Grand Chase: Legends escrita por NaipeNegro


Capítulo 3
Capítulo 3: Epilogo das Trevas




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Capitulo 3: Epilogo das Trevas


Primeiro ato: Preparando para Partir



Era um dia nebuloso na planície fria e sem vida dos arredores do castelo de Cazeaje, estava sentado sobre uma rocha elevada que me dava uma vista ampla do lugar, Kaze gritava com seu Gorgos negro tentando adestrá-lo para que o fosse mais obediente a ele, Hikaru meditava um pouco longe dali, olhei para o céu e me perguntava como estaria Zi, sinto uma presença atrás de mim e ouço a voz de Cazeaje. – Nada temas, meu jovem. Embaixo de minhas asas, tu estarás guardado, sua amada está bem, tome isso. – Ainda de costas, levantei minha mão para pegar que item, ela depositou o item sobre a palma de minha mão e senti uma coisa fria e esférica, levei o objeto ao alcance de meus olhos e vi que se tratava de uma espécie de olho, sua íris era vermelha com alguns vivos tons de laranja, sua pupila era afiada como os olhos de um gato, e sua esclera era totalmente negra. O olho tinha o mesmo tamanho das duas jóias de minha lâmina, e perguntei para a Cazeaje o que era, e ela respondeu. – Isto pertencia a um antigo mago chamado Oz, é um núcleo sapiente, juntando isso com runas adequadas você poderá criar uma arma imbatível, e lhe fará companhia quando se sentir sozinho. Este núcleo na verdade era o projeto de uma arma que você talvez conheça como Grandark, que pertenceu ao guerreiro andarilho Zero. Esses nomes lhe soam familiar? – Sim, esses nomes me soavam familiar, mas fiquei ali, olhando para o núcleo, em silencio, preocupado. Oz, o mago e cientista ancestral que criou em seu laboratório o lendário Zero, um ser similar aos humanos que poderia resistir a qualquer batalha, o único objetivo de Zero em vida era encontrar e derrotar o guerreiro asmodiano Duel Pon Zec, e destruir sua espada sapiente, a lendária Eclipse. Zero utilizava uma espada grande que possuía em seu guarda-mão um olho como o que eu estava segurando, porem de cor verde, seu nome era Grandark. Grandark era não só uma espada, era também o grande mentor de Zero. Grandark também possuía duas formas, a forma de arma e a forma humana, assim como sua rival, Eclipse. Logo me perguntei, que forma teria o núcleo que eu possuía? Seria um grande observador como Grandark, ou exageradamente poderosa e bela como Eclipse. Eu então disse. – Quando matei um de seus demônios, minha lâmina absorveu a energia negra dele, o que foi aquilo? – Cazeaje pegou minha Katana e a analisou, então disse. – Sua espada tem a capacidade de absorver o ódio, a magoa e o rancor de tudo que cortar, mas se este poder se acumular demais, ele será absorvido pelo seu corpo, e se isso acontecer terá conseqüências terríveis para todos ao seu redor. Quando aprenderes a usar a mana sombria, conseguirás descarregar o poder presente em sua espada, mas algo me intriga em sua espada, ela também absorve a energia negra de seu possuidor. Deixe-me ver se posso usá-la. – Cazeaje então cortou o ar utilizando o poder contido lamina, a pressão do golpe foi tanta que abriu uma enorme fenda naquela área da planície, e nada alem de devastação sobrou em seu caminho. – É engraçado um humano portar uma espada dessas sem ter me servido. Você me lembra muito alguém do meu passado. Ele... – Cazeaje se silenciou, esperava que continuasse a frase, mas ela apenas disse. – Deixa pra lá, seja como for, não permita que as pessoas que você gosta sejam tiradas de você. Vocês precisam partir, agora. – Foram suas ultimas palavras antes de me devolver a espada, seus olhos visivelmente aparentavam magoa, eu não sabia muito sobre Cazeaje, e ela me parecia ser bem diferente do que todos diziam. Talvez seu passado não justificasse seus atos de agora. Algumas horas depois, já estava tudo pronto para partirmos, todos montados em seus Gorgos prontos para levantar vôo. – Espere! Messor! Venha cá! Antes de partir preciso lhe dizer algo, em particular. – Desci de meu Gorgos e ela me levou até o primeiro corredor do interior do castelo, ela parou, virou-se para mim, seus olhos brilhavam e ela disse. – Espero que me perdoe por isso. Mas eu preciso ter certeza de uma coisa. – Dizia ela segurando minha face com ambas às mãos e me encarava por alguns segundos, fechava os olhos lentamente e aproximava-se ligeira, eu estava tenso e surpreso com a situação, ela então me dava um beijo como se fosse uma jovem perdidamente apaixonada, eu não compreendia suas razões para tal, mas por algum motivo fechei meus olhos e dei continuidade ao beijo, segurei em sua cintura enquanto ela levava uma de suas mãos a minha nuca, aprofundando o beijo. Levava uma de suas pernas à minha cintura e eu a segurava levantando parte de seu longo vestido. Separando teus lábios dos meus, ela saltava suavemente com sua outra perna e assim eu a segurava, suspendendo-a, ela abraçava minha cintura com as pernas tornando a beijar-me enquanto arranhava-me a nuca lentamente até o meio de minhas costas. Ela separava seus lábios dos meus e me encarava, seu rosto estava corado e ela dizia. – Volte vivo... e que isto mantenha-se apenas entre nós. Agora vá. – Ela descruzava suas pernas e ficava de pé diante de mim, eu não tinha palavras, mantive-me em silencio, e apenas sorri para ela. Andava em direção a saída, deixando-a, e ela disse. – Prometa que voltará vivo! – Eu olhei para trás e sorrindo afirmei balançando a cabeça, e assim, juntei-me ao grupo e levantamos vôo até Vermecia. Durante a viagem eu me sentia confuso, e me perguntava. – Por que Cazeaje fez aquilo...? – E comecei a me questionar, por que dei continuidade a tal ato? Tantas perguntas sem resposta... Estaria eu desejando a Rainha das Trevas? Eu teria coragem de trair o amor de minha vida? Mantive-me em silencio e pensativo durante toda a viagem...



Segundo ato: Resgate



Chegando em Vermecia passamos pelo pântano para não sermos notados, deixamos nossos Gorgos lá e fomos a pé para Canaban. Usávamos bandagens para cobrir nossos rostos, e capuz para dificultar nossa identificação, fomos até uma taverna e assim começamos a debater o plano de invasão e resgate. – Certo, as áreas com defesa vaga segundo Cezeaje são essas áreas dos muros, chegando ao castelo precisaremos passar pelos guardas. – Disse Kaze. – Eu cuido disso. – Disse Hikaru socando a palma de sua mão. – As celas ficam neste andar, é uma escadaria cheia de portas, os condenados de espera a execução ficam presos a partir daqui, não me parece muito difícil. – Dizia eu, apontando os desenhos. Logo uma jovem menina veio nos atender. Curvou-se diante de nós e dizia que não havia bebidas alcoólicas e nem suco de frutas, apenas água. Eu reconheci a menina, havia me atendido antes, ela olhou para mim e apesar de eu estar mascarado, ela me reconheceu, parecia saber que eu estava disfarçado, então disse. – O senhor aceita uma garrafa d’água? É por conta da casa. – Aceitei e ela me trousse a garrafa, e junto dela havia um bilhete, dizendo. – “Saia daqui imediatamente, você está correndo perigo, os caçadores de recompensa querem sua cabeça, e está a um preço altíssimo, a taverna anda muito mal, por favor, tente não destruir nada com sua presença.” – Eu mostrei o bilhete para Kaze, ele então começou a pegar os desenhos e a se levantar, quando um jovem de cabelos castanhos e pele clara o fez sentar novamente e sentou-se num lugar vago da mesa. – Onde pensa que vai, fugitivo? – disse o rapaz. – Vocês não podem fugir de ninguém por aqui, foi suicídio ter vindo até o quartel general da Grand Chase, rendam-se e talvez vivam um pouco mais. – Ele colocou uma pistola sobre a mesa e disse. – Não quero ter que gastar as balas desta arma com vocês. – Kaze olhou para ele, olhou para o lado e apontou dizendo. – Olhem! Uma mulher pelada! – Todos inclusive Hikaru olharam. Nesse instante Kaze pega um garfo e finca a mão do rapaz na mesa, levanta rapidamente e dizia. – Corram! – logo um tumulto se formou na taverna, pessoas correndo, outras gritando, nos misturamos à multidão e fugimos do local. Fomos diretamente para o castelo e colocamos o plano em execução, pulamos o lado vulnerável do muro e Hikaru abateu os guardas que guardavam a entrada. Tudo corria bem, chegamos às celas e encontramos Zi, ela dormia no chão frio e me parecia um pouco machucada, eu a acordei, ela olhou para mim, e chorando me abraçou dizendo. – Achei que estava morto. Estava começando a perder as esperanças. – Eu lhe abracei firme e disse. – Nunca deixaria nada de mal acontecer a você. – Hikaru então disse. – Deixemos o sentimentalismo pra depois, precisamos sair daqui e rápido! – Então Kaze disse. – Não antes de uma coisa... – Kaze corria rapidamente até o fim da escadaria abrindo todas as celas e libertando todos os prisioneiros, voltava até nós com dezenas deles o seguindo e eu disse. – Ficou louco!? Nem sabe o crime de cada um deles! – E Kaze diz. – Confie em mim. – Todos corremos até o salão que dava acesso a saída, Kaze puxou a mim, Hikaru e Zi dizendo. – Hei! Esperem! Nós vamos por aqui! – Nós nos separamos do grande grupo. Seguimos uma rota alternativa traçada por Kaze. – Onde está nos levando? – Eu perguntava. – Apenas confie em mim! Acredite! – Analisei a rota e ela não sairia do castelo, me perguntava o que Kaze estava tramando, até que chegamos a um lugar perto do teto próximo a saída, ele mandou ficarmos abaixados e observarmos. Eu olhei o grande grupo correndo para a saída e assim que abriram o portão somente o som e os traços de luz das balas atiradas pelos guardas foram vistos pelos meus olhos. – Bingo! – Disse Kaze, eu fiquei perplexo vendo sua reação, parecia saber que os guardas estavam a nossa espera, mas por que sacrificar tantas pessoas? Alguns fugiram recuando para o interior do castelo, os guardas pareciam lobos selvagens sedentos de sangue, atiravam sem dó contra os que restaram, e corriam atrás dos mesmos. – É a nossa chance! – Disse Kaze, ele sabia o que nos aguardava, mas como? Seguimos Kaze até o lado de fora do castelo e dali saímos sem sermos notados. – Como sabia que os guardas nos esperavam? – Perguntei a Kaze ao chegarmos a uma clareira. – Eles foram previsíveis demais, quando chegamos, um deles passou desapercebido por Hikaru e alertou a toda artilharia da guarda real, logo usei os prisioneiros como distração, para que achassem que estaríamos no meio de todos. – Zi se manifestou dizendo. – Mas aquilo foi desumano! Quantos deles eram inocentes? Você sabia por acaso? – e Hikaru disse. – Antes eles do que nós. – Logo eu disse. – Sinto dizer que Hikaru tem razão, agora temos que voltar para as terras de Cazeaje, antes que arrumemos mais problemas... – Zi olhou para mim surpresa e disse. – Cazeaje!? C-como assim!? – Então respondi, siga-nos, eu explico no caminho... – Voltamos para o pântano, montamos em nossos Gorgos e levantamos vôo até o castelo de Cazeaje. Durante a viagem de volta, Zi dizia o quanto sentia minha falta, e a cada palavra dela, minha consciência conflitava dentro das memórias daquele dia.



Terceiro ato: Calmaria



Chegamos ao castelo em pouco tempo devido ao vento, Cazeaje nos recebeu e me olhava com mesmo brilho apaixonado de seus olhos dias atrás em que desejamos um ao outro, Zi não notou nossa troca de olhares, porem Hikaru permaneceu em silencio mesmo notando tal ato da rainha das trevas. Kaze continuava a reclamar com seu Gorgos enquanto tentava inutilmente adestrá-lo. A noite caiu, logo ouvia-se apenas o caminhar de alguns monstros que guardavam o castelo naquela desolada planície. Novamente sentei-me sobre a mesma rocha elevada sobre a planície, e ali refletia sobre minha atual situação. Hikaru se aproximava em passos lentos e dizia. – Vai falar ou prefere que eu pergunte? – Eu não olhei para ela, mantive-me de cabeça baixa e assim dizendo. – Não consigo compreender, Hikaru. Tudo anda tão confuso para mim, a rainha das trevas, o mal em pessoa, alguém responsável pela morte de milhões, alguém também responsável por quase Zi estar morta, como posso... – Hikaru completou minhas palavras dizendo. – Desejá-la? Não é tão complicado quanto parece, porque a rainha das trevas não é na verdade má, e o tesão entre vocês dois pode levar esta guerra ao fim. – Então eu disse. – Você é mulher, não acha um tanto vulgar falar desta maneira? Enfim, o que quer dizer com isso? – Hikaru senta-se ao meu lado e diz. – Veja bem... ela te quer, você também a quer, mas sabe que não a ama, certo? – Afirmei balançando a cabeça apesar de ter demonstrado certa duvida, e ela prosseguiu. – Tua amada não podes saber disso, mas tenho um plano, siga exatamente o que eu disser e podemos trazer paz a este mundo por um tempo. – E assim fiz, terminei de ouvir o que Hikaru tinha a dizer e procurei por Cazeaje no interior do castelo, logo encontro-a utilizando uma energia extremamente poderosa diante de um gigantesco cristal que ia do chão ao teto daquele imenso salão escuro. O cristal reagia à magia pulsando uma luz azulada e emanando uma grande quantidade de energia negra. O chão começava a tremer, o cristal reagia mais a energia emanada por Cazeaje, e um orbe da energia da rainha se formava entre ela e o cristal, o orbe mudava constantemente de cor. O ar se tornava denso e difícil de respirar, o orbe se trincava e começava a emanar energia negra como nunca antes vi na minha vida, era tremendamente assustador. Notei que Cazeaje estava ficando ofegante, logo ela ajoelhava, mas continuava a tentar estabilizar o orbe, que se rompe numa explosão que a projetava para longe do cristal. Ela caia quase inconsciente ao chão e logo fui socorrê-la. – Cazeaje! Você está bem? – Perguntei preocupado. – Posso estar para morrer, mas desde que meu ultimo suspiro seja deitada nos braços teus, minha eternidade vivida terá valido a pena. Não se preocupe, eu estou bem. – Dizia ela olhando em meus olhos enquanto tocava minha face suavemente com suas delicadas mãos. – O que estava tentando fazer. – Perguntei olhando para o cristal. – Tentando reanimá-lo... um de nossos grandes aliados nesta guerra... – Dizia ela um pouco fraca. – Cazeaje... gostaria de pedir-lhe um favor... – Dizia um pouco receoso. – Qualquer coisa, desde que esteja ao meu alcance. – E eu então disse. – Gostaria que parasse a guerra por um tempo... gostaria muito de um tempo de paz, e como sabes, estou para ser pai... – Ela me encarava sem expressão, respirou fundo e disse. – Quanto tempo queres? – E eu respondi. – Dez anos. – Ela pensou por alguns segundos e disse. – Certo, não é muito tempo. Dez anos e nem mais um dia, nós que portamos a magia negra somos desprezados e dizimados pelos seres da luz, e também muitas vezes injustiçados, assim como você. Os monstros também tem seu lugar, pararei a guerra e tirarei minhas tropas de Vermecia e Terra de Prata, mas lembre-se, dez anos, e nem um dia a mais. – Ela se levantou junto a mim e aproximando sua face da minha, dizia com sua voz cansada. – Te quero... Tocar-te e sentir o calor de vosso corpo colado ao meu. Arrancar-te suspiros até levar-te a loucura... entrega-te a mim, e entrego-me por completa a ti... – Ela suspirava próxima ao meu ouvido, me dando um repentino arrepio, e dizia. – Deita-te comigo, possua-me em teus braços, e toque-me como uma doce melodia. No silencio de uma doce melodia onde encontraras teus lábios junto aos meus... Teu coração palpita de amor por ela, mas sei que ardes de paixão por mim... Entrega-te ao desejo, entrega-te a mim... e faças de mim e você apenas um... esta noite... – As portas do grande salão se fecham deixando o ambiente numa repleta penumbra, dois amantes proibidos entre caricias se deitam ao chão. Ouvindo apenas o bater de vossos corações tomados pela paixão e os suspiros provenientes do desejo de ambos... e naquele momento um escuso pensamento me vinha a mente. – Pelos deuses... O que penso que estou fazendo...? –



Quarto ato: A Paz do Primogênito.



O tempo passou, a gravidez de Zi progredia e seu ventre ficava cada vez mais aparente. Depois daquela noite, Cazeaje disse que só manteria o acordo de paz se eu a mantivesse como amante, Kaze ficou encarregado de levar a mensagem de paz aos continentes, levando com ele uma enorme horda de Gorgos para sua escolta. E assim se fez, alguns meses se passaram, a paz reinava sublime entre o exercito das trevas e o resto do mundo, Zi continuava bela, doce e encantadora como sempre, mas não sabia por quanto tempo conseguiria manter meu caso com Cazeaje em segredo. Zi já parecia suspeitar, a paz repentina, algumas noites quais não dormíamos juntos, mas mesmo que soubesse, aparentava não ter conhecimento sobre isso, ou apenas ignorava o fato. Hikaru me acobertava o máximo possível, vez ou outra se gabava por seu plano ter dado certo, desde então passamos de colegas a bons amigos. Certo dia, Kaze voltou trazendo em um de seus Gorgos um cavaleiro, sua armadura era robusta, sua arma era uma Tirfing, uma espada reta não muito larga e cheia de runas de alto nível gravadas em sua lamina. Seus cabelos arroxeados me eram familiares, eu não acreditava, mas sim, era meu irmão Balltazar. Ele veio correndo para me abraçar como sempre, e assim dizendo. – Me dê uma boa razão pra não te matar aqui e agora. – Enquanto ele me abraçava eu dizia. – Fique tranqüilo irmão, eu explico. – Após contar tudo que aconteceu, ele disse. – Compreendo, mesmo assim gostaria de avisar que a sua cabeça está a premio, alias, a cabeça de todos vocês está. E a um preço altíssimo. Estou tentando resolver isso com a comandante Lothos, mas não garanto que eu vá conseguir, talvez consiga salvar o pescoço do seu amigo Kaze até mesmo de Zi... mas você irmão... mesmo que tenha estabelecido a paz, ainda é o principal suspeito da morte da princesa, se eu fosse você, começaria a caçar os verdadeiros culpados, já estou de partida, espero te ver em breve numa ocasião mais oportuna, ninguém deve sequer saber que puis os pés aqui. Boa sorte irmão... – Nos despedimos e ele voltou com Kaze para Vermecia. Mais alguns meses se passaram, Zi já estava em seu sétimo mês de gestação, eu e ela estávamos deitados sobre a grama da planície, olhando as estrelas juntos. Zi com seu olhar de sonhadora olhava para o alto sem dizer uma palavra, mas o silencio foi quebrado quando ela sentiu o mexer do fruto de nosso amor em seu ventre. – Ah! Está se mexendo de novo! – Dizia ela com um sorriso no rosto, e prosseguiu dizendo. – Que nome iremos dar? – Eu um tanto sem jeito disse. – Não da pra pensar em nome, nem sabemos se será menino ou menina. – E ela disse docemente. – Se for menina se chamará Yume. – Eu rindo um pouco perguntei. – Por que Yume? – E Zi respondeu me abraçando. – Porque Yume significa sonho, e meu maior sonho é construir uma família feliz ao seu lado. Não consigo mais imaginar minha vida sem você... – Ela pousava uma de suas mãos sobre sua ventre e dizia. – Eu não sei o que seria de mim se perdesse vocês. Vocês são tudo que tenho. – Eu não tinha muito a falar, então disse. – Para sempre lhe amarei. – E ela me respondeu. – Que nosso amor seja eterno. Messor, meu coração e teu com paixão e fervor, e não importa o que aconteça, tu terás eternamente meu amor. – Seus olhos brilhavam, e seu sorriso encantador se mantinha presente em seu rosto. Respondi-lhe com um beijo as mil palavras que diria e ainda assim não conseguiria expressar minha tamanha felicidade. Dois meses se passaram e assim chegando o grande dia. Nossa, a ultima vez que fiquei com as pernas tremendo desse jeito foi lutando contra Gadosen, uma sensação de ansiedade e alegria tomava meu coração, e uma única coisa passava em minha mente. – Eu vou ser pai. – Hikaru e Cazeaje não deixaram eu entrar nos aposentos de Zi, o silencio era perturbador, eu aguardava sentado no chão encostado na porta. Logo Hikaru abre a porta e... bem, como eu estava encostado, foi óbvio que caí. Hikaru me parecia preocupada, saiu do quarto e fechou a porta enquanto eu me levantava. – É uma bela menina. – Disse Hikaru ainda com um ar de preocupação. – Que cara é essa Hikaru? – Perguntei com um pouco de medo. – Ela nasceu bem, não houve nenhuma complicação. Mas... – Hikaru começava a coçar a cabeça e a procurar palavras. – Fale logo Hikaru! Não me mate de aflição! – Dizia eu sacudindo Hikaru pelos ombros. – Ela não chora. Também não abre os olhos, ela simplesmente parece estar dormindo, isso não é normal. O estranho é que ela respira normalmente. Só... não emite nenhum som, até mesmo o coração bate muito baixo. – As palavras de Hikaru me gelaram a alma. Adentrei o quarto num silencioso desespero, que subitamente foi aquietado ao ver Zi deitada sobre a cama amamentando nossa filha, seu sorriso encantador se fazia presente, e olhava para a pequena Yume com um grande ar de emoção em teus olhos. Cazeaje olhava para mim, sorrindo e dizia. – Meus parabéns e bênçãos, papai. – Aproximei-me de Zi a fim de ver o rosto de Yume, ela era pequena e delicada, puxou a delicadeza da face de sua mãe, um grande orgulho e uma enorme sensação de satisfação me tomavam naquele momento. Mas por um instante, o tempo parecia parar, Yume abre os olhos, e olhava para mim, com a inocência da criança que quer descobrir o novo mundo. Seus olhos eram azuis como os meus, e o pouco de cabelo em sua cabeça era violeta como os de sua mãe. Zi olha para mim e dizia sorrindo. – Ela parece com você, tem os seus olhos. – E eu disse. – Mas puxou o seu encanto. – Lhe dei um beijo e disse. – Repouse. Nosso futuro começa hoje. – Dei um beijo na testa de Yume e me retirei do quarto. O tempo foi passando e Yume foi crescendo, tentávamos ensiná-la a falar, Zi tentava fazê-la falar “Mamãe” e eu “Papai”, Hikaru tentava fazê-la dizer nomes de armas, como katana, manopla, bastão, entre outras, Cazeaje tentava fazê-la falar nomes de monstros e Kaze tomava alguns cascudos meus por tentar fazê-la dizer palavras sujas. No final das contas sua primeira palavra foi seu próprio nome. Alguns anos se passaram, vez ou outra eu sentia um distúrbio de energia gigantesco dentro do castelo. E num desses tremores, acordou o guerreiro asmodiano, Duel Pon Zec, o vingador. Sua armadura cobria apenas suas costelas e seu braço esquerdo, deixando seu abdome e peitoral a mostra, ele possuía uma pele azulada, porem seu braço direito possuía a coloração de uma pele clara comum, ele era forte músculos definidos e um olhar profundo e ameaçador, possuía um longo cachecol vermelho que lhe cobria os ombros e o pescoço, seus cabelos eram arrepiados e azul cobalto, vestia uma calça larga nas pernas e justa na cintura, com botas que acompanhavam a textura de sua armadura. Levantava-se de sua tumba apoiando-se sobre Eclipse, sua lendária espada. Duel tinha cerca de dois metros e meio de altura, e Eclipse, uma espada robusta possuía cerca de meio metro de largura por um metro e oitenta de comprimento, ela também acompanhava a textura e cores da armadura dele. Cazeaje havia lhe trazido do mundo dos mortos, eu questionava se Cazeaje estava mesmo mantendo o tratado de paz, a mesma me garantia que sim, mas que continuaria a tentar reviver os antigos guerreiros imortais das trevas. Nesse tempo eu não havia ficado parado e tinha treinado bastante e igualmente me fortalecido, mas com toda certeza a Grand Chase também deve ter se fortalecido, logo comecei a treinar com Duel. Ele era meio calado, e havia uma larga diferença de poder entre nós. Ao brandir sua espada, mesmo que eu desviasse, a preção de seu golpe me atingia junto com a devastação que apenas o movimentar de sua lamina proporcionava. Estávamos no sexto ano do tratado de paz, eu havia conseguido alcançar Duel em velocidade e poder, e estava começando a treinar Yume, ela não puxou os poderes de Zi, mas tinha uma grande facilidade para aprender técnicas, Duel dizia que ela lembrava seu antigo adversário Zero, por mesclar habilidades de diferentes estilos de luta com o uso da mana. Yume treinava conosco, mas chegou a um ponto onde treinar próxima a mim e Duel se tornou perigoso demais. Mas o que me impressionava, era que Yume possuía com seis anos a resistência que eu tinha com dezoito e a velocidade de quando eu tinha vinte. Mais um ano se passou, Hikaru treinava com Yume e a ensinava a arte do combate corpo a corpo que os Cavaleiros de Prata usavam, e Zi ficava mais desconfiada de meu caso com Cazeaje, eu sabia que era uma questão de tempo até ela descobrir, Cazeaje me exigia em seu quarto mais do que o de costume, e como o prometido, não poderia negar. Certa noite, estávamos deitados sobre sua cama e perguntei. – Cazeaje, anos atrás você disse que eu era parecido com “ele”, quem seria esse “ele”? – Ela parecia não ter gostado da pergunta, porem respondeu assim mesmo. – Você é como Lass... – Respondia ela com certa repulsa. – Depois de sua morte, meus dias ficaram sem cor, eu procurava algo que pudesse trazê-lo de volta, mas nunca consegui, eu certo dia olhava as estrelas, e vi uma estrela cadente, pedi uma forma de trazê-lo de volta. E me aparece você... vocês são idênticos, jeito de falar, pensar, agir, possuem as mesmas características físicas, e por coincidência, você é o escolhido... – Eu passava a mão em seus cabelos e dizia. – Cazeaje, não devia me usar pra substituir alguém que se foi... – Ela com a voz segurando o choro, dizia. – Idiota! Não fale asneiras! Eu... eu te amo! É muito mais que apenas carnal o que sinto por você, no começo até podia ser... mas hoje é diferente... meus dias são felizes ao teu lado, é um grande orgulho pra mim poder cuidar de Yume com vocês... já que não posso ter filhos... mesmo que não seja minha filha, a considero como tal... – Ela tentava continuar a falar, mas era impedida por seu choro, a abracei e aguardei ela se recompor. – Messor, você me ama...? – Perguntou ela com lagrimas nos olhos e uma expressão clara de insegurança. – Sim, eu a amo. – Respondi a ela. – Mas... ama-me como te amo? – Dizia ela com um claro medo em suas palavras. Meus sentimentos conflitavam entre o coração e a razão, eu amo a Zi, disso nunca tive duvidas, mas... e Cazeaje? Meu coração bate eternamente de amor pela Maga Violeta, mas também arde de paixão pela Rainha das Trevas. E de meus lábios escapou apenas uma palavra. – Sim... – Ela abraçava-me firmemente, deitando sua face sobre meu peito nu. E eu sentia que suas lagrimas não eram mais de insegurança, e sim de alegria, mas quem estava inseguro, era eu. Alguns dias depois, Yume me aparecia com um filhote de Gorgos morto em seus braços, e disse. – Pai, me ajuda, eu estava treinando com a tia Hikaru e um de meus golpes acabou atingindo esse bicho, ele começou a dormir e não acordou mais, acorde ele, por favor. – Dizia ela com toda a sua inocência, a criatura estava pingando sangue e as roupas de Yume estavam totalmente sujas de vermelho. – Ele... não vai mais acordar, filha. – Ela olhou triste para mim e disse. – Por que não vai acordar mais, papai? – E eu respondia. – Existem duas coisas no mundo que são certas, a vida e a morte, a morte é algo inevitável a todos os que vivem. Como é difícil para você entender o que é a morte, digamos que seja... como dormir para sempre, um descanso eterno onde todos nos dizem adeus, e partimos solitários para algum lugar alem desta vida, e nosso corpo retorna para onde veio. – Ela olhou para o corpo do pequeno dragão ainda sangrando em seus braços e disse. – E pra onde voltamos? – Perguntava ela ainda com tristeza. – Para a terra, pois da terra tiramos tudo que nos sustenta, e as nossas cinzas alimentam as plantas, e as plantas, alimentarão outros seres como nós, porque assim que funciona o ciclo da vida. Algumas coisas acabam para que outras continuem. – Dizia eu, tentando ser claro. – Papai, tenho medo dos meus poderes, machuquei a tia Hikaru, e acertei sem querer esse bicho. Eu... só machuco e destruo coisas, não acho que isso esteja certo, mas... – Ela deu uma breve pausa e disse. – Certo dia, vi um bicho como esse com sua mamãe, um outro bicho grande estava tentando bater no filhote, e a mamãe cuspiu uma rajada de fogo contra o grandalhão. Ele ficou com a pele escura e começou a dormir como este bicho que seguro. Eu não entendi a razão disso... a mamãe dragão tirou uma vida... mas parecia feliz com seu filhote... – Eu me abaixei e segurei nos ombros de Yume dizendo. – Foi o que eu disse, algumas coisas tem que acabar para que outras continuem, a mamãe Gorgos teve que acabar com o bichão para que seu filhote continuasse a viver. Entendeu? – Ela olhou nos olhos e disse. – Mas o que continuará agora que matei este? – Eu estava começando a ficar sem respostas então disse. – Foi um acidente, não devia se culpar por isso, ele simplesmente deu o azar de estar na frente do seu golpe na hora errada. Agora vá brincar com o tio Kaze, deixa que eu cuido desse Gorgos morto pra você. – Peguei o corpo do filhote de dragão e o enterrei próximo dali, Kaze se aproximou enquanto eu terminava de enterrar a criatura e dizia. – Não é fácil pra um pai coruja como você, explicar o que é a morte para uma inocente criança como Yume. Certamente você deve ter escolhido sabiamente suas palavras. E quanto a sua nova arma? Está pronta? – Eu olhei para Kaze e disse. – Duel ficou de forjá-la até o final do dia, já sinto falta da minha katana. – Kaze riu um pouco e disse. – Já eu sinto falta da guilda, eu quero que seu irmão resolva logo esse assunto pra eu poder voltar. Devem estar sentindo minha falta. – Vi Hikaru vindo e disse perguntei para Kaze. – E quanto aos Cavaleiros de Prata? – E ele respondeu. – Não é muito difícil para eles elegerem um novo líder. – Hikaru se aproxima e diz. – Ouvi o nome da minha guilda nessa conversa? – limpei minhas mãos sujas de terra e disse. – Hikaru, sente falta de casa? – Ela olhou pra baixo e disse. – Não tenho que sentir saudades de casa, pois já estou em casa. Sua filha é durona Messor, veja o que ela fez com minha manopla. – Dizia ela mostrando sua luva de metal totalmente avariada. – Isso num único golpe com as mãos nuas. – Disse ela com entusiasmo. – Você gosta mesmo de treinar com a Yume né? – Dizia eu, rindo um pouco. – Sim! Ela não é só habilidosa, mas tem tendência a ficar com um corpinho e tanto. – Eu e Kaze olhamos para Hikaru com um pouco de espanto e Kaze disse. – Hikaru, você nunca pensou em ter um namorado? Você é sozinha desde que a conheço... – Hikaru começava a ficar um pouco corada e dizia. – Não me sinto bem me relacionando com homens. – Kaze notava seu constrangimento e dizia. – Aquela garota que você matou, que na verdade já estava morta, seria a sua... – Hikaru interrompia a fala de Kaze e dizia. – Sim! Mudemos de assunto, eu não quero falar sobre isso... – Dizia Hikaru um tanto envergonhada. Talvez achasse que a repreenderíamos por relacionar-se com mulheres, um medo fútil, mas compreensível. Anoitecia e Duel pedia minha presença numa sala dentro do castelo, sobre uma mesa de madeira escura estava a minha katana, porem não emanava somente uma aura negra, mas também um forte miasma, alem das duas gemas que se faziam presentes na lamina, havia o orbe que Cazeaje havia me dado, Duel pegou a espada e disse. – Eis aqui vossa espada sapiente, seu nome é Falx, o assolador. Confesso que foi difícil estabilizar este orbe, sua personalidade é sociável, mas quando em forma de arma, existe a possibilidade de você ser possuído pela lâmina, mas se caso acontecer, terás um poder incontrolável por algum tempo. – Eu olhei para Duel e disse. – Incontrolável? – O asmodiano sacou sua enorme espada e disse. – Sim, se você e sua arma entrarem em acordo, será como se ambos fossem apenas um. Será como Astaroth conseguiu uma vez, mas ele passou dos limites, fundiu-se com o martelo de Ernas e sua ambição foi grande demais, queria dominar o mundo. Querer ter Ernas inteira apenas para si, reinando supremo como controlador de tudo que existe. Seu corpo foi escondido pelo elfo Caxias Grandiel, mas pelo visto, Cazeaje conseguiu reencontrá-lo, noite passada eu vi ela drenando a energia do tumulo, parece querer acordar um poder maior. – Confuso perguntei. – Poder maior? Algo mais ameaçador do que você e Astaroth juntos? – Duel guardou a katana na bainha e disse. – Algo que e primeira geração da Grand Chase não teve condições de derrotar apenas com suas habilidades. Um ser que nem sequer pertence a este mundo. Um habitante de Hades, o submundo de Ernas. – A descrição de Duel me amedrontava. – Habitante do mundo de Hades? Por acaso seria... – Duel completa minha frase dizendo. – O dragão de ferro, Berkas. Cazeaje pretende usá-lo como arma definitiva contra tudo e todos que ficarem eu seu caminho nesta guerra, mas não me sinto confiante com uma monstruosidade dessas andando por ai, temo pelo pior, mas estou otimista. Tome, você e Falx devem conversar um pouco. Por favor, se não for incômodo, gostaria de ficar um tempo sozinho. – Duel me parecia um pouco melancólico ao me devolver a katana. Poupei-o de perguntas e saí daquela sala, voltando novamente para pedra no campo perto do castelo. Empunhei minha espada e disse. – Então, seu nome é Falx. Er... isso é estranho, nunca falei com uma espada antes. – Um olho se abre em uma das jóias da katana, seu foco de visão se direcionou a mim e uma voz vinda da espada disse. – Estranho é você! Humano esquisito! Bem, vamos pular as apresentações formais. – A lâmina brilhava e começava a tomar a forma de um humano. Possuía cabelos negros e lisos, possuía na parte frontal uma franja repicada e todo o cabelo acompanhava o corte, seus olhos tinham uma íris com um vivo laranja, era jovem, pele clara, aparentava uns vinte e dois anos, trajava um sobretudo preto com botões da mesma cor de seus olhos e possuía a mesma altura que eu. – Falx, ao seu dispor, em que posso ajudá-lo? – Dizia ele removendo um cigarro de um de seus bolsos. – Bem... o que você pode fazer como minha arma? – Perguntei a fim de quebrar o gelo. – Muitas coisas. Como deve imaginar, sou o irmão mais velho de Grandark, o “protótipo que deu errado”, o descartado, o esquecido, o “estressadinho desequilibrado”. – Ele colocava seu cigarro na boca e o acendia com a ponta do seu indicador conjurando fogo através de sua mana. Após dar uma dragada e soprar a fumaça olhando para as estrelas, ele disse. – Como vai a caçada aos culpados pela morte da princesinha? Creio que nem começou ainda não é? Vai esperar a guerra recomeçar para caçá-los? Creio que seja uma má idéia, há essa hora devem estar tomando um banho numa fonte termal enquanto estamos aqui discutindo o que fazer. Não me importa que me use como lembrador ou agenda, mas me respeite como sua arma, isso eu faço questão! – Eu estava começando a gostar de Falx, ele tinha um ar misterioso, mas era legal. Iniciou uma investigação ligando as historias, viajava às vezes com Kaze para procurar mais provas. Mais um ano se passou, começava a me preocupar, o acordo de paz estava acabando, Yume nunca soube de nenhuma guerra, mas perguntava muito sobre a primeira geração da Grand Chase, eu contava o que sabia e o que podia contar.



Quinto ato: Os Libertadores



Duel cada dia que passava parecia estar com menos estima, algo o perturbava, mas sempre tive receio de perguntar. Vez ou outra eu via ele conversando com sua arma, mas sempre melancólico, certo dia eu tomei coragem para perguntar. – Duel, o que te aflige tanto? – o asmodiano olhou para mim com lagrimas nos olhos e disse. – Edna... – Edna, Duel não precisou dizer mais nada para que eu compreendesse sua dor, Edna era a cavaleira asmodiana, morreu nos campos de batalha sacrificando-se para protegê-lo, ele sempre procurou uma maneira de trazê-la de volta, tentou até mesmo voltar no tempo para tentar salvá-la... mas nada adiantou, e seguiu solitário, vagando pelos mundos. – Invejo-te, mortal. – Disse ele olhando para baixo. – Tens uma mulher que o ama, tens uma amante que ama-te como tua mulher, tens uma filha maravilhosa, tens tudo que eu gostaria de ter e nunca mais terei... – Dizia ele entre as lagrimas que escorriam pelo seu rosto. – Cuide bem de sua mulher, não permita que nada aconteça a ela, pois uma perda como essa, é pior do que a própria morte... – Palavras de um guerreiro derrotado pelos próprios sentimentos, mantive meu silencio, e tentei confortá-lo com um abraço, ele retribui o abraço e eu disse. – Duel, você é um dos meus melhores amigos, sabia? – e ele disse. – Você é meu primeiro amigo de verdade. Ninguém nunca se importou com o que eu pensava ou sentia. Se não for muito incômodo, gostaria que me soltasse, não estou acostumado com esse tipo de contato. – Eu o soltei rindo um pouco. Seu ar de tristeza havia amenizado um pouco, até um discreto sorriso surgiu em seu rosto. De repente Falx aparece e diz. – Não quero atrapalhar o momento de amizade de vocês, mas tenho um assunto que lhe interessa Messor, encontrei o esconderijo dos assassinos da princesa, estão numa área isolada no continente Aton, aquele deserto infernal entupido de insetos gigantes. Kaze se dispôs a vir conosco, se eu fosse você não estaria ai perdendo tempo, vamos logo! – E assim partimos para Aton, Falx nos guiava para alem do deserto, uma área montanhosa que ficava pouco depois do fim das dunas de areia que pareciam não acabar. Sobrevoando a área, encontramos uma colossal formação rochosa que possuía a forma de um dragão que se estendida por quilômetros e no que seria sua boca, uma enorme caverna. Descemos até a entrada da caverna, uma forte energia emanava de todo lugar. Parecia que algo extremamente poderoso estava presente ou havia passado por ali. – Sinto a presença de alguns indivíduos nessa área. – Dizia Falx voltando à forma de arma, guardei-o em minha cintura e adentramos a caverna, avistamos algumas ruínas, pareciam artefatos mágicos destruídos pelo tempo e por uma provável batalha no passado. Logo tropeço em algo no chão, apesar de alguns cristais luminosos iluminarem o lugar, n se podia ver o chão com clareza, eu fui averiguar em que tropecei e notei que era um esqueleto, mas possuía uma forma estranha, parecia à estrutura de um humano, mas era grande demais para ser um humano, e o crânio parecia o de um dragão. Kaze havia ficado imóvel ao notar o tipo de crânio que eu havia achado. – Estamos no covil de Berkas... – Dizia ele visivelmente apavorado. – Reza a lenda que ninguém saiu daqui com vida fora os antigos mestres. – Eu então tentei tranqüilizá-lo e disse. – Bem... Berkas não está mais aqui, e seus soldados também não parecem muito vivos. E mesmo que estivessem, estariam do nosso lado. – Kaze acalmou-se com minhas palavras e continuamos andando, ouvimos vozes e nos esgueiramos nas sombras até chegarmos lá. Chegamos em uma ampla área e lá estava acesa uma fogueira com algumas pessoas perto dela. – São eles? – Perguntou Falx telepaticamente para mim. Olhei com atenção e avistei o mesmo que me manchou de sangue aquela noite, eu já preparava para empunhar minha katana e matá-lo sem que ninguém percebesse. Mas Kaze me disse para ter calma e observar. – Já estamos procurando por esse monstro há anos! Estou começando a duvidar que isso seja verdade! – Disse o jovem de cabelos prateados. Alguém de capuz e longos cabelos vermelhos que dificultavam a visualização de seu rosto dizia. – Cale-se! Eu sei que já procuramos por quase toda Aton, mas não procuramos em todos os lugares! Se encontrarmos Berkas, ele nossa maior arma. E assim vamos por fim a tirania da Rainha de Serdin! – A voz era masculina, firme e autoritária. Me mantive escondido e continuei a ouvir. – Por tantos anos, desde que a antiga rainha faleceu, toda Vermecia se tornou um completo caos! Principalmente depois que praticamente toda a primeira geração do exercito Grand Chase morreu, vocês sabem disso! E Cazeaje? Oooh Cazeaje, se não fosse por ela, meus irmãos não teriam sido executados a sangue frio por seus soldados demoníacos! Não só meus irmãos, mas também milhares de famílias! Mas a maior parte da culpa não é dela, é tudo culpa do maldito regime militar que a nova rainha nos proporcionou! Ter matado a princesa foi um golpe de sorte, mas infelizmente o efeito disso refletiu-se no povo, ou deveria dizer felizmente? O povo agora se rebela contra a revolta da rainha, Serdin está ficando sem súditos, e conseqüentemente, sem soldados. Quando esses dez anos passarem, sei que Cazeaje atacará com tudo que tiver! E assim, teremos nossa chance de tirar aquela tirana do poder. Mas com a ajuda de Berkas, poderemos manter a ordem nisso tudo, impedindo assim a obliteração total dos reinos. – Dizia o rapaz encapuzado. – Esse seu discurso ta ficando clichê e duvidoso, primeiro temos que achar o corpo de Berkas, depois arrumar energia o suficiente para acordá-lo, e sem uma fonte de energia grande o suficiente, levaria anos para trazê-lo de volta a vida. – Dizia o jovem de cabelos prateados. – Não com isto, meu caro. – O rapaz encapuzado removia uma esfera luminosa de dentro de seu manto. – Pretende acordar Berkas usando a essência de Thanatos? – Perguntou uma jovem de cabelos loiros, também encapuzada. O ruivo ria e dizia – Não só com isso, eu encontrei o que Caxias Grandiel levou a vida inteira para encontrar. – Dizia ele tirando a Bíblia da Revelação de dentro de seu manto com a outra mão. – Com esse poder, acordaremos e controlaremos Berkas ao nosso favor. – Concluia o ruivo. – Messor, temos companhia. Sinto um individuo vindo pra cá, e tem uma energia muito sinistra! – Dizia Falx telepaticamente para mim. – Não temos como correr sem chamar atenção agora. – Respondia em pensamento. Logo um senhor de aparentes cinqüenta anos e cabelos loiros aparece, também estava de capuz. Andava devagar, sua presença é logo notada e o ruivo diz. – Quem é você? Como chegou aqui? Se queria encrenca acaba de... – Uma luz traçava uma linha entre os dois na altura do peito, e some em um instante, seguido do barulho de um estouro, supus que fosse um tiro, mas havia sido lento demais. O ruivo caia ao chão de joelhos com o peito sangrando e não conseguia dizer uma palavra, e o senhor dizia. – Nada mais do que desperdício de boas balas, chame pelo meu nome quando estiver nos portões do inferno. – Dizia o senhor enquanto tirava seu manto apontando em cada mão uma pistola para os outros dois que restaram. Eu logo reconheci aqueles olhos vermelhos, cabelos loiros e pele pálida. Era ele, uma lenda viva, o irmão mais velho de Lass, Lupus Wild, o caçador de recompensas. – Eu não esperava que fosse logo a sua cabeça a premio, Jin. – Dizia Lupus arrancando o capuz do ruivo, que mostrava-se em uma avançada idade, visualmente noventa anos. – Lupus! Você não compreende!? – Manifestava-se a jovem de cabelos loiros, conseqüentemente sendo atingida por uma bala em seu joelho e caindo ao chão gritando e contorcendo-se de dor. – Cale-se criança, sua cabeça não está a premio, mas posso abrir uma exceção. – Dizia Lupus calmamente apesar da tensa situação. – Lupus... você não vê que estamos tentando salvar Vermecia e o resto do mundo? – Dizia Jin, ainda ajoelhado e com dificuldade na fala. – Apenas estou fazendo meu trabalho e cumprindo ordens. A rainha requisitou meus serviços para caçar e executar você, e a um preço altíssimo. – Dizia Lupus com o dedo no gatilho. Eu suava frio ouvindo e observando a situação. – A situação tomou um drástico ar de seriedade, Messor! Vamos dar o fora daqui! – Dizia Falx muito nervoso. Eu pedia calma a ele e silencio, Kaze parecia entender porque eu não fugia e também mantinha-se imóvel. – Você só pensa em dinheiro? Você não pensa nos seus filhos? Vai mesmo continuar como o cãozinho da rainha? – Lupus puxa o gatilho matando friamente Jin com um tiro na cabeça, olha para os outros dois e diz. – E é assim que se escolhe o caminho para o mundo dos mortos... – A jovem de cabelos loiros novamente se manifesta e diz. – Jin! Não! O que você fez! – Lupus vai até a jovem e retira seu capuz, olha bem para a face dela e diz. – Seu rosto me é familiar, seria filha da Elfa Arqueira, Lire Eryuell? – A jovem cuspiu na face de Lupus e disse. – Não ouse dizer o nome de minha mãe outra vez! Olhe o que fez! Tanto esforço pra nada! Não sabe o quanto sofremos pra chegar até aqui escapando do exercito durante tantos anos! Maldito seja! Eu lhe odiarei até meu ultimo suspiro de vida! – Lupus limpava seu rosto e com uma expressão de desprezo olhava para jovem, recolhia suas armas então o jovem de cabelos prateados dizia. – Você já foi melhor que isso Lupus. Mesmo depois de ter matado Dio e a maioria dos seus descendentes. – Lupus novamente saca sua arma e aponta para o rapaz dizendo nervoso. – Onde está ela...? – O jovem não temia Lupus e dizia. – Vamos, atire, eu sei que você quer ver meus miolos salpicados nessa terra pútrida que se tornou este mundo, sabe também que se atirar vai perder a ultima peça das chamas azuis. Mas não pode usar as chamas azuis porque não as domina e o único capas de controlá-las já está morto e enterrado não é mesmo? – Lupus recolhe a arma novamente e diz. – Aguardarei sua cabeça ficar a premio, é só uma questão de tempo. Não vão esconder Mari por muito tempo. Eu vou caçá-los, vou encontrá-los, e não hesitarei em matá-los, é só uma questão de tempo. Por enquanto, adeus... esse lugar me dá arrepios... – Dizia ele se retirando dali. O rapaz socorria a jovem elfa dizendo. – Vamos cuidar desse ferimento, depois... veremos o que fazer... pelo menos já me livrei do problema. – Dizia ele com desanimo, logo me revelo e digo. – Corrigindo, se livrou de um dos seus problemas. – O rapaz puxa uma adaga e diz. – Quem é você? Ei, espere um instante, eu lembro de você. De oito anos atrás, naquela noite do assassinato! O faz aqui? – Saquei minha katana e disse. – Eu devia acertar as contas com você, por sua causa eu quase fui executado, e por sua causa, minha amada também quase foi executada! Mas... – Guardando minha katana, eu continuava. – Eu gostaria de lhe agradecer. – Ele olhou desconfiado para mim e disse. – Como assim agradecer? – Kaze sai da sombra e diz. – Graças a você, foi possível o acordo de paz com Cazeaje, e mais uma série de coisas. – Ele guardava a adaga e dizia. – Me desculpe, mas foi preciso. Como acabaram de ver, a rainha está jogando sujo, a ponto de contratar o próprio Lupus pra vir atrás de nós... – Eu então perguntei. – “Nós” quem? – E ele respondeu. – Nós, aqueles que estão tentando derrubar o poder da rainha de Serdin, libertar Canaban e acabar com a guerra definitivamente. Mas... procuramos por toda Aton e não encontramos o corpo de Berkas, devia estar aqui. Mas pelo visto fracassamos de novo. – Das sombras sai um asmodiano com um do par de chifres quebrado, pele roja e pouco mais alto que eu, e uma senhora de cabelos azuis, do meu tamanho carregando em suas costas uma robusta espada do tamanho de seu corpo. – O troglodita já foi? – Perguntou o asmodiano. – Sim, mas ele vai voltar, com toda certeza. – Não consigo entender como ele nos encontrou tão facilmente. – Disse a elfa. – A bíblia da revelação foi nossa desvantagem, ela deixa um rastro energético, ele deve ter nos seguido dessa maneira. – Dizia a anciã. – Eu podia arrancar a cabeça dele se vocês deixassem! – Dizia o asmodiano um tanto estressado. – E quem são esses dois? – Perguntava ele olhando para nós. – São amigos, fica frio. E não pode matar Lupus, você não é páreo pra ele sozinho, e ele é um mal necessário, ele vai nos ajudar caso algo dê errado quando acordarmos Berkas. Si acordarmos Berkas... já não estou tão otimista agora que Jin está morto. – Eu compreendi a causa deles e arrisquei a dizer. – E se eu estiver com o corpo de Berkas escondido num lugar longe daqui? – A anciã então disse. – Só pode estar blefando. – Eu então mostrei minha katana, deixando visível o olho de Falx e disse. – Eu estaria blefando ao portar uma arma dessas? – A anciã olhou e disse. – Ele fala a verdade. Somente duas pessoas poderiam forjar uma arma assim. Oz e Duel, mas Oz já morreu a mais de um século, e Duel foi morto e selado pela primeira geração da Grand Chase. Como forjou esta arma? – Eu expliquei todo o processo até chegar ali. Kaze guardava a entrada para se caso Lupus voltasse. Após muito explicar, o grupo concordou ir conosco até o castelo. Chegando lá, apresentei-os formalmente a Cazeaje. – Estes são Tarkus, o asmodiano, Lena, a elfa filha de Lire, Marom, o ladrão de tumbas e creio que vocês já se conheçam, não é senhora Mari? – Ela olhava para Cazeaje em seu trono e dizia com certo desgosto. – Nunca imaginei que estivéssemos do mesmo lado algum dia. – E Cazeaje sorria dizendo. – Bom, Messor disse que está com a Bíblia da Revelação e a essência de Thanatos, poderiam entregá-los a mim? Pelo favor da gentileza? – Mari olhava para Cazeaje e calculava as chances de estar sendo contrariada, mas chegou à conclusão de que não havia outra opção. Entregou os itens para Cazeaje, que disse. – Tenho uma missão especial para um dos recém chegados, Marom, preciso de um item para completar meu objetivo, acha que é capaz? – E Marom com toda sua convicção disse. – Não pergunte se sou capaz, apenas me dê à missão. – Cazeaje sorriu e disse. – Garoto decidido, gosto disso. Preciso que entre no castelo de Serdin e roube o martelo de Ernas. Simples, não? – Kaze se manifesta dizendo. – Er... sua majestade, não acha que é um tanto perigoso demais pro Marom? – O jovem se irrita e diz. – Está dizendo que não sou capaz de roubar um simples martelo? Quem é você pra dizer alguma coisa de mim? – Kaze responde no mesmo tom dizendo. – Sou mestre das artes da grande guilda dos Assassinos da Cruz de Prata seu pirralho! Escolha bem suas palavras antes de... – O jovem ganha um brilho claro nos olhos e começando a soltar vapor pela boca, conjurava uma chama azul na mão esquerda, o que começava a transformar o seu braço. Apareciam garras afiadas no lugar das unhas e sua pele ganhava uma nova consistência. Cazeaje estalou o dedo e a transformação de Marom não só se interrompeu, como se reverteu imediatamente. – Hei! O que você fez? – Disse Marom tentando conjurar as chamas de novo. – Absorvi as chamas azuis que estavam no seu corpo, este poder não lhe pertence! – Disse Cazeaje com toda a sua autoridade. – Devolva! – Tarkus segurava Marom e dizia. – Calma cara, esqueceu onde estamos? Quer matar todos nós? – Marom se aquietava e Tarkus o soltava. – Este poder pertencia à Lass Isolet, você sequer deveria pensar em conjurar este poder na sua vida! Agora vá, e traga-me o martelo, talvez eu lhe dê algo para compensar. – Marom insatisfeito disse. – Eu preciso dessas chamas! É o que me mantém longe da mira de Lupus! Ele só não me matou ainda por causa destas malditas chamas! – Cazeaje conjurava uma pequena porção das chamas e brincava com elas fazendo anéis de fogo. – Então vai entrar na mira das armas de Lupus uma ultima vez, trazendo o martelo até mim, nunca mais terá de se preocupar com isso. Agora vá. – E assim se fez, Kaze levou Marom e Tarkus até Vermecia e disse. – Só posso ir até aqui com vocês, daqui em diante, não tenho como ajudar. Desejo-lhes sorte. E Tarkus, aconteça o que acontecer, fique de vigia. Marom depende de você pra isso. Até logo. – Dizia ele levantando vôo com o Gorgos novamente. Kaze volta pela manhã no mesmo lugar e aguardava ambos, a demora deles já estava sendo preocupante, até que Marom aparece arrastando o corpo de Tarkus dizendo. – Vamos logo! Tarkus está ferido, precisamos sair daqui logo! – Kaze ajudava a colocar Tarkus sobre o Gorgos e perguntava. – Conseguiu o martelo? – Marom respondia sorrindo. – Pensava que eu fosse falhar né tiozinho? – Kaze olhou para Marom segurando suas palavras e levantou vôo. Enquanto isso no castelo, eu conversava com Lena. Ela gostava quando eu falava de Kaze, ela parecia ter muito interesse por ele, mas mantinha-se em silencio quando ele se fazia presente, de fato era jovem tímida. Conversei com ele a respeito e ele demonstrou o mesmo. Tudo que fiz foi dar uma mãozinha com a ajuda de Zi, ela se dispôs a ajudar e assim fomos passear pelo campo, propositalmente as duplas, eu e Kaze, Zi e Lena, nos encontramos no caminho, após algum tempo conversando, deixamos os dois a sós. Lena voltou para o castelo saltitando de alegria e foi contar à Zi o que havia acontecido. Kaze voltava um pouco sem grassa, mas evitava falar do ocorrido. Hikaru ficava se roendo de ciúmes por isso, ela também gostava de Lena, mas o que eu podia fazer? E ela ainda tinha que aturar Tarkus dando mil e uma cantadas nela enquanto ele se recuperava dos ferimentos à bala depois do ocorrido em Serdin. Marom temia que Lupus os seguisse até o castelo. Cazeaje ficou dias trancada em seu quarto, isso me preocupava. Yume criava amizade com Mari e a tratava como uma avó. É... naquele momento eu sentia que a família tinha aumentado...



Sexto ato: Pleno poder.



Após três dias, Cazeaje ainda mantinha-se trancada em seu quarto, Zi conversava com Mari enquanto cuidava de Yume, Kaze e Lena ficavam mais próximos e Hikaru confeccionava uma arma Yume com a ajuda de Duel, e eu... observava o horizonte, e notei algo diferente na paisagem, no meio da imensidão do campo em seus eternos dias negros, nasce em meio a grama seca uma flor, eu fui até a flor e a observei por algum tempo. Falx se materializava em forma humana ao meu lado, e a olhava junto a mim. – Até mesmo um lírio branco pode desabrochar solitário onde nada cresce. – Dizia Falx, eu estava pensativo, mantive-me em silencio. – Sabe, aquele que me criou, nunca perguntou se eu queria existir, mas hoje existo com um propósito diferente daquela época. Antes eu havia sido criado para ser a arma definitiva de destruição em massa, para competir com Eclipse. Mas me rebelei contra Oz, eu não queria aceitar esse propósito de existência, então ele me selou na forma de orbe e me escondeu para que ninguém me encontrasse jamais. Mas hoje é diferente, hoje eu sou livre e... – Falx silenciou-se, mas parecia querer dizer algo, notei que seu rosto havia ficado levemente corado e ele então disse. – Hoje... eu tenho você, Messor... – Dizia baixo em tom de timidez, eu olhei para ele e disse. – Você é muito gentil, Falx. – Era obvio que eu havia desconfiado das palavras dele e sua mudança repentina de postura, mas preferi ignorar seu comportamento. – Espero nunca precisar derramar sangue usando sua lâmina, também sou uma pessoa pacifica, mas às vezes... eu me exalto um pouco. – Dizia eu, ainda contemplando o lírio branco. – Quando você me empunha, me sinto tão capaz, e ao mesmo tempo tão livre. Eu não me importaria de me sujar de sangue se fosse pelas suas mãos. Sabe, é estranho, mas... É como se houvesse um elo entre nós... Algo alem de uma mera amiza... – O interrompi dizendo. – Falx... não me leve a mal mas, sei o que está querendo dizer. Não posso aceitar, você sabe muito bem o porquê. Seria muito nobre de sua parte aceitar e compreender isso. Me perdoe, mas não posso... você é uma boa arma e um bom companheiro, e espero que nos tornemos grandes amigos daqui em diante. – Ele olhava desapontado para o chão e me perguntava. – Posso ao menos abraçar-lhe? – Dizia ele quase murmurando. – Nunca lhe impedi disso. – Respondi sorrindo para ele, e o mesmo me abraçava forte. Retribui o abraço dele, mas acabei perdendo o equilíbrio e caindo sobre ele. Ele deitado sobre a grama, olhava em meus olhos com um olhar sonhador e tímido, sorria e corava ao fato de ver-me sobre ele. Logo ouço a voz de Marom dizendo. – Estou atrapalhando algo? Posso voltar depois se quiserem. – Eu me levantava rapidamente e dizia. – Deixa de ser besta Marom! O que quer? – Ele se aproxima e diz. Tem um cavaleiro montado num dragão querendo falar com você. Me parece com pressa. – Marom me levou até ele e lá estava Balltazar. – Devolva! – Disse meu irmão, já deixando claro pelo que veio. – O martelo de Ernas não pode ficar aqui! Ouvi rumores de que querem acordar Berkas, eu tento ajudar vocês e vocês me vem com essa? O que deu em você Messor? – Dizia ele furioso. Eu expliquei a ele o que estava acontecendo e ele então disse. – Isso... Isso é loucura! Não podem usar isso contra nós! Pense nas milhares de vidas que serão sacrificadas em vão por essa paz que vocês tanto almejam! E ainda usar Berkas como arma? Vocês ficaram loucos? Mas... eu entendo... é um sacrifício grande, mas justo. Eu irei lhe ajudar, só espero que saiba o que esta fazendo. Papai nos ajudou a limpar a sua ficha, mas ainda estão sob observação. – Abracei meu irmão e disse. – Vamos aproveitar esses dois anos de sossego que nos resta o fim desse impasse está próximo. – Logo Balltazar subiu em seu dragão e despedindo-se de mim, voltava para Vermecia. Fui ao interior do castelo para ver se Cazeaje havia saído de seu quarto, e entre os corredores, senti que ela estava me chamando, eu cheguei à porta de seu quarto e estendi a mão para girar a maçaneta, pouco antes de tocá-la, ela gira e a porta se abre, e vejo Cazeaje, deslumbrante num vestido longo feito de luz, em sua cabeça, uma tiara dourada com um cristal vermelho ao centro e emanando um poder colossal. Ela flutuava e olhando para mim dizia. – Contemple. O poder dos deuses em sua plena forma. – Eu sorri e disse. – Está mais linda do que nunca, minha rainha. – Ela ria timidamente e dizia. – Obrigada, foi difícil absorver tanto poder de uma vez só, aconselho que não fiquem muito próximos de mim por um tempo, ainda preciso me acostumar com tanto poder. Usarei essa energia para acordar Berkas, mas antes preciso dominá-la. Eu preciso repousar, avise os outros e não permita que me incomodem. – Assumi meu posto e lá me mantive até o anoitecer. Cazeaje então chama meu nome e adentro seu quarto. Antes de qualquer palavra da rainha das trevas, eu fiz uma pergunta. – Cazeaje, seria necessário mesmo tanto poder para acordar uma única criatura? – Ela me responde dizendo. – Berkas é muito grande, é necessário uma grande quantidade de energia para revivê-lo, e quando eu fizer isso, ele estará as minhas ordens. E mais, mande Kaze entregar esta carta aquela rainhazinha mimada. – Dizia ela me entregando uma carta selada com cera de vela.



Sexto ato: O Conflito



A carta foi entregue, e o tempo foi passando. Foram os anos mais movimentados daquele castelo, Lena apesar de seu ferimento no joelho, já conseguia andar sem a ajuda dos outros. Mari contava suas aventuras para a pequena Yume, de quando ainda servia a primeira geração da Grand Chase. Tarkus e Marom passaram a ser os mensageiros de Cazeaje no lugar de Kaze, que voltou para o dojo na Cidade da Cruz de Prata, acompanhado de Lena, claro, mas sempre nos mandava cartas dizendo como ia a vida. Zi e eu depois de tanto tempo finalmente ficamos próximos como quando éramos apenas adolescentes sonhadores e apaixonados. Duel continuava em seu estado depressivo e conversando sozinho com sua espada Eclipse. Foram os melhores dois anos desde que Yume nasceu. O grande dia chegou, Kaze tinha entregado a mensagem, mas manteve sigilo sobre seu conteúdo. Cazeaje tinha colocado a postos um exercito de monstros, demônios, bestas e dragões a se perder de vista. A rainha trajava aquele dia um vestido que realçava a sensualidade de seu busto e uma longa saia com varias camadas em tons de preto, cinza, roxo e vermelho. Ela mandou a maioria de nós permanecer no castelo, e que queria apenas a presença de seu exercito e em sua escolta a presença de Duel, a de Falx e a minha. A rainha, já pronta, montava em seu Gorgos, eu carregava Falx em minha cintura como sempre e montava em meu dragão. Duel fazia o mesmo, não parecia preocupado, mas também não parecia saber o que estava acontecendo. Quando Cazeaje ordenou que levantássemos vôo, um ensurdecedor zumbido se fazia presente, era o bater das asas de mais de vinte mil criaturas. E então voamos em direção a Serdin, nós éramos tantos que cobríamos o sol. Gritos de desespero se fizeram presentes ao nos aproximarmos de o pacato e tranqüilo reino de Serdin. Aterrissamos sem causar estragos, mas tanto soldados quanto civis, temiam nossa presença. O castelo do reino era cercado por um grande muro, que no momento achei curioso não cruzarmos, demos a volta pelo muro até chegar a um vasto e aberto campo onde o exercito da Grand Chase de um lado estava a postos. Eu, montado em meu Gorgos, me sentia nervoso e preparado para puxar minha katana a qualquer movimento brusco. Formamos uma falange em fileiras, e numerosos dragões formavam a primeira fileira que ia alem dos campo, a segunda fileira era formada por dragões e demônios Kamikis intercalados, ta terceira fileira em diante iam se organizando os mais variados tipos de monstros, como golens, monbans, gárgulas, entre outros. Logo um corredor se forma no exercito da Grand Chase, e a rainha em seu cavalo, escoltada por Lothos e Lupus se apresenta. – Sigam-me. – Disse Cazeaje para mim e Duel, notei que os dois trios, andavam um em direção ao outro em meio ao campo aberto sozinhos. Chegando ao centro do campo, todos param e um silencio fúnebre se fazia presente. As rainhas se encaravam por algum tempo, Lothos olhava para mim com seu típico ar de comandante, Lupus mantinha-se sem expressão e olhava fundo nos olhos de Duel, que se mantinha indiferente diante da situação. – Vejo que tem um humano como guarda costas, admiro que tenha ao menos um pingo de humildade, monstro. – Dizia a rainha de Serdin. – Duel é meu guarda costas, Messor é meu consorte, não confunda as coisas, humana sem escrúpulos. Creio que tenha recebido minha carta há dois anos. – Dizia Cazeaje olhando friamente nos olhos da Rainha de Serdin, que tirava a mesma carta de dentro de suas vestes. – Então, queres que humanos e monstros vivam em paz sobre uma única bandeira, acertei? – Cazeaje com certo ar de sarcasmo, mas mantendo a seriedade, dizia. – Se não sabe ler, peça para que um de seus servos faça o que sua ignorância não permite. – Lothos se sentia tensa com a situação e se manifestava. – Majestades, poderíamos por gentileza parar com estas desavenças e focar no objetivo principal? – A rainha de Serdin então diz. – E por gentileza, não se meta. Mais uma palavra e ordenarei que Lupus a execute aqui mesmo! Como eu estava dizendo, creio que isso não seja possível. Na carta também diz que eu deveria abrir mão de recrutar meu próprio povo para o meu exercito. Acho que essa tiara está apertando demais a sua cabeça e não está deixando o oxigênio fluir pra esse seu cérebro. Está querendo intervir nos assuntos do meeeu reino? Acho que tanto tempo sem ver a luz do sol, afetou os seus miolos. – Cazeaje estala os dedos e Duel entrega um pergaminho para ela. – O que me diz disso? – Dizia ela mostrando o pergaminho. – Isso também são assuntos do seu reino, ou deveria dizer, um assunto pendente do reino do Canaban, eu sei que fui responsável pela morte do antigo rei, mas sei que o atual rei adoeceu e conseqüentemente morreu. E a atual rainha de Canaban? Se ela morrer você reinaria suprema em toda Vermecia. Você deve estar se perguntando, que documento é esse que tenho em mãos? Algo que deveria estar na mão do seu guarda costas, ou deveria dizer, cão de caça obediente da rainha. – Lupus se manifesta pousando a mão sobre uma das pistolas em sua cintura dizendo irritado. – Ora, mas que desaforo! Que diabos de documento é esse? – E Cazeaje responde. – Um mandado de caça e execução da rainha de Canaban, designado a você com uma alta recompensa. Sinceramente, nunca vi uma recompensa com tantos zeros, e aqui está à assinatura da sua amada rainha assassina. – Lupus se silencia e olha para sua rainha, que diz. – Não vai ser você e uma meia dúzia de cabeças que vão interferir no sistema que levei tanto tempo pra criar, eu só tenho acesso a um quarto do grande exercito, mas em breve, todo o exercito Grand Chase estará ao meu comando, e vamos erradicar vocês criaturas das trevas de uma vez por todas! – Cazeaje dava meia volta e dizia. – Era tudo que eu queria ouvir. Duel, Messor, vamos pra casa. – E levantava vôo montada em seu Gorgos, eu vi que durante o vôo, a cerca de trinta metros do chão, ela havia estalado os dedos e grande parte do nosso exercito levantou vôo e boa parte partiu para o ataque. Nenhum monstro atacou o reino, somente o exercito adversário. Eu e Duel levantamos vôo em seguida, voltando para o castelo.



Sétimo ato: O Despertar de Berkas



Chegando ao castelo, íamos juntos a um grande salão onde se localizava um cristal gigante. – Humanos, sempre querendo mais do que precisam. – Dizia Cazeaje abrindo os braços e liberando todo o seu poder, uma absurda tormenta se formava do lado de fora do castelo, ventanias avassaladoras e um forte terremoto acontecia provido do desprendimento de seu poder, o cristal brilhava como o sol, ofuscando-me. Cobri meus olhos mas tentava ver o que estava acontecendo. O terremoto aumentava, ouvia o som de raios caindo do lado de fora do castelo, o cristal trinca emanando um poder tão grande o de Cazeaje, um brilho verde se acende dentro do cristal, e o mesmo explode liberando um imenso poder, destruindo toda a grande sala, e assim formando um pilar de luz entre o céu e a terra, e o céu tingia-se de vermelho. Começava a chover bolas de fogo e um rugir estrondoso ecoava do subsolo, em seu resplandecer, Berkas surge pegando impulso até o céu dentro do pilar de luz, destruindo metade do castelo ao emergir do chão. Ele ao atingir certa altura abre suas asas grandiosas, apagando o pilar e aterrissa diante de nós. Ele rugiu e incendiou os céus com um colossal sopro fogo. Berkas maior do que eu imaginava, suas asas tinham cerca de cento e vinte metros de ponta a ponta, e seu corpo, aproximadamente setenta metros de comprimento. – Berkas! Eu, Cazeaje, a rainha das trevas, trago-o de volta a vida para ajudar-me em uma batalha! – Dizia minha rainha diante da fera. Eu estava paralisado de medo, sentia não só um poder imenso vindo dele, como também nunca tinha visto uma criatura tão grande. Berkas possuía grossas escamas azuis como o céu do anoitecer, destacava na região de sua coluna, escamas vermelhas como rubis, suas garras, também vermelhas, pareciam afiadas e como Falx e devastadoras como Eclipse. As escamas de seu abdome douradas e belas como ouro, mas pareciam duras e resistentes como titânio. – O que queres que eu faça? Rainha das trevas. – Perguntava Berkas com sua voz grave e amedrontadora. – Deixe Serdin em ruínas, nada alem disso! – Ordenava minha rainha. Berkas sorria e dizia. – Com todo prazer. – Ele levantou vôo e desapareceu entre as nuvens. Depois disso, quando estávamos quase entrando novamente no castelo, sentimos uma forte ventania que arrancava as poucas arvores secas do solo campo. – Está feito... – Dizia Cazeaje com um sádico sorriso estampado em seu rosto. Não tinham se passado nem cinco minutos, como um dragão daquele tamanho teria cruzado o mar entre Ellia e Vermecia em tão pouco tempo e ter feito um estrago tão grande em continente a ponto de ecoar em outro? Berkas era sem duvidas um ser assustador. Em algumas horas, Berkas retornava ao castelo, Cazeaje indo a seu encontro, dizia. – Demorou demais a voltar, o que houve no caminho? – Berkas respondia. – Não devo satisfações a um ser insignificante como você, nunca achei que algum ser deste mundo patético seria tolo o suficiente para me trazer de volta a vida. Não destruirei seu reinado das trevas, não agora, tenho assuntos mais importantes a tratar agora, reviverei meus seguidores e assim irei imperar supremo em Ernas! E desta vez, ninguém vai me deter! – Ele rugia ensurdecedoramente e novamente levantava vôo, desaparecendo entre as nuvens. Cazeaje demonstrava um profundo medo e um silencioso desespero que se refletia em sua face. A mesma cai de joelhos olhando para os céus. – Não... Não pode ser... O que foi que eu fiz...? – Ela murmurava com lagrimas brotando em seus olhos. Aproximei-me e perguntei. – Cazeaje! O que houve? Você está bem? – Ela ainda olhando para o nada dizia ainda em murmúrios. – Eu condenei a todos nós... – Eu estava um tanto confuso e disse. – Condenou? Como assim? – Ela olhava para o chão e dizia. – Berkas se voltou contra mim. Achei que... ele seria a chave para nossa revolução, mas acabou se tornando nossa eminente extinção... – Novamente a sensação silenciosa de extremo medo me tomou ao ouvir suas palavras. Mas então eu disse. – Nós temos um exercito extremamente numeroso, formado com os monstros mais poderosos de toda Ernas, Berkas não será páreo para nós. Ainda resta-lhe poder, vamos trazer de volta Nemophila e Vulcanus, ele não terá chance contra nós! – Cazeaje mudava de tom de voz ao dizer. – Você não sabe nada sobre Berkas, suas escamas são impenetráveis e sua fúria é implacável, ele é imune a qualquer ataque físico ou mágico, e vai reviver seu exercito de draconianos. Contra seu exercito nós temos chance, mas contra ele em si, somos apenas vermes! – Eu me preocupava com as palavras de minha rainha, a poderosa Cazeaje, a rainha das trevas, que causou caos e destruição por tantos anos, comparando-se a um verme diante de Berkas, certamente estávamos em uma situação extremamente critica.



Oitavo ato: O Confronto Final.



Pela manhã, Lupus aparecia no castelo, estávamos a reparar algumas partes das ruínas, ao avistarmos Lupus, imediatamente entramos em posição de combate, sua roupa estava um pouco suja e rasgada, sinal de que havia ficado no meio da tempestade de Berkas. – Abaixem suas armas, eu bem que adoraria dar um belo tiro na cabeça de cada um de vocês mas não vim por isso. Vim para propor algo óbvio, unir forças contra o exercito de Berkas. – Dizia ele enquanto observava as ruínas do castelo. – Vocês? Se aliando a nós? A Grand Chase se aliando ao exercito das trevas para um fim em comum? Só pode estar brincando. – Dizia Zi ajudando Duel a colocar os entulhos pra fora. – Se eu estivesse brincando, já teria sacado as minhas armas. – Cazeaje se teleportava para diante de Lupus e dizia. – A rainha cabeça dura resolveu ajudar assim de repente? – Lupus andava de um lado para outro dizendo. – Cazeaje, você entende bem de artefatos mágicos, e sabe muito bem que temos uma chance contra Berkas, onde escondeste a pedra da barreira azul e a pedra supressora? – Ela parecia não saber do que se tratava e dizia. – Nunca ouvi falar dessas pedras, mas conheço os artefatos quais provavelmente faziam parte. O Pilar da Barreira e o Supressor. – Eu apenas ouvia a conversa, Marom se aproximava e dizia. – Bem, tanto você quanto eu, sabemos que esses são minérios extremamente raros encontrados apenas em Hades, certo Lupus? E não temos tempo para procurar minérios o suficiente para criar os artefatos. Parece que você também não contava com o fato dos artefatos terem sido destruídos, não é mesmo? – Lupus parecia preocupado e disse. – Co-Como assim destruídos? – Marom tira duas pedras, uma pequena e vermelha e outra maior e azul de dentro de seu manto, e dizia. – Foi tudo que sobrou, encontrei no covil de Berkas quando estava à procura de seu corpo. – Lupus observava as pedras e dizia. – Se energizadas corretamente, a pedra supressora pode ser mesclada a uma arma e a pedra da barreira azul pode ser utilizada como escudo contra as chamas de Berkas, mas não bloquearia seus devastadores ataques físicos. Mas precisaríamos de alguém que estivesse mais acostumado com magia, mas que fosse ao mesmo tempo ágil o suficiente. – Cazeaje então perguntava. – Por que não você? – E ele responde. – Já não tenho mais a agilidade de quando eu era mais jovem. Marom poderia fazer isso, se ainda tivesse a sua perna boa. – Maron então diz. – O fato de eu usar uma prótese, não significa que eu não seja capas de dar uma surra em quem eu quiser. Urgh! – Ele se entortava um pouco, parecia sentir certa dor em sua perna e Lupus diz. – Está vendo, mal pode se esforçar. Poderíamos usar o Duel. – E o mesmo diz. – Não posso usar esse tipo de pedras mágicas, Eclipse sofre os efeitos delas. – Zi olha pra mim e diz. – E Messor? Ele tem todo o potencial físico e mental pra esse tipo de missão. Não tem, amor? – A rainha das trevas olha para Zi e diz. – Não estaria tão confiante se fosse você, estaria tão certa de enviá-lo para a morte? – Olhei para Zi e disse. – Não creio que tenhamos chances, mas como nossa morte até então é eminente, gostaria de morrer ao teu lado. – Zi parecia determinada e disse. – Então lutarei ao seu lado até o fim. – Lupus então disse. – Certo, Messor, será nosso campeão. Duel, acrescente as pedras à arma de Messor. Voltarei para Vemecia para comandar as tropas. – Cazeaje então perguntou. – Sabe onde ele está? – E Lupus respondeu. – Ele com certeza voltou para seu covil em Aton, estejam prontos, trarei todas as tropas de todos os lugares do mundo para ajudar. Berkas vai desejar nunca der saído de Hades! – Ele partiu em uma espécie de barco voador como o que levava os prisioneiros da rainha de Serdin. – Não adianta, no final das contas vamos todos morrer. – Dizia Cazeaje. – Podemos até morrer, mas não vamos morrer sem lutar. – Disse Marom. – Eu concordo com Marom. Duel, prepare Falx para a batalha, vamos dar uma prensa naquela lagartixa super crescida! Marom, ajude Duel no que for necessário e mande Tarkus cuidar das tropas. Zi, informe Mari do ocorrido. E Cazeaje, traga Kaze de volta para cá. Precisamos de uma boa estratégia e não podemos nos dar ao luxo de errar. – No exato instante que terminei minhas palavras, eu ouço alguém dizer. – Tens o protótipo de minha arma, mas não sabes, usá-la como deveria. – Viro-me e vejo um homem de aparentes trinta anos, de cabelos grisalhos, orelhas pontiagudas, vestes de cor verde, físico esguio e forte, com bandagens que vendavam seus olhos, carregando uma espada do tamanho de seu corpo, parecia ser a mesma espada que Mari carregava, mas emanava uma energia exageradamente sinistra. – Quem é você? – Perguntei a ele. – Zero Zephyrum e Grandark... ao seu dispor... – Eu ouvia, mas não acreditava, o lendário Zero, que junto com a primeira geração, derrotou Duel, Astartoth, Cazeaje, entre tantas outras criaturas inimaginavelmente poderosas daquela época. Estava surpreso demais para pensar em algo para dialogar, mas logo eu disse. – É uma honra estar em sua presença, mas... Como entrou aqui? – E ele com bom humor me respondeu. – Estava dentro de minha espada o tempo todo. Eu e Grandark somos duas metades de um único ser. Como todos que portam uma arma devem ser. Não é Grandark? – E a espada responde. – Já estamos a tanto tempo juntos que nos tornamos dois em um. Como a situação é critica e somente Falx não é afetado pela pedra supressora, não temos tempo a perder. E Messor, prepare-se, passaremos todas as técnicas das espadas sapientes para você, espero ser tão esperto quanto dizem, só temos uma noite. – Dizia Grandark. E assim se fez, o treinamento exigiu muito do meu lado espiritual e mental, Duel acrescentou a pedra supressora à Falx e um bracelete com a pedra da barreira azul. Após o treinamento, o sol já nascia no horizonte, aproveitei o pouco tempo que restava para repousar. Pouco mais tarde, eu acordava ao sentir um constante tremor, não via ninguém dentro do castelo, fui para fora e me deparo com todos de prontidão na parte dianteira dos portões. Logo a diante, incontáveis soldados de todas as nações marchavam em direção ao nosso castelo, cada exercito com seu representante na linha de frente carregando cada um a sua bandeira. Entre eles, Aron, o rei dos anões do reino de Mjölnir. Em outra direção vinha o exercito dos elfos negros, comandados pela rainha de Karuel, Galadriel. Olho para outra direção e vejo o exercito Grand Chase, comandados por Lothos e Lupus. As tropas se reuniam no grande campo. – Onde está a rainha de Serdin? Não quis vir com medo de sujar seu vestidinho de terra? Hahahaha! – Debochava Cazeaje. – Ela está à beira da morte após sobreviver ao seu ataque e sobrevivido ao ataque surpresa de Berkas. – Disse Lothos um tanto irritada. – Não viemos aqui para ficarmos discutindo, vamos todos para Aton dar fim a essa ameaça, cada segundo é precioso nesse momento. – Dizia o rei Aron. Galadriel mantinha-se em silencio, e Cazeaje disse. – Então vamos partir de uma vez, Berkas nos aguarda. – Partimos para Aton sem perder tempo, não tínhamos somente numero, como também uma alta qualidade de guerreiros, no meio do caminho encontrei meu irmão, conversamos um pouco, colocamos o assunto em dia, até encontrarmos em meio ao exercito da Grand Chase um homem, de cabelos brancos, seus olhos eram como faróis sujos e sem vida, sua idade avançada, carregando uma espada velha em sua cintura montado num cavalo cheio de cicatrizes. Algo me dizia que eu conhecia aquele homem, mesmo nunca o tendo visto. Ele olhou para mim e meu irmão, meu irmão sorriu para ele. O homem ao olhar para mim, observando-me por alguns segundos, e seus olhos pareciam ter retomado o brilho cujo fora roubado pelo tempo. Um sorriso abriu-se em meio a sua longa barba. E dizia vindo em nossa direção com sua voz rouca. – M-Me-Messor? – Afirmei balançando a cabeça e seus olhos encheram-se de lagrimas, ele me abraçou e disse. – Pensei que nunca mais o veria em vida... não deves recordar de mim, fazem tantos anos... mas eu nunca me esquecerei de você... filho... – Uma emoção tremenda me tomava naquele instante, eu não conseguia dizer uma palavra, não pude conter minhas lagrimas e de meus lábios escapava apenas uma única palavra que nunca antes chamara alguém. – Pai... – Eu também achei que talvez nunca o encontraria em vida. Para mim, mesmo com Balltazar trazendo-me noticias dele, era como se ele houvesse morrido em batalha, pois nem sequer eu me recordava de sua face. Mas estava ali, me abraçando, o amor de um pai que já me esquecera saber o que era. Meu irmão apenas sorriu e continuou andando, deixando-me a sós com nosso pai. Após isso, tornamos a seguir as tropas, ele contava de suas aventuras mundo a fora e de suas batalhas contra o exercito de Cazeaje e outras criaturas que ameaçavam Vermecia, ele disse que gostaria de ter visto meu casamento mesmo que prematuro e improvisado, riamos um do outro das situações de combate em que ficamos algum dia. – Você trousse felicidade a um coração que jazia sem esperanças indo em direção a morte certa que é lutar contra o exercito draconiano de Berkas. – Eu ficava feliz por rever meu pai, mas sabia que poderia durar pouco tempo, afinal... estávamos indo para o campo de batalha novamente. Os insetos gigantes do deserto de Aton sequer se manifestavam na presença das tropas, chegando próximo ao fim das dunas que se estendiam por quilômetros, avistamos um lagarto incomum, seu aspecto era semelhante ao esqueleto que tropecei quando estava no covil de Berkas, e tinha características do próprio Dragão de Ferro. Tinha cerca de quatro metros de altura, estava sozinho, e assim que nos aproximamos ele correu a toda velocidade na direção do fim das dunas, mantivemos a formação e o seguimos nosso rumo, ao andarmos mais um pouco, começamos a encontrar corpos retalhados do mesmo tipo de lagarto, eu conhecia aqueles cortes, estrago que só uma katana poderia fazer. E quanto mais caminhávamos, o numero de corpos no chão aumentava, até encontrarmos um guerreiro solitário lutando contra vários lagartos ao mesmo tempo, seus movimentos eram ágeis e seus cortes eram precisos, um a um os lagartos caiam, banhando de sangue o guerreiro. – É só isso? Quero ver atacarem todos de uma vez! – Dizia ele em voz alta. Eu reconheci sua voz, era Kaze, lutando sozinho contra os draconianos do exercito de Berkas. Ele olha para trás e ao nos avistar diz. – Vocês demoraram! Estou atrasando esses bichos desde madrugada! – Dizia ele coberto de sangue com algumas poucas escoriações. – Vamos! Ainda tem muitos a serem derrotados aqui! – Ao subirmos a duna e vermos a região montanhosa, nos deparamos com incontáveis soldados de Berkas, e assim como nós, eram tantos que se perdiam de vista de tão numerosos. – Quantos você já deu conta? – Perguntei ao Kaze. – Dois mil trezentos e vinte e dois. Estava começando a ficar exausto, ainda bem que vocês chegaram. Eles atacam em grupos, e quando matam alguém, seja um dos nossos ou seja um deles, aquele que matou fica mais forte. Arranque a cabeça ou perfure o coração, outros golpes não são efetivos. – Dizia ele ofegante a um passo da exaustão, volte para Cidade da Cruz de Prata, meu irmão lhe acompanhará, você não está mais em condições de lutar. – Ele olhava sorrindo para mim e dizia. – Está me subestimando? – Eu lhe golpeei na altura do plexo solar, deixando-o fora de combate. – Mas... o que...? Por que? – Dizia ele caindo de joelhos tentando suportar a dor. – Me perdoe Kaze, não quero que morra aqui desta maneira. Balltazar! Leve-o! – Meu irmão o colocou nos ombros e retirou-se do campo voando em seu dragão. Cazeaje então olhou para mim e disse. – Quer dar uma palavrinha para as tropas? Ou quer que eu declare o ataque? – Eu pensei bem e disse em voz alta. – Estamos aqui hoje, reunidos por uma única causa! Humanos e monstros, Anões e Elfos, luz e trevas agora sob uma única bandeira! Nós lutamos pelo nosso povo! Mas não estamos nesta batalha por Mjölnir, Karuel, Serdin ou Canaban. Estamos aqui pelo futuro de Ernas! – Os soldados vibravam com meu discurso, sei que muitos não ouviram mas fizeram barulho assim mesmo. – Minha rainha, às suas ordens. – Concluía olhando para Cazeaje, que exclamou. – Ao ataque! – Os dois lados corriam na mesma direção ate colidirem-se brutalmente, nada se ouvia alem da sinfonia sangrenta do grito de milhares de guerreiros com suas espadas em confronto. Eu saltava por cima do confronto, andando por cima dos soldados inimigos e cortando suas cabeças o mais rápido que podia, abrindo caminho por dentro da falange inimiga, assim furando sua tática de defesa, mas isso não impedia que pilhas e mais pilhas de corpos das tropas aliadas se amontoassem na linha de frente, logo vejo outra pessoa furando a linha de defesa, ao mesmo tempo uma forte energia que se dispersava em chamas negras imbuindo uma enorme lança que empalava implacavelmente seus adversários enquanto corria para dentro das tropas inimigas. Era Tarkus, correndo implacável e aparentemente incansável por metros e metros, os inimigos empalados por sua lança incineravam-se até virarem cinzas. Marom começava a correr por cima dos inimigos como eu, mas não matava nenhum, apenas corria para o meio de todos eles. – Marom! Onde vai? Quer morrer!? – Eu gritava, mas ele parecia não ouvir. Ele olhou para trás e disse. – Não! Fique longe! – Ele caia no meio dos soldados de Berkas, eu o perdi de vista naquele momento, logo uma luz azul se manifestou onde ele caiu, seguida de uma enorme explosão atingindo uma área de aproximadamente trinta metros. Eu o avistei novamente em meio a uma falha na formação onde houve a explosão, ele parecia ferido, estava caído, mas mantinha-se em guarda, caí dentro da falha para protegê-lo e disse. – O que houve? Ficou maluco? – E ele respondeu. – Algo deu errado. Minha técnica explosiva não era pra ter me atingido... – Os soldados de Berkas se aproximavam, Marom mal podia se mover e eu disse. – Vamos, eu te tiro daqui! – Ele segurava sua perna artificial e dizia. – Não posso! Minha prótese quebrou, eu não posso andar! Droga! Dê o fora daqui! Eu vou explodir todos eles junto comigo! – Eu achei sua idéia absurda e disse. – Ficou maluco? Você ainda pode lutar! Mari arruma essa sua perna! Vamos! Suba nas minhas costas! – Marom começou a acumular Mana e disse. – Suma! Ou eu te levarei junto com eles! – Eu olhei com certa tristeza para Marom e saltei sobre os soldados fugindo daquela área o mais rápido que podia. Logo ouço uma enorme explosão devastando uma área de aproximadamente cem metros. Olho para trás e já não sentia mais a presença dele. – Marom... Por quê...? – Eu continuava a correr e abrir caminha até Cazeaje dizer telepaticamente para mim. – Messor! Dê o fora daí! Vamos utilizar a artilharia pesada! – E eu perguntei. – Como assim “artilharia pesada”? – E minha rainha respondeu. – Sua esposa e Mari vão lançar uma magia de destruição em massa e usarão a mim como amplificador. O processo já está em andamento, já mandei as tropas recuarem, saia daí! E fale com seu amigo asmodiano, ele parece que não me ouve! – Eu recuava mas Tarkus continuava a avançar, eu fui atrás dele, mas ele não parecia me ouvir também, logo vejo um clarão no céu, e uma chuva de meteoros estava prestes a cair, eu precisava fugir, mas Tarkus seria obliterado junto com grande parte dos soldados de Berkas, tentei me aproximar mais dele, as chamas que se desprendiam de sua lança me queimavam impedindo minha aproximação. Não tive escolha a não ser deixá-lo para trás. Voltei o mais rápido que pude, mesmo assim o impacto das explosões causadas pelos meteoros era mais rápido do que os meus passos. O bracelete que Duel fez para mim começou a brilhar e criou uma barreira em forma de cúpula que me protegeu da explosão, a poeira ainda estava alta, e o cheiro de sangue começava a ser insuportável, a poeira baixava, mas não sentia mais a presença de Tarkus. – Messor! Você e Falx estão bem? – Perguntava Cazeaje por telepatia. – Sim, mas... Tarkus e Marom... – Ela então me interrompia dizendo. – Não é hora pra sentimentalismo, venha até mim, sinto que não destruímos todos eles, apenas um terço deles foi afetado pela explosão! – Voltei correndo, mas no meio do caminho algo segura o meu pé. – Messor... – Era a voz de meu pai, estava muito ferido devido à explosão, mal podia falar, mas esforçava para me dizer algo. – Leve-a com você... – Dizia ele abraçado ao corpo de Hikaru. – Ela está bem, só está desacordada. Mas eu... – Eu olhava para suas costas e lá haviam espadas e machados usados pelos soldados de Berkas. E ele continuava. – Eu... não posso continuar... mas, não estou triste, pelo menos eu pude ver-te uma ultima vez antes de morrer... eu sempre te amei... filho... – Dizia ele fechando os olhos e já perdendo as forças. Abaixei-me para ver seu rosto de perto mais uma vez. – Eu também te amo... pai... – Ele mesmo sem forças, sorriu e fechou os olhos. E suas ultimas palavras foram... – Eu acredito em você... Meu menino... – Peguei o corpo de Hikaru e corri com ela nos braços até Cazeaje. Chegando lá, Zi me perguntava. – Amor? O que aconteceu? Por que choras? – A tristeza me tomava naquele instante. – Meu pai... ele... – Eu tentava, mas as palavras não saiam de minha boca, suspirei e disse. – Cure Hikaru, ainda temos muito chão pela frente. – A beijei e fui até Cazeaje. Ela parecia preocupada e dizia. – Muito estranho... – Eu confuso perguntei. – O que é estranho? – Ela começava a observar o campo dizendo. – Berka deveria estar aqui. – De repente Cazeaje cai para trás como se algo tivesse lhe atingido. Eu, Zi e Mari fomos acudir a rainha das trevas, uma flecha havia lhe atingido certeiramente no peito, a rainha recusava a ajuda e levantava-se. Arrancava ela mesma a flecha, quebrando-a em suas mãos. – Ora... Como ousam! – Zi espantada com o que viu, perguntou. – Você está bem? – A rainha das trevas olha para minha amada e diz. – Ah, isso? Não foi nada, não precisa se preocupar, eu não sou tão frágil como vocês humanos. Como eu estava dizendo, estamos aqui batalhando mas... cadê o Berkas? – Nesse momento um sopro de fogo vinha em nossa direção como um furacão, incinerando tudo que havia em seu caminho, Mari segurou em meu bracelete e ampliou o escudo para que as tropas aliadas não fossem atingidas pelas chamas. Ela cai sem forças ao chão, Zi tenta ajudá-la, checava os sinais vitais e disse. – Ela se esforçou demais... Se sacrificou pra nos salvar... – Zi chorava sobre o corpo de sua amiga, eu fechava os olhos de Mari e abraçava Zi firmemente tentando consolá-la. Ela chorava aos berros não aceitando a perda de Mari. – Esse vento... Berkas! – O dragão descia dos céus aterrissando sobre as montanhas rugindo ensurdecedoramente. E mais uma vez usando seu sopro infernal contra nós. O bracelete novamente conjurou a barreira, mas protegia apenas aos que estavam próximos, eu via um clarão incinerar todo o campo, minha mente fazia eu imaginar o quão quente estava fora da barreira naquele momento. As chamas cessaram, e boa parte de nossas tropas foi abatida. – Voltem para casa, criaturas insignificantes! Este mundo já é meu! E nenhum de vocês pode me deter! – Dizia ele indo para trás das montanhas. Duel teleportava-se até nós e dizia – As tropas estão muito debilitadas, não ah condições de continuarmos, os elfos e os anões já bateram em retirada. A ultima onda de chamas aniquilou as tropas inimigas, nenhum sobrou de pé para contar historia, o caminho está livre. – Cazeaje olha para mim e diz. – Messor, sabe o que fazer... – Zi então diz. – Ele não vai sozinho. – Falx ainda em forma de arma dizia. – Ele não está sozinho. – Hikaru acordava e dizia. – Mas não está mesmo! Nem pensar de terminar essa festa sem mim! – Cazeaje sorriu e disse. – Zi, tome, é pra caso de emergências. – Dizia a rainha das trevas entregando um amuleto para a maga violeta. – Isso consome parte da sua mana e teleportará vocês para longe do perigo. Mas aviso logo, um determinado numero de pessoas, uma determinada quantidade de mana, não desperdice poder a toa em. – Zi sorriu e disse. – Pode deixar! – Lá fomos nós, eu, Duel, Zi, Falx e Hikaru. Após muito caminhar, encontramos novamente o covil de Berkas. Adentramos o ninho da fera, e um ar gelado corria pelo local, eu sei que já passei por ali antes, mas não lembrava de ser tão assustador assim. Ouço o rosnar da fera, Falx sentia medo, mas eu tentava encorajá-lo, chegamos a um vão escuro, eu sentia a presença de Berkas, mas não o via. Um par de luzes verdes se manifestam em meio a escuridão. – Só vieram vocês? Deve ser uma piada. Vieram servir de petisco? Este lugar será a tumba de vocês! – Ele rugia alto e lançava seu sopro infernal contra nós, ativei a barreira e Falx a pedra supressora, Duel passava por dentro das ultimas chamas acertando Berkas em cheio na cabeça. As escamas do dragão repeliram seu ataque, ele fica suspenso no ar e tenta utilizar da magia, criando uma esfera energética e a atirando contra ele. O dragão não sentia sequer cócegas com os golpes de Duel, que urrando desfere um devastador ataque na direção do dragão novamente, o ataque atinge ele novamente em cheio, o chão e a estrutura da caverna tremiam com o impacto, mas o dragão sequer esboçava defesa. Com suas garras, o dragão atingia Duel com uma força colossal, atirando-o contra a parede. – Eclipse... eu... não consigo feri-lo... – Duel começa desaparecer e por fim diz. – Conto com vocês... – E desaparece. Hikaru tenta atingi-lo usando os punhos, o dragão dá uma patada no chão para tentar esmagá-la, mas ela passa por entre as garras e escala seu braço até chegar à cabeça. Uma aura dourada emanava de seu corpo, e saltava concentrando toda a sua energia em seu punho. – Messor! A pedra supressora! – Gritava Hikaru, eu ativei a pedra em Falx novamente e ela atinge com toda a sua força a cabeça do dragão, a ponto de desequilibrá-lo e atordoá-lo. – Aqui tem mais! Seu projeto de lagartixa! Tome isso! – Ela dava outro golpe na cabeça de Berkas, mas o dragão bloqueava dando-lhe uma patada e a esmagando contra parede. – Hikaru! – Zi gritava seu nome esperando o pior, e a mesma conjurava um Gorgos vermelho e ordenava que atacasse Berkas, as chamas batiam nas escamas e se dispersavam. Hikaru gritava alto e sua aura aumentava mais forte. – Sinta a fúria dos Cavaleiros de Prata! Dança do Rei! – Meus olhos não puderam acompanhar seus movimentos, só pude ver um traço de luz seguido de uma explosão perto da cabeça de Berkas com Hikaru aparecendo novamente gritando. – Vou acabar com você! – Dizia ela com sua fúria estampada em sua face, preparando-se para desferir mais um golpe. Mas Berkas foi mais rápido e a esmagou abrindo uma cratera no chão. Eu pensei que seria o fim de Hikaru naquele momento mas vejo sua aura emanar de debaixo da pata da fera. E lá estava ela, levantando-se junto com as garras do dragão. – Aura da insanidade! – Dizia ela enquanto sua aura aumentava ainda mais resultando numa esfera que repeliu as garras da fera. – Messor, ela está ficando sem forças, busque-a já! – dizia Zi. Corri rapidamente até Hikaru e a tirei dali, sua aura se desfazia aos poucos, e ela também estava muito ferida. – Eu... amaciei a carne pra você... hehe... – Dizia Hikaru um pouco fraca. – Nos dê cobertura, eu vou curá-la. – Dizia Zi, o dragão recobrava sua estabilidade e dizia. – Reles humanos! Não podem me enfrentar! Não adianta, não podem me ferir! Tomem isso! Hellfire! – Ele batia as asas e parecia puxar muito ar pela boca. Falx sentiu uma forte energia vinda do interior do dragão, e disse. – Messor! A pedra da barreira é pequena demais pra suportar um ataque desses! Estamos fritos! Literalmente! – Eu queria não acreditar em Falx, mas estava claro que ele tinha razão. – Morram! – Disse Berkas lançando um sopro de fogo três vezes mais forte que o normal, eu ativei a barreira, parecia segurar, mas o ataque estava demorando demais para acabar e a barreira começava a trincar. Falx tomou a forma humana e disse. – Fujam! Eu servirei de escudo! A barreira não vai agüentar muito mais! – Falx esqueceu que não havia para onde correr, ele conjurava uma barreira abrindo os braços. O escudo criado por mim havia se quebrado, fazendo com que Falx tomasse praticamente todo o dano do golpe de Berkas, seu corpo começava a desintegrar-se, Falx gritava de dor mas mantinha a barreira. Ele perdeu um braço e seu corpo do umbigo para baixo, mas ele mantinha-se suspenso no ar mantendo a barreira. O ataque finalmente teve fim, Falx caia em meus braços sangrando muito. – Vocês são mesmo teimosos em, agora que já estão quentes, vão virar petisco! – dizia ele abrindo a boca e aproximando-se rapidamente. – Posso não ter mana o suficiente pra mim... mas eu... – Eu olhei para Zi... – Não! – Eu exclamava em profundo desespero, ela ativou o amuleto, teleportando a mim, Hikaru e Falx. – Eu te amo... – Foram as ultimas palavras que ouvi de Zi até ver as áreas montanhosas se materializarem na minha frente apagando de minha vista seu a imagem doce rosto... – Não... Zi... Não! Não! Por quê? NÃÃÃO! – Minhas lagrimas corriam pelo meu rosto em desespero. Segurei nos ombros de Hikaru disse. – Hikaru! Temos que voltar! Temos que salvá-la! – Hikaru socava-me o rosto com força o suficiente para jogar-me contra o chão. – O que está fazendo!? Levanta! Me aju... – CALA A BOCA! – Exclamava Hikaru, interrompendo minhas palavras, ela me segurava pela gola de minha indumentária e dizia. – Cala a boca! – Dizia ela me dando um tapa no rosto. – Você não percebe? Acabou! Messor! Acabou! Fim de jogo! Zi está morta! Ela se sacrificou pela sua merda de vida! Ela se sacrificou pra nos salvar! Você não foi o único que perdeu quem amava nessa merda de guerra! Olhe ao seu redor! Estão todos mortos! Acabou! Nem eu, nem Duel fomos capazes de derrotar aquela aberração! Acabou... vou viver os últimos dias ou horas que me restam... mas por favor... pare de bancar o ridículo... Adeus Messor... – Ela ia embora sem olhar para trás e eu apenas a observei partir. Minhas lagrimas não paravam de cair, até que escuto Falx tossindo, viro-me para trás e vejo-o apenas com metade de seu corpo ainda vivo. – Não... Não a escute Messor... ainda temos chance... – sua tosse dificultava sua fala, eu me aproximava de seu corpo caído e ele continuava. – Posso não ter mais tempo de vida... mas estive feliz a cada instante vivi ao teu lado... Urgh... Messor... chegue mais perto... – Aproximei-me de Falx e ele disse com dificuldade. – M-Mais perto... – Eu aproximei-me mais de sua face, e ele segurou-me pela nuca roubando-me um beijo, apesar de tudo, não sentia repulsa por Falx, permiti que o fizesse. E separando seus lábios dos meus, já com suas ultimas forças abandonando seu corpo, ele disse. – Posso estar para morrer... – Ele voltava aos poucos à forma de espada. – Mas serei para sempre... A sua arma... Não me esqueça... É tudo que lhe peço... – Ele desaparecia voltando a ser apenas uma katana. – Você tinha bons amigos. Ainda tem, mas se quiser continuar tendo os seus amigos que sobreviveram. Deve erguer-se e ir enfrentar seu destino de frente. – Eu olhava para frente, e era o espírito de Lass, dizendo palavras que para mim já não valiam de nada. – Hikaru já deixou claro, acabou. Obrigado por tudo Lass, mas... creio que não tenho mais pelo que lutar... – Dizia eu apanhando minha katana. – Então lute por aqueles que já perdeu e por aqueles que não quer perder! Tens poder, mas mesmo que possa conquistar o mundo, mesmo que seja o retalhador, sozinho nunca se pode ter tudo, a solidão é pior tipo de dor. E quando a esperança parece acabar, use seu ódio para obliterar... levante-se! Vingue-se! Mas não deixe de lutar! Não permita que ele tire de você o que o que você tem de mais precioso, a sua liberdade e seus amigos! Honre sua katana! Honre seu mestre! Honre a memória de sua amada! Agora vá! – Ele desapareceu em seguida. Levantei-me e refleti por alguns minutos enquanto andava de volta ao covil de Berkas. O sol deixava o calor do deserto insuportável. E passo após passo, recordava-me dos momentos que havia passado com Zi. Recordava-me do dia tempestuoso em que nos conhecemos, de quando fomos para Canaban entrar para Grand Chase, das batalhas que enfrentamos juntos, de quando fiquei sabendo que Yume estava por vir. Recordava-me de quando tive que salvá-la em Serdin e dos dez anos que passamos servindo Cazeaje. Mas principalmente... de nossa primeira jura de amor ao por do sol na praia carry no litoral de Serdin. Cheguei na frente da caverna e parava diante da mesma. A voz dos meus amigos e companheiros de batalha ecoava em minha mente, juntamente eu me lembrava de quão árduo foi o meu caminho até ali. Pousava minha mão sobre minha katana e recordava-me de minhas batalhas, mas principalmente o quão importante retornar vivo representava. Minha respiração estava lenta e meu coração batia devagar, apertado pelo ódio que eu sentia pela minha incapacidade de proteger meus amigos. Meu irmão sempre me protegeu, Kaze sempre foi mais mestre que eu, Hikaru sempre foi mais forte de espírito do que eu e Duel o mais honrado... – Chega de ser o segundo melhor... – Dizia a mim mesmo. Eu caminhava em direção a escuridão novamente, meu corpo tremia, suava frio, mas estava como nunca antes pronto para enfrentar a morte de frente. Adentrei a caverna e me deparei com os brilhantes olhos de Berkas novamente. – Vieste sozinho? Tolo mortal, quer duelar? Que seja... pelo seu ato de coragem mandarei meus soldados esculpirem uma estatua sua e colocarem uma placa dizendo: Morreu enfrentando Berkas sozinho.” – Mantive-me em silencio, e ele dizia. – O que foi? O gato comeu a sua língua? Vejo que não é de conversar muito. Vamos logo com isso! – Ele sem esperar tentava me acertar com suas garras, desviei sem dificuldade e cortava uma de suas garras, o dragão se enfurecia e girando seu corpo tentava atingir-me com sua calda, eu tentei me esquivar mas fui atingido em cheio e arremessado contra parede. Eu tentava me levantar mas ele me atingia esmagando-me com sua gigantesca pata, eu suportava os golpes mas sabia que não conseguiria manter aquele ritmo por muito tempo. Eu me levantei e tentei saltar na direção do dragão, mas ele batia as asas e o vento me jogava contra as pedras da caverna. – Patético, sua amiga me apresentou mais desafio do que você. – Dizia ele regenerando sua garra perdida. – Espero que você seja saboroso como sua amiga... – Ao longe, no meio do deserto, Cazeaje voltava com as tropas da Grand Chase, ela parava, olhava para trás e dizia. – Lupus... você sentiu isso? – E o mesmo responde. – As chamas azuis completas, mas... isso é impossível, somente Lass foi capaz de usá-las em tamanha escala. Mas Marom morreu em batalha, como conseguiu a ultima peça da chama? – Cazeaje olhava na direção das montanhas e dizia. – Dois anos... ele levou dois anos para aprender a dominar... agora ele utilizará o poder que é dele por direito... vamos andando Lupus. Aqui não é mais seguro. – Berkas observava-me e dizia. – Oh... as Chamas Azuis do Submundo, a força purificadora do fogo infernal. Estou tremendo de medo. – Dizia o dragão, debochando de mim. Uma lagrima corria pelo meu rosto naquele momento ao ver uma parte da roupa de Zi entre os dentes da fera. A mesma lagrima evaporava devido ao calor das chamas azuis que imbuíam o meu corpo e minha katana, saltei na direção de Berkas em extrema velocidade usando a técnica Lamina Afiada, e a cada golpe de minha lâmina, eu conseguia cortar e ferir o dragão cujas escamas eram ditas como impenetráveis. O cristal supressor presente na lâmina de minha espada começava a se desmanchar por se manter tanto tempo ativo. Aumentei a força e velocidade de meus golpes o máximo que podia, eu já chegava aos cem cortes sem deixar Berkas contra atacar, mas o cristal supressor se desintegrou, reduzindo drasticamente o dano que eu causava. O que deu a chance contra-atacar, ele atingia-me e prensava-me contra o chão com suas garras. Sua face sangrava e podia ver que realmente o debilitei. – Nada mal para um verme, mas vou acabar com isso de uma vez! – No momento em que ele levantou suas garras para me esmagar novamente, usei o poder das minhas chamas para pegar impulso para fora da linha de seu ataque. – Tome isso! Mortal insolente! Hellfire! – Ele acumulava energia para seu golpe mortal mais uma vez, a pedra da barreira estava gasta, e com certeza não suportaria o ataque. Berkas atirava sua rajada de chamas contra mim. A barreira ativa-se sozinha, e eu com tristeza nos olhos, via as chamas vindo em minha direção. – Eu te amo... – As ultimas palavras de Zi ecoavam em minha mente naquele momento, o escudo começava a trincar e eu praguejava silenciosamente minha incapacidade. Mas um profundo ódio tomava o meu coração naquele momento. – Eu... Não vou... Morrer aqui! – Quanto mais ódio eu sentia, mais as chamas ganhavam força. Preparei um ataque e usando as chamas em minha lâmina, cortei a minha própria barreira junto com o Hellfire de Berkas, dividindo-o em dois e interrompendo o seu ataque. – Nã-Não pode ser! – O dragão não acreditava no que via. – Hunf, logo as suas chamas irão lhe consumir, mas será divertido. Prepare-se! – Eu perdi a consciência naquele momento. Quando voltei a mim, estava sem a parte superior da minha indumentária. Bastante ferido, eu estava ajoelhado e apoiado sobre minha katana, o teto da caverna havia sido destruído e podia notar que estava amanhecendo. Via Berkas também muito ferido e cansado diante de mim, eu mal podia me mover, sentia dores pelo corpo inteiro, mas meu orgulho foi maior que minha dor. Dolorosamente me levantei e empunhei minha katana como se tivesse acabado de começar a lutar. – Admirável. Reles humano... admito que o subestimei... Lutas com garra e poder, nunca vi um mortal que fosse capaz de me derrotar sem a pedra supressora... Mas é chegada a hora de por um fim nisso de uma vez por todas... – Berkas abria a boca e rugindo tentava devorar-me, meu corpo estava muito debilitado, eu não podia fugir, o dragão abocanhava-me junto à rocha qual estava em cima. Tudo ficou escuro de repente. Minha katana parecia reagir, eu ouvia a voz de Falx. – Serei para sempre... a sua arma... – Eu acumulei toda a Mana que me restava e transferi para minha espada. – Espírito da lâmina! – Assim criando uma espada de energia três vezes o meu tamanho. – Use seu ódio para obliterar... levante-se! Vingue-se! Mas não deixe de lutar! Não permita que ele tire de você o que o que você tem de mais precioso, a sua liberdade e seus amigos! Honre sua katana! Honre seu mestre! Honre a memória de sua amada! – Recordava-me das palavras de Lass. Girei o meu corpo trezentos e sessenta graus cortando o pescoço de Berkas de dentro para fora assim separando sua cabeça de seu corpo. Eu caia próximo ao corpo da fera, que me banhava com vosso sangue. Meus olhos em fúria ainda preocupavam-se se a batalha continuaria, mas estava acabado, eu urrava alto e marcas com as características de Berkas fomavam escamas como as dele sobre minha pele enquanto o intitulado Dragão de Ferro desaparecia diante de mim. Eu estava extremamente exausto e caia de joelhos ao chão. Glorioso, porem cheio de magoas. Fechei meus olhos e ali deitava para recuperar minhas forças.



Nono ato: O Epilogo da Lenda



Estava deitado em uma cama muito confortável, usando roupas simples. Olhava ao redor e via que estava em meu quarto, em minha velha casa nos campos dos arredores de Serdin, era um dia de sol e a luz entrava pela janela iluminando o lugar. Levantei-me e achava confuso estar ali, vi uma carta sobre a mesa, lhe abri e ela dizia. “Bravo herói. Seu mérito é louvável e honroso, salvaste o mundo do apocalipse eminente. Peço minhas sinceras desculpas por tudo que lhe fiz, aguardo-lhe no castelo para entregar-lhe uma medalha em uma cerimônia formal para honrar seu mérito. De sua amiga, Rainha de Serdin.” Fui até o castelo andando, não havia ninguém nas ruas, quando cheguei ao castelo, os guardas curvavam-se diante de mim e abriam os portões, todos de Serdin pareciam estar agrupados dentro do castelo, e faziam muito barulho ao me verem, vibravam e me chamavam de herói, eu andava por um corredor que me levava até o salão de cerimônia e o povo seguia-me. Chegando ao centro do salão, deparo-me com Cazeaje e a rainha de Serdin. – Peço silencio a todos. – Dizia humildemente a Rainha de Serdin. – Messor, o intitulado por Cazeaje como “Guerreiro Imortal das Trevas”. Derrotou Berkas em um duelo até a morte, resultando na salvação de todos nós. Sei que tivemos muitos problemas durante todos esses anos, mas estamos aqui reunidos hoje não só para celebrar a vitória do nosso herói, como também para celebrar o tratado de paz entre humanos e monstros dando fim a uma guerra que já custara milhares de vidas. Admito que fui ambiciosa, admito que fui corrompida pela ganância e pela revolta de ter perdido minha filha. Mas assim, pudemos trazer a paz de volta ao mundo. Messor, eu lhe nomeio com esta medalha, um herói lendário como os antigos guerreiros da primeira geração da Grand Chase. – Eu peguei a medalha e agradeci formalmente a rainha. Mais tarde, em minha casa, estavam Kaze, Hikaru e Balltazar. – Sozinho? Eu não acredito que não vi isso! – Dizia Kaze após ouvir Hikaru contar a ele sobre a batalha. – Falando no diabo, olha quem apareceu. – Dizia meu irmão, sorrindo para mim. – Bom dia. – Dizia eu cumprimentando-os. – Bom dia senhor herói lendário. – Dizia Hikaru com discreto sarcasmo. – A rainha mandou eu entregar essas medalhas a vocês. Senhores heróis lendários. – Dizia eu mostrando as medalhas rindo um pouco. Todos pegaram suas medalhas e logo escuto uma doce e alegre voz dizer. – Pai! Pai! O senhor voltou! – Era Yume vindo correndo me abraçar, e eu a abraçava firmemente. Cazeaje vinha caminhando logo atrás de Yume, e sorria dizendo. – Essa sua filha não parava quieta, queria vir te ver a todo custo. – Ela olhava quem estava dentro da casa e dizia. – E ai seus fanfarrões, vamos encher a cara pra comemorar? – Hikaru olhava para Cazeaje e dizia. – Desculpe, eu não bebo. Mas farei companhia. – Kaze já levantava-se junto com Balltazar e dizia. – Vamos pra taverna! Já estamos perdendo tempo! – Eu olhei para Balltazar e disse. – E então? Vem conosco? – E o mesmo respondeu. – Não precisava perguntar! Hahahaha! – Mais tarde fomos para uma taverna próxima e comemoramos nossa vitoria. Cazeaje dizia. – E agora? O que farão? – Kaze respondeu dizendo. – Eu vou assumir o dojo novamente ao lado de Lena. E você Hikaru? – Ela despreocupadamente dizia. – Vou viajar pelo mundo ao lado do senhor Zero, conhecer novos povos, novas culturas, novos lugares. E você Balltazar? – Ele convicto dizia. – Vou continuar nas tropas, eu nasci pra isso! E você Messor? – Eu fiquei em silencio por alguns segundos pensando numa resposta, mas disse. – Eu... Eu não sei... – Todos ficaram em silencio por imaginarem o porquê de minha resposta ter sido esta. Cazeaje então propôs um brinde. – Um brinde, em memória daqueles que perdemos. – Após brindarmos, ela entregava-me a minha katana, e dizia. – Talvez nunca mais a use, mas achei que gostaria de ficar com ela. – Eu agradeci, e a coloquei em minha cintura. Mais tarde, ao por do sol, estava eu, olhando solitário para o mar na praia Carry. Não conseguia conter minhas lagrimas, provindas da dor que a falta de Zi proporcionava em meu coração. – Nosso destino era para ser eterno... – Murmurava entre lagrimas, fechando os olhos, sentado na areia. Eu senti alguém tocar o meu rosto, seu toque era suave e delicado. – Será eterno enquanto tiver-me em vosso coração. – Era a voz de Zi. Levantei minha cabeça, abri os olhos e vi seu lindo rosto sorrindo para mim. – Nunca estarás sozinho, pois estarei sempre com você. – Eu me levantava e dizia. – E eu sempre com você... – Ao tentar tocá-la, ela começava a desaparecer como um espírito de luz. – Eu te amo, e sempre te amarei com profunda emoção... – E eu respondi. – E te amarei alem desta vida, do fundo do meu coração... – Ela desaparecia, despedindo-se de mim com seu doce sorriso estampado no rosto. Já anoitecia, e eu permanecia ali, olhando o mar. Yume veio até mim e disse. – Pai, o que está fazendo? Estão todos a horas de procurando. – Abracei Yume firmemente e disse. – Um novo futuro, começa hoje... Vê as estrelas? – Ela afirmou balançando a cabeça e eu continuei. – Mamãe agora está junto com elas. E estará lá olhando por nós que aqui ficamos. – Yume se sentou ao meu lado e ficou olhando as estrelas comigo. E ali descobri, que nós todos somos imortais. Imortais enquanto formos lembrados e amados por aqueles que nesta terra ficaram, porque só morremos, quando somos esquecidos e apagados do coração daqueles que um dia se importaram conosco. Nosso corpo é mortal, frágil, perecível... Mas enquanto formos lembrados, viveremos para sempre.



– Fim...



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Notas finais do capítulo

Após muita demora, finalmente saiu, minha primeira fic terminada. espero que gostem ^^



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