PART 1

POV Fatinha

Droga o Sal tinha que aparecer logo agora, agora que o Bruno tava quase aceitando que gosta de mim.

- Oi Sal, você lembra do Bruno. Disse tentando quebrar o silencio

- Claro que eu lembro, oi Bruno ele disse e estendeu a mão.

Eles se fuzilavam com o olhar, senti que o Bruno estava hesitando em apertar a mão do Sal, dei um empurranzinho nele que entendeu o recado e cumprimentou o Sal.

- Sal, não é? É um prazer te conhecer, desculpa aquele dia na sorveteria.

- Tem problema não, você só tava um pouco irritado aquele dia, acontece quando a gente perde algo.

- Quem disse que eu perdi alguma coisa?

O Bruno estava tenso igualmente o Sal, eu estava com medo dos dois saírem no murro.

- Acho que eu já vou pro Hostel.

- A gente ainda não acabou Fatinha. O Bruno segurou no meu braço.

- Mas tá tarde cara, deixa ela ir descansar a noite foi longa não é Fatinha, a gente saiu hoje pra jantar, ela deve estar cansada.

O Bruno soltou do meu braço e me pós atrás dele, ficando bem perto do Sal, um encarando o outro.

- Acho que isso quem tem que falar é ela. O Bruno se virou pra mim e segurou nas minhas mãos, olhando dentro dos meus olhos.

- Fatinha, por favor fica temos que conversar.

Desviei o olhar e olhei pro Sal, ele praticamente suplicava pra que eu fosse com ele. Me afastei do Bruno e fui perto do Sal.

- Sal, eu preciso resolver isso, por favor vai por Hostel, amanha a gente se fala.

- Tá bom, mas Fatinha eu gosto de você de verdade, de verdade mesmo e eu vou fazer de tudo de tudo mesmo pra você entender que eu sou o melhor e não ele.

- Como você pode dizer que é o melhor pra ela, você nem sabe de nada. Bruno disse com a voz alterada.

- Um cara que só sacaneia a garota, só bota ela pra baixo não pode ser bom pra ela, e é isso o que você faz Bruno.

Bruno avançou pra cima de Sal que também foi pra cima dele, os dois se seguravam pelo colarinho, entrei no meio tentando separar.

- PARA AGORA!!! Sal por mim vai embora, por favor.

O Sal me olhou magoado, mas foi sem dizer mais nada.

- Você tá ficando louco Bruno.

- Droga Fatinha por que tá saindo com ele?

- Saí com ele a primeira vez hoje, eu não tinha tempo pra essas coisas, tinha o Dinho pra cuidar, alias ele acordou Bruno.

- To sabendo, Fatinha eu não sei o que fazer.

- Bruno eu sei o que você tem que fazer, fala que me quer agora.

- Eu quero você, e você sabe.

- Não assim, fala que me quer pra namorar, que me ama, fica comigo de verdade e eu esqueço o Sal, esqueço tudo e fico com você.

Ele me olhou, parecia estar confuso.

- Bruno, Bruno. Chamei

- Fatinha, eu te quero, mas namorar agora preciso pensar.

- Não tem o que pensar, tá vendo aquele cara que saiu daqui agora, ele me quer pra namorar, ele quer ficar comigo de verdade.

- Ele é um idiota.

- Idiota por que hein Bruno?

- Fatinha namorar não dá agora não dá.

Me afastei e passei a mão no cabelo, senti a respiração do Bruno no meu pescoço, me arrepiei, ele me segurou e virou meu corpo contra o dele.

- Vamos pra minha casa, fica comigo, eu só preciso de um tempo.

- Não, eu não vou Bruno.

Ele me soltou, estava pasmo que eu não tivesse aceitado sua proposta.

- Fat..

- Bruno por que você não quer namorar comigo, por que hein?

- Fatinha, não dá.

- Não dá o que, porque você não fala de uma vez o motivo, fala que é por causa do meu jeito.

- É por isso mesmo, o que meus amigos iam dizer, meus pais, caramba Fatinha você já ficou com todo mundo, assim não dá.

Senti uma fúria tomar conta de mim e parti pra cima dele, esmurrando o peitoral dele, sei que ele não sentia nada, mas que se dane que estava furiosa com ele.

- Eu te odeio Bruno, ODEIO você.

- Para Fatinha chega. Ele segurou meus punhos. – Por que você tem que ser assim se fosse diferente quem sabe, mas é louca, piriguete, adora ser o centro das atenções vive causando, por onde anda.

- Por que eu sou assim e não vou mudar por ninguém Bruno e se você não quer assim, que se dane, o Sal me quer assim do jeitinho que eu sou e pra mim já deu, você agora é passado. Me soltei dele. – ACABOU Fatinha pra você Bruno, eu vou sentir pena de você quando me vir feliz com outro. ADEUS. Me virei e fui andando, devagar, queria que ele viesse atrás me puxasse e disse se que ia ficar comigo, mas o Bruno era orgulhoso demais, ele sempre colocava a opinião dos outros em primeiro lugar, e o que fossem dizer era mais importante, cheguei na porta do Hostel e ele ainda estava parado lá no mesmo lugar me olhando, senti uma lagrima caindo, limpei meu rosto e entrei. Agora era o fim

POV Dinho

Serio que a Lia estava namorando aquele motoqueiro, não conseguia acreditar nisso, peguei o celular e liguei pra Fatinha mas ela não estava atendendo, pensei em ligar pra Lia, mas resolvi que não era a hora. Aquele motoqueiro ia ser uma pedra no sapato, ele não ia desistir da Lia, mas eu também não ia desistir, eu só iria deixar a Lia, se ela olhasse e disse se olhando nos meus olhos que não queria mais, ai sim. Continuei olhando o telefone e encontrei uma foto minha com a Ju, na foto nos estávamos abraçados e a Ju estava me dando um beijo na bochecha, era tão mais fácil com a Ju, não entendo o por que de eu não ter gostado dela, entrei no contatos e disquei o numero da Ju, alguns segundo depois ela atendeu.

Ligação On

- Alo, Dinho? Ela perguntou com a voz um pouco fraca.

- Ju, você tá bem?

- Oi Dinho, aconteceu uns problemas, mas eu to legal, que bom que me ligou.

- Eu tava aqui sozinho e lembrei de você.

- Sei, amanha eu posso ir te ver?

- Claro, Ju, por que você não me contou que a Lia tava namorando?

- Há era isso, eu não contei porque era uma coisa que ela tinha que falar. Mas você ligou pra falar dela?

- Não, só queria escutar a voz de alguém que se importa comigo, mas agora o efeito dos remédios estão chegando Ju, boa noite Jujuba, ate amanha.

- Boa Dinho ate amanha.

Desliguei o telefone e pus na mesinha, me deitei e comecei a me lembrar de uma coisa que havia acontecido quando eu estava em coma, no inicio achei que fosse um sonho, mas agora as coisas estavam claras na minha cabeça, me lembrei de um dia em que a Lia veio ate o hospital, e se culpou por eu estar naquele estado, se chamou de egoísta, mas ela mesmo disse que talvez fosse hora de eu ir, de descansar, a Lia havia desistido de mim e só agora me dei conta disso, talvez ela não me amasse mais. Senti minhas pálpebras pesarem fechei os olhos e aquela frase não saia da minha cabeça “ Mas o melhor pra você é ir, é o melhor”.

Fim do POV Dinho

POV Ju

O Dinho havia me ligado, e isso me deixou muito feliz o que era errado, o que eu estava fazendo agindo assim não era o certo, a Lia amava aquele garoto e ele a  amava, apesar de gostar dele eu era amiga da Lia, eu prometemos não brigar por nenhum garoto, me sentei no sofá e comecei a lembrar da primeira vez em que vi o Dinho

Flashback On

Era o primeiro dia de aula, e como sempre eu estava atrasada por culpa da Lia.

- Como sempre eu chego na sua casa e você tá dormindo Lia.

- Ai Ju, eu nem queria vir.

- Novidade. Eu gargalhei, chegamos no portão e estavam os meninos conversando, deixei alguns livros caírem e quando fui pegar alguém tropeçou e caiu em cima de mim.

- Droga, você não olha por onde anda. Disse enquanto tentava me levantar, foi quando me deparei com aqueles lindos olhos castanhos.

- Desculpa, eu juro que foi sem querer. Ele então sorriu e me ajudou a levantar, pegou meus livros do chão e deu pra mim.

- Adriano Costa, mas pode me chamar de Dinho.

- Juliana Menezes.

- Mas acho que posso chamar de Ju né?

Eu apenas sorri e concordei com a cabeça. Só um tempo depois fui me ligar que a Lia estava ali nos olhando. Mas nunca percebi que ela gostava dele.

Flashback Off

- Ju, Ju, Juliana. Olhei e me deparei com o Bruno.

- Oi.

- Tá ai viajando é.

- É eu tava longe, onde você estava?

- Tentando resolver minha vida.

- E resolveu?

Ele abaixou a cabeça, estava triste.

- Não, acho que agora perdi de vez algo importante, vou indo. Ele entrou no quarto e fechou a porta. Também fui pro quarto me deitei e adormeci.

Fim do POV Ju