Alma Gêmea: O Anjo Da Guarda escrita por Hakume Uchiha


Capítulo 17
O sétimo aniversário


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, depois de 2 semanas, estou aqui de novo postando mais um capítulo pra vocês.
Bem, espero que gostem e... boa leitura.
Beijos,
Hakume Uchiha



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Agora, mais que nunca, eu deveria aproveitar a infância dele. Às vezes, voltava a ser criança também, ria de suas palhaçadas. Essa criança... Quem diria! Trouxe tanta paz ao meu coração. Alex, é uma pena eu não poder prometer te proteger por toda a eternidade!

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Cap. 17


Hoje era um belo domingo. Mas vendo por outro lado, não. Alex acabara de acordar com a luz do Sol nos olhos e com gritos de sua irmãzinha de 3 anos, Kate.


- PARABÉÉÉNS ALEX!!!! – ela saltou em cima da cama dele e lhe deu um abraço. Sorri ao ver a cena, lhe parabenizei mentalmente. Hoje Alex completava 7 anos.


Sua mãe, seu pai e seus avós vieram o cumprimentar, Alex sorria satisfeito… Pulou da cama direito para a porta da cozinha, que dava pra área da casa, e viu um grande cerco armado.


- Vai fazer mesmo a festa pra mim, mãe? – ele perguntou.


- Mas é claro que sim, Alex. A decoração já está quase toda pronta, só faltam alguns detalhes; à tarde virão os doces, salgados e o bolo.


- Ebaaaa!!! – Alex e Kate gritaram em uníssono.


Meu coração, a cada segundo que passava, batia mais forte. Estava chegando o momento de deixá-lo, e eu ainda não havia me acostumado com a ideia. O que me deixava um pouco calma era saber que pelo menos eu ainda poderia vê-lo feliz em sua festa, pois sua mãe havia decidido que seria às 16h. Alex nasceu às 20h. Só podiam me tirar de lá depois disso.


A manhã passou rápido demais. Alex brincava com sua irmã e com o Dudu. O boxer era o único que conseguia brincar de igual para igual com a força que Alex tinha. É, haviam crescido.


Quatro horas da tarde. Já todo arrumado para a festa, Alex brincava com os primeiros coleguinhas que chegavam, corriam por toda a área. Foi cada vez chegando mais gente, até que a festa estava completa. Cantaram parabéns, cortaram o bolo, fizeram jogos... coisas de festa de criança. Coisas que eu fazia questão de acompanhar, sorrindo junto com o sorriso do meu protegido.


A festa já estava quase no fim. Havia ainda alguns amigos e parentes próximos, que esperavam a hora de abrir os presentes.


- Alex, deixe o meu por último. – disse seu pai, pondo a mão sobre um pacote enorme que havia trazido.


Alex assentiu com a cabeça, mas não deixava de demonstrar a sua curiosidade. Abriu os vários presentes que ganhou, vestiu as roupas, se encantou com os brinquedos, principalmente com uma guitarra que ganhara do tio. E, por último, o presente do pai.


- Dá aqui, pai! – ele disse sorrindo. Parecia já ter ideia do que era.


O pai arrastou o pacote gigante e pesado pra perto de Alex, que, já sorrindo, rasgou o papel que o cobria em segundos, deixando a mostra uma moto elétrica de duas rodas.


- PAAIIIIII!!! EU NÃO ACREDITO!!!! – gritou.


Aquela moto, ah aquela moto... cansei de ouvir o Alex a pedir para o seu pai e sempre ouvir um não e um “você é muito pequeno”. Agora ele a tinha ali, eu podia ver seus olhos brilhando. Depois de abraçar o pai, pulou na moto e ligou-a sem nenhuma dificuldade. Depois de ouvir um “cuidado” de seu pai, ele saiu pilotando aquilo, e claro eu saí atrás.


Apesar de Alex estar se mostrando um excelente motociclista, eu estava sempre a um passo dele, só por precaução. Ele saiu pela calçada de sua rua, onde havia algumas crianças brincando um pouco distante de nós, então resolvi parar um pouco de segui-lo tão de perto. Afinal de contas, ele reduziria a velocidade por causa delas, não reduziria?


As crianças estavam longe, Alex ainda continuava a ir rápido, feliz, sorridente. Seu pai apareceu na calçada e gritou-lhe:


- Alex, olhe para mim!! Tem crianças aí, reduza a velocidade!!!


Alex virou para prestar atenção no pai, mas depois de ouvir o que ele tinha dito, não se importou muito. As crianças estavam longe ainda, não estavam?


Estavam. Mas um garotinho encantado pela moto veio correndo de encontro ao Alex, o choque era inevitável, mas o meu protegido foi mais rápido. Ao virar o rosto que observava a orientação do pai, Alex viu-se diante do garoto que vinha em sua direção. Tentou frear, mas ele estava muito rápido. A única coisa que pôde fazer foi virar completamente o guidão da moto, desviando do garoto. Mas Alex estava sendo lançado ao asfalto da rua.


Aquilo parecia ser em câmera lenta. Lembrei-me de Dan ao cair do palco, lembrei que pude segurar sua cabeça para que não se machucasse tanto. Eu poderia repetir isso, eu deveria...


Entrando em desespero, numa fração de segundo, lancei-me a frente, para tentar chegar a tempo de segurá-lo. Mas eu estava longe, e as lágrimas já saiam dos meus olhos e minha mente me perguntava o porquê que eu não continuei a acompanhá-lo de perto.


Não cheguei a tempo de segurar a sua cabeça. O corpo eu ainda dei um jeito, mas a cabeça... Alex bateu o queixo violentamente no asfalto. Só não foi pior porque ele se apoiou um pouco nos braços, se não ele com certeza teria quebrado os dentes. Ele virou-se rapidamente, chorando, e com o queixo ensanguentado. Eu o segurava no meu colo.


19h 59 min. Sua mãe e seu pai atravessaram a rua correndo e gritando por ajuda. Um frio percorreu a minha espinha. Olhei para Alex, ele me fitava.


- V...o...c...ê... – ele sussurrou me olhando. Meus olhos se arregalaram. Ele tinha acabado de apertar a minha mão.


20h. Outra mão, que não era de Alex, pousou sobre meu ombro, me fez cair para trás. Quando olhei, era Kale.


- Está na hora, Lucy. O seu dever por aqui acabou.


Os pais de Alex o tomaram do meu colo e o colocaram no carro para levá-lo ao hospital. Fiz um sinal de “não” com a cabeça para Kale, e levantei em direção a porta do carro que estava aberta, com Alex ferido dentro. Kale segurou meu tornozelo, eu caí, e, de joelhos, chorando, tentava me arrastar pra perto do carro, mas não conseguia. Kale me levantou e me segurou pelos braços. Nós estávamos saindo da Terra, eu podia sentir.


A última imagem que consegui ver foi Alex me olhando e tentando estender sua mão pra mim. Até que sua mãe entrou o bateu a porta do carro, e seu pai arrancou numa velocidade incrível para o hospital.


Ele pôde me ver e me tocar perfeitamente! Deus, será que ele ia morrer? Eu nunca quis estar tanto com ele como nesse momento! E agora? Pra onde eu iria? Eu iria esquecer tudo? Todo o meu sofrimento, minha angústia, minha história, minha família, o Dan e o Alex? Isso era bom ou ruim?


De repente minha visão ficou branca. Não era como se eu estivesse cega, mas era como se nada existisse. Do nada, uma luz forte incendiou os meus olhos. Agora sim, aquilo com certeza havia me cegado. A luz que vem para não deixar-me ver o meu passado. A luz que ia me fazer esquecer tudo. Que ia me levar pra uma nova vida.


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