Antes De Panem escrita por Leila Edna Mattza


Capítulo 21
The Final Battle


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Este é o penúltimo capítulo da fic, e muuuuito importante. Eu teria postado antes, mas fui pra Sobral, E Lá Não Tinha Internet Boa!
Boa leitura! E, por favor, não me odeiem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/325401/chapter/21

Não foi preciso muito debate para decidir se iriam ou não acabar com a guerra. Embora alguns, como Leo e Rachel, soubessem que algo assim não poderia acabar com tanta facilidade. Mas não seria fácil. De um modo... ou de outro.

Reyna mandou Nico, acompanhado de Piper e Leo, para a Capital, para mandar uma mensagem para Snow. Estava na hora de acabar com tudo aquilo. Os três voltaram dois dias depois, com expressões sombrias. Snow viria.

O Distrito 13 virou um Caos. A maior parte da, força militar do 13, era formada pelos meio-sangues que nasceram quando os deuses ainda existiam. Então iam, de um lado para o outro, carregando armas antiquadas, e sofisticadas também. No meio da confusão, um jovem de treze anos usava um capacete um pouco grande demais, que até caía sobre seus olhos. Arrastava uma espada quase maior que ele, e procurava por alguém.

- Percy! - Gritava. Até que avistou o pretor conversando com Octavian. Parou de gritar, e se aproximou furtivamente. Conseguiu ouvir uma parte da conversa:

- Se falharmos... salve Distrito 13, Octavian. - Sussurrou Percy.

Octavian parecia nervoso.

- Mas... no sentido de falhar...

- Se não voltarmos, Octavian. Salve o 13. Pode me prometer isso?

Depois de alguns segundos, Octavian assentiu.

A conversa parecia ter acabado, então o garoto que estava ouvindo falou bem alto:

- Percy! Até que enfim te encontrei!

Octavian pulou de susto, e acabou caindo estatelado no chão. Quando se levantou, estava vermelho, mas o garoto não sabia dizer se era de raiva ou de vergonha. Então se endireitou e disse:

- Sr. Rashid! Isso não foi nada educado!

O menino fez uma boquinha com a mão e abriu e fechou enquanto o áugure falava, imitando-o. Percy riu, mas logo ficou sério.

- Dylan. O que está fazendo aqui? - Perguntou, observando o capacete grande demais do menino, cair sobre seus olhos novamente. - Espero que não esteja pensando que vai para a batalha. Uma guerra não é lugar para crianças.

- Não sou criança! Tenho 13 anos!

- Uma criança ainda.

- Ah, Percy, deixa de ser chato! - Dylan exclamou. - Eu quero lutar!

- Você vai ter de lutar contra a raiva de Reyna, se ela te ver aqui.

- Ah, vai lá, Percy! - Disse uma nova voz. Os três se viraram para encontrar Evanlyn, a irmã gêmea de Dylan. - TDAH, lembra? Não vamos conseguir ficar parados.

- Isso mesmo! Vamos arrancar algumas cabeças! - Concordou outra voz. Era Victor, o filho de Chris e Clarisse. Ele herdou algumas coisas da mãe, pelo visto. O garoto era mais novo do que Dylan, deveria ter uns oito anos, mas já era bem forte. - Não podemos ficar sentados sem fazer nada!

- Então fiquem de pé sem fazer nada. - Rebateu Octavian.

- Cala a boca! - Mandaram Dylan, Evanlyn e Victor, enquanto Percy segurava a risada, e Octavian ficava indignado.

De repente, Percy se via cercado de crianças. Ísis, filha de Jake Mason e Lou Ellen; Yasmim, filha de Travis Stoll e Katie Gardner, e outras.

- Por favor, por favor, por favor! - Elas diziam. Haviam chamado toda a atenção dos outros guerreiros, que encaravam Percy com diversão. Este já tinha a cabeça rodando, por ter tantas vozes infantis gritando em seus ouvidos.

Até que não aguentou mais.

- Reynaaaaaaa!

Reyna saiu do meio da multidão sorrindo, observando o desespero de Percy com divertimento.

- Você ainda sorri? - Ele disse, fingindo-se indignado. - Argh! Vocês todos riem da minha desgraça. Traidores!

Todos riram, pelo menos havia algo para aliviar o Caos que estava o 13. Mas atrás do monte de gente, um pouco afastadas, duas pessoas conversavam, sem prestar atenção no que acontecia ao seu redor.

- Annabeth! Como você pôde fazer isso?

- Foi preciso. Rachel, eu preciso salvar o meu filho!

- E o que te faz pensar que Snow irá cumprir a promessa?

- Eu... eu...

- Se liga, Annabeth! Snow é um homem doente, e eu nem chamaria aquela coisa de homem. Você faz ideia de quantos outros já tentaram tirá-lo do poder? Vários! O maldito de livrou de todos! Se ele realmente cuidar do seu filho, vai, no mínimo, torná-lo um homem mau e desprezível como ele. E no máximo, bem, eu não quero nem pensar. É isso o que você quer?

- Eu... não. Mas...

- Bom, agora é tarde. Você condenou a todos os que vão para a guerra, seus amigos, Annabeth! Percy, Reyna, Leo, Piper...

- Não! - Annabeth já estava prestes a chorar. - Deve haver algo que eu possa fazer! Eu tenho de consertar o meu erro, tenho de...

- Pare, Annabeth. Você deveria ter se dado conta disso mais cedo, antes de declarar a guerra. Ou talvez mais tarde, dando a Leo tempo o suficiente para contar a Percy e Reyna sobre suas suspeitas de você.

- De mim?

- Não se faça de burra, Annabeth! Você não é muito boa nisso, se quer saber.

- Então você já sabia?

Rachel cruzou os braços.

- Sabia que você estava aprontando alguma coisa. Da próxima vez que for espionar alguém, tente ser mais discreta. Muitos já desconfiavam de você, mas foi Leo que chegou a conclusão de que era você a espiã.

- Tem mais alguma coisa que você saiba? Algo que não está me contando?

Os ombros de Rachel caíram, mas ela permaneceu firme.

- Sei mais do que você, no momento.

- Como é que é? - Annabeth deu um passo à frente. - Repita!

Os olhos de Rachel se estreitaram, e ela disse:

- Sei... mais... do... que... você... no... momento. - Falou lentamente, para provocar a filha de Atena.

- Você está enganada!

Rachel balançou a cabeça com decepção.

- A única que está enganada aqui, é você.

Annabeth abaixou a cabeça, envergonhada. Será que fora um erro contar para Rachel? Ela desejava mais que tudo poder voltar no tempo, e consertar a burrice que fizera. Então, sem dizer uma palavra, entregou seu boné de invisibilidade para Rachel, que o pegou sem falar nada. Annabeth só tinha uma coisa na cabeça.

Agora todos iriam morrer, e a culpa era dela.


********


Uma longa clareira se estendia por 1 quilômetro. Havia algumas flores na grama alta, um pequeno laguinho de águas transparentes no cantinho, e árvores altas e verdes em volta do lugar. Era um lugar bonito, e inapropriado para uma batalha. Mas seria ali.

O exército de Percy e Reyna estava espalhado pelas árvores. Arqueiros e Caçadoras estavam vigiando no alto, e nos meio da folhagem dos pinheiros. Guerreiros com lanças, espadas e metralhadoras estavam no chão. Os filhos de Herfesto estavam armados com armas sofisticadas, algumas que foram criadas antes, que América do Norte fosse destruída, e recuperadas dos escombros. Não eram muitas, a maioria havia sido criada depois de William Snow morrer. Haviam armadilhas por baixo de toda aquela grama alta e florida, e por trás das árvores, águias gigantes usavam as garras para segurar pedras enormes, prontas para jogar nos soldados da capital.

De longe, puderam ver os aerodeslizadores no céu. Ou era o que pareciam, só que um pouco maiores. Quando pousaram, uns quinhentos homens saíram. Alguns estavam de branco, outros de preto, mas a cor predominante era branco. Depois que todos estavam de armas erguidas, olhando para cada centímetro do campo, o presidente Snow desceu. Ele olhou em volta, procurando por seus inimigos. Então avistou duas figuras de aproximando. Logo os reconheceu.

Percy e Reyna andavam na direção do presidente de Panem, usando jeans escuros e camisa roxa. Suas antigas capas de pretores penduradas nos ombros, e algumas medalhas decoravam o peitoral das armaduras. Reyna usava uma romana de ouro, e Percy usava uma grega de bronze, para representar os gregos e romanos. Eles seguravam os capacetes debaixo dos braços, os coturnos militares esmagavam a grama e as flores, e suas expressões eram frias.

Snow sorriu quando os viu, e abriu os braços.

- Perseu e Reyna! Que bom tê-los a...

- Você ainda tem uma chance de encerrar a guerra e renunciar o seu governo, Snow. - Percy interrompeu rispidamente.

Snow fez uma careta, e disse:

- Que falta de educação, Perseu. Deixe-me acabar de fa...

- Nosso conceito de educação é bem diferente do seu, Snow. - Reyna interrompeu novamente, o que rendeu em outra careta do presidente, antes de ele sorrir.

- Percebe-se. Enfim, eu me recuso a me render. E não foi muito inteligente da sua parte virem sozinhos, pretores. - Ele falou "pretores" com desgosto.

Percy sorriu inocentemente.

- E quem te disse que viemos sozinhos?

Nesse momento, foi ouvido uma espécie de assovio, e duas fileiras inteiras de soldados brancos e pretos, foram derrubados por flechas douradas e prateadas. Snow, como o covarde que era, correu para seu aerodeslizador, pronto para fugir. Tudo o que se passava pela sua mente era "Quando isso acabar, eu vou matar a Chase. Ela disse que eles estariam sozinhos! Maldita..." Alguém teria ido atrás dele, mas todos estavam muito ocupados lutando.

Por alguns minutos, os meio-sangues tiveram total controle da situação. Leo atirava fogo nos inimigos, e, mesmo sendo um tanto desnecessário, os outros filhos de Herfesto atiravam fogo grego com seu armamento nuclear, causando um grande estrago. Os Arqueiros e as Caçadoras atiravam milhares de flechas nos soldados pretos e brancos, as águias gigantes atiravam grandes pedras do céu. Os filhos de Deméter faziam a grama crescer e se enrolar ao redor dos pescoços dos inimigos, enforcando-os. Estes, eram pegos nas armadilhas no campo, e os filhos de Hécate, liderados por Lou Ellen, provocavam pequenas explosões. Eles estavam confiantes. Iriam vencer.

Octavian observava de longe, cercado de crianças. Percy e Reyna foram convencidos de que elas poderiam assistir a batalha, mas só isso, e sem chilique! Elas foram advertidas de que algumas pessoas conhecidas morreriam, mas queriam ir mesmo assim. Octavian fora o único que sobrara para ficar com elas, o que não o deixara muito contente, porém, ao ver que Percy e Reyna estavam ganhando, o humor do áugure melhorou um pouco.

Foi aí que as coisas começaram a dar errado. Um soldado inimigo, que havia decidido levar uma granada para a luta. Jogou nos filhos de Herfesto, o que não fez muito bem ao armamento nuclear, e ao fogo grego. O rosto de Lou Ellen foi a última coisa que se passou pela mente de Jake Mason antes de morrer.

Tiros pesados derrubaram as águias gigantes do céu. Dois homens de branco, Pacificadores, trouxeram bombas de dentro de um dos aerodeslizadores. Vasculharam a área com os olhos, e viram uma grande quantidade de arqueiros num certo canto da clareira. Jogaram duas bombas lá. Austin, que estava lá no meio deles, se lembrou de um verso de poesia, e recitou-o em sua mente, antes de tudo acabar para ele:

É assim que o mundo acaba. Não com um estrondo, mas com um suspiro.

Um soldado mirou em Piper. Leo viu, ele estava a alguns metros da namorada. Precisava ajudá-la antes que fosse tarde demais, mas não acharia energia o suficientemente rápido para atirar fogo no cara. Então, correu, correu, e correu na direção de Piper. Quando o inimigo atirou, Leo se pôs a frente de Piper. A garota ouviu o som, o grunhido, e foi como se sentisse uma vida importante se esvaindo. Virou-se, e seu coração se encheu de terror ao ver o corpo de Leo no chão.

Piper ajoelhou-se ao lado de Leo, com lágrimas nos olhos multicoloridos. O rosto dele estava pálido, e a respiração fraca, ele se esforçava para manter os olhos abertos. Sabia que, se os fechasse, eles nunca mais se abririam, mas Piper se recusava a acreditar nisso.

- Não, Leo. - Ela disse, desesperada. - Fique comigo... você não pode morrer!

Ele deu um sorriso fraco, mas o maior que conseguia dar na sua situação.

- Pipes... eu... - Respirou rapidamente, tentando arrumar fôlego para falar. - Eu... eu... te... te amo.

As lágrimas de Piper aumentaram, e ela chorou com uma dor no peito, quando viu a respiração de Leo diminuir, e enfim, parar. Ela sentiu a própria respiração ficar pesada, enquanto ela lentamente olhava para cima. O ódio deixava seus olhos vermelhos. Levantou-se desembainhando a faca e, gritando loucamente, avançou, matando qualquer um que se metesse na sua frente. Havia enlouquecido, e estava disposta a vingar Leo, até que alguém conseguiu acertar-lhe um tiro, e só assim parando-a.

Reyna começava a ficar desesperada. Como pudera o equilíbrio da balança mudar com tamanha magnitude? Sua irmã lutava bem ao seu lado, mas por um segundo em que ficou de costas, ouviu em grito de dor em suas costas. Viu, com horror, o corpo sem vida de Hylla caído ao seu lado, e ficou paralisada. Em seu momento de distração, sentiu uma dor aguda na cabeça, quando um inimigo jogou uma pedra pontiaguda nela, e desmaiou.

Nico arregalou os olhos ao perceber que aquelas imagens a sua frente eram terrivelmente familiares. Clarisse caiu como uma bala bem no meio da testa, tenso assim uma morte rápida. Travis ouviu Connor gritar, e ao se virar, o viu cercado de Pacificadores. Usou seus tênis voadores para tentar ajudar, mas quando estava a apenas 5 metros, uma bala acertou-lhe a têmpora, ele morreu instantaneamente, tendo tempo apenas para pensar como Katie ficaria brava com isso. Connor foi atingindo covardemente por vários tiros, nas pernas, no peito, na barriga e nos braços, em momento algum atirando na cabeça, para prolongar o sofrimento do jovem, que não aguentou. Todos morriam, e Nico já vira essa imagem uma vez, anos atrás.

Ele se virou para Percy, já sabendo o que ia acontecer.

O filho de Netuno foi atingido na perna, o que o forçou a cair sobre um joelho. A lembrança do sonho que tivera anos atrás, voltou como um tapa forte em sua cara. Só então, ele se lembrou de que a armadura grega que usava não tinha muita proteção para os ombros.

O Pacificador que o acertara se aproximou, dando um fingido sorriso vitorioso. Escondia, mas não se sentia bem matando Percy, não só por ele ser muito mais jovem - deveria estar na faixa dos vinte -, mas porque esse Pacificador estava vivo há tempo suficiente para saber de tudo que aquele jovem e sua noiva fizeram por Panem. Porém, não tinha escolha. Apontou a arma para o ombro desprotegido de Percy, e atirou.

A dor excruciante que Percy sentia, de repente, começou a diminuir, substituída por uma relaxante sensação de vazio. Tudo parecia estar desaparecendo ao seu redor. A única coisa que conseguia se lembrar naquela escuridão, era de uma pessoa, a pessoa que mais amava. Seu último pensamento, antes de tudo escurecer, foi:

Amo você, Reyna.

Nico não tinha muita certeza de que iria morrer, mas, como na visão, correu até onde Octavian estava com as crianças. Sua visão enfim fazia sentido naquele momento.

As crianças, juntamente com o áugure, correram para longe. Só que pararam ao ouvir um grito de dor atrás de si. Ao se virarem, viram Nico esparramado no chão, com muito sangue saindo do machucado nas costas. As crianças correram de volta para ele, e Octavian usou seus ocultos poderes de cura para cuidar parcialmente da ferida. Ele e Dylan o ajudaram a se levantar e a andar, enquanto corriam de volta para o Distrito 13. Octavian salvaria o local, como prometera a Percy, mas um pensamento não lhe saia da cabeça.

Eles perderam a batalha final, e quase todos aqueles que conhecia desde jovem, estavam mortos.

Pelo menos, era o que ele pensava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Por favor, não me matem. E, pelo amor dos deuses, faz mal comentar e recomendar?! Gente!
O Próximo/Último Capítulo Só Será Postado No Dia Previsto (11/07/13) Se Eu Receber, No Mínimo, 7 REVIEWS! E mais uma recomendação não faz mal. E olhem, olhem, porque o cap já está pronto ;)
Beijos!