Música E Poesia escrita por Gi


Capítulo 1
The Smiths - Please, Let Me Get What I Want


Notas iniciais do capítulo

The Smiths
Please, Please, Please Let Me Get What I Want
Vídeo com legenda >
http://www.youtube.com/watch?v=DMQbzLrvwlE



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E mais um dia de merda começou. Acordada ela se arrumou para o trabalho, como fazia todos os dias. Escovou os dentes e não penteou o cabelo nem passou maquiagem. Vestiu o uniforme e pegou a bolsa. Não comeu nada.

Todos os dias de manhã, de segunda a sexta ela tinha a mesma rotina. Mas hoje, hoje foi um dia especial no qual ela se lembrou do que sua professora de sociologia havia falado alguns anos atrás enquanto ainda estava no ensino médio. Algo sobre tipos de trabalho... não se lembrou exatamente o nome dos dois tipos, mas se lembrou muito bem da diferença entre os dois. Um era inteligente. O sujeito exercia sua função não apenas para fazer parte do sistema, mas para crescer pessoalmente. Trabalhando e aprendendo. O outro era o típico trabalho de 99% dos otários do mundo, incluindo ela.

Pegou os pertences e foi esperar o ônibus vermelho, como de costume. Já com o Ipod nos ouvidos o ligou e a música que tocou foi Please, Please, Please Let Me Get What I Want, do The Smiths. Não conhecia nada da banda, mas a música lhe fazia sentido. E ouvindo ela, que a poesia tomou conta.

Venho pedindo a vida uma oportunidade, pedindo um tempo bom, sol.

Pedindo pra sair desses tempos chuvosos, desses trovões e trovoadas.

Um ritmo de incertezas, de tristezas e é só o que eu consigo.

É a sacanagem do mundo que me faz entrar nessa, me faz virar um mau homem.

“Mau”? É com “u” ou com “l”?

É... acho que no meu caso pode ser os dois.

Eu não sonho mais, porque o sonho é coisa de sono.

É coisa de quem dorme e dormir é coisa de quem vive.

Eu deito o rosto no meu travesseiro ruim, derramo uma lágrima e fecho os olhos.

São cinco ou seis horas depois que eu acordo, acabado e volto pro tudo de novo.

E nisso eu só peço uma única chace.

Uma oportunidade pra ter aquilo que eu quero, aquilo que eu desejo.

Daí é que a ordem natural manda eu me foder.

Pede pra sair!

E eu peço... mas todos sabem que a pergunta é retórica.

E realmente só Deus sabe.

Mas parece que até ele está mandando eu me foder.

E assim como começou a música parou. Ela pegou o ônibus, indignada com a vida rotineira e medíocre, infeliz e patética. 


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Notas finais do capítulo

GOSTARIA DE DEIXAR CLARO DE QUE NÃO SE TRATA DE UMA TRADUÇÃO DA MÚSICA EM QUESTÃO. VEJAMOS COMO UMA REFLEXÃO POÉTICA DO QUE FOI ESCUTADO.



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