Matthew, Love And Life escrita por lamericana


Capítulo 3
Sim ou claro?


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora por ter postado esse capítulo, mas, como eu disse no capítulo anterior, eu estou em aula na federal de Pernambuco e isso meio que atrapalha na hora de escrever e postar. Mas garanto que não pretendo abandonar essa estória nem tão cedo. (Afinal Matt é minha cria. Tenho que dar atenção a ele. ~entendedores entenderão~)



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Quando parei na frente da casa da Sophie, no horário combinado, ela já estava sentada nos degraus da frente. Ela abriu um sorriso enorme quando me viu. Eu não consegui evitar de abrir outro de volta. Baixei o vidro do carro.

– Pronta? – perguntei

– To. – ela respondeu já abrindo a porta do carro. – Quer que eu dirija ou só indique o caminho?

– É melhor só indicar o caminho, mesmo. A não ser que você queira ir dirigindo.

– Não, não faço questão.

A estrada estava até bem tranquila, considerando que era um sábado de verão. No meio do caminho o celular da Sophie tocou.

– É bem capaz de ser a minha mãe repassando algum conselho que ela deu antes de sair.

Ela olhou no visor.

– Nem é a minha mãe. – ela falou antes de atender – Seth?

Ela falou animadamente com esse tal de Seth por uns cinco minutos e depois desligou.

– Era só um amigo meu me chamando pra ir pra essa mesma praia que eu to te levando – Sophie explicou – Ele tá levando a noiva dele.

– Pelo que pareceu vocês são quase como irmãos.

– Somos. Mas nunca rolou nada entre a gente. Ele sempre foi meio irmão urso, sabe? Me defendia e tal.

Percebi que ela realmente tinha muito apreço por esse amigo, mas não tinha o menor interesse em desmanchar o noivado do garoto pra ficar com ele, como eu tinha imaginado no começo. Assim que chegamos na praia, um cara moreno que parecia ter uns vinte e poucos anos acenou na direção do carro. Ele parecia que tinha acabado de sair do exército.

– Sophie! – gritou o cara. Esse deve ser o Seth

– Matt, aquele é o Seth. – Sophie falou antes de sair do carro

Seth fez uma cara de confusão antes de vir abraçar Sophie.

– Quem é esse cara, pirralha? – Seth perguntou

– Seth, esse é o Matt, um amigo meu. Matt, esse é Seth. – Sophie apresentou

Estendi a mão e ele apertou.

– Prazer, Matt.

– O prazer é todo meu.

– Você já pegou uma barraca, não? – Sophie perguntou a Seth

– Já. Vamos lá. – Seth indicou o caminho.

– Sophie, deixa que eu levo. – eu falei, já pegando as sacolas da mão dela

Chegando na barraca, coloquei as coisas na areia. Sophie falou alguma coisa com Seth e depois saiu. Me sentei na cadeira ao lado de Seth.

– Você tem sorte, cara. – Seth começou

– Como assim?

– Sophie não tem o hábito de confiar tão rápido em alguém. Ela deve ter gostado muito de você. – como eu fiquei em silêncio, ele continuou – Mudando de assunto, o que você faz?

– To me formando em pediatria agora. Saindo as notas eu me torno pediatra.

Os olhos de Seth se arregalaram.

– Pediatra? ‘Cê deve gostar muito de criança.

– Gosto. E você, o que faz?

– Sou oficial do exército. Capitão. Agora tirei um recesso e aproveitei pra vir ver a Sophie e a minha noiva, a Rose. – ele apontou pra moça loira que conversava animadamente com a Sophie

– Já marcaram o casamento?

– Ainda não. A Rose quer esperar pela volta do irmão dela pra poder marcar. Se você e a Sophie se juntarem vai ser uma misturada étnica grande aí, hein?

– Eu não sou irlandês. Meu pai é que era. Peguei o sotaque por convivência. Mas realmente, seria.

– De onde ‘cê é?

– Sou daqui mesmo. Meu pai se mudou pra cá antes de conhecer a minha mãe. Quando conheceu ela, não quis mais sair da cidade. E você?

– Sou de San Antonio, mas cresci por aqui. Como ainda tenho família por lá, volta e meia to voltando pra ver o pessoal. Foi nessas idas a San Antonio que eu conheci a Rose.

– Deve ter sido complicado pra vocês.

– No começo, foi sim. Eu só podia ir nas férias de verão e quando eu tivesse dinheiro suficiente pra passagem. Mas quando ela entrou na faculdade, ficou mais fácil, já que ela tem aula aqui perto.

– Ela faz o que?

– Administração, junto com a Sophie, o que foi uma ótima surpresa, quando soube. Conheço a Soph desde pirralho, mas perdi contato quando entrei pro exército. Agora com as duas estudando juntas, fica mais fácil manter contato.

Mal Seth terminou de falar e as duas se aproximaram. Rose deu um selinho no Seth e me lançou um sorriso educado e uma piscadela pra Sophie. As duas deram risinhos. Eu estava me sentido meio por fora da piadinha. Sophie sentou do meu lado e segurou a minha mão.

– Vocês dois estavam falando do que? – Rose perguntou

– Sobre como o Matthew é um cara de sorte. – Seth respondeu, puxando Rose pro lado dele.

– Realmente, Matthew. Você é um cara de sorte. – falou Rose com um sotaque texano bem forte – Sou a Rose, noiva do Seth e amiga da Sophie.

– Bom te conhecer, Rose.

– Desculpa a indelicadeza, mas de que cidade na Irlanda você é? – ela perguntou

– De nenhuma. Sou daqui. Meu pai era irlandês e eu peguei o sotaque dele. O Seth falou que vocês se conheceram em San Antonio.

– É. Como eu sempre morei lá, era difícil ver o Seth, mas agora, tá bem mais fácil. E você disse que seu pai era irlandês. O que aconteceu com ele?

– Morreu com a minha mãe num acidente de carro.

– Desculpa. Aposto que ele gostaria de poder ver você se formando em geriatria.

– Rose, é pediatria. O outro extremo da vida. – Sophie riu – Não repara, Matt. A Rose de vez em quando faz uma confusão dessas. Ah, Matt. ‘Cê gosta de correr?

– Não sou muito fã, mas corro de vez em quando. Por quê?

– Tá com você. – ela bateu com a palma da mão no meu ombro e saiu correndo em direção ao mar

Olhei pro lado e tanto Seth quanto Rose me incentivaram a ir atrás de Sophie. Tirei a camisa e fui correndo atrás dela. Quando eu finalmente a alcancei, ela estava rindo feito uma criança.

– Eu só queria te tirar daquela posição sisuda que você tava. Parecia que você tinha uns cinquenta anos, não trinta. – ela disse

– Bem, eu ainda não tenho trinta, mas vou descontar porque você praticamente acabou de me conhecer. Ainda tenho 27.

– Sério?! – ela pareceu espantada – Então você entrou cedo na faculdade de medicina. Deve ser algum tipo de recorde.

– Tá, eu estou um pouco abaixo da média de idade da turma, mas acho que não chega a ser um recorde. E você deve ter uns vinte, vinte e um.

– Acertou de primeira. Parabéns, doutor Cooper. – ela brincou

Puxei ela pela cintura num abraço.

– O que a senhora vai fazer, hein, senhorita Evans? – eu falei brincando

– Isso. – ela botou os braços em volta do meu pescoço, ficou na ponta dos pés e me deu um selinho. Abracei ela um pouco mais forte e aprofundei o beijo.

Quando soltamos do beijo, ela corou.

– Desculpa. Não quero precipitar as coisas. – ela murmurou

– Sophie, não tenho problema nenhum com isso. Eu realmente gostei de você. – definitivamente, o amor te deixa idiota.

Sophie me abraçou na altura das costelas. Em pouco tempo ela apertou o abraço um pouco e eu senti as lágrimas dela escorrendo pelo meu torso. Soltei o abraço e levantei o rosto dela.

– O que foi que aconteceu, Sophie? – perguntei preocupado

– Nada – ela desviou o rosto

– Se não fosse nada, você não estaria chorando. Vamos lá, Sophie. Eu posso e quero te ajudar.

Ela respirou fundo enquanto enxugava as lágrimas.

– Promete que não fala com ninguém sobre isso? – Sophie perguntou – Nem pro Seth?

– Prometo.

– Meus pais estão tentando abafar o fato do meu irmão estar doente. Não consegui descobrir o que é, já que eles só discutem isso em hindi e eu não aprendi os nomes de doenças em hindi. Tudo o que eu sei é que é sério. Não sei dizer o quão sério é.

Abracei-a e fiz com que ela apoiasse a cabeça no meu peito.

– Sophie, como você disse, ele está na Índia. Se o caso dele for realmente grave, eles vão arranjar o jeito de transferi-lo pra cá. E, se os teus pais não te falaram o nome da doença, provavelmente é pra te proteger. Vejo isso muitas vezes no plantão.

Ela pareceu se acalmar com o que eu disse. Sophie passou as mãos no rosto, como se quisesse apagar alguma coisa e olhou pra mim.

– Pareço bem? – perguntou

– Bem chorosa. Vem cá. Você vai lavar esse rosto, a gente vai pedir alguma coisa pra você beber e depois a gente volta pra barraca, tá?

– Só bebo alguma coisa se você me acompanhar. Não gosto de ficar bebendo alguma coisa quando tem alguém comigo, mesmo que seja só refrigerante.

– Tá certo.

Puxei ela pela mão e fomos pro bangalô que tinha montado na praia. Sophie entrou no banheiro e lavou o rosto. Quando saiu, só tava com os olhos vermelhos. Fomos pro bar que recebia os turistas. Como estava cheio, pedi pra que Sophie esperasse num canto que eu ia pedir um refrigerante pra ela.

Quando me aproximei do bar e fiz o pedido, percebi que uma mulher me encarava. Ela se aproximou.

– Sozinho? – ela perguntou

– Não. To com a minha namorada ali. – menti apontando para Sophie

– Você não é daqui, é? – a mulher estava quase no meu colo

– Sou irlandês e daqui a pouco volto pra casa. – o bartender me entregou os refrigerantes. – Licença.

Saí de perto da mulher e entreguei um refrigerante para Sophie. Ela deve ter reparado alguma coisa em mim.

– O que foi? – ela perguntou

– Uma mulher não parava de se oferecer pra mim. Tava ridículo.

Dali a pouco, a mulher passa e acena pra mim.

– Pronto. Era aquela mulher. – mostrei pra Sophie

Ela soltou um risinho.

– Essa mulher fica por aí. Ela meio que já virou lenda por aqui. As garotas que querem testar se os maridos ou namorados são fiéis pagam um valor qualquer pra ela e ela finge estar interessada no cara. Provavelmente ela te confundiu com algum outro cara.

– Desculpa, mas acho que não vejo outro ruivo vara pau que nem eu por aqui. – falei rindo – Pera, tem aquele cara ali. – apontei prum cara ruivo que tava por perto. – Mas ele é mais baixo do que eu.

Sophie riu e balançou a cabeça em concordância. Mais um fato sobre mim. Tenho 1,90m cravado e peso 80kg. Quando ainda estava na escola, participava das competições de atletismo, mas assim que me formei no ensino médio eu abandonei.

Eu e a Sophie voltamos pra barraca e encontramos Rose no colo do Seth e os dois se agarrando. Pigarreei e os dois ficaram envergonhados. Eu e a Sophie sentamos na areia e dissemos aos dois que eles não precisavam mais ficar de vigias na barraca.

Pouco tempo depois Sophie apoiou a cabeça no meu ombro e pareceu pensativa.

– Porque você escolheu fazer medicina? – ela perguntou

– Porque eu acho que é a melhor forma de ajudar as pessoas. Tem um pouco a ver tanto com a morte dos meus pais quanto com a morte da Anita. Querendo ou não, na época que a Anita morreu, eu sentia que eu poderia ter feito mais. Isso só confirmou o fato de que eu queria fazer medicina. Para evitar que outras pessoas passassem pela mesma dor que eu passei.

Ela ficou em silêncio. Umas duas vezes fez como se fosse falar, mas voltava a fechar a boca.

– Pode falar. – eu disse

– Eu sei que esse não é um tipo de pergunta que se faz, mas como foi o acidente dos teus pais?

– Eles tinham ido numa convenção. Nem lembro mais nem de qual era o tema e nem de onde era. Só lembro que era em outra cidade e que eles tinham me deixado com o irmão do meu pai, meu tio Raymond. Pelo laudo da polícia, meu pai estava dirigindo e, na hora que ele foi desviar de um animal que tinha entrado na pista, perdeu o controle do carro. Quando a emergência foi chamada, já era tarde de mais.

– Desculpa. Deve ter sido muito ruim pra você. Perder os pais tão cedo...

Botei meu braço ao redor dela e puxei-a pra mais perto de mim. Comecei a acariciar o cabelo dela.

– A vida é engraçada, não é? – Sophie comenta

– Como assim?

– No dia que eu descubro que eu namorava um ridículo que me traía com um monte de mulheres, eu te conheço. Pode parecer estranho vindo de mim, mas eu realmente fui com a sua cara. Quando você me disse que só queria me ajudar e tal, quando a gente se esbarrou no corredor, eu pensei que você fosse dessas pessoas que valem a pena. Não que você tenha feito alguma coisa pra me fazer mudar de ideia. Pelo contrário.

Não consegui evitar um sorriso. Beijei o topo da cabeça dela. Eu e Sophie ficamos ali, daquele mesmo jeito por alguns minutos até que o meu celular toca.

– Desculpa, vou ter que atender. – Falei enquanto me levantava. Quando peguei o celular e vi que era Malcolm, não consegui reprimir um suspiro de frustração. – Diga.

– Matt, desculpa por ontem. Eu perdi a linha de verdade. – Malcolm falou, claramente sóbrio

– Mal, vou ser sincero com você. Não vou ser eu mais que vai resolver as suas besteiras. Vai ser você mesmo. Não sou seu pai nem seu irmão. Não tenho obrigação nenhuma de te ajudar nessas coisas.

– Eu já entendi. Hoje mesmo eu vou falar com a Emma, pedir desculpas pra ela. Queria agradecer também. Agradecer por você ter sido quase um pai por tanto tempo.

Ao fundo eu consegui ouvir a voz do tio Raymond.

– Matt, vou desligar. Qualquer notícia, te ligo de novo.

– Tá certo.

Desliguei o telefone e voltei pro lado da Sophie.

– Quem era? – ela perguntou

– Meu primo Malcolm. Ele ligou pra se desculpar por uma besteira que ele fez.

– Você realmente gosta da sua família, não é?

– Gosto. – dei uma olhada na hora. Pouco mais de meio dia. – Quer comer alguma coisa?

– Vou aceitar. – ela disse com um sorriso

Procurei em volta por Seth ou Rose, sem muito sucesso. Sophie se ofereceu pra ir pegar alguma coisa e trazer. Concordei, mas dei o dinheiro pra ela. Dali a uns poucos minutos ela volta com um prato.

– Não sabia do que você gostava, então peguei das coisas que eu mais gostava por lá e trouxe. Espero que você goste.

Olhei pro prato, que tinha uma variedade de coisas. Realmente, não tinha nada que eu não comesse.

– Tá tudo bem. Não sou chato com comida.

Ela sentou do meu lado, apoiou o prato no colo e me entregou um garfo. Comemos em silêncio. Quando terminamos e ela fez menção de se levantar, eu não deixei.

– Deixa que eu levo.

Devolvi o prato e os talheres no bangalô e voltei pra barraca. Eu e Sophie ficamos falando de amenidades o resto da tarde, até que a gente decidiu voltar pra casa.

– Quer que eu te deixe em casa ou você me deixa em casa? – perguntei a Sophie

– Eu te deixo em casa. Minha mãe vai enlouquecer se não encontrar meu carro na garagem pela segunda noite seguida.

Nos despedimos de Seth e Rose e entramos no carro. Eu e Sophie conversamos o caminho inteiro. Quando chegamos perto do campus, comecei a mudar de assunto.

– Sophie, desculpa a pergunta, mas como você conheceu o Leonard? – perguntei

– Foi numa festa. Leonard estudou com o meu irmão e eles chegavam a se falar. Não que fossem propriamente amigos. Quando o meu irmão me apresentou pro Leonard, ninguém tinha muita noção de como ele era.

– Eu pensava que Leonard era um mulherengo notório desde sempre.

– Bem, ele talvez tenha essa fama no curso de medicina, mas no ensino médio ele era até que um cara normal. Joaquin, meu irmão, ficou surpreso quando soube ontem de noite. E você, como conheceu a sua ex?

– Foi na escola. Ela fez ensino médio comigo. Anita era engraçada, mas era extremamente pessimista. Assim como ninguém na tua família esperava que Leonard fosse um babaca, ninguém que conhecia a Anita esperaria que ela se matasse.

Ficamos alguns segundos em silêncio enquanto ela parava na frente da minha casa. Respirei fundo.

–Sophie, você quer namorar comigo? – perguntei num fôlego só

Ela me olhou com uma cara de quem tinha acabado de levar um soco.

– Matt, não sei o que te dizer. Vou fazer o seguinte: ao invés de te dar uma resposta agora, eu vou pensar com carinho e cuidado e amanhã te respondo. Pode ser?

– Pode. Então nos vemos amanhã. Qualquer coisa me liga. – peguei o celular dela e salvei meu número

– Até amanhã. Prometo que vou ligar. – ela saiu

Já vi que essa noite vai ser longa. Botei as roupas molhadas pra secar e fui assistir TV. Poucos minutos depois, Max ligou.

– Diz, irlandês. – Max começou – Como foi lá na praia com a tua guria?

– Oi, Max. – respondi – Foi bom. Por uma obra de um milagre não estou em carne viva. E como foi ontem com a Gina?

– Cara, foi ótimo. Me arrependo de não ter falado com ela antes. Por sinal, ela está aqui do meu lado me pentelhando pra que a gente passe aí.

– Diz que dá pra gente ir, Matt. – ouvi Gina dizer ao fundo

– Max, diga à sua namorada que eu deixo vocês virem no tanto que não me façam segurar vela.

Max afastou o telefone da boca e pra Gina que eu tinha liberado. Ouvi ela dar um gritinho de felicidade.

– A gente chega aí em 5 minutos. – Max falou antes de desligar o telefone

Fui lavar o rosto e acabei amarrando o cabelo também. Quando Max e Gina chegaram, me forçaram a comer enquanto me contavam como tinha sido a noite anterior. Não prestei muita atenção. Pensava na Sophie.

– Ela te viu assim? – perguntou Gina, me tirando de um transe

– Assim como? – perguntei

– Sem camisa e de cabelo preso.

– Sem camisa, sim. De cabelo preso, não. Porque a pergunta?

– Assim você até parece que é gente. – ela riu – Brincadeira.

– To me sentindo um adolescente de novo. – soltei

– Como assim? Depois de 10 anos voltou a ter 17? – Max caçoou de mim

– Me sacaneie não. Falando sério, to me sentindo como se eu tivesse esperando a resposta da Anita sobre a formatura.

Max arregalou os olhos: - Como é, Matthew? O que aconteceu que você não contou pra gente?

Respirei fundo antes de falar.

– Pedi a Sophie em namoro. Nem a Anita me deixou desse jeito. Eu consegui comer na frente dela. Vocês têm noção do que é isso?

Tanto Max quanto Gina ficaram boquiabertos.

– Como assim? – Gina foi a primeira a quebrar o silêncio – Você não come na frente de garotas.

– Pois é. Consegui superar o trauma. E to me sentindo muito bem, por sinal. Obviamente estou ansioso pela resposta da Sophie, mas me sinto bem por ter conseguido superar.

– Matt, isso é ótimo! – Gina sorriu - E eu realmente acredito que ela vai aceitar. O que vocês tiveram ontem de tarde já foi muito próximo. E sair pra praia? Por favor. Ela seria louca se dissesse não.

– Você acha? – eu realmente custava a acreditar

– Matthew Cooper, deixe de ser idiota. Gina me contou o que aconteceu ontem entre você e a sua guria. Duvido que ela te dê um toco. – Max falou – Ela pode estar pensando um pouco porque ela acabou de terminar com o puto do Leonard. – ele me encarou – Não que você seja como ele.

Depois de jantar, Max e Gina ficaram pra assistir o jogo da NFL e depois foram pra casa. Fiquei assistindo TV e acordei com o telefone tocando, já de manhã.

– Alô? – falei esfregando os olhos. Minha coluna dói muito.

– Matt? Te acordei? – reconheci a voz da Sophie

– Oi, Sophie. Acordei quase agora.

– Vamos nos encontrar no Starbucks do campus às 8?

Olhei no relógio. São 7:40, ou seja, eu tenho 20 minutos. Eu teria que correr, mas valeria a pena.

– Pode ser. Até lá.

Vesti uma roupa qualquer, passei um pente no cabelo, prendi de novo, lavei o rosto e saí. Cheguei na Starbucks um pouco antes da Sophie e pedi um café. Quando arranjei uma mesa, ela chegou. Parecia que tinha passado a noite em claro. Ela parou na porta e me procurou com os olhos. Quando me viu, abriu um sorriso largo.

– Matt! De cabelo preso? – ela falou enquanto se aproximava

– Pois é. Tive que prender. Tudo bem com você? – perguntei

– Tudo. E você? – ela me abraçou e sentou na cadeira do meu lado

– Também.

Ela pôs as mãos em cima da mesa e ficou encarando elas por alguns segundos.

– Matt, eu pensei muito sobre o seu pedido ontem à noite – ela deu um riso sem graça – e decidi aceitar.

Abri um sorriso largo. Puxei a cadeira dela mais pra perto. Segurei o rosto dela e dei um longo beijo nela.

– Quer café? – perguntei

– Hmm. Oferta tentadora. Deixa que eu pago. Eu sinto como se eu estivesse te devendo.

– Tá falando de ontem? Não tem problema. Pelo menos valeu a pena, não acha?


Ela concordou e foi pegar um café pra ela. Realmente, a Sophie é a mulher que eu quero passar o resto da minha vida.


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Notas finais do capítulo

Gente, vou demorar mais do que eu imaginava para postar o próximo capítulo. Por favor, não me levem a mal. É que, às vezes, tenho uns nervous breakdowns que meio que me deixam louca. Acabo, sem querer, descontando nos personagens que não tem nada a ver com a conversa. Espero que entendam, já que não é uma coisa que eu escolho, simplesmente acontece comigo.