Livro 0: Ar escrita por HungerWriter


Capítulo 14
A Fogueira


Notas iniciais do capítulo

FERIAS, finalmente!
Infelizmente, meus lindos planos de atualizar as fics diariamente foram por água àbaixo quando tive que viajar, e como não levei meu computador, não consegui postar nada aqui :( mas mesmo assim, aproveitei o tempo e escrevi alguns capítulos à mão.

LarissaZG e Bea: não esqueci da fic de vocês, já li os capítulos e amanhã vou comentar, ok?

Dama do Fogo: sem comentários! Mais saudades de vc é impossível sentir! Também já li tudo e vou atualizar amanhã!

UFA! kkkkkkkk bem, espero que gostem do capítulo :D



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Estavam os seis aprendizes sentados juntos em pequenos banquinhos de madeira em volta da fogueira, aproveitando o calor que dela emanava.

Cada um segurava um copo com o líquido que Kyro chamou de “Elixir dos Deuses”. Este líquido, que ele trouxera dentro de um garrafão, era de um azul brilhante, com milhares de pequenas bolhas, parecendo peixes no oceano enorme.

—Provem do Elixir dos Deuses com cuidado! — anunciou o jovem, levantando o dedo indicador— Ele pode ser prejudicial!

Aang olhou para o copo, e deu um gole. Primeiro, sentiu sua boca congelar, e a sensação se espalhando garganta a dentro. Depois sentiu o sabor. Era uma mistura de amoras com morangos, e cerejas, e mel, mais tudo doce que conseguia imaginar, tudo junto, descendo pela sua boca, provocando-lhe arrepios.

Ele já ouvira alguns garotos comentando sobre essa bebida. O Elixir, no Templo do Sul, era proibido para os aprendizes, somente monges e superiores tinham-no à disposição. Aang lembrava de quando Kyro lhe contou que tinha bebido. Segundo o garoto, ele estava na sala de seu tutor, o monge Totsu, quando perguntou-lhe o que era aquela bebida azul que estava sempre em sua mesa. O monge, em vez de dar a resposta, deu-lhe um copo com a bebida e disse: “prove e me conte você o que é”. Desde então, Kyro sempre fala sobre a bebida, desejando poder bebê-la novamente.

Agora Aang entendia porque o amigo falava tanto do Elixir.

—Uau— falou, ainda hipnotizado pelo sabor encantado. Deu mais um gole, concentrando-se totalmente no sabor, e virou-se para os amigos. Eles também pareciam estar em transe— Isso é indescritível.

—Eu avisei— falou Kyro, rindo alto.

—Mas, então... o que mais trouxeram pra gente? — perguntou Kym, sentando-se mais perto dos garotos.

—Trouxemos também um pouco de suco de uva pra beber. E pra comer, trouxemos pães de limão, biscoitos de chocolate com morango e.... algumas surpresas.

—Que...surpresas? — indagou Kym, olhando desconfiada para os garotos.

—Vocês verão.

_______________

—Uau, o que é isso? — perguntou a garota, já pegando um pedaço daquele pão escuro com aspecto de queimado— Tem gosto de chocolate.

—Monge Gyatso disse que é uma sobremesa da Nação do Fogo— respondeu Aang.

—É ótimo.... e isso aqui? — tinha nas mãos algumas bolotas de cores variadas. Pareciam com amoras, só que arredondadas, e tinham um cheiro estranho.

—Ah, essas são as Bombas Dragônicas. Elas são muito famosas por deixar a boca...

—AAAHHH! — Kym gritou, mastigando as Bombas. Sua boca instantaneamente começou a ficar cheia de espuma. Era como se aqueles doces fossem mísseis estourando dentro de sua boca. Depois de meio segundo, a espuma ficou vermelha e explodiu numa rajada pra fora da boca da garota, lembrando uma labareda de fogo.

—...flamenjante— completou, depois que Kym parou de gritar.

—Devia— a garota tentou falar, enquanto cuspia Bombas da sua boca— ter avisado antes. Essas coisas são horríveis.

A dominadora limpou a boca com a mão, e olhou para os garotos à sua volta. Eles estavam rindo muito, ainda incrédulos da cena que viram.

—Meu Deus— falou Kyro, entre uma risada e outra— você tem que comer um por vez.

—Pareceu um dragão lançando bolas de fogo— riu também Rinzen.

—Ta, ta... muito engraçado— a jovem revirou os olhos, e saiu para beber um pouco d’água.

Os três estavam agora sentados no chão em volta da fogueira, com os pacotes especiais.

—E então, o que mais vocês trouxeram? — perguntou a garota de olhos cinzas. Ela estava muito próxima de Aang, sentada a seu lado.

—Bem, também trouxemos mais uma coisa da Nação do Fogo— Aang respondeu, puxando um saquinho roxo das mãos de Kyro. Ele colocou a mão dentro e tirou de lá várias pequenas bolinhas negras, que também pareciam queimadas— Essas bolotas de fogo são feitas de uma massa especial que só os antigos dominadores da Nação do Fogo sabem fazer.

Ele colocou algumas bolotas na mão de Rinzen, que ficou olhando para elas por algum momento. Apesar de parecerem queimadas, elas eram geladas e bem duras. Colocou uma na boca, e mastigou-a. Ela se desfez rapidamente em sua boca, liberando calor e um gosto maravilhoso que ficou por muito tempo.

—Isso é... incrível! — ela falou, pegando mais uma e colocando dentro da boca. Fechou os olhos e se concentrou naquele sabor real, concreto— É de longe a melhor comida.

Os dois sorriram e seus olhos se cruzaram por um segundo. Aang observou os diferentes tons de cinza que compunham a íris da garota, como o solo lunar. Suas bochechas ficaram vermelhas e ela desviou o olhar o mais rápido possível.

Nesse momento, Kym já estava voltando, e ela trazia mais copos cheios de Elixir dos Deuses.

—Eai, quem vai querer mais Elixir? Ele também é ótimo pra tirar gostos ruins da boca.

Aang não resistiu a uma risada. Kym era espontânea e, mesmo sendo meio rabugenta, conseguia ser engraçada às vezes.

Cada um pegou um copo, e tomou um gole breve.

Kym elevou seu copo, deixando seu braço estendido. Todos se levantaram, elevando suas bebidas junto com a garota.

—Ao criador do Elixir dos Deuses! — ela disse, sorrindo como uma criança boba.

—Ao criador das bolotas queimadas! — disse Rinzen, entrando na onda.

Os jovens brindaram e deram mais um gole. Antes de se sentarem, Aang levantou o copo novamente.

—Ao Encontro dos Aprendizes!

Agora era ele quem não conseguia segurar suas risadas. Alguma coisa naquela bebida, aquele gosto mágico, o vento gélido que passava por eles ou talvez as comidas exóticas estavam deixando-o nas nuvens, como se ele não tivesse mais preocupações.

Sua cabeça começou a girar e ele teve que se sentar para não cair.

O silêncio pousou sobre os aprendizes, incomodando a todos.

Aang olhou pra cima, para o céu.

A Lua estava enorme naquele dia, parecia um grande pedaço de queijo redondo, pairando no céu, iluminando-o por inteiro. Espalhadas por todo seu campo de visão estavam as estrelas. Ali, no meio de uma ilha, que normalmente não era habitada, elas pareciam ficar maiores, mais brilhantes. Ou talvez fosse só por causa do Elixir, que deixava sua cabeça embaralhada.

Olhando para o céu, Aang percebeu algo que ainda não tinha percebido durante a viagem.

Aquele era seu último momento de responsabilidade zero. Seria seu último suspiro antes de voltar para o Templo do Sul, onde começaria uma nova fase em sua vida. Ele não era mais um aprendiz, e agora ele teria que decidir seu futuro.

E aquela viagem.... estava indo bem melhor do que imaginara.


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Notas finais do capítulo

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