Avalon's Guardians escrita por LordeCronos


Capítulo 11
Capítulo 11




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Aqueles sonhos realmente consumiam Vanessa. 
Além de reais, eram perturbadores.

Ela estava sozinha, num corredor escuro, as paredes de um azul opaco muito estranho. Foi andando lentamente, temendo o que pudesse encontrar se prosseguisse. Porém, o corredor parecia não ter fim.

Começou a correr, e antes que pudesse pensar em parar, tombou de cara com um espelho. Era enorme e delgado, mostrava sua imagem com perfeição. Ela olhou em seus olhos e ficou espantada ao ver uma fumaça cor de rosa surgir dos cabelos da seu reflexo. Vanessa viu maravilhada a si mesma, mas com outra roupa, asas cor de rosa simplesmente lindas e os cabelos postos de lado numa cascata cor de chocolate enfeitada com penas e brilhos. Ela nunca estivera tão linda.

Porém, viu atrás de sua imagem outro reflexo. A mulher que salvara a ela e seus amigos da prisão estava atrás de si, olhando-a gentilmente com seus lindos e sedosos cabelos dourados e vestido cor de romã. Ela estendeu a mão delicadamente e foi se aproximando.
“Oi, querida! Por que não vem comigo?” Ela perguntou. Vanessa ia virar-se para acompanhá-la, mas uma sensação fria a impediu.
“Vanessa!” Uma voz melodiosa mas rígida a assustou. Ela olhou para o espelho e viu que Mab, a rainha das fadas e sua mãe estava olhando-a com cara de ameaça.”Não a siga. Eu a proíbo.” 
Vanessa ficou espantada com o tom sombrio e autoritário que ela falou aquilo.
“Vamos, não escute o que ela diz, você está segura.” A mulher dourada falou.
“NÃO VÁ.” Mab repetiu.

-Ei, ei, tá tudo bem, Nessa? 
Vanessa acordou com a voz de Aris próxima a ela. Lembrou-se de que estivera deitada num banco de pedra conversando com seus dois melhores amigos e acabara caindo num sono profundo.
-Ai... Tá, eu tô bem, só foi um sonho idiota. – Ela falou, ajeitando os cabelos e sentando no banco de pedra.
-Pode falar, se quiser. Sonhos são importantes, podem significar o futuro ou transmitem uma mensagem do interior daquele que o sonha. – Aris falou, com seu papo de nerd que ela achava uma gracinha.
-Deixa, nem lembro direito mesmo. – Ela riu, mas mentindo.

-Ai, seus chatos, ninguém quer experimentar meu suco de néctar? Eu criei com tanto carinho, mamãe disse que tá ótimo! – Astrid falou, vindo com dois copos de formato de gota com uma espécie de suco amarelado muito parecido com suco de maracujá.
-Deve ser porque você ia passar a tarde todinha chorando depois de ela dizer sinceramente que está horrível? – Aris falou, rindo. Astrid deu língua pra ele.
-Você nem tomou, idiota. Vai, experimenta. – Ela falou, dando o copo para ele. Vanessa pegou o outro, disposta a experimentar.
-Ai, não, você paga o hospital depois, tá? – Aristelin brincou.
-Engole logo, seu bacalhau! – Astrid falou, bufando.
Vanessa bebeu dois goles do suco e soltou um “Hummmm!” bem comprido.
-Nossa, isso é muito bom! É mesmo feito de néctar? – Ela perguntou.
-Bom, é uma mistura de morango, cereja, maracujá e framboesas, com néctar salpicado. Tá gostoso mesmo? – Astrid perguntou, com os olhos brilhando.
-Eu nunca bebi algo tão doce e nem um pouco enjoento quanto isso! Nossa, tá muito gostoso! – Vanessa falou, bebendo o resto de um só gole. Astrid deu pulinhos e foi correndo abraçá-la.
-Viu, Aris, a Vanessa sabe apreciar as coisas boas. – Astrid falou, apertando sua prima.
-Ai,ai... Mulheres que se entendam. – O tritão falou. – Mas eu admito. Tá uma maravilha.
-Você devia vender, sabe? – Vanessa sugeriu.
-Ia lucrar muito. – Aristelin falou.
Astrid sorriu e sonhou um pouco com a possibilidade, mas lembrou-se de que a receita era das dríades que ela conhecera, e elas com certeza cobrariam valores autorais.

Depois daquela tarde, os três foram andando sossegadamente pela floresta até chegarem à cidade. Apesar de terem lhe dito que a Dimensão Mágica não era naquele estilo Conto de Fada medieval, Vanessa ainda ficou espantada ao ver prédios altíssimos e naves voando acima deles. Era incrível como a magia e a tecnologia conseguiam se misturar e criar um desenvolvimento tão sofisticado.

-Gente, olha que linda essa bolsa! – Astrid falou, enquanto eles passavam perto das lojas em liquidação daquele bairro de Avalon. 
-Astrid, por favor... Já é a quinta bolsa que você fala isso. – Vanessa falou.
-Ai, amiga, que culpa eu tenho se estamos no bairro mais top de Avalon? Adoro demais! – Ela falou, erguendo os braços e rindo.
Os três foram andando mais, e Vanessa viu num outdoor sobre um prédio que várias fotos passavam. Ela viu a foto de Yvone, mãe de Astrid, a de Mab, sua mãe, e... A SUA foto? Mas como? E era logo uma foto dela transformada em fada, logo após ter lutado contra o metamorfo no castelo de Avalon.

-Olha, é você! – Astrid disse, apontando para o outdoor. Vanessa ficou espantada e muito envergonhada. Ela automaticamente agarrou o braço de Aristelin e se escondeu atrás de Astrid.- O que foi, Nessa?
-Como “O que foi”? Eu acabei de aparecer num out-door! – Ela falou, vermelha. E se alguém a tinha reconhecido.
- O que esperava? Você é a princesa desse planeta!- Astrid falou.
-Algum paparazzi deve ter te fotografado no castelo! Não tem porquê ter vergonha, essa vai ser sua vida de agora em diante. – Aristelin falou. Vanessa voltou ao normal aos poucos.

De repente, Vanessa sentiu um calor diferente no ar. Através do seu poder das nuvens, ela conseguiu sentir uma fumaça estranha vindo da esquerda deles. 
-Tem alguma coisa queimando! – Ela falou. 
-Hãn? – Astrid perguntou.
-Eu sinto, alguma explosão não muito longe daqui.- Vanessa disse.
-Mas eu não ouvi barulho de explosão. – Astrid falou.
-Tem certeza disso? – Aris falou. Antes que ele perguntasse mais, percebeu que várias pessoas surgiram do outro lado da rua correndo desesperados. Uns apareciam da esquerda, outros da outra calçada, mas todos fugiam de algo. Vanessa achou parecido com aqueles arrastões que sempre assistia na TV. – Acho que ela tá certa.
-Gente, o que é isso?! – Astrid perguntou, espantada.
-Temos que descobrir. Vamos. – Vanessa disse, e saiu correndo na direção donde as pessoas corriam. Os três foram correndo pela calçada, até que uma figura não tão alta, mas bastante rápida saiu de ninguém sabe aonde, e quase derruba os três no chão. Vanessa percebeu rapidamente que usava um capuz marrom e roupas bem estranhas.
-EI! Seu bruto! Quase suja a minha saia! – Astrid gritou.
-Quem ele pensa que é? – Aris falou, se irritando. 
-Era muito baixinho pra ser um homem. – Astrid falou.
-Gente, esquece, acho que o local é ali! – Vanessa falou, apontando para uma loja de vestidos caros e outra de joias que acabaram de ter as vitrines destroçadas por alguma bomba mágica. Os três chegaram a ver quatro figuras saltarem para fora da loja, e pondo-se a correr pela rua sem movimento.
-Aposto que aqueles são os ladrões! – Aristelin falou. Eles pretendiam persegui-los, mas haviam muitas pessoas assustadas, correndo de um lado para o outro. Chegaram a ver algumas fadas adultas se transformando e saírem voando pelo ar.

Então, uma repentina onda de calma fluiu pelo ar. Ela foi se espalhando por todas as pessoas presentes, e todos que corriam agora paravam e olhavam para os lados confusos. 
-Nossa, vocês sentiram isso? – Vanessa perguntou.
-Senti muito! Hmm, como estar deitada num campo de flores silvestres... – Astrid suspirou.
-Parecia que eu estava boiando sobre o mar numa manhã sem vento... – Aristelin falou, fechando os olhos e se sentindo mais leve.
Vanessa também sentiu como se estivesse flutuando sobre uma nuvem fofa e cheirosa a chuva.
Ela olhou para a frente e viu que aquela pessoa que pulara na frente deles estava parada com os braços erguidos. Ela tinha certeza que fora ela quem lançara o feitiço pacífico. Vanessa moveu um dedo no ar e fez uma pequena brisa carregar o manto que aquele sujeito estava usando.
Assim que o capuz caiu, eles viram que era uma garota, aliás, uma garota linda de morrer! Ela tinha lábios grossos e cabelos sedosos num tom vivo de laranja caídos até o final das costas em ondas fofas. Tinha também olhos grandes e de um tom de mel fascinante.

Vanessa se aproximou dela. A garota ficou espantada com o fato do capuz ter ido tão longe, e se esquivou ao ver Vanessa se aproximando.
-Err... Oi? – A fada começou, querendo se comunicar com a estranha. A menina relaxou os ombros, mas manteve-se na retaguarda. – Foi você quem...
-Acalmou os nervos? Sim, fui eu. – Ela respondeu, com uma voz fina mas firme.
Vanessa riu, nervosa. Aquela garota tinha um jeito bem intimidador.
-Ok... Err, você vai...
-Seguinte, princesa... – A garota falou. – Eu adoraria bater um papo, mas eu tenho uns bandidos pra pegar. Até mais.
Dizendo isso, a garota virou as costas para ela e correu rapidamente como nenhum humano normal correria.
-Que guria mal educada! – Astrid falou, cruzando os braços.
-Parece que ela te reconheceu do outdoor. – Aristelin falou.
-É... Vamos atrás dela. – Vanessa disse.
-O quê? Ela disse que ia cuidar dos bandidos, deixa ela se ferrar sozinha! – Astrid falou.
-Claro que não! Como vocês disseram, eu sou princesa de Avalon, e também vou acabar com o crime. Vamos lá! – Vanessa falou, decidida.
-Concordo contigo. Mas eu tenho um jeito de ir mais rápido. – Aristelin falou. Ele deu um passo à frente e ergueu o braço. –Tridente!!
O tridente feito de quartzo azul de Aris apareceu numa explosão de bolhas brilhantes. O tritão o jogou no ar e fez um gesto com a mão. No exato momento, o tridente mudou de forma e virou uma grande moto voadora feita de quartzo.
-Uau! – Vanessa exclamou.
-Arrasou, gato! – Astrid falou, babando pela moto.
-Subam ai, garotas! – Aris falou, subindo na moto e fazendo um capacete de quartzo surgir na sua cabeça. Vanessa e Astrid sentaram na garupa da moto. Vanessa agarrou a cintura de Aris e Astrid agarrou a dela, e dois capacetes de quartzo surgiram nas cabeças delas. Aristelin apertou o acelerador da moto e a moto disparou no ar com os três.

Foram voando pela rua, quase atropelando pessoas despercebidas e dando piruetas perigosas sobre os telhados. Chegaram até uma rua sem saída, dando apenas em algumas lojas agora destruídas e um muro cor de salmão.
-Ali vai ela! – Astrid gritou, e os três viram a garota ruiva correndo quase na mesma velocidade da moto. Por fim, ela parou, e Aris freou a moto. Ele conduziu a moto para o chão, pousando bem na frente da menina apressada, que pôs a mão na cintura e fez cara de emburrada.
-Gosta de competição, princesa? – Ela perguntou.
Vanessa desceu da moto e tirou o capacete, sacudindo o cabelo.
-Se você chama responsabilidade de competição, então sim. – Vanessa respondeu. A garota riu, gostando do senso forte que ela possuía.
-Ei, a gente tem o mesmo propósito que você, tá? – Astrid falou, tirando o capacete e passando as mãos nos cabelos loiros. 
-Ah, não esquenta, Barbie. Eu já sou grandinha pra entender. – A menina falou.
Astrid fez cara de espantada, e ia falar algo bem desaforado pra ela, mas Aristelin se meteu no meio.
-Podemos começar sabendo o seu nome? – Ele perguntou. A garota ficou um minuto parada, olhando Aristelin. Quando ele a olhou de volta, ela desviou o olhar com as bochechas ruborizadas.
-Não precisam saber meu nome. Meu serviço vai ser rápido. – Ela falou. Ela se aproximou de outro buraco presente numa loja, mas não viu nada dentro. Mas ela conseguia sentir que os ladrões estavam ali em algum lugar, podia ouvir seus corações batendo, a adrenalina percorrendo o corpo deles e a ambição banhando suas mentes mesquinhas.

Então, ouviram um barulho de balas.
Astrid e Vanessa gritaram assustadas, e Aristelin pôs-se na frente delas, protegendo-as. A garota baixou o corpo levemente, como um guepardo pronto para atacar.
Os quatro virão saírem da escuridão quatro homens encapuzados, todos com apenas os olhos visíveis.
-Ei, galera, saca só... Não é a princesa?
Vanessa sentiu a espinha gelar ao ouvir um deles se referindo a ela.
-Imagina, além das joias e vestidos levar a princesa como recompensa! A Matriz vai adorar! – Outro com voz fanhosa falou.
“Matriz”? Do que diabos eles estavam falando?
-Ah, se liga, vocês não pegam nem resfriado, não vão pegar ela nem a pau! – A menina ruiva e enfezada exclamou.
-Não se mete, Lessien! A gente ainda vai te esculachar hoje, sua metida!- Um deles falou, se aproximando.
Lessien? Então era esse o nome dela? Nossa, era muito bonito, pensou Vanessa, mas eles estavam sem tempo para discutir o nome da menina.
Um dos bandidos chegou perto de Lessien e tentou agarrá-la. Ela pegou o braço dele e o torceu, jogando-o no chão como um pedaço de madeira.
-Já esqueceram que eu não sou fácil, rapazes? – Ela perguntou, confiante.
-Claro que não. Por isso, chamamos uma galera maior pra nossa festa! – Um deles falou, e balançou braço no ar.

Vanessa e Aris ofegaram ao verem vários outros bandidos, milhares deles, aparecerem dos cantos escuros aonde eles estavam.
-Acho que vou ter que cancelar a manicure... – Astrid gemeu, agarrando-se em Vanessa.
-Shii... Agora lascou. – Lessien falou. 
Os bandidos foram se aproximando, cercando os quatro rapidamente.
-Pessoal, temos que nos transformar agora. Não podemos desistir sem lutar. Lessien! – Vanessa chamou. A garota estava perto deles, mas se espantou ao ouvir seu nome na voz de Vanessa. – Vamos precisar da sua ajuda.
-Desculpa, não sirvo nem ao meu pai, quanto mais à realeza. – Ela falou.
-Ai, deixa de ser grossa, garota! A gente não vai sair dessa sem juntarmos forças! – Astrid exclamou.
-Vocês não vão sair daqui de jeito nenhum. – Um dos bandidos falou, fazendo todos os outros vinte ou mais rirem.
Lessien engoliu em seco, nervosa com a situação.
-Tá bom, vamos nessa.

-É agora, transformar!- Vanessa exclamou.

-Charmix Mágico!! – Ela exclamou, cruzando as mãos com os dedos médio e indicador erguidos.
-Ninfea Mágica!!- Astrid exclamou, juntando as mãos e formando uma flor com as palmas juntas.
-Quartzo Mágico!! – Aristelin exclamou, formando um X diagonal com os braços.
Lessien ergueu os braços e juntou os dedos médio e indicador próximo aos olhos.
-Galatriz Mágica!! – Lessien exclamou.

Uma grande explosão de luz surpreendeu os bandidos, fazendo alguns deles caírem de bunda no chão, até que se dissipou e mostrou os quatro jovens transformados.

Vanessa com sua brilhante roupa de fada e asas fortes e coloridas, Astrid com seus longos cabelos de ninfa e vestido curto com uma cauda longa, Aristelin com um tridente azul, uma armadura forte de quartzo e as pernas escamosas, e Lessien com uma roupa brilhante com adornos dourados, arco e flecha e orelhas pontudas e curvadas.

-Nossa! Ela é uma elfa! – Aristelin sussurrou. 
Vanessa olhou para Lessien. Ela estava mesmo linda de um modo mágico e selvagem. Ela moveu os olhos cor de mel para a fada.
-Que foi? Perdeu alguma coisa na minha cara? – Ela perguntou.
- Não. É que eu nunca...
-Deixa de papo. Vamos começar a diversão. – Lessien falou, pegando seu arco e criando uma flecha feita de luz vermelha.

-Vamos nessa.- Vanessa falou, erguendo a mão e criando fumaças mágicas, pronta pra acabar com a graça daquele bando de sem vergonhas.

CONTINUA


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