Luke,

Sinceramente, não sei se isso me fará melhorar ou não. Ou se o mundo vai parar de desabar a cada segundo que minha mente – sem permissão, devo acrescentar – se dirigir a você. E pensar no modo em como você traiu todos nós. Ou pior: pensar no modo como você se redimiu, no final.

Sabe, Luke, eu havia me confirmada em te odiar. Havia entendido o que você fez, e até onde iriam as consequências, tudo por sua culpa. Pensar em Charles, Silena, Pólux, e todas as outras mortes me ajudava a te odiar. Porém, hoje estou bastante conformada, e consigo ver que, se não fosse você, poderia ter sido outro. Talvez, aquele garoto, Ethan, que também morreu nos ajudando. Apesar de tudo, não consigo deixar de te ver como Traidor. Mil vezes traidor. Por trair seus amigos. Por trair seu acampamento. Por trair que mais confiava em você. Por me trair.

Porém, eu te perdoo. Não por que a cada respiração, meu peito dói. Não por sentir um imenso vazio se expandindo, expandindo e no final, me consumindo. Mas sim por que acho que você merecia algo melhor.

Luke, o que aconteceria conosco se nada fosse do jeito que é? Eu sei, provavelmente é insano pensar nisso, já que nunca vai acontecer (mas, não importa, não é nada são escrever uma carta para um defunto, certo?), mas, se eu e você não fossemos o que somos, se eu não tivesse morrido na nossa malfadada chegada ao acampamento, se você não tivesse destruído o seu próprio futuro, escrito seu destino com sangue de seus amigos. Teríamos nos dado bem? Provavelmente não. Mas Annabeth e Percy também não se dão. E olha como estão hoje.

Não vou confabular mais sobre coisas impossíveis, Luke. Mas, saiba, que se fosse eu no seu lugar, teria esperando por mil anos. Esperaria morrer para te encontrar. Pena que não deu certo.

Eu te amo, Luke. Eternamente. Como vou viver por mais ou menos esse tempo, essa é uma promessa que selo pela eternidade.

Com amor, Thalia.