The Princess And The Pirate escrita por MsMimiMarquez


Capítulo 3
Goodbye my almost lover - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Prompt: Hook está disposto a confessar seu amor a Emma, mas a encontra beijando Neal. Ele resolve voltar a Neverland.
Essa é a primeira parte. ; )



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Ela sabia que ele viria correndo quando recebesse o recado.

Ele não conseguiria resistir.


Deixando o papel sobre um pequeno toucador dentro da cabine do navio, ela saiu, um rastro de perfume deixado pra trás com sua passem.



Por dentro, ela sorria, a alegria voltando a engolfá-la com sua luz e melodia.


"Ele viria". Isso era tudo que ela precisava. Isso era tudo o que ela esperava que ele fizesse.


~~



Emma estava reclinada sobre a cadeira macia da delegacia. Sua têmpora doía e ela tentava massageá-la com as pontas do dedo, enquanto a luz do sol se enfiltrava pelas venezianas.



A Xerife sentia sua vista cansada e seus pés doloridos. Haviam sido incontáveis meses lutando arduamente para manter um pouco de tranquilidade na cidade, porém, para ela parecia uma duração infinitamente maior.



Foram milênios tentando mostrar ao seu filho que ela estava arrependida de tê-lo dito uma mentira, foram outros tantos enfrentando a proximidade angustiante de Neal e a descoberta de que ele era filho do homem que ameaçara a segurança de sua família tantas vezes.



Sua situação era sempre delicada. A cada dia, Emma lutava por algo diferente, por uma pessoa diferente. Nunca por si mesma. Ela começou a perceber que mesmo estando sozinha boa parte de sua vida, ela sempre havia posto os interesses dos outros a frente dos seus próprios. Ela sempre havia tomado decisões em prol de algo maior, de fazer o bem, de colocar quem amava em primeiro plano. Isso era certo, era seguro, mas ela nunca havia feito uma escolha para ela. O que ela queria?



Com certeza não era estar perto de um recém noivo Neal ou jantar na casa de Mr Gold encenando a família perfeita. Aquela era a família deles e por Henry e unicamente por ele, ela se submetia a isso, mas isso a fazia questionar o sentido de sua própria vida e entender melhor Regina. Era como se ela e Regina mesmo que de maneiras diversas sempre estivessem fazendo o que era melhor para Henry, não considerando muitas vezes o que elas próprias desejavam.



Coçando os olhos que ardiam pelo contato com a luz, ela levantou-se e pegou seu casaco.



– Eu preciso de uma pausa. - murmurou indo em rumo a porta.



Antes que pudesse deixar a delegacia, ela sentiu um corpo chocar-se de encontro ao seu.


Não precisou encará-lo para saber de quem se tratava.


– Neal? - Ela revirou os olhos e o deu espaço. - O que você faz aqui? Henry ainda está na escola.



– Eu sei. - Ele respondeu, adentrando o ambiente. - É que combinamos de eu ir buscá-lo hoje, só queria me certificar se estava de pé ainda.



Emma sorriu fracamente.




– Sim. - Ela assentiu. - Você pode buscá-lo às 18:00. Bom te ver, mas se agora puder me dar licença, eu tenho muitas pranchetas para preencher.




Neal esboçou um sorriso de deboche diante do rosto lívido de Emma.



– Emma. - Ele se aproximou. - Francamente. Todos sabem que você não tem um chefe específico e que o sistema de lei aqui não funciona exatamente como no resto do país, certo?



– Qual é o seu ponto? Seja breve. - Ela cortou, rápida como uma navalha afiada. - Eu tenho trabalho a fazer e você um noivado a preparar até onde eu sei.



Ele riu largamente, quase gargalhando.



– Você está com ciúmes? - Ele aproximou-se encostando-a contra a beirada da mesa. - Eu posso perceber. Eu te conheço bem. Te conheço antes de você ser essa mulher amarga e sem vida.



No rosto de Emma se formou uma tempestade. Foi com desprezo que ela cuspiu a resposta.



– Eu não sou amarga e você não sabe nada de mim. - Ela respirou fundo, piscando para evitar as lágrimas. - Se você não me soltar agora, você vai ter razão pra nunca ter querido chegar perto de mim.



Diante da firmeza dela, Neal deu espaço para que ela saísse. Ela saiu ventando de seu escritório. Cortando as ruas de Storybrooke como uma rajada de vento do oceano.


Ela precisava de um chocolate quente e forte. Não, ela precisava de mais. Ela precisava de rum.



~~





Ele estava com pressa. Mais pressa do que tivera em toda a vida. Ele mal conseguia se conter. Tão logo lera o bilhete, ele sentira o sangue correr em suas veias com energia renovada. Ele não sentia aquela chama em seu peito desde que Milah o deixara. Faziam trezentos anos desde que uma mulher o amara, desde que ele conseguira amar alguém.



Amar alguém como sua própria mãe nunca tinha podido amá-lo.



Ele apressou os passos ao simples pensamento que ela o causava. Emma. Emma Swan. Sua Emma.



Não a Salvadora, não a princesa perdida. Não. A sua Emma que um dia seria uma Pirata brilhante, ele podia sentir, ele sabia. Dentro dele havia uma chama de esperança que ele não deixara apagar-se mesmo em meio a todos os maremotos de sua vida. Uma chama que ele protegia dos olhos dos outros e era reservada apenas a ela. Ele sabia que ela enxergava o mesmo que ele.


Seu coração estava pronto para voar em pleno céu aberto novamente. Ele sentia-se mais leve, "devem ser os pensamentos felizes voltando", ele pensou. Mas durou pouco para que seu idílio acabasse e a gravidade puxasse os seus pés para o solo novamente.



Sua vista se escurecia diante de si. E no borrão a sua frente, ele conseguia identificar com nitidez apenas uma cena: Emma, sua doce e rebelde Emma atracada ao filho do Crocodilo, claramente aproveitando o beijo.



Ele abaixou a cabeça, sentindo os punhos se fecharem por instinto e seu sangue virar lava dentro de suas veias.


Quando tornou a levantar os olhos, Emma o encarava por sobre o ombro de Neal, um sorriso entre prazer e zombaria brilhando em seus olhos.


Ele leu seus lábios, quando ela disse "Adeus, Hook", tornando a beijar Neal com maior fervor.



Ele saiu com tanta pressa como quando chegara. O chiado em seu peito, fazendo eco e a luz do dia zombando de sua dor. Ele a perdera. Ela escolhera seu antigo amor.



É por isso que "Você nunca esquece o seu primeiro", ele repassou suas próprias palavras que agora tinham gosto de sangue em sua língua.



O que ele esperava? Bae, Neal, não importava, era o pai do filho dela, seu primeiro amor, seu destino. Que papel ele tinha nisso? O que ele podia mudar? Nada.



Ele recordou-se de Milah. De como ela costumava cuidar dele e ele dela, de como ela ria quando ele contava estórias sobre os meninos perdidos e as sereias e de como ela contava histórias de reinos distantes enquanto eles bebiam a luz do luar.



Uma vida marginal? Pode-se dizer que sim. Uma vida feliz? Sem a menor sombra de dúvidas.



Então ele recordou-se de todas as vezes em que ela chorara baixinho ao seu lado na cama, repetindo o mesmo nome "Bae, Bae... Bae, mamãe te ama, Bae. Mamãe sempre irá te amar". Ele fingia não ouvi-la para não constrangê-la. Ele sentia falta de sua própria mãe, perguntava se ela tinha tido se arrependido de abandoná-lo, mas ele nunca saberia a resposta.



Foi então que a verdade o atingiu em cheio. Ele estava pagando. Pagando por ter encantado Milah ao ponto dela preferir se juntar a sua tripulação e ser sua mulher do que ficar ao lado de seu filho. Ele tomara a mãe do menino. Agora ele voltara para tomar a mulher de sua vida. Embora, Killian nunca tivesse tido de fato uma vida ao lado de sua própria mãe, ele pensava que isso era justo de certa forma.



"Eu sou um cavalheiro, essa é uma luta justa. Bae não merece que eu leve Emma". Ainda assim, ele sabia que não teria forças, caso ela mudasse de ideia. Se ela o quisesse, se ela o escolhesse, ele não saberia dizer não. Ele havia se decidido. Capitão Killian Jones iria embora de Storybrooke, ele daria a chance da mulher que restaurara nele o desejo de viver ter o seu final feliz.



Ela merecia depois de tudo. E ele não ficaria no caminho da felicidade dela.



"Embora eu odeie admitir isso, mais do que eu odeio Trolls, ela ama você, Hook. E eu vou matá-lo se esse amor a fizer sofrer"



Ele lembrou com amargura das palavras de David.



"E eu pensei que príncipes encantados não mentiam".



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Notas finais do capítulo

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