Sinto uma mão puxar meu braço e por instinto acabo jogando a pessoa no chão.

- Me esqueço que não se pode tocar de surpresa nas pessoas aqui. – Brenda levanta do chão esfregando seu braço no qual eu segurei para joga-la no chão.

- Desculpa, não consigo me controlar.

- Tudo bem, acontece com os melhores. – Ele da de ombros. – Deixa eu ver sua marca.

Me viro de costas para ela e levanto o cabelo,ela toca no meu pescoço, essa é uma característica dela, ele tem tocar nas pessoas, não consegui conversar sem tocar nos outros.

- O que é? Eu ainda não sei. – Pergunto curiosa, essa é a minha terceira marca, quando cheguei aqui,ganhei uma quando fui aprovada para fazer parte da sociedade, essa é igual para todos, é uma pássaro atras da orelha direita, e uma no ritual de apresentação, essa foi um bussola no pulso esquerdo, isso deve fazer uns 6 anos.

- É uma chave,bem bonita, mal posso esperar para ganhar a minha. – Brenda ainda tem apenas 16 anos, terá mais dois anos pela frente até ganhar a outra marca.

- Não sei como pode querer sentir essa queimação, é horrível.

- A dorzinha é passageira, gosto das imagens marcadas em nossos corpos, um pedaço de nós. – Ela pode ser mais nova, mas sabe mais coisa do que muitos aqui, não lha dão muita atenção, mas ela é especial, sinto isso.

- Vamos, não quero perder o banquete. – Caminhamos no meio das pessoas , finalmente saímos do patio, agora está mais tranquilo, mais vazio também, estamos no corredor principal, se virarmos na primeira porta a esquerda entramos na biblioteca, a porta em frente a da biblioteca é a da sala dos anciões, apesar de serem as pessoas mais velhas, sabemos que não é tão simples assim ser um deles, são escolhidos a mão, não é qualquer um que entra, só os mais sábios, a sala dos anciões tem a entrada proibida, a não ser que seja intimado a comparecer lá, continuando, as portas seguintes são a da cozinha e a da sala de treino, então chegamos ao fundo do corredor, onde tem uma porta dupla que nos leva a sala de jantar, ou seja, ao banquete.

Passamos pela porta, ainda está vazio, as pessoas ainda devem estar comemorando, era o que eu devia estar fazendo, mas não consegui me animar, não sei se quero ser igual pelo resto dos anos da minha vida. Nos sentamos onde costumamos sentar, aqui não a divisão de mesas, o pessoal senta onde quer e com quem quer, claro que não é assim tão facil, temos as pessoas que não gostamos, temos os mais próximos também, o que no final acaba separando um pouco também.

- Você viu o Luke?

- Não, o ritual ainda não acabou, talvez ele esteja encarregado para alguma parte do final. Talvez ele seja uns dos dançarinos do fogo, em cada ritual é um grupo diferente, eles escolhem pessoas próximas do homenageado.

- Talvez. – O silencio se instala entre nós, entediada começo a observar o local, isso parece parte de um castelo, rustico, iluminado por tochas, com mesas de madeira, meio antiquado.

- Pandora, você acha que um dia eu serei importante nessa sociedade?

- Claro que vai, você tem algo muito epsecial dentro de você. – Ela sorri, nós somos pessoas totalmente diferentes, acho que isso é que nos fez amigas. Eu a conheci quando estava se mudando para o dormitório, se você nasceu aqui, como é o caso dela, aos 15 anos você é obrigado a se mudar para lá, só voltando a morar em uma casa quando constitue uma familia, ou seja, se casa, mas se você é como eu e é de fora, mesmo que ainda não tenha idade, você mora no dormitório até se casar.

- Assim espero, não vou me conformar em ser mais uma. – Nisso nós concordamos.

- Eu sei, também não quero, talvez o futuro esteja guardando algo grande para nós. – Ela sorri mais ainda, animada com a ideia.

As pessoas começam a chegar aos poucos, algumas muito suadas de tanto dançar, as 22h em ponto todos estão na sala de jantar para o banquete.

- Essa noite comemoramos a juventude eterna de mais um de nós. – Fenix discursa. – brindemos a jovem Pandora.

Todos levantam os copos e gritam o meu nome, após isso os dançarinos de fogo entram e foi exatamente como Brenda disse, Luke era um deles, assim como Harold e Natalie, as duas pessoas que me acharam na floresta e cuidaram de mim, me trazendo para dentro desse povo, as outras tres pessoas são Dexter, meu irmão de sangue que foi encontrado comigo na floresta, ele é 3 anos mais velho, a 1 ano se casou, a mulher dele, jenie, também é uma das dançarinas, o ultimo, ou melhor a ultima, é a pessoas que posso considerar mais próxima de mim aqui, ela é quase uma irmã, ela se chama Samantha, é filha do Harold e da Natalie.

- É engraçado ve-los assim, nunca imaginei Luke fazendo isso. – Comento com Brenda.

O espetaculo acaba, eles guardam os intrumentos da dança e sentam a mesa. As cozinheiras trazem os pratos, que estão uma delicia.

Por hoje tinha acabado, mas amanhã haverá mais, então acabará, isso é muito irritante, eu realmente não entendo para que tudo isso. Estou voltando para o dormitório com a Brenda, o Luke e a Sam.

- Você ta preparada para a luta amanhã? – Não é bem uma luta, eles te soltam na arena com uma animal selvagem, você fica com duas adagas, não parece tão dificil assim, o animal é de acordo com o seu nivel, se você não for bom em luta, eles nçao vão colocar um animal muito agil e feroz.

- Acho que sim. – Estou confiante, sou boa em luta e tenho uma ótima mira, espero sobreviver.

- Toma cuidado. – Brenda se manifesta, a única que continua quieta é a Sam.

- Ta tudo bem? – Ela faz que sim com a cabeça, mas não diz nada.

Brenda e Luke já entraram nos seus quartos, eu e Sam ainda estamos a caminho dos nossos, chegamos a porta da Sam.

- Ta tudo bem mesmo?

- Ta sim. – ela tenta sorrir, mas não consegui.

- Fala. – Cruzo os braços e a encaro.

- Meus pais querem que eu me case, mas eu não gosto do meu pretendente.

- Já tentou explicar isso para eles?

- Já, mas eles acham que vai ser bom esse casamento. – Ela bufa, abre a porta. – Tchau, boa sorte.

Ando mais um pouco pelo corredor mal iluminado, chego ao meu quarto, fecho as cortinas e verifico a tranca da porta e só ai eu pego meu caderno.

“ Hoje não foi muito animador, sei que parece estupido, mas ... eu não sei pelo o que estou angustiada, não é medo por amanhã, é estranho demais para descrever. Minha animação diminui mais ainda porque eu não sei o que meu simbolo novo quer dizer sobre mim, uma chave, o que isso mostra de uma pessoa? A bussola eu entendo, é o equilibrio, guarda dentro de si os sentimentos e não aparente se perder nesses. Mas uma chave, eu não sei.”

Termino de escrever, me permito deixar cair uma lagrima de angustia, mas não passa disso, troco de roupa, talvez dormir faça com que essa angustia passe, é isso que eu faço.