O Retorno Dos Seis escrita por Mrs Pettyfer


Capítulo 36
Capítulo 34 - Energia Lórica


Notas iniciais do capítulo

Heey guys! Psé, desculpem a demora... semana de provas e na sexta feira tive um SARAU. >< Foi muito legal :3
Mas, enfim... Aqui está o 34º capítulo de ORDS.
Espero que gostem... E se ficar curtinho, relaxem... Hoje sai mais :D
Byee!



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Acordo assustada com um grito feminino. Estou deitada e sinto um gosto horrível de sangue seco em minha boca. Olho ao redor e depois para o teto, que é branco, mas que com o tempo ficou preto de tanta sujeira. Impulsiono meu corpo devagar para cima e me sento no sofá marrom de veludo. Esfrego minhas mãos para dar sensação de que isso é real. Sentir o tecido rasgar levemente minha palma e revigorar o espírito. Encontro uma lareira à minha frente, dentro de uma sala ampla, contendo apenas mais uma poltrona ao meu lado. As paredes são de pedras cinza e dão um tom rústico ao local.

Depois de alguns segundos tentando estabelecer minhas memórias, levanto-me e escuto mais uma vez o grito de uma mulher. Ele vem de outro cômodo, que não está muito longe da sala. Sigo pelo hall e vejo Marina caída no chão, com uma mão em cima de uma cicatriz recém-formada na perna e lágrimas nos olhos. Eu corro até ela e me agacho a sua frente. Olho em seus olhos e vejo o reflexo de uma pessoa sendo atingida por uma espada em seu peito. Ela cai e grita de dor, estremecendo seu corpo e explodindo em cinzas, logo depois.

Eu me aproximo de sua perna e empurro sua mão que escondia a quarta cicatriz lórica. O sangue escorre em volta da mesma e antes de cair ao chão, vira poeira. Rasgo um pedaço de minha camiseta preta e limpo a cicatriz. Marina ainda está em choque, paralisada e olhando para a parede, porém não vendo absolutamente nada. Ela está cega por causa da dor que percorre seu corpo. Até que me toco no que está acontecendo.

– Não... – Murmuro e dou um pulo para trás, me levantando. Penso no estado emocional de cada um, em pensar de que é um lorieno a menos que retornará à sua Terra natal. Aproximo-me de Marina mais uma vez e coloco a mão em sua bochecha. – Marina... Eu sinto muito, muito mesmo. Mas, precisamos voltar. E ajuda-los agora mais que nunca.

Ela não responde e continua olhando para a parede. Vejo em seus olhos ela e Oito, quando ele a beija, em agradecimento por ter pego sua arca lórica, que agora está no carro de Jones, junto com todas as outras. Lágrimas brotam de nossos olhos e nos abraçamos, assim que as imagens em seus olhos desaparecem.

– Ele se foi, Sarah... – Ela diz, soluçando e afogando seu rosto em meu ombro. – E dessa vez eu não estava lá para curá-lo. Eu não pude fazer nada.

Eu coloco a mão em seus cabelos e peço que se acalme.

– Marina, eu sinto muito. É uma perda terrível, para todos nós – Cochicho. – Mas nós precisamos mesmo voltar. E acabar com aqueles mogadorianos de merda. E eu prometo, Marina, que enquanto eu estiver viva, eu honrarei o nome dele. E o vingarei junto com você.

Ela se afasta e enxuga as lágrimas do rosto, mas elas não desaparecem por completo dos olhos. Nós duas assentimos e a ajudo a levantar, já que está mancando por causa do tornozelo ferido.

Vamos até a porta, que fica na cozinha e saímos do casarão. Vejo helicópteros sobrevoarem nossa casa a alguns quilômetros, e me pergunto como eles estão se saindo. Aconteceu alguma explosão, pois uma grande nuvem de fumaça preta surge em cima do local.

– Como chegamos aqui? – Pergunto a ela.

– John nos deixou em um helicóptero e nos mandou vir para cá e esperar...

Ah, está bem que eu vou ficar aqui sem matar alguns alienígenas idiotas... Penso.

– E onde está o helicóptero?

Ela aponta para o solo abaixo da montanha e vejo destroços de aço. Olho para Marina e fico me perguntando como ela fez isso.

– Ok... Já sei que de helicóptero a gente não vai... Teremos que correr. – Eu sugiro. Mas ela olha para a perna da cicatriz e depois mexe a cabeça em sentido negativo. – Então como vamos?

– Você não consegue se tele transportar?

Mas é claro! Como você é burra, Sarah...

Eu assinto e seguro sua mão. Imagino a floresta densa antes de chegar a casa, e tento detalha-la o máximo possível. Alguns galhos quebrados, o solo seco e a poeira negra dos píkens espalhada. Começo a sentir tontura e um buraco negro nos envolve, depois nos “cuspindo” para o local imaginado. Caio de costas para o chão e Marina cai em cima de mim. Ouço alguns mogs gritarem e começarem a correr até nós, fazendo com que eu empurre Marina para se levantar e em seguida me coloco de pé.

Seis ou sete mogs nos cercam e nós levantamos as mãos para cima. Eles apontam os canhões para nós e ficamos “apavoradas”. Eles chamam um agente, que se aproxima de mim e examina minha fisionomia, chegando cada vez mais perto de meu rosto.

– Essa não tem nenhuma corrente lórica... Mas boatos dizem que é filha bastarda de um lorieno... – Ele ri e os mogs caem na gargalhada. Em um chuto rápido, acerto o meio de suas pernas e ele cai no chão, gemendo. Os mogs param de rir e me olham feio, enquanto um sorriso se forma em minha boca. E então, com telecinesia, Marina puxa uma granada mogadoriana para sua mão e retira o pino, deixando-a cair no chão. Eles tentam correr, mas a explosão acontece e eu me preparo para incendiar, mas algo impede que minha carne vire carvão. Vejo os mogs sendo corroídos com um tipo de fogo verde brilhante e explodindo. Seus órgãos batem em um tipo de campo de força que Marina formou e são desintegrados. Eu sorrio e olho a minha volta o excelente trabalho que a Número Sete faz. Pelo reflexo, vejo que Marina não sorri e muito menos esboça qualquer emoção. Somente ódio e raiva. Um ódio tão profundo que não duvido que ela faça qualquer coisa para vingar seu amado.

Tudo que nos rodeava não existe mais. Árvores mortas, moitas secas e animais mortos é a paisagem agora. Alguns mogs que estavam longe tentam se aproximar, mas o campo de força começa a emitir algum tipo de onda, repetidas vezes, que ao encostar-se a qualquer objeto ou ser vivo, o mesmo desintegrava imediatamente.

O campo de força se desfez assim que o último mog que se atreveu tentar chegar perto de nós, e Marina cai ao chão imediatamente. Jogo-me em cima dela e tento ouvir seu batimento encostando meu ouvido em seu peito.

Está tudo bem, mas acho que lhe falta energia. Eu grito por John, mas ele não responde. Grito o mais alto que consigo, mas depois de alguns segundos percebo que isso iria chamar ainda mais atenção. Então penso em como poderia pedir ajuda a alguém sem ter que deixar Marina sozinha.

John... Tento entrar em sua mente. Preciso de sua ajuda.

Mas sem resposta. Acho que ele não será capaz de ouvir, isso se meu pensamento esteja chegando até ele.

Marina necessita de energia. Estamos no início da floresta, perto da batalha. Venha rápido.

E eu espero. Resposta nenhuma chega, mas uma figura com um escudo começa a correr em nossa direção. O escudo se esconde e vira um pequeno bracelete. Vejo o rosto de John, suado e vermelho, apavorado e nervoso.

– Ela está bem? – Ele pergunta, ao se abaixar e beijar minha bochecha.

– Não muito... Acho que precisa de energia. – Ele assente e coloca a mão direita em seu tórax, descarregando uma carga boa de energia. Marina acorda logo depois de receber um tipo de choque azulado, e fica ofegante. Se levantando rapidamente, ela encosta a mão em uma arvore próxima e coloca a cabeça por cima do braço. Sinto-a chorar por alguns instantes e depois se recuperar. Voltando a olhar para nós, Marina se aproxima de John e o abraça. Os dois choram soluçando e dizendo que tudo ia ficar bem, mesmo que não ficasse. Tento segurar as lágrimas, mas é impossível. Ele foi morto. Nós temos consciência disso. Só não queremos acreditar.

Marina chora apavorada, como uma criança assustada do bicho-papão. Eu também não consigo me controlar. Foi uma perda. Das grandes. Assim como a de Henri. Oito era como um irmão, um conselheiro e tanto. Seus legados eram majestosos e magníficos.

Marina começa a se afastar e depois de enxugar as lágrimas, ela beija minha testa. Um beijo suave e lento, como um beijo de mãe quando o filho está partindo para desventurar sua vida.

Separamo-nos e damos um último abraço. Ela segura minha mão e encosta o ombro em meu braço. Sarah se aproxima e entrelaça os dedos nos meus na outra mão. Nós nos entreolhamos e não sorrimos, pela primeira vez. Estamos tristes e com raiva, por isso solto a mão das duas e começo a andar em direção a batalha.

– Vamos acabar com isso de uma vez... – Murmuro para mim mesmo e corro. Sarah e Marina me seguem e nós finalmente entramos no campo empoeirado. Mogs de um lado, contra Seis e Nove do outro. Eles trabalham em conjunto e matam cinco, ou talvez seis mogs por segundo. Viro a cabeça para olhar o pouco que conseguimos ver da frente da casa. O Camaro de Jones ainda está com o porta-malas aberto desde que fui até lá pegar alguma ajuda em minha arca.

Olho novamente para Nove, que está com seu bastão, e isso responde o porquê do porta-malas ainda estar aberto. Com telecinesia o fecho e o tranco, imaginando a fechadura em minha mente.

Alguns mogs começam a vir em nossa direção e nós nos separamos, para dividir o número de idiotas que iremos lutar contra. Três seguem até mim e apenas dois vão atrás de Sarah e Marina, que seguem em direção aos outros. Eu golpeio os mogs na parte da cintura, mas não adianta muita coisa. Um canhão começa a carregar o tiro vermelho quando eu o pego e com um giro, viro-o para o mog atrás de mim. Um buraco redondo se forma no estômago do monstro e ele explode. O mog que estava com o canhão tenta uma chave de braço em mim, mas eu eletrocuto seu braço, fazendo-o queimar por dentro e ficar vermelho. Ele desfaz o golpe e esfrega a mão no braço, tentando aliviar o ferimento, o que é totalmente impossível.

O terceiro mog espera o momento certo para pegar exatamente duas espadas enormes e começa a andar lentamente até estar a centímetros de mim. Ele me encara, seus olhos pretos quase penetrando nos meus. Ele sorri, por ver que o transe está acontecendo perfeitamente, mas logo o sorriso se vai.

– Nunca mais, seu idiota. – Eu falo, fazendo meus olhos escurecerem e ficarem exatamente igual aos dele. Sua expressão de puro pânico e curiosidade me faz gargalhar e eu pego as duas espadas de suas mãos trêmulas. Bem devagar, começo a enfiar a ponta de uma delas em sua garganta, escrevendo uma palavra pequena o suficiente para caber ali. Die era a palavra, que significa “morra” em português. Óbvio que ele não aguentou muito tempo, e na vã tentativa de estancar o sangue, acabou desintegrando.

Ainda com as espadas nas mãos e o sangue preto escorrendo por uma delas, corro até Nove, Seis, Marina e Sarah. Eles estão de costas um para o outro, encarando o círculo de no mínimo 30 mogadorianos que os cerca. Pulo na pedra onde Sarah e Sam já estiveram sentados e voo por cima dos mogs, e acertando a cabeça de um com uma espada, dando início a guerra. Durante a luta, Nove e Seis se ajudam, avisando ataques surpresas de alguns mogs abusados.

Sarah e Marina ficam dentro de um campo de força, usando telecinesia para afastar ou puxar um mog para o mesmo. Observo enquanto luto Setrákus Ra se aproximar. Ele se encontra na entrada da cozinha e nos encara, sorrindo. Eu me concentro no mog a minha frente, tentando esquecer o líder deles. Penso no que Pittacus Lore faria, como reagiria.

Fecho os olhos e concentro todo meu poder em meu peito, sufocando as batidas cardíacas e me deixando com falta de ar. O lúmen, o legado de cura, todos. Eles formam uma esfera azul cintilante dentro de meu corpo e começo a ficar ofegante. Essa esfera não é somente uma esfera qualquer. É a vida que Lorien necessita.

– GARDES, ABAIXEM-SE! – Grito e assim que abro os olhos, sinto as pupilas ficarem menores. Os olhos se transformando do preto, para o azul-piscina. E eu explodo. Um feixe de luz se abre em meu peito e se fortalece. Vejo o mog que estava a minha frente explodir imediatamente e eu giro meu corpo rapidamente. Começo a levitar bem devagar, ainda girando meu corpo. O feixe se intensifica e eu começo a subir cada vez mais.

Todos os inimigos presentes naquele local começam a girar junto comigo, levitando no ar como um ciclone. Helicópteros, mogs, SUVs, agentes e píkens passam as pressas por meus olhos azulados por completo. Eu começo a parar de girar, mas a espécie de ciclone continua. Estou parado no ar, com um feixe de luz saindo de meu peito matando cada imbecil que passar por mim. O ciclone fica denso por causa da poeira que mogs e píkens causam e vermelho por causa do sangue humano.

Envergo minha coluna para trás, movendo o feixe para o céu e fecho os olhos mais uma vez. A força percorre cada veia minha e segue diretamente para meu peito. Imagino Lorien nesse exato momento e lágrimas brotam em meus olhos. Em seguida, o feixe cessa e tudo para por alguns segundos, até eu gritar. O feixe volta com força total, fazendo tudo girar. Com os olhos ainda fechados, vejo a luz sair da Terra e encontrar Lorien a quilômetros daqui. Sinto meu coração bater mais forte, deixando o brilho azul sair e dando lugar a esperança.

Minha mente projeta Lorien reviver. Dar seu primeiro suspiro depois de tanto tempo desacordada. A energia azulada percorre todo o perímetro até que nosso lar volte a ser como antes. Colorido e, o mais importante, vivo.

Abro meus olhos e começo a cair. Tudo que consigo ver é o chão verde abaixo de mim, e a queda dolorosa que será. Mas Nove, com telecinesia, impede-me de cair e me coloca no chão devagar.

Sarah se levanta e vem até mim, colocando a mão em meu braço e se inclinando, deixando seu ouvido repousar em meu peito por segundos, ouvindo meus batiementos. Depois se levanta e sorri. Eu tento olhá-la por mais tempo, porém minha visão começa a ficar turva e apago.


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Notas finais do capítulo

*U*U*U*U*U*U*U*U*U*U*U*U*U*U* Gostaram? Eu pelo menos achei essa ideia legal :DD
Deixem um review opinando!
Mrs.~~



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