo.

Mab baixou a cabeça e fez a roupa e as asas sumirem, voltando a ser humana novamente. Ela se aproximou de Vanessa, o olhar sério e severo.

-Não dirija mais a palavra a essa mulher. Nunca mais. 
-Mas ela me salvou, mãe... Ela me ajudou, à Astrid e ao Aris a sair da...
-Faça o que eu disse. Não. Fale. Com. Ela. -Mab exclamou. Vanessa fez cara de brava.
-Não.

Mab trincou o maxilar.
-Ela não é de confiança. - Mab falou.
-Pois parece uma pessoa melhor do que você.
Vanessa falou aquilo e andou até Marva, ignorando sua mãe. Astrid e Aris olharam para as suas mães, e elas fizeram "sim" com a cabeça. Eles se juntaram a Vanessa, e junto dela e Lessien ajudaram Marva a se levantar.
-Obrigada, queridos. Agora preciso ir. - Ela falou, voltando a sorrir.
-Olha, me desculpa... Imensamente... - Vanessa falou.
-Não tem o porque se desculpar, meu bem. São águas passadas que sua mãe não conseguiu esquecer. Agora preciso ir. Tchau!
Dizendo isso, Marva ergueu os braços e sumiu numa explosão de areia brilhante.

-Vamos agora. - Ivone falou, pegando Mab pela mão e levando-a junto de Dylannia.
-Por que fez isso com ela? - Vanessa perguntou.

Mab parou de andar. Ficou um momento de costas, até que se virou, séria.
-Quer saber mesmo? - A rainha perguntou. - Foi por causa daquela mulher, daquela bruxa, que o seu pai e eu não estamos mais juntos. Por causa dela, você passou sua vida toda sem saber que era uma fada!! - Mab gritou.

Vanessa se calou. Não sabia mais o que falar.
-Mab, você sabe que não foi... - Ivone começou.
-É claro que foi ela, sua idiota! É claro que foi! Eu sei! Ela nunca gostou de mim, por causa dela que o Oberon me deixou! - Mab gritou.

Oberon?

-Esse não é o nome do meu pai! - Vanessa falou.
-É claro que é! - Mab gritou.
-Mab, espere...- Ivone pôs a mão no ombro de sua irmã, mas Mab se soltou. 
-Seu pai é o rei das fadas, Vanessa! E por causa da Marva, você e ele tiveram que me deixar! Entendeu agora? Viu quem é a verdadeira megera agora?!

Mab bravejou. Vanessa se encolheu, assustada com o modo com que ela gritara.
Astrid pôs a mão em seu ombro. 
-Vamos... Vem, eu te... - Ivone tentou pegar em Mab, mas ela soltou-se e foi andando sozinha na frente delas.

-Meu pai...- Vanessa balbuciou.
-Tá tudo bem? - Lessien perguntou.
-Tá, é só... - Aris começou.
-Não. Não tá tudo bem. - Vanessa falou, jogando um punhado de nuvem no chão e criando uma porta, saindo de Avalon sem dar tchau para seus amigos.

Ela apareceu no corredor de sua casa. Ela foi até a sala, onde seu pai tinha pego uma bandeija cheia de pipoca e coca cola, pronto pra assistir ao jogo de futebol.
-Oi, querida! O jogo vai já começar, quer assistir? - Ele perguntou, inocentemente.

-Porque não me contou que eu sou uma fada?

A bandeija caiu da mão de Oberon. Ele começou a tremer, e olhar confuso para sua filha. 
Vanessa olhou impiedosamente para o homem que mentira para ela por todos aqueles anos.

CONTINUA