Livro 0: Ar escrita por HungerWriter


Capítulo 1
O Grande Dia


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem !



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/325068/chapter/1


Aang esfregou os olhos preguiçosamente. O relógio no criado mudo mostrava que eram 6:50.Ele ainda estava com sono e por um momento ele pensou em voltar para a cama, dormir um pouco mais. Porém lembrou que estava atrasado.

Levantou em um pulo e foi para o banheiro escovar os dentes. Depois, voltou ao quarto pra vestir seu uniforme - uma túnica caqui e sapatilhas para dominação. Aang odiava ter que usar aquelas roupas, principalmente as sapatilhas, que eram bem apertadas e meio femininas. Antes de sair, ele passou na cozinha e pegou algo pra comer- que nem mastigou direito- e pegou seu planador que estava largado num canto.

Aang, assim como todos os Aprendizes, morava num apartamento dentro do Prédio Principal. Esse era o prédio mais importante do Templo do Ar do Sul, ficava no centro e era tambem o mais alto, parcialmente subterrânea; era feito de pedras brancas e enfeitado com faixas azuis. Aang adorava morar nesse apartamento, era espaçoso e limpo, mas o mais legal era que, como suas aulas eram normalmente no Primeiro Domo, bem abaixo de seu apartamento, ele podia saltar da sacada do corredor ou do apartamento com seu planador até lá embaixo.

Aang fechou a porta e foi correndo ate a sacada, que ficava a quase ao lado de seu quarto. Ele parou, antes de pular. O ceu estava bem claro, e brisas levemente geladas passavam de vez em quando. Ele adorava sentir o ar passando por ele, sempre melhorava seu humor. Ele olhou para baixo. Lá estava a grande Coluna de Liver, a trilha que levava para qualquer lugar dentro do Templo ou para fora. Era bem estreita em alguns pontos, mas crescia muito em outros. Então, ele saltou.

Zunindo e rápido com um raio ele caiu, até abrir seu planador, fazendo-o flutuar toda a distância restante até o Pátio Central, um pátio enorme onde eram realizados os principais eventos. O Pátio estava cheio de Aprendizes como Aang, todos esperando. Ele viu alguns de seus amigos de longe.

—Aang!!! — uma voz rouca e velha lhe chamava. Aang se virou pra ver e do seu lado estava o Sr. Blowson, um velho muito rabugento que ajudava na organização do Templo.

—Ah, olá senhor Blowson — disse Aang, com simpatia.

—Me poupe de sua falsidade, garoto. Só vim aqui pra avisar que o Monge Gyatso quer falar com você. Ele está te esperando na sala dele— disse o velho, que saiu pisando com força e resmungando baixinho.

Era estranho o Monge Gyatso chamá-lo na sala dele. E logo agora, que estava ocupado. Mas como sempre fazia, ele respeitou cegamente às ordens de seu mestre e tutor, que tanto admirava.

Ele seguiu até uma porta de metal pesada e grande, que dava acesso à sala do monge. Ao entrar, Aang o viu olhando pela varanda, distraído.

—Monge Gyatso, queria me ver? — disse Aang, se curvando em sinal de respeito.

—Ah, olá filho, sim sim. Entre, por favor.

Aang fechou a porta e foi se sentar em uma cadeira perto da mesa central. Gyatso veio e se sentou em outra cadeira, de modo a ficar de frente para seu aprendiz.

—Bem, acho que está na hora de você ir, certo?

—Sim, senhor, vamos partir agora mesmo. — Aang reparou que Monge Gyatso tinha uma expressão preocupada e até um pouco ansionsa, duas coisas que ele nunca tinha visto no seu mestre.

—Certo... Antes de ir, Aang, tenho que lhe dizer algo. — ele deu um sorriso largo e chegou mais perto de Aang.— Você é um garoto excepcional. Mesmo com pouco tempo de treino, você já está com um nível de dominação incrivel. Já está dominando todos os golpes e movimentos básicos, e a maioria dos complexos. E... é, acho que você já está pronto.

—Se...sério??? — sussurou Aang, não acreditando em Gyatso.

—Sim, apesar de faltar ainda 5 anos para vocês completar seus 16 anos, acredito que você já está muito bem preparado para subir de nível. Parabéns.

No Templo do Ar do Sul, toda a população é dominadora de ar, e apartir dos 5 anos, os dominadores entram numa fase chamada Aprendizado, onde passam 11 anos aprendendo a dobrar e controlar o ar. Depois disso, existem diversos caminhos que os dominadores podem tomar, como mercador, monge, administrador, etc...

—Mestre, muito obrigado, você sempre me ajudou muito e confiou em mim. — Aang mal conseguia falar de tanta felicidade. Ele adorou a notícia e se sentia preparado para avançar.

—Agora você já pode escolher o caminho que quer seguir. Quem sabe, um dia, você se torne um grande lotus.— disse o monge. Lotus é o nome dado aos dominadores que seguiram um caminho especial, que só os mais fortes e competentes podem seguir. Sua missão é proteger o Templo de qualquer perigo, era considerado um caminho de grande responsabilidade.— Ah, e eu tenho um presente pra você — completou, entregando uma caixinha preta à Aang, que pegou com curiosidade. Ele abriu a caixinha, e dentro, encontrou um anel branco. Era um anel bonito, que estava cravado com o símbolo da dominação de ar.— Isto é um amuleto precioso e poderoso. Foi meu mestre que me deu, para que eu soubesse usar seu poder com sabedoria. Agora passo ele para você, esperando que faça o mesmo.

—É muito bonito, senhor, fico grato por seu presente.

Aang colocou o anel no dedo médio. Assim que colocou, sentiu uma sensação de poder, e o símbolo no anel brilhou com força por alguns instantes.

—Certo, agora vá. Se não se atrasará pra viagem. — levantou-se, e foi até a janela, com as mãos nas costas. — E Aang.... tenha cuidado. Nos vemos lá.

Aang se curvou novamente, e saiu da sala. Aang achou aquela conversa um tanto quanto estranha. Mas estava com pouco tempo pra pensar sobre isso, já ouvia alguns bisões começando a voar.

–-----------------

Todo ano era tradição eles fazerem o Encontro Mundial, que era um encontro entre todos os Aprendizes dos quatro Templos de Ar: o Templo do Sul, onde Aang morava, localizado na cadeia de montanhas Patola, entre o Reino da Terra e a Tribo da Água do Sul; o Templo do Norte, construído numa cadeia de montanhas glaciais no extremo norte do Reino da Terra; o Templo do Oeste, contruído embaixo da borda de um penhasco, ao norte da Nação do Fogo; e o Templo Do Leste, localizado nas montanhas abaixo do Reino da Terra. Esse ano, o lugar escolhido para essa viagem de uma semana era uma pequena ilha chamada Ilha Rosa Noturna, próxima da ilha Kyoshi.

Aang mal dormia contando os dias para a viagem. Ele nunca tinha participado de um Encontro Mundial, todo ano ele ficava no Templo do Sul, treinando com o Monge Gyatso. Como tinha agora terminado o Aprendizado, essa era sua última chance de participar do evento que seus amigos tanto comentavam.

Depois que saiu da sala, ele correu em disparada de volta ao Pátio Central. Mas chegou tarde, todos já tinham decolado enquanto ele conversava com Gyatso. Ele olhou para cima e lá estavam eles: um conjunto de mais de cem bisões, voando tão alto que quase sumiam nas nuvens.

—Merda, isso é ruim — falou pra si mesmo.

Ele tinha planejado ir junto com um de seus amigos, mas agora tinha perdido sua carona. Teria que arrumar um jeito pra chegar lá. Então lembrou do seu próprio bisão, Appa. Ele o havia deixado para descansar na entrada do templo, junto aos guardas,bem longe do Pátio Central, e não tinha o preparado para viajar. Gastaria um bom tempo pra chegar até lá e mais um pouco para arrumar Appa, mas era a única ideia que tinha.

Ele correu o mais rapido que pode. Seguindo a Coluna de Liver, ele foi descendo. Passou pelo santuário onde os monges costumavam realizar suas cerimônias, uma construção comum com grandes estátuas à frente; depois passou pelos Domos, dois campos de treinamento para os Aprendizes, com vários aparelhos construídos pelos primeiros dominadores para ensinar a arte da dominação de ar aos outros; e por último passou pelo campo de Bola de Ar, um esporte clássico dos dominadores de ar que Aang adorava jogar com os amigos.

Depois de 20 minutos, eles chegou à entrada do Templo e lá estava seu bicho de pelos voador.

—Appa! — sorriu Aang, e o bisão respondeu com um longo ronronar — Tive um contratempo e acabei perdendo a hora. — enquanto conversava, ía arrumando todos os equipamentos no bisão. Também pegou suas coisas e alguns suprementos extras, afinal, não seria uma viagem tão pequena.— Bem, amigão. Não me deixe na mão agora. Vá a toda velocidade. Yip-yip!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Livro 0: Ar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.