Grand Chase: Legends escrita por NaipeNegro


Capítulo 1
Capítulo 1: O Prologo da Lenda




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Em uma terra mística chamada Ernas, num reino chamado Serdin, em uma pequena floresta próxima ao palácio da rainha de Serdin, haviam dois jovens, um menor de olhos azuis e cabelos prateados como o luar, e o outro, mais alto de cabelos arroxeados.


Primeiro ato: Floresta do Desafio.


–Eu sou Messor, aquele jovem de cabelos prateados, seguia meu irmão mais velho, Balltazar, pela floreta, era uma caçada de costume, como sempre fazíamos. Porem eu estava com um mau pressentimento aquela manhã. A floresta estava silenciosa demais, só ouvia o som dos nossos passos, e o som das folhas das arvores, então eu disse:


– Balltazar, acho melhor voltarmos, estou ficando com medo...- Ele não aparentava preocupação e respondia

– Não se preocupe Messor... nenhuma ameaça ficará de pé perante minha espada. – Dizia ele confiante. Suas palavras me acalmavam um pouco, e voltei ligeiro a seguir seus passos. Não muito longe dali, numa clareira, avistei uma arvore. Nela havia uma maçã, me parecia tão apetitosa, eu não comia há horas. Então corri para pegá-la. Não foi difícil subir na arvore, pois ela era um tanto baixa, cerca de uns três metros até chegar à maçã. Não foi um desafio, sempre fui mais ágil que meu irmão, e sempre saltei mais alto que a maioria das pessoas comuns, e foi dando um salto desses que peguei a maçã. Porem, eu sempre fui meio atrapalhado, consequentemente caindo de mau jeito no chão. Eu então mostrei a maçã para meu irmão, que vinha em passos lentos até mim. – Olha! Consegui uma maçã! Vamos dividi-la ao meio e comer, acho que não vamos encontrar mais comida do que isso hoje... – Era o que eu dizia, meu irmão então puxou sua espada que estava embainhada na sua cintura, mirou o fruto, e sobre minha mão, ainda mostrando a maçã, dividindo-a ao meio num corte certeiro. – Vamos, pegue! – Eu dizia feliz, não era muito, mas era tudo que tínhamos.


No exato momento em que Balltazar cortou a maçã, a terra começava a tremer. E a arvore em que Messor havia pego o fruto, parecia se mover, assustado, Messor correu para trás de seu irmão.


– Que diabos é isso! – perguntei exclamando para meu irmão. Ele entrava em guarda com sua espada cuja lamina começava a aparentar algumas runas brilhantes. Notando isso, eu já não tinha duvidas, estávamos em perigo. Eu vi a arvore se mexendo e a mesma parecia criar braços e pernas, me dei conta de que se tratava de um Ente, uma arvore guardiã da floresta, sem duvidas estávamos encrencados, pois havíamos tirado da arvore um fruto sagrado. – Não saia de trás de mim. Eu vou dar um jeito nessa coisa! – disse Balltazar confiante e me escondendo atrás dele. Eu olhava por cima dos ombros de meu irmão, e vi os olhos da criatura, amarelos e luminosos, e estava se movendo em nossa direção. Eu não podia fazer muito, pois só tinha um par de adagas e minha fé em Balltazar.


O Ente andava desajeitado e furioso na direção dos jovens. Balltazar corria na direção da criatura e lhe fazia um corte diagonal no tronco, o que parecia não tela afetado em nada. O Ente então usa um de seus troncos que usava como braço para atingir Balltazar em cheio, arremessando de volta para perto de Messor, que o segurava e começava a ficar com mais medo.


– Argh... não se preocupe, eu estou bem! – dizia Balltazar contendo a dor. - Você não tem chance contra ele! Vamos fugir enquanto ah tempo! – Era o que eu dizia quase em desespero. Quando dei por mim, o Ente já estava diante de nós se preparando para mais um ataque. Ele dava uma pancada com seu braço tronco de cima para baixo. Meu irmão fechava os olhos e esperava pelo golpe. Mas fui rápido o suficiente para sacar minhas adagas de minha cintura, e cruzando-as, tentando defender o golpe. Meus braços absorveram o golpe, mas fui arremessado contra o chão com o impacto. Não conseguia me levantar, estava doendo muito, e via diante de mim o Ente se preparando para mais um golpe, ele levantava seus braços e mirava-nos. – É o fim... – Eu pensei, mas notei que o Ente havia parado de se mover, olhei mais abaixo e vi Balltazar abaixado, empalando a fera com sua espada. Ele então puxava a lamina, levantava-se, e com um dos pés empurrava a criatura, que tombava de costas no chão, já sem vida. Ele virava-se para mim e dizia irritado – Idiota! Poderia ter morrido! – Ele então respirava fundo e dizia – Mas obrigado, creio ter subestimado a resistência de um toco de arvore... – Eu sorri, ele estendeu a mão para eu me levantar e fomos para casa.


Segundo ato: Treinamento.


Já era entardecer numa planície nos arredores de Serdin. O sol estava prestes a se por, e nas proximidades só se ouvia o som de laminas pelejando. Eram Balltazar e Messor.


– Você é um molenga! Vamos! Ataque-me! – Exclamou Balltazar brandindo sua espada contra mim. – Se você não me acertasse tão forte com essa espada talvez isso não fosse um problema! – Dizia eu, me esquivando dos golpes de meu irmão. – E você acha que algum monstro vai te bater fraquinho? Honre o que você tem no meio das pernas e trate de atacar! – dizia ele movimentando sua espada com mais força. – Como é!? – Eu utilizava duas adagas para treinar com Balltazar, não fui rápido para me esquivar de seu ultimo golpe então o bloqueei com uma das adagas, e contra ataquei com a outra, num corte horizontal na altura da barriga. Balltazar então notou minha destreza e esquivando-se disse – Nada mal, acho que já posso te ensinar a usar a Mana. – Eu então perguntei curioso. – O que é mana? – Ele cravava sua espada no chão e dizia – Mana é a energia que provem de dentro do corpo, que flui de diferentes formas. Mana é a força que você usa para criar ou destruir coisas, você pode canalizar sua Mana de varias maneiras. – Eu olhava para minhas mãos e perguntava – Como? – Balltazar riu e disse. – Mentalize sua energia e conduza até suas mãos. – E foi o que eu fiz, mas nada acontecia, então eu disse. – Isso não funciona... – Então meu irmão estendeu a mão e uma aura azul corria pelo seu braço. Logo tomavam a forma de chamas, eu já havia visto pessoas usarem a energia dessa maneira algumas vezes, mas não sabia que meu irmão pudesse dobrar tal poder. Ele então me disse – Messor, eu em breve não poderei mais cuidar de você... logo o exercito de Canaban virá e me levará com eles... sabe como é... a força de Cazeage continua a imperar sobre Ellia e Vermecia, as criaturas andam ficando agressivas desde então... precisam de pessoas para reforçar o exercito, principalmente arcanos como eu. Por isso, você tem que ficar forte como eu, não vou estar aqui para te proteger por muito tempo. Você entende...? – Dizia ele apagando as chamas em seu braço e abaixando o mesmo. Balancei a cabeça confirmando que havia entendido suas palavras. Canaban era o reino vizinho à Serdin, seu exercito formado por poderosos e orgulhosos arcanos, defendia o outro lado do continente Vermecia com todas as forças. Eu segurei minhas lagrimas para não demonstrar fraqueza diante de meu irmão, então tentei mais uma vez canalizar minha energia, e mais uma vez não consegui. Ele então pegou sua espada e disse – Se não consegue canalizar sua energia, seja o melhor com suas adagas, é fácil para algumas pessoas, o que não parece ser o seu caso. Vamos lá! Quero que demonstre seu golpe mais forte! – Meu pensamento ainda estava em canalizar a energia para minhas mãos, segurei firme minhas adagas e desferi um corte com ambas na horizontal. Naquele momento, elas brilharam e me ofuscaram, fechei meus olhos e ouvi um estrondo, parecia um trovão, mas o céu estava limpo aquele dia, mas senti que havia atingido algo. Abri meus olhos e lá estava eu, com as adagas cruzadas quase quebrando a espada de meu irmão, elas ainda brilhavam um pouco, e a espada de meu irmão estava novamente com aquelas runas brilhantes em sua lamina, eu recoei um pouco e ele disse. – Isso é fantástico! Você consegue canalizar sua energia através de suas armas! Nossa foi por pouco! se eu não defendo era bem provável de você me partir em dois... – Eu tive a impressão de quase ter feito uma grande besteira então eu disse. – Me... Me desculpe... – Balltazar se aproximou de mim, pois a mão sobre meu ombro com um largo sorriso em seu rosto dizendo. – Te desculpar pelo que? Cabeça de camarão! Hahaha! Eu estou orgulhoso de você! – Eu, timidamente disse – Obrigado... – Então Balltazar analisou sua espada e disse. – Depois eu concerto isso, agora, de volta ao treino!. - Então continuamos a pelejar até o anoitecer. Já exaustos, voltamos para casa. Morávamos sozinhos, nossa mãe veio a falecer em meu parto, nosso pai teve de nos deixar cedo, foi convocado para a Grand Chase, o exercito de elite, fundado como trégua entre Serdin e Canaban para banir o mal de Vermecia e de toda Ernas. De ano em ano, a Grand Chase enviava um comandante para Serdin. Como eram tempos de guerra, quem já tinha idade, era imediatamente levado para Canaban, onde eram devidamente treinados e assim postos nos campos de batalha. Balltazar tinha o grande orgulho de um dia poder servir a Grand Chase, ele se dedicava todos os dias a ficar mais forte e conseguir reencontrar nosso pai nos campos de batalha, para que o mesmo ficasse orgulhoso dele. Eu sabia que teria de me virar por um tempo até ser convocado para a Grand Chase. Balltazar era dois anos mais velho que eu, no ano seguinte faria dezoito, e então seria convocado. Por isso, me treinava e cuidava de mim, a maior parte da minha disciplina foi responsabilidade dele. Mas ao contrario de meu irmão, que enfrentava o perigo de frente, eu sempre corria o máximo que podia. Isso o irritava um pouco, mas nunca tive sua força, tão pouco sua coragem. O tempo passou. Depois de algumas semanas eu já dominava com mais confiança o poder da Mana, mas só conseguia usa-la para destruir as coisas, isso preocupava meu irmão. Eu não possuía nenhuma habilidade de criação ou conjuração, mas podia usa-la para aumentar minha velocidade e meus saltos, também deixar minhas armas mais afiadas e aumentar a minha área de ataque com as adagas. Também podia fazer a luz desviar de mim por um tempo, ficando assim, invisível. Balltazar podia conjurar espadas e uma criatura chamada Golem da Tempestade. As espadas que ele conjurava eram azuis e luminosas, e explodiam em contato com outras coisas. O Golem da Tempestade era uma criatura incrível, era uma como uma armadura viva! O casco de sua armadura era negro com bordas azuis, possuía algumas jóias nas armadura, e uma arma um pouco estranha, parecia uma lança com runas giratórias. Sua capacidade de combate era incrível! Mas, eu não podia fazer nem metade do que Balltazar fazia. Isso me fazia me sentir um pouco inferior a ele. Mas nada que me atrapalhasse. A única coisa que me consolava, eram minhas adagas, que cortavam facilmente coisas que quebrariam a espada de meu irmão.


Terceiro ato: A jovem


Começamos a treinar mais pesado em meados de fevereiro. Já estávamos em maio, o tempo parecia correr mais rápido a cada dia, e a cada dia eu me preocupava mais com meu futuro e com o futuro de meu irmão, ficaria dois anos sem vê-lo. Mas algo inesperado aconteceu. Era um dia tempestuoso, não era seguro sair de casa. O céu, mesmo ao meio dia, estava negro e tomado pelas nuvens. – Messor, fique longe da janela, algo pode voar e te acertar. – Dizia Balltazar tentando me proteger como sempre. – Calma irmão. – Dizia eu teimoso indo em direção a janela. – Vou só dar uma olhada no tempo, sabe como adoro tempestades. – Era o que eu dizia, já abrindo a janela. Eu não sabia o quão forte estava o vento aquela tarde. Quando abri a janela, o vento simplesmente as arrancou da parede. – Viu só! Só faz besteira por que nunca me escuta? – Dizia Balltazar me dando bronca. Ele se levantava e ia pegava algumas taboas para tapar a janela. Ventava forte e chovia muito, não podia se ver muito bem naquele temporal. Mas vi algo grande se movendo, eu olhei mais atentamente, e pude notar um pouco de sua cor, parecia vagar sem rumo no meio da tempestade, eu me recordava das ilustrações no catalogo de monstros, parecia um Gorgos, um Gorgos vermelho. Logo me perguntei o que uma criatura dessas estaria fazendo por aqui. Corri até meu irmão e disse o que havia visto, ele correu para a janela já empunhando sua espada, viu a fera a poucos metros de nossa casa. – Mas que diabos esse bicho ta fazendo aqui nas planícies? Mesmo Gorgos adultos não ficam muito longe de seus ninhos. – Dizia ele um pouco assustado. Ele preparava-se para conjurar o Golem da Tempestade, mas por alguma razão eu disse – Balltazar, espere. – Eu continuei a observar a criatura. Estava ventando muito, ouvia-se apenas o som dos trovões, do vento e da chuva. Mas havia algo mais, parecia uma voz, e eu disse. – Balltazar, está ouvindo...? – Ele então abaixa a espada e diz – Ouvindo o que? – E eu respondi. – A fera não ruge, nem muda de posição, parece estar protegendo algo. – Meu irmão olhou por um tempo e disse. – Não da pra ver nada nessa chuva. – Então olhei com mais atenção, e pude ver uma pessoa sendo protegida pelo monstro e pude ouvir – Socorro! Socorro! Alguém me ajude! – Era uma voz suave, como a de uma mulher, a fera estava protegendo-a do vento e da chuva. – É uma pessoa! Eu vou até lá! – Dizia eu a pouco de pular a janela. Mas meu irmão me puxava pela camisa e me jogando pra dentro de casa dizia. – Fique ai! Está ventando muito e você é muito levinho, seria facilmente carregado pela ventania. Eu já volto. – Dizia ele pulando a janela, sua espada começava a brilhar e ele gritava. – Golem da Tempestade! – Conjurando o mesmo, para lhe proteger do vento. Eu sentei perto da lareira e esperei, ele voltar. Após algum tempo, ele abre a porta e nos braços carregava uma jovem. Sua pele era clara, seus cabelos eram curtos e de cor violeta. – Pegue uma toalha e alguma roupa para ela. Vou colocar as taboas na janela para não ficar entrando vento aqui. – Dizia meu irmão, colocando a jovem perto da lareira. Eu o obedeci, peguei uma toalha e algumas roupas minhas, entreguei a ela, e ela foi para o banheiro se trocar. Após algum tempo ela voltava e se sentava perto da lareira, meu irmão pregava as taboas na janela. Sentei-me ao lado dela e a observava, ela possuía cicatrizes no braço direito. Seu corpo não apresentava grandes atributos, mas ela era linda. Ela então olhou para mim, mais precisamente em meus olhos. Ela me encarava de um jeito doce, mas um pouco tímido, então ela disse. – O... Ola... Qual o seu nome...? – dizia ela com todo o seu encanto, eu então disse – Messor, e o seu? – Ela então respondeu.- Prazer, meu nome é Zi. – Eu por curiosidade perguntei. – Aquele Gorgos era seu? – Ela riu e respondeu. – Claro que sim, sou uma maga violeta, conjurar Gorgos é uma das minhas especialidades. – Eu me espantei com tal talento e disse. – Você por acaso serve a Grand Chase? – Ela um pouco sem jeito respondeu – Pode se dizer que eu “cai” da carruagem por “acidente” e ninguém viu, logo não pude ir ao campo de batalha, então tentei voltar e fui pega de surpresa pela tempestade. – Ela aparentava estar um pouco nervosa, eu olhei novamente para ela e disse. – Você não é jovem demais para entrar pro exercito? – Ela afirmava balançando a cabeça e dizia. – Foi por causa de minha mestria com magia. Acharam que eu estava apta ao trabalho... – Balltazar estava escutando a conversa enquanto pregava as tabuas e dizia. – Em outras palavras você fugiu da batalha... – Ela então dizia. – Eu não sou obrigada a lutar pelo que não me interessa! Eu não tenho mais nada a perder mesmo! Essa guerra já tirou de mim, meus amigos, meus irmãos, minha família! Eu não quero morrer no campo de batalha lutando por algo que não me interessa mais! Essa guerra nunca vai acabar! A cada dois nossos que morrem, oito inimigos novos surgem! Não dá pra competir com aquelas coisas! – Disse Zi com lagrimas nos olhos. – Pois que fique claro, garotinha, mais de mil monstros cairão perante minhas mãos, e mais de cem mil perante minha lamina. – Foi o que disse meu irmão, terminando de pregar as tabuas. – Você tem casa? – Perguntei a ela. – Não tenho mais, um Troll destruiu minha casa... – Respondia ela quase chorando. – Eu não quero lutar! Eu não quero mais ter que ficar vagando por ai temendo tudo que se move de noite! – Dizia ela me abraçando. – Acho que temos lugar pra mais uma pessoa aqui em casa... não é irmão...? – Balltazar me olhava sério, parecia não gostar muito da ideia, respirou fundo e disse. – Desde que ela faça as tarefas domesticas eu aceito... – Zi começa a chorar, suas lagrimas eram de alegria. Ela dizia – Obrigada! Muito obrigada! Prometo que não vão se arrepender! – Foi o que Zi disse com muito animo.


O tempo passou, nós três vivíamos em harmonia, as vezes Zi discutia com Balltazar, mas nada que fosse muito grave. Eu e Zi fomos ficando mais íntimos a cada dia que passava e começamos a namorar. Balltazar dizia que eu estava dando menos atenção aos treinos e culpava Zi por isso. Mas continuávamos a viver tranquilamente.


Quarto ato: a despedida


Era um dia ensolarado do mês de dezembro, a Grand Chase enviou seu comandante, Lothos era seu nome, usava uma armadura vermelha e prata, seus cabelos longos e loiros vazavam seu elmo, sua pele era clara e a íris de seus olhos eram vermelhas como rubis. Portava uma espécie de espada, mas não possuía uma lamina e sim uma vara cilíndrica de metal levemente curvada, não parecia ser capas de cortar alguma coisa, mas com certeza um golpe com aquilo na cabeça de alguém poderia matar. Em mãos possuía uma prancheta e batia de porta em porta chamando nomes, logo já havia um grupo grande de pessoas seguindo Lothos. Eu via tudo da colina perto dali, corri para casa e informei Zi e meu irmão. Ele se arrumou todo, já havia polido sua espada, e já havia deixado o jantar pronto. Era meio dia, ele esperava ansioso a chegada de Lothos. Zi já era o oposto, tinha se escondido dentro de um velho baú no porão. Eu ficava ao lado de meu irmão, e então ouve-se batidas na porta. Balltazar atende e se depara com uma linda mulher de cabelos loiros, que diz – Você é Balltazar, o arcano? – Meu irmão a olhou de cima a baixo e disse – Comandante Lothos? – Perguntava ele confuso. – A própria. – Dizia ela pousando a mão sobre a estranha espada em sua cintura. – Eu pensei que fosse alguém mais... alto... – Dizia meu irmão um tanto surpreso. – Muitos atribuem a palavra comandante a um homem alto, forte e pavio curto. Tirando a parte de ser homem e os músculos, sim eu sou a comandante e sim, eu sou pavio curto, apronte-se logo e aproveite que estou de bom humor. – Eu me aproximava e dizia – Ele tem mesmo que ir? – Ela olhava a prancheta e dizia. – Messor, o ágil. Eu presumo... – Eu balancei a cabeça confirmando e ela disse. – Não se preocupe se seu irmão não morrer em dois anos, se juntará a ele nos campos de batalha, ou nas grandes barricadas. E nos poupe o esforço de ter que ir atrás de você, caso esteja pensando em fugir do seu dever como cidadão de Serdin. Tenha um bom dia, até daqui a dois anos. – Dizia ela indo com Balltazar até o grupo, que marchava sem olhar para trás. Olhei para o chão e vi um bilhete, era a letra de meu irmão. O bilhete dizia o seguinte. – Não chores irmão. Estou a realizar um sonho, me faria muito feliz se em minha ausência, você ficasse mais forte. Eu vejo o quanto você gosta daquela garota, cuide bem daquela cabeça dura. De seu irmão, Balltazar. – Não precisava mais segurar minhas lagrimas, pois ali já não havia mais ninguém. Um grande aperto em meu coração, e uma dor silenciosa toma as minhas emoções. Eu sabia que minha vida não seria mais a mesma depois daquele momento...


Quinto ato: Enamorados


Um ano se passou desde que meu irmão partiu, eu e Zi nos casamos. Bem... Não nos casamos exatamente, éramos muito jovens, mas reunimos alguns amigos para uma cerimônia simbólica, estávamos aproveitando a vida antes de sermos convocados, e haveria a possibilidade de nos separarmos devido a isso. Foi o melhor ano da minha vida, apesar da ausência de meu irmão. Zi podia ser delicada e doce, mas era forte o suficiente para me carregar sem esforço, ela treinava comigo, graças a ela consegui adquirir a capacidade de criação com Mana, mas como sempre, era algo extremamente destrutivo, era como uma grande shuriken de energia, que após arremessada, girava muito rápido e destruía tudo em seu caminho. Executando esta técnica eu não conseguia utilizar só uma dessas, pois eu canalizava toda a minha energia para minhas mãos, logo se eu arremessava uma shuriken com a mão direita, era obrigado por mim mesmo a arremessar outra com a esquerda, e assim executando a técnica com perfeição, eu batizei esse ataque de “Tornados Gêmeos”. Após um dia caçando com Zi, fomos passar o entardecer pescando na praia Carry. – Adoro ver o por do sol aqui... – Dizia ela sentada ao meu lado na areia da praia enquanto segurava minha mão. – É uma pena que não desfrutaremos de tal paisagem daqui a um ano... – Eu ouvia suas palavras com uma profunda tristeza em meu coração, mas continuava a sorrir, pois sabia que naquele momento, nada disso importava mais. Eu então perguntei – Você acredita em destino? – Ela curiosa olhou para mim e disse – Por que a pergunta? – Eu então respondi – Não pode ter sido puro acaso, você estar naquela tempestade, e nós estarmos juntos hoje. – Ela um pouco sem grassa dizia sorrindo. – É verdade. – Eu me aproximei dela, ficando frente a frente com a mesma, olhei em seus olhos e disse – Então, que nosso destino, seja eterno. – Segurei-a pela nuca e uni meus lábios aos dela. E naquele momento era como se apenas eu e ela existíssemos. Deitei teu corpo na areia, separei nossos lábios por um momento, admirando sua face delicada, e teus belos olhos violeta. Trocamos olhares por alguns segundos, desfrutando daquele momento a sós. Ela tirava o meu colete, e eu lhe tirava suas vestes. A praia estava deserta, voltamos a nos beijar, enquanto eu guiava minhas mãos sobre seu esguio corpo. O amor ardia como uma imensa chama em nossos corações, sob o por do sol e as estrelas que brilhavam como diamantes, compartilhando das mais puras emoções, o que nos tornava verdadeiros amantes.


Sexto ato: Grand Chase


Mais um ano se passou, e como esperávamos, Lothos bateu mais uma vem em nossa porta. Eu já esta pronto, mas Zi ainda estava se arrumando, um ano foi o suficiente para convencê-la a ir comigo, então comandante Lothos disse – Ah, Messor, é um prazer revê-lo, você não cresceu tanto quanto seu irmão. Como tem sido a vida? – Eu ajeitei minhas adagas e disse – A vida tem sido dura, como sempre... – Respondi eu desanimado, Lothos então disse – Você deveria ter orgulho do irmão que tem, ele se tornou um de nossos maiores guerreiros. E defende Canaban como se defendesse a sua própria vida. E espero que seja igual a ele. – Dizia Lothos com um sorriso no rosto. Logo Zi se arrumou e seguimos viagem até Canaban. Nos deparamos com um imenso quartel general, pessoas de todo os lugares de Vermecia estavam reunidas ali, empunhando todo tipo de arma. Não demorava muito e logo a atenção de todos foi chamada. – Povo Vermecia, vocês foram convocados com a grande honra de servirem ao grande exercito Grand Chase, a partir de hoje vocês vão lutar para tornar de Ernas um mundo melhor. E nós, somente nós, poderemos banir todo o mal deste mundo. E a tirania de Cazeage perecerá ante as nossas armas e nossa bravura, nós nascemos com a sorte de poder honrar nossa gloriosa terra, e nossos inimigos nasceram com o azar de nos ter como adversários! E nós vamos lutar, nesta grande caçada. Por Ernas! Por Vermecia! E pela rain... – Um tenente interrompe o discurso e cochicha para Lothos – Contenha suas palavras, existem pessoas de Canaban aqui. Não vamos dar inicio a uma chacina como da ultima vez. – dizia o tenente suando frio, e visivelmente assustado. – E pela raiz de nossos ancestrais! – Finalizava Lothos tentando corrigir o seu quase erro e assim o povo vibra com seu discurso.


Sétimo ato: A guilda


Era meu primeiro dia na Grand Chase, eu fui encarregado de ajudar a levar os suprimentos presentes numa carroça para uma vila militar próxima. Zi me acompanhou, estava cansada, mas eu tinha que mantê-la acordada. Eu também estava exausto e com fome, mas não podíamos comer os suprimentos, muito menos dormir. Então um soldado que nos acompanhava observou o jeito que estávamos e me disse – Fique calmo rapaz, tome este ticket, vale uma refeição e uma bebida na taverna desta vila. Esse ticket era para meu amigo... mas ele morreu em batalha, você é novo, e pelo visto está acompanhado, se souberem dividir terá comida para ambos. Por favor, aceite. – Ele me deu um ticket um pouco sujo de sangue seco, eu agradeci sua generosidade e pouco depois chegamos à vila. O mesmo soldado após a carroça parar, saltou da mesma e disse. – Existem alguns veteranos de guerra por aqui, tomem cuidado, alguns gostam de tirar sarro dos novatos, evitem confusão. – Foi o que ele nos disse, na tentativa de nos alertar sobre algo. Eu e Zi saímos da carroça, ela se apoiava em mim e procurávamos pela tal taverna. Após encontrarmos, depois de algumas ruas, adentramos e nos sentamos à mesa, uma jovem de aparentes nove anos nos atendeu, vestia trapos e estava toda suja de terra, logo pensei – Será que o povo de Canaban é tão pobre quanto o povo de Serdin? – Entreguei o Ticket a ela, e logo ela veio com um prato de comida e algumas garrafas d’água, ela então se ajoelhou e curvou-se de cabeça baixa, e dizia. – Perdão, as bebidas acabaram, também não temos mais suco de frutas, espero que compreenda senhor. – Eu me assustei com tal auto-humilhação e disse. – Hei, levante-se menina, não precisa curvar-se diante de nós para demonstrar respeito. – A jovem se levantava e dizia. – Me... me desculpe senhor, achei que fosse um integrante da guilda dos mercenários ou da guilda dos assassinos... – Dizia ela justificando-se. – Guilda dos assassinos? Mas que diabos... – Ela então aponta para meu cabelo e diz – Você tem cabelos prateados, é a marca registrada dessas duas guildas. Elas são formadas por pessoas muito ágeis e frias, não medem esforços para conseguirem o que querem. Alguns são solitários, alguns poucos são bondosos, nenhum é piedoso... – Eu então perguntei. – Essas guildas são feitas de integrantes da Grand Chase? – Ela afirmou balançando a cabeça e disse – Agora que notei, o senhor não possui nenhum brasão, nem indumentária, deve ser novo por aqui. – Presumiu a menina. – Somos de Serdin, somos novos na Grand Chase. – Disse Zi – Pode me contar mais sobre essas guildas? – A menina então disse. – São grupos de pessoas que compartilham do mesmo objetivo. Costumam fazer as missões juntos, muitos depois de conseguirem uma patente alta, saem de Vermecia e vão para Ellia, Terra de Prata, Aton e Arquimidia. As guildas que conheço são: a guilda dos Assassinos, das Magas Violeta, dos Tecnomagos e dos Cavaleiros de Prata. – Então Zi dizia – Eu era uma maga violeta, mas eu não me sentia pronta para lutar na guerra. – A jovem então olhava Zi. – Nossa! Nunca achei que veria uma maga violeta de verdade por aqui! – Dizia a jovem, maravilhada. – Eu um dia me tornarei uma maga violeta! Você deve ser muito forte! – Dizia a jovem, muito alegre em estar na presença de Zi – Eu sei algumas coisas. – disse Zi – Sabe invocar aquele dragão? O Gorgos vermelho! – Zi um tanto sem jeito dizia – Sim, sim, é até fácil. – Eu ria da situação. Era bom ter algo para distrair a cabeça, tão pressionada por uma guerra e falta de comida. – Menina, você disse que não havia suco de frutas, aconteceu algo com os pomares? – Perguntei a ela, começando a dividir o prato para mim e Zi. – Os monstros devoraram os pomares dessa região, temos que esperar as frutas e bebidas virem de Serdin, deve ter notado que aqui é uma área um pouco desolada e sem muito verde, os insetos e monstros vem destruindo e devorando a vegetação faz um tempo. As vegetação não tem tempo de se recuperar. – Dizia ela um pouco desanimada – Hei! Não tem ninguém pra atender aqui nessa bagaça não!? – Dizia um cliente na outra mesa – Com licença, a conversa está boa mas tenho de voltar ao trabalho, bom apetite. – Dizia ela se retirando. Eu e Zi começamos nossa refeição. Logo eu começo a ouvir uma discussão, olho para trás, era a garota e um cara, ele lhe deu uma pancada forte o suficiente para arremessá-la contra o chão. Ela se afastava dele ainda no chão, pedindo desculpas por algo, eu fazia minha refeição olhando para trás, observando a situação. Eu olhava pensativo, talvez fosse pena o que eu estava sentindo. Eu já havia terminado de comer e a discussão continuava, aquilo começava a me incomodar, eu me levantei e fui até o homem. Ele puxou uma espada de lamina larga e curta, e estava claro que ele iria atacar a jovem, ele levantou a lamina e estava pronto para atacar. Puxei rapidamente uma de minhas adagas e parei sua lamina perto do pescoço dele, por trás do mesmo. – Creio que você não tenha modos... companheiro... – Foi o que eu disse. Ele ficou imóvel e disse – Não se meta em um assunto que não lhe diz respeito. – Eu canalizei minha Mana para a adaga e dizia. – Não quero ter que manchar o chão desta taverna com sangue, vai deixar a jovem em paz? – Ele guardava sua arma e dizia. – Vou, agora tire essa maldita adaga do meu pescoço, antes que eu mude de ideia. – Eu então disse – E se mudar de ideia? Vai fazer o que? – Não tive a intenção de provocá-lo, mas ele puxou sua espada e a posicionava rapidamente contra minha barriga e dizia. – Você não vai querer saber... – Me vi então num impasse, ele estava disposto a me enfrentar, eu poderia ser amigável e abaixar minha adaga, mas não confiava nele, sabia que alguém com daquela laia poderia armar alguma pra mim. Logo eu disse. – Companheiro, sei que quando der uma brecha você irá me atacar, e você sabe que não vou baixar minha adaga. – Ele então diz – Sei que se te atacar você com essa Mana concentrada na adaga, vai arrancar minha cabeça. Acho melhor sermos civilizados e guardarmos nossas armas e tomar uma água juntos, já que esgotaram a bebida da taverna. – Dizia ele novamente embainhando a espada na cintura. Eu abaixei minha adaga com cautela e perguntei. – Seu nome é? – Ele vira-se para mim e diz. – Pode me chamar de Kaze, o mercenário. – E assim se fez, ele se juntou a mim e a Zi à mesa e disse. – Então vocês são os novos recrutas? Devia ter desconfiado... – Eu olhei para ele e disse – Por que queria matar aquela jovem? – Ele suspirou e disse – Eu frequento esse lugar faz um tempo, desde que saí da Cidade da Cruz de Prata. Ela vive a me infernizar por causa das minhas companhias, e acha que o que eles fazem é culpa minha... é uma idiota. – Eu achei que não havia ouvido direito e disse – Você disse... Cidade da Cruz de Prata? Mas isso fica em Ellia! Você veio de lá? – Ele não me parecia com muito animo, dizia – É, eu venho de lá... não que isso seja grande coisa... Vim a trabalho, a guilda me mandou averiguar algumas coisas por aqui... – Dizia ele tirando seu turbante, mostrando que também possuía cabelos prateados como os meus, eu me dispus a perguntar. – Você é da guilda dos assassinos? – Confesso que tive medo de sua resposta. – Corrigindo, Assassinos da Cruz de Prata, tenha mais respeito agora que sabe a pronuncia correta. – Eu fiquei meio sem jeito e disse. – Desculpe... mas... o que vocês fazem? – Perguntei com um pouco de medo. – Nós impedimos que monstros maiores atravessem o mar entre Vermecia e Ellia, não muito longe da Cidade da Cruz de prata existem duas coisas que vocês devem se preocupar... – dizia ele um tanto sério. – Lá existem duas grandes tropas de monstros, as tropas do Amon Negro, o nephirim corrompido, e as tropas de Gadosen, o rei do inferno de Ernas, ambos fazem parte do exercito das trevas, de Cazeage... – Dizia ele. Quando ele disse tais palavras eu gelei, e ao mesmo tempo estava impressionado. – Como alguém poderia sobreviver naquelas terras!? – Eu me perguntava. – Diga, como você sobrevivem em Ellia? – Ele então respondeu. – Nós fazemos o que nenhum ser humano deveria fazer... – As palavras de Kaze me assombravam, eu então me dispus a perguntar. – Que tipo de coisas? – Então Kaze responde – Interprete como quiser... você parece ter muita coragem e algumas habilidades interessantes, gostaria de aperfeiçoa-las? – Perguntou Kaze. Era de fato um convite tentador, mas olhei para Zi e disse. – Ela pode ir comigo? – então Kaze diz – É responsabilidade sua cuidar dela, não me responsabilize pelo que acontecer, estamos entendidos? – Aceitei o convite de Kaze. Voltamos para a base que estávamos e informamos Lothos de nosso êxito na entrega de suprimentos. Kaze havia dito que nos encontraria em dois dias, e assim se fez. Lothos nesses dois dias, nos forneceu uma indumentária. Houve um momento em que eu disse – Lothos, o que sabe sobre a guilda dos Assassinos da Cruz de Prata? – E a comandante respondeu. – São aqueles que mais tem ajudado a Grand Chase no momento, mantendo o exercito de Cazeage ocupado enquanto recrutamos reforços, são guerreiros excepcionais. – Dizia ela, isso me acalmou um pouco em relação ao Kaze. Expliquei a ela o motivo de minha pergunta e ela disse. – Bem... saindo de Vermecia, você não é mais responsabilidade minha... estará a própria sorte em Ellia. Que fique avisado. – E por ai ficou, já estava a sentir calafrios, mas não tinha muito a perder, Balltazar me mandou uma carta assim que entrei na Grand Chase, não era a toa que eu queria ir para Ellia, na carta dizia que em breve ele estaria lá. Não perdi tempo quanto a isso. Eu e Zi nos encontramos com Kaze no píer então ele nos disse – Estão prontos? A ida é tranquila, mas somente os fortes serão capazes de voltar... – Dizia ele me encarando. – Vai mesmo com ele? Minha jovem... – Era o que ele dizia perguntando para Zi. – Acha que sou fraca só porque sou mulher? Eu devia... – Ela andava na direção dele e eu a puxava para trás, e dizia – Kaze, estamos prontos. Vamos? – Kaze então diz – Vamos, mas antes estamos esperando minha parceira de missão. – Eu então me dispus a perguntar – Parceira de missão? – Zi com certo sarcasmo dizia. – Deve ser fraca como eu. – Kaze não dá ouvidos a Zi e diz – Sim, ela também é meu contato, o nome dela é Ember. Assim como Lothos, que manda nessa bagassa toda, Ember é como se fosse uma subtenente. E falando no diabo... – Dizia ele olhando para trás de nós. Uma voz feminina dizia num tom de seriedade dizia – Por que não embarcaram ainda? Temos horários a cumprir. – Olho para trás e me deparo com uma mulher alta, de face delicada, mas um constante ar de seriedade se refletia em seu olhar, seus olhos tinham duas cores, o direito era azul como o céu do anoitecer, e o esquerdo era vermelho como sangue. Seus cabelos eram compridos e azuis, sua indumentária possuía dois brasões, um com um desenho que parecia ser uma flor, e outro com a cabeça de uma espécie de demônio, nunca tinha visto nada igual. – Aprecem-se! Não tolero atrasos aqui! – Dizia ela em voz alta, entramos num barco e seguimos rumo ao continente Ellia. Estava anoitecendo, eu e Zi estávamos a olhar as primeiras estrelas, logo o céu se escurecia, estávamos deitados sobre uma rede que havia na parte de trás do barco. Olhando as estrelas, Zi dizia – Messor... andei pensando... – Eu olhei pra ela e disse – Em que? – E ela com sua doçura e encanto respondeu. – Em nós dois, quando você me perguntou sobre o destino. Lembrando-me de quando você disse: Que nosso destino seja eterno. – Era o que ela dizia, enquanto deitava-se sobre meu corpo, olhando em meus olhos. – Serei eternamente seu, e enfrentarei o que for pra estar ao teu lado. – Foi o que eu disse, olhando em seus olhos violeta. – E eu serei eternamente tua, e tu serás meu único e derradeiro amor. – Dizia ela com seu doce sorriso, logo unindo seus lábios aos meus, fechamos nossos olhos e nos amamos, sob aquele céu especialmente estrelado, sentindo a brisa do mar e o balanço das ondas. Nunca me senti tão vivo como naquele momento, estava certo de que nada poderia romper o elo que tínhamos, um amor tão intenso e uma paixão tão ardente, que não tinha duvidas, eu a amaria por toda a minha vida.


Oitavo Ato: A ponte infernal


Passaram-se dois dias até chegarmos em Ellia. Fomos para a Cidade da Cruz de Prata, onde se localizava a guilda e passamos alguns dias lá. Confesso que não foram nada relaxantes, Kaze falou com o líder da guilda, o mesmo me fez alguns testes, me fez lutar com outros membros da guilda, me pôs no campo de batalha, e me ensinou a utilizar o alfange, o mesmo tipo de espada que Kaze usava. Os testes continuaram por mais alguns dias, nesse tempo eu acabei ficando mais forte em combate que a maioria, superando Kaze, Ember e seus subordinados. O mestre da guilda chamou-me e disse – Messor, eu acho que já está preparado para a primeira etapa de seu teste como membro oficial da guilda. Kaze irá com você, neste pergaminho está tudo que vocês terão de fazer. – Dizia ele me entregando um papiro. – Vocês provavelmente encontrarão com a guilda dos arcanos de Canaban, Erudon. Eles irão ajudar vocês, não garanto que irá voltar vivo, aceita o teste? – Eu poupei minhas palavras e confirmei que aceitava balançando minha cabeça. Porem eu disse. – Poderia me fazer um favor, mestre? – Ele andou em direção a sua velha cadeira e disse. – Não posso proteger a garota, meu jovem. – disse ele tossindo um pouco, eu nesses dias notava que sua saúde estava visivelmente ruim. Eu disse que compreendia, e disse que voltaria vivo do teste. E assim se fez, arrumei minha indumentária, algumas pessoas da guilda me deram uma armadura. Eu e muitos da guilda formamos uma tropa, liderados por Ember e Kaze, marchamos em rotas estratégicas para evitar confrontos desnecessários, percorremos o litoral até anoitecer. Eu lia o pergaminho que o mestre da guilda me deu, Kaze estava perto de mim e viu o pergaminho. – O velho está mesmo pior do que imaginei. – Dizia Kaze preocupado olhando o pergaminho. – Ele não parece tão doente assim. – Eu retrucava enquanto lia o pergaminho. – Não é por nada não mas... acho que o velho está pondo fé demais em você... – Dizia Kaze, andando de um lado para o outro. – Devia se preocupar com isso quando voltarmos. – Dizia eu, tentando tranquilizá-lo. – Messor, você teve um grande avanço, se tornou um dos melhores em combate dentro da guilda. Isso contando que você foi o que mais seguiu a risca os ensinamentos do velho. – Era o que ele dizia num tom de preocupação. – Kase, o que você tem com isso? – Perguntei, mas ele se silenciou e saiu dali, logo deduzi que ele e o mestre tinham alguma ligação. Pela manhã, nós marchávamos até uma coisa nos surpreender. Vários corpos esquartejados dos arcanos da guilda Erudon, em conjunto com os corpos destruídos dos monstros, não havia duvidas de que a batalha foi difícil, o cheiro pútrido que exalava do solo e a quantidade de sangue derramado eram aterrorizantes. Quanto mais caminhávamos, mais o ar ia ficando pesado, o céu ia se tornando vermelho, e corpos e mais corpos encontrávamos pelo caminho, alguns empilhados, outros espalhados, alguns poucos empalados e deixados de pé. Mas o que me fez gelar foi ter visto uma arvore, com dezenas de corpos pregados a ela. Ember não parecia intimidada pela quantidade de corpos, agia como se já tivesse estado naquele lugar antes. Zi não aguentava ver tantos corpos espalhados, o cheiro de morte lhe apavorava, ela se agarrava ao meu corpo e escondia sua face em minhas costas e se recusava a continuar vendo aquilo. Kaze caminhava, e enquanto os outros marchavam, ele subitamente para, eu observei sua face, estava com os olhos voltados para um corpo, ele olhava para o cadáver, então fui até ele. – Aconteceu, algo? – Perguntei, e ele friamente responde. – Nada demais, era apenas um amigo. – Disse ele caminhando novamente. Logo me veio uma repentina preocupação, estaria Balltazar entre aquele corpos? Logo ouço Ember dizer – Auto! Estou vendo algo ali à frente! – eu corri para ver, e era um grupo pouco maior que o nosso, e podia ver uma bandeira, sem duvida era a bandeira de Canaban, levantamos nossa bandeira com o brasão da Cruz de Prata, e marchamos até o grupo. Chegando lá, Kaze dizia – Onde está o comandante de vocês? – Um rapaz de cabelos espetados de cor laranja, que portava um machado quase do tamanho de seu corpo se aproximava e dizia. – Em nome da ordem dos Druidas, do rei de Canaban, e da guilda dos Erudon, sou o comandante desta tropa. Presumo que sejam os reforços. – Dizia ele. – Sim, nós somos o reforço. Relatório por favor. – Disse Kaze. – Nós conseguimos abater boa parte das tropas inimigas, mas não estamos mais conseguindo dar conta com tão poucos soldados. – Dizia o comandante. Eu então me aproximei e disse. – Nós nãos somos soldados. – Então o comandante disse. – Se não são soldados, o que vocês são? – Eu respondi – Nós somos a guilda dos Assassinos da Cruz de Prata e não nos compare com soldados qualquer. – Ele então vira-se e diz olhando para trás. – Não são soldados qualquer? Quero que provem isso em batalha. – O comandante da tropa então sobe numa formação rochosa, e chama a atenção de todos. – Nós vivemos sob a ameaça do exercito de Cazeage, muitos de nós não vão sobreviver a esta batalha, talvez nem conseguiremos vencer. Mas nossos nomes serão lembrados e perpetuarão nas lembranças de toda Ernas! E vamos lutar, pela gloria de Vermecia! – No exato momento em que o comandante disse tais palavras, eu mal pude ver uma flecha se aproximando extremamente rápido, e antes que um grito de aviso saísse de meus lábios, ela atinge a cabeça do comandante por trás, e um silencio repentino se manifesta no local. O comandante, caia de joelhos, e todos, observavam assombrados com tal fatalidade. O corpo do comandante caia, e rolava nas pedras, e continuava rolando até chegar aos meus pés. Eu olhei seu corpo sem vida, com os olhos virados e sem nenhuma chance dele estar vivo. E Kaze disse puxando sua espada. – Temos companhia... – Logo vejo centenas de monstros, vindo em nossa direção, corriam como loucos, e rugiam furiosamente. Eu confesso, esta com medo, até sentir uma mão em ombro, olhei para trás e vi meu irmão, e ele disse – Não esperava encontrar-te logo aqui, mas já que está aqui, que seja uma luta honrada, vamos acabar com isso! – disse ele empunhando uma espada e correndo na direção do inimigo. Kaze puxou seu alfange, ergueu o mesmo e apontou para a tropa inimiga como um sinal, todos da guilda partiram para o ataque. Todos os Erudons e Druidas também partiram para o combate. Em pouco tempo só se ouvia o som grito dos guerreiros e o som das espadas batendo na carapaça das bestas infernais que surgiam cada vez mais, as bestas possuíam ferrões no lugar das mãos, e sua carapaça era dura como ferro. A batalha se estendia por algumas horas, e a vinda das criaturas parecia nunca ter fim, eu já estava ficando exausto, até ouvir um grito. – Messor, socorro, minha perna ficou presa! – Olho para trás, e vejo Zi, com perna presa numa fenda, em seguida vejo surgir do meio dos corpos, uma criatura grotesca e musculosa, que possuía uma clava em cada mão, eu já havia visto essa criatura nos livros, era um Monban, mas sua coloração era diferente, sua pele era roxa ao em vez de branca ou vermelha, e grunhia com sede de sangue. Ele olhava para Zi, indefesa, e não hesita em atacar. Eu vi que não seria rápido o suficiente para salvá-la, e naquele momento, eu quase perdi as esperanças, corria o mais rápido que podia, mas ela estava longe demais, e a pouco de ser esmagada pela criatura. Então nesse momento eu vejo um clarão, seguido de uma frase “Explosão arcana!” e uma grande explosão luminosa ocorre a minha frente. Após a explosão, eu vi muita poeira sobre o ar, incapacitando minha visão. Logo a poeira baixa, e vejo Balltazar correndo novamente para o combate, e noto que a explosão havia desintegrado a criatura. Corro na direção de Zi e ela estava com uma espécie de campo de força, o que a protegeu da explosão. Ela estava chorando, desfez o campo de força e me abraçou quando me aproximei. – Pensei que ia perder você... – Foi tudo que eu consegui dizer depois daquele susto. Ela não conseguia dizer uma palavra, estava em choque, eu ajudei ela a tirar o pé da fenda e continuava a abraçá-la forte, tentando acalmá-la. Sinto uma presença atrás de mim, olho e vejo uma daquelas bestas com ferrões e estava prestes a me atacar. Eu fechei os olhos e disse “Fúria da Lamina.” Nesse exato momento, saquei meu alfange com toda a minha força e velocidade, e arranquei sua cabeça num único corte. Virei para Zi e disse. – Não permitirei que isso aconteça novamente... – Aproximei-me dela, e disse. – Se eu tiver que morrer, que seja ao teu lado. – E ela respondeu – E se tivermos que viver, que seja para sempre. – Eu sorri, ajudei-a levantar-se e corremos juntos em direção a tropa inimiga. A cada inimigo pelo qual eu passava, eu golpeava faltamente com meu alfange, via Kaze fazer o mesmo enquanto me observava, parecia competir comigo. Até o súbito silencio que ocorreu após um rápido tremor. Os monstros recoavam, e um pilar de fogo que ia até o céu se manifestou diante de nós. Eu nunca tinha visto nada parecido. Logo vejo uma sombra dentro das chamas, e eu não queria acreditar no que estava vendo. Kaze mandou as tropas recoarem, Balltazar ficou ao meu lado e disse. – Irmão, será uma honra morrer ao teu lado. – E eu respondi. – E foi uma honra, ter vivido ao seu. – Ember então se aproxima e diz. – É Gadosen. O rei do inferno de Ernas. – Kaze após ter feito as tropas recoarem, aproximou-se de nós e disse. – Estão com medo? Hei Messor! Vamos mostrar pra esse cara quem é que manda em Ellia! – Dizia Kaze indo em direção ao pilar de fogo. – Volte já aqui, eu não dei ordens para atacar! – Gritou Ember. – Eu não devo obediência a ninguém, pois sou um homem livre como todos aqui! – Disse Kaze ignorando as ordens de Ember e andando orgulhoso em direção ao perigo. – Vocês vem comigo ou não? – Perguntou Kaze. Zi estava ao meu lado como Balltazar e Ember. Eu segui Kase, Zi e Balltazar fizeram o mesmo, e Ember permaneceu onde estava e aos berros nos dava ordens para voltar. Então Kaze parou, olhou para Ember e disse – Viemos longe demais para voltar agora... – E tornou a andar conosco na direção do pilar de fogo. Nos aproximamos, o calor era sufocante, mas de repente, as chamas se apagam e logo surge ele, Gadosen, ele era alto, trajava um longo manto, possuía um elmo que não mostrava sua face, o elmo possuía três espinhos negros que davam ao elmo a forma similar a de uma coroa, seu manto também possuía uma carapaça que formava uma armadura, possuía também uma longa e pesada espada e assas em suas costas. – Vocês mortais tem muita ousadia de pisar aqui e enfrentar minhas tropas. – Disse Gadosen, com sua voz demoníaca. – Viemos para dar fim ao seu reinado de terror! – Disse Kaze. – Você tem coragem, humano. Mas será o suficiente para te manter vivo? – Disse Gadosen entrando em guarda e rapidamente dava um golpe em Kaze com sua espada, arremessando-o contra as pedras perto dali. Nenhum de nós conseguiu vê-lo se aproximar, foi como um vulto. Balltazar assim que viu Kase ser atingido, partiu para o ataque, tentando atingi-lo com sua espada. Gadosen defendia sem esforço o ataque de meu irmão, e contra-ataca rapidamente concentrando Mana em sua espada. O corte feito pelo rei do inferno fez com que meu irmão fosse arremessado pelo vento do ataque, e assim também chocando-o brutalmente contra as rochas, caindo desacordado no chão. Tentei então concentrar minha Mana para aumentar minha velocidade, e tentei atacá-lo com meu alfange, ele brandia a espada em minha direção, eu consegui esquivar do corte e correndo escalei seu corpo até os ombros, tendo assim a chanse de atacá-lo diretamente na cabeça, mas ele me segura e me arremessa para o alto, e ouvi ele dizer. – Meteor... – logo uma enorme bola de fogo se manifesta e cai sobre mim, me atirando brutalmente contra o chão. Naquele momento eu quase perdi a consciência, meu corpo doía e possuía alguns cortes devido ao impacto. Eu então o vi, como um vulto, chegando perto de Zi, que havia ficado imobilizada de medo. Então naquele momento eu ouvi a voz do mestre em minha mente. – É um ataque muito perigoso, chama-se “Lamina Afiada” aqueles que não executarem perfeitamente, podem ter todos os músculos do corpo simplesmente rompidos, ou nunca mais serem capazes de canalizar a Mana corretamente. E um dos golpes mais poderosos que posso lhe ensinar. Seu corpo se transformará quase que completamente em Mana, e lhe deixará rápido como um raio. – Eu sabia que era arriscado, não dominava muito bem a técnica, mas mesmo assim, com muito esforço eu me levantei e canalizei minha energia, meu corpo soltava algumas faíscas elétricas e rapidamente se desmaterializava, tornando-se assim, pura energia. Isso elevava a minha velocidade a de um raio, eu sabia que poderia morrer se executasse errado, mas era meu ultimo recurso. Assim se fez, eu saltei em alta velocidade na direção de Gadosen empalando o por trás usando o alfange. A besta gritava de dor, removi minha espada das costas dele e ainda sob efeito da técnica eu levei Zi para longe dali. E disse rematerializando meu corpo. – Eu disse que não deixaria acontecer de novo... – Ela me beijou e disse. – Tome cuidado... – Eu me silenciei e corri de volta ao combate. Logo me deparo com Kaze e Ember lado a lado encarando ao rei do inferno. – Só teremos uma chance. – Disse Ember. – Droga! Precisamos de mais força! Ele não será derrotado somente com isso! – Disse Kaze. – Eu... posso ajudar... – Dizia Balltazar levantando-se e emanando uma aura azul de seu corpo. O rei do inferno dizia – Não ah nada que vocês possam fazer para me derrotar, humanos! – Me aproximei rapidamente e disse. – Só temos uma chance, Kaze use o Tornados Gêmeos junto comigo, do jeito que treinamos! – Balltazar então diz - Precisarão disso, Benção Divina! – Ao dizer essas palavras, a aura de meu irmão emana para nós, eu me sentia consideravelmente mais forte e também começava a emanar a mesma aura. Ember então se posiciona diante de Gadosen e exclama. – Agora! – Eu e Kaze não perdemos tempo, concentramos nossa energia ao máximo e disparamos simultaneamente contra Gadozen. – Como se um ataque tão lento fosse capas de... – o rei do inferno olhava para baixo e notava que estava preso ao chão por um bloco de gelo. - Mas... o que é isso!? Não! – Essas foram as ultimas palavras de Gadosen antes de ser desintegrado pelo ataque simultâneo que eu e Kase atiramos. Estava acabado. O céu começava a ficar azul, e as nossas tropas vibravam com nosso sucesso. Ember dava um cascudo em Kaze e dizia. – Não me desobedeça de novo! Poderíamos termos todos morrido! – Kaze ria e dizia. – Congelar os pés dele foi o melhor que você pôde fazer! Hahaha! – Balltazar me abraçava e dizia. – Esse é meu irmãozinho! Finalmente ta começando a ficar forte! – Eu retribuía-lhe o abraço e dizia. – Vamos pra taverna, hoje é dia de comemorar! – Fizemos a mesma rota de volta para a Cidade da Cruz de Prata e lá festejamos até o sol nascer. No dia seguinte, Lothos e mais uma tropa que lhe acompanhava, veio nos parabenizar por tal feito, a comandante nos presenteou com um brasão que possuía o elmo de Gadosen gravado, como uma medalha por nosso mérito. Mas de uma coisa eu tinha certeza... a nossa batalha estava longe do fim...


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