Don't Ever Look Back escrita por Escritora Tay


Capítulo 8
Party Hard




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Narrado por Emanuel: 

Fui molhando o chão do corredor inteiro até chegar no quarto, mas foi de leve, só alguns pingos. Cheguei no quarto, coloquei uma roupa seca e fui ocupar minha cabeça estudando física e escutando música no fone de ouvido. Até que eu tava mesmo precisando fazer isso, não lembrava de nada da matéria e tava com saudades das minhas músicas.  Do nada alguém entra no quarto e cutuca meu ombro, olhei pra trás e era o Rafa com cara de idiota. 

Emanuel: O que foi?             - Tirei os fones para poder escutar ele.

Rafa: A Carol… 

Emanuel: O que tem ela?

Rafa: Foi agarrada aqui no corredor pelo Denilson, você não ouviu? 

Desgraçado, quem ele pensa que é pra tentar encostar a mão nela? 

Reuni os garotos no quarto para podermos conversar um pouco. 

Emanuel: Hoje tem a festa da Babi, a gente tem que ir.

Rafa: Claro que a gente vai, vai estar lotado de novinhas. 

Emanuel: Novinhas? Quem chama garota assim? Pior que chamar de mina kkk 

Rafa: É daquele funk, mano. “Mãos para o alto novinha..”            - Ele até lançou uma coreografia muito zuada com as mãos para o alto, muito engraçado. 

Vine: Bebida a vontade… 

Emanuel: Mas presta atenção: vocês podem fazer de tudo, só que vamos quebrar o Denilson. 

Lucas: Sei la, não vai dar nada certo… 

O Lucas, como sempre, jogou a realidade com força na nossa cara mostrando que a gente não era tão forte assim, que poderíamos ser expulsos da festa, apanhar, irritar as meninas e tudo mais. Apenas ficou resolvido de nos encontrarmos la na frente da festa, sem horário nem nada. 

Arrumei minhas malas, chamei a Mah e fomos para casa. Assim que chegamos em casa cada um foi para o seu quarto, eu fiquei jogando Combat Arms até altas horas. Acho que a Marina ta se arrumando para a festa faz horas, ela vai ficar muito linda e os mlks vão querer dar em cima… Vou ter que tomar conta. Meu celular tocou, atendi sem reparar no número. 

Emanuel: Oi… (?) 

XxxX: Oi Mano, ja está lindo para ser meu príncipe?            - Ah, é a Babi .-. 

Emanuel: Como assim? Nem comecei a me arrumar.           - Tirei o celular da orelha para poder ver a hora, não é possível que passou tão rápido assim. O tempo não passa muito rápido, somos nós que nos distraímos achando que podemos controlá-lo. 

Babi: MANOOO

Emanuel: To aqui

Babi: Você sumiu

Emanuel: É, o que você tinha falado mesmo?

Babi: Adivinha a cor do meu vestido. 

Emanuel: Deve ser rosa né.. A Carol ta ae?

Babi: O que você quer com ela? 

Emanuel: Só pra saber, tenho que desligar. 

Achei melhor começar a me arrumar, ia acabar atrasando a Marina. 

Narrado por Carolina:

Hoje está sendo meu dia de princesa pela metade kk Obviamente o dia é da Babi, mas eu também ganho la meus mimos. Estamos no salão de beleza desde que saímos da escola, acho que estou até meio dopada de tanto sentir cheiro de esmalte e química capilar. Vi a Babi falando no celular e depois ela ficou meio alterada, resolvi ir acalmar ela. 

Carol: O que foi, Babi?

Babi: Nada! 

Carol: Calma menina, você não pode ficar bravinha hoje. 

Babi: Foi só uma ligação infeliz e também estou nervosa com a festa.

Carol: Vai dar tudo certo, você está linda. 

Hoje a noite tinha tudo para ser perfeita, espero que minha irmã aproveite ela ao máximo. Voltamos para os nossos respectivos lugares para terminarmos nossa arrumação a tempo de chegar na festa e terminar de organizar as coisas por la. 

Narrado por Emanuel:

Eu tava todo enrolado, como sempre. Tinha colocado a roupa toda e não conseguia fechar os malditos botões do punho da camisa. Pra que tanto detalhe em um terno, djow? Diz a Babi que é para eu combinar com ela quando formos dançar, eu tava me sentindo o príncipe da Barbie, isso sim. Saí do quarto para pedir ajuda pra Mah, acho que ela pensou a mesma coisa pois nos esbarramos na porta do quarto dela. 

Marina: Nossa, eu ia la te chamar

Emanuel: Sou mágico, ja estou aqui. 

Marina: Me ajuda a fechar o vestido?          - Fechei o vestido dela e ela me ajudou com o terno e os últimos detalhes que ela julgava essencial. Meus pais também iam pra festa ja que eram amigos dos pais da Babi, fui chamar minha mãe e descemos todos prontos para sair. Estava ansioso demais, espero não me decepcionar. Esperar demais é perigoso, pode causar grandes decepções.

Narrado por Carolina:

Chegamos cedo no salão, estava tudo muito lindo e eu me senti realizada ao ver os olhos da Babi brilhando de felicidade. Ela sorriu pra mim em agradecimento e me puxou pela mão até a porta do salão para podermos receber os convidados que ja estavam para chegar. Ficamos la igual duas bobas, rindo e conversando muito tentando controlar o nervosismo.

Babi: Ja ta na hora?

Carol: Eu acho que faltam uns 30 minutos para a hora marcada.

Babi: Aaah esse tempo que não passa! 

Ai ai Mano.. olhei para o meu pulso e vi que ainda estava usando a pulseira que ele me deu. Tão linda *-* Depois a minha mente foi invadida por pensamentos negativos sobre o Dê. Depois do que aconteceu qualquer coisa poderia acontecer, menos eu encontrar com ele nessa festa. Algumas pessoas começaram a chegar.

Narrado por Emanuel:

Demoramos um pouco para chegar por causa da localidade do salão, ele ficava na estrada e o acesso era um pouco dificultado por estar a noite. Logo que chegamos eu vi um monte de luzes, carros e gente fazendo fila na porta. Wow, achei que era só uma comemoração para os mais íntimos… 

Emanuel: Quantas pessoas ela convidou?

Marina: Marina, não faço ideia. Mas pelo tamanho do salão não passa de 400. 

400 PESSOAS? O que passa na cabeça dela? Quem chama 400 pessoas pra uma festa? Ah não, não vou dançar na frente de 400 pessoas. Tentei me tranquilizar enquanto estávamos na ‘fila’. 

Assim que entramos eu comecei a procurar a Carol, era pra ela estar ali na frente junto com a família.. mas não estava.

Babi: Oi Mano, que bom que você chegou.

Emanuel: Pois é, você ta muito bonita. 

Babi: Ain, obrigada.         - Ela colocou os braços envolta do meu pescoço e me abraçou.

Emanuel: Mas então, cade a Carol? 

Babi: Ela foi dar uma olhada no salão. 

Emanuel: Hm, ta 

Na hora que eu terminei de falar com a Babi e a família dela a Mah me puxou em direção ao salão. Tava bem decorado, bem a cara da Babi mesmo. Primeiro tinha uma salinha com uns sofás brancos onde o povo estava esperando os amigos chegarem e depois tinha uma escada que acabava em um salão enorme, com um monte de mesas e um monte de gente. 

Dei uma olhada rápida por todo o salão e quando comecei a descer as escadas vi a Carol la, parada, conversando com um garçom eu acho. Fiquei meio bobo, ela tava linda demais!  Desci as escadas e fui falar com ela.

Emanuel: Oi Carolinda. 

Carol: Oi Mano.

Emanuel: Você ta muito bonita essa noite. Tipo, não que você não seja bonita todo dia, é que hoje ta mais.. Tipo isso.              - Nossa hein, eu sou ótimo com as palavras. Não tem Caio Fernando Abreu que me vença. u_u 

Ela começou a rir de mim, ou do que eu tinha falado. Mas quando parou, colocou a mão na gola do meu terno me segurando e se aproximou para falar. 

Carol: Obrigada Mano. Você também ta lindo nesse terno, ta até parecendo gente. Assim, não que você não seja todo dia… Mas sabe como é, né? 

Ai ai, como adora me zuar.. Ela começou a rir de novo e dessa vez tive que acompanhar. 

Carol: Mano, eu tenho que voltar la pra frente. 

Emanuel: Mas ae eu não te vejo mais. 

Carol: Prometo que te procuro. 

Dei uma volta pelo salão, cumprimentei algumas meninas pessoas. Poxa, cadê os meninos? Tão demorando mais que mulher pra se arrumar. Perto do bar tinha umas mesas livres e eu fui sentar la com a Mah e umas amigas dela. 

Amiga 1: Fiquei sabendo que você é o príncipe da Babi.

Emanuel: Pois é, não sei nem o que eu tenho que fazer. 

Amiga 1: Meu nome é Clarisse. Ah, só dançar e ficar um pouco com ela.

Emanuel: Ata, sou o Emanuel.

Amiga 2: A gente sabe…

Emanuel: … ? ‘-‘ 

Amiga 2: O irmão gato da Marina

Marina: HAHA que engraçado, ja chega. 

Fui dar outra volta pelo salão e encontrei o Lucas todo engraçadinho de terno. Ele geralmente usa aquelas blusas xadrez e casaquinho da lã da vó. 

Emanuel: Hey

Lucas: Whats up? 

Emanuel: Vish, cadê os mlks?

Lucas: Sei la 

Fomos pro bar pegar uns bons drink kkk A festa ja estava animada, todo mundo ja tava bebendo e curtindo a banda que tava tocando. Nem percebi a hora que um grupo de meninas se juntou pra falar com o Lucas, na verdade quando é que o Lucas virou alvo das garotas mais novas? Não existe coisa mais engraçada do que zuar com a cara do seu amigo, mas dessa vez eu deixei passar.. Até porque tinham garotas envolvidas com o Lucas e eu não conseguia imaginar quando isso poderia acontecer novamente. 

Peguei meu copo e saí passeando pelo salão, esbarrei com vários conhecidos. Vi a Carol correndo de um lado pro outro, sempre organizando as coisas, orientando garçons e tudo mais. Dei um último gole na minha bebida pra tomar coragem, larguei o copo em qualquer lugar e fui falar com ela. 

Emanuel: Precisa de ajuda? 

Carol: Vou abusar de você, Mano. Preciso de MUITA ajuda. 

Emanuel: Beleza.              - Ficamos uns 10 minutos levando docinhos de um lado pro outro, ajudando garçons, falando com DJ, arrumando os próximos vestidos da Babi. Eu tava cansado! D: 

Ela disse que só tinha uma última coisa a fazer, que era pegar os presentes e levar para um outra sala. Achei que ia ser fácil mas me enganei… tinha muito presente cara! Quando terminei nos jogamos em um sofázinho para recuperar o fôlego. 

Carol: Nossa, cansei. 

Emanuel: Sorte sua que eu ajudei, senão você não ia aguentar.

Carol: Claro que ia, ta achando o que? u_u

Emanuel: Ia nada ow, fraquinha kk

Carol: Idiota u_u 

Emanuel: Seu idiota particular. 

Tava só tentando divertir ela, fazendo ela rir. Fazemos cada coisa idiota pra conquistar quem amamos.. 

Narrado por Carolina:

Além de ele estar incrivelmente lindo naquele terno, ele estava muito fofo comigo. Ai ai Mano, adoro quando se esforça pra me fazer rir.

Carol: Vamos ficar aqui um pouco? To cansada D:

Emanuel: Ta bom.

Ele se aproximou e colocou o braço envolta do meu ombro pra me abraçar. Não sei porque, mas tudo que o Dê fez comigo passou pela minha cabeça e meu reflexo foi levantar o mais rápido que pude.

Emanuel: Nossa, que foi?

Estava tentando colocar na minha cabeça que com o Mano era diferente, eu confiava nele e sabia que nada de ruim podia acontecer enquanto ele estivesse tomando conta de mim. Abracei ele de novo e ele veio com o rosto dele na minha direção. Espera, ta perto demais… Ele ta tentando me beijar? AAAAH O que eu faço? Não seja covarde. Ta, eu sou covarde, virei o rosto antes dele me beijar. 

Narrado por Emanuel:

UH! Quase u_u Mas tudo bem, não vou desistir. Parece que quanto mais difícil, maior a sua vontade de conseguir. Por enquanto eu me contento com um beijo no rosto. 

Carol: A gente tem que voltar pra festa, vão perceber que sumimos. 

Emanuel: Ninguém vai perceber nada, relaxa. 

Carol: Eu tenho que ir, Mano. 

Ah, qual é… Não fode, Carol. Soltei ela e a menina foi embora mais rápido do que eu imaginei. Eu ainda demorei um pouco, tava pensando no que fazer, arejando a mente. Quando saí encontrei direto com os mlks no bar junto com um monte de menininhas, ja é de se imaginar o estado de todos eles kk Peguei uma bebida e sentei junto com eles. 

Narrado por Carolina:

ADRENALINA, hormônios em descontrole, ele quase me beijou! O que mais tava me deixando nervosa é que … eu gostei, foi tão bom. Fiquei tão desnorteada que resolvi sair do salão pra tomar um ar, os seguranças devem até estarem me achando retardada de tão boba que eu tava. Fiquei ali fora um tempinho, olhando as luzes e tentando ver as estrelas.

XxxX: Boa noite.         - Era o Dê, af .-. Nem respondi, continuei olhando pra cima.

Daniel: Me desculpa por hoje, seria bom se você pudesse esquecer.

Carol: Esquecer? Você quase me forçou.. 

Daniel: Mas me perdoa, eu não tava bem. 

Carol: Ah, faz favor. Isso não é motivo.                - Virei as costas pra ele, ia embora, só que ele me segurou pelo pulso com força e me impediu de andar. 

Daniel: Não vira as costas pra mim. 

Carol: Da pra me soltar?

Daniel: O que é isso?      - Disse ele enquanto levantava meu braço pra mostrar a pulseira. 

Carol: É uma pulseira, não ta vendo?

Daniel: Olha como fala comigo, Ana Carolina. Ganhou de quem?

Carol: Não importa. 

Daniel: Eu te fiz uma pergunta, responde. 

Carol: Ganhei do Mano.             - Falei preparada pra levar um tapa na cara ou coisa do tipo, ja tava até sentindo a dor kk

Daniel: Hm, não gostei nada disso kk

Como assim? Ele riu. O Dê mudava de humor tão do nada que eu ja não sabia se ele era bipolar, idiota ou falso. Ele soltou meu braço e me olhou com cara de arrependido, meio que me implorando por desculpas. 

Carol: Olha Dê, o Mano é meu amigo e eu não vou deixar de usar o presente que ele me deu. 

Daniel: Não quero te proibir, só não acho legal minha namorada usar pulseirinha que outro cara deu. Estou pedindo com total educação pra você deixar de usar. 

Carol: Total educação? Depois de hoje você não tem direito de pedir nada e eu acho que não devemos mais ficar juntos. 

Deixei ele sozinho, fui atrás do Mano. 

Fiquei pensando se não tinha sido grossa demais com o Dê, o jeito que ele me olhou foi tão triste, ele parecia arrependido de verdade… E essas mudanças de humor me preocupam um pouco, parece mulher na tpm, não consigo lidar com ele. 

É muita coisa pra mim, fui no bar, peguei uma bebida e fiquei curtindo o show da banda que a amiga da Babi arranjou. Eles tinham umas músicas bem fofinhas, as meninas estava adorando, só que essas letras melosas estavam mexendo com a minha cabeça. 

O show durou bastante, nem vi o tempo passar e ja estava na hora das homenagens e depois tinha a valsa. Fui atrás da Babi. 

Narrado por Emanuel:

Banda gay, prefiro Lipstick ou F292 u_u kk Fui atrás da Babi, afinal, sou o príncipe dela. 

Babi: MANOOOOOO! \o/            - Wtf?

Emanuel: Nossa Babi, o que foi?

Babi: Nada ué, to curtindo a ‘night’         - Pqp, ela ta bêbada! Ela é louca?

Emanuel: Bárbara mano, você ta bêbada! Fudeu.

Babi: Fudeu o que? Eu e você?

Emanuel: Não, fica quieta.

Levei ela no banheiro dos fundos pra tentar amenizar a situação. Na verdade não tinha muito o que fazer, eu mergulharia a cara dela na água se não fosse dar briga por causa da maquiagem e coisas do tipo. Então eu só tirei o cheiro de vodka da boca dela. Até que ela não ta tão bêbada… Se ficar quieta e apoiada em algum canto sorrindo ninguém percebe. 

Babi: Vamos dançar, Mano?        - Ela começou a dançar igual uma louca e quase caiu de cara no chão, sorte que eu segurei ela. 

Emanuel: Fica quietinha, faz de conta que ta sóbria.

Babi: Mas eu to super legal. 

Agarrei ela pelo braço e a arrastei até o salão. Espero que ninguém perceba que ela ta trilouca. 

Narrado por Carolina:

Foda mesmo são essas fotos passando no telão. Muito engraçado minha mãe com esse cabelo e essas roupas dos anos 90 KKKKK Humilhante minhas fotos de criança. Fui andando pelo salão atrás da Babi e percebi que tinha muita gente mesmo, tava até meio difícil de andar perto do bar. Por que a Babi chamou tanta gente assim? 

Ah, tenho que me preparar pra fazer a surpresa pra minha irmã linda. É um presente bobo só que é de coração *-* É muita emoção, homenagem, gente chorando, gente sorrindo. Sabia que eu sou uma das 15? E que eu vou dançar com o Dê? Que droga. Não sou o tipo de pessoa que esquece as coisas fácil. Perdoar é uma coisa, esquecer é outra completamente diferente.

Olha o Mano ali junto com a Babi, vou la falar com eles. Espera… ele ta maior agarrado nela. Que safadeza é essa? Só porque não conseguiu me beijar tinha que ir tentar outra? Eu vou matar ele, não merece o meu carinho. Que ódio! 

Começaram as homenagens \o/ Teve homenagem das amigas dela, dos nossos pais e por último era a minha. Era a última mas a mais linda e mais importante, é claro. Foi bem rápido, era só um discurso ensaiado, um vídeo feito por mim e uma correntinha de ouro minha que ela adorava quando era mais nova. Todas tomamos nossas posições para começar a valsa, ela tinha escolhido uma música tão linda. 

Daniel: Oi amor, pronta?                - Amor? Vê se me erra. 

Carol: …. aham

Claro que a Babi e meu pai começavam, depois ele entregava ela pro Mano e depois a gente entrava pra acabar. 

Daniel: Você me ama?

Carol: Shiu, to ouvindo a música. 

Daniel: Nossa… 

Idiota, fica agora tentando dar uma de namorado preocupado e carinhoso, quero nem saber. O Mano tava tão engraçadinho tentando dançar valsa, muito lindo. Estranho mesmo era eles estarem se atrapalhando tanto, tinham feito até algumas aulas juntos e tava tudo certo. Deve ser o nervosismo da Babi. Chegou a nossa vez de entrar e o Dê ficava me puxando para dançar com o rosto colado no dele, garoto chato.

Narrado por Emanuel:

Eu tava quase desistindo de dançar com a Babi, ela tava nas altas dorgas. Só que eu sou muito esperto e juntei o útil ao agradável. Na primeira oportunidade que tive troquei de casal com o marginal, assim me livrei da bêbada e ganhei a Carol.

Emanuel: Hey Carol.           – Sussurrar no ouvido dela e sorrir para sair bem nas fotos ao mesmo tempo não estava dando muito certo.

Carol: Cala a boca.

Emanuel: A Babi ta bêbada

Carol: O QUE?

Emanuel: Relaxa, eu tentei ajudar mas não deu certo.

Carol: Hm

Por que ela ta assim comigo? Só por que eu quase beijei ela? Porra, mulher só fode com esse cu doce ae. Fiquei puto também. Quando eu não faço nada ela fica puta comigo e quando eu faço ela fica também! 

Narrado por Carolina:

BÊBADA? Ela ta louca? Quem embebedou ela? Sério, fudeu. Que ódio desse menino, vem aqui falar comigo como se nada tivesse acontecido. Acha que eu não vi ele se aproveitando da minha irmã bêbada, deve até ter sido ele quem embebedou ela pra ficar mais fácil. Não sei se era pior dançar com ele ou com o Dê.

Emanuel: Sério, o que eu te fiz?

Carol: Shiu

Fim da valsa, agradecimentos, muita emoção, brinde da família, parabéns, bolo, mais agradecimentos, gente falsa abraçando minha irmã. Fiz tudo isso com um lindo sorriso falso no rosto, eu tava na fúria com tudo que estava acontecendo mas não podia deixar ninguém perceber.

Até que enfim consegui fugir, saí do salão enquanto todo mundo se acabava na pista de dança. Fiquei la sozinha, pensando um pouco na vida e as vezes pensando em nada mesmo, só reparando no céu, sentindo o vento bater no meu rosto e tentando me afastar de todos esses problemas por alguns minutos.

XxxX: Carol… podemos conversar?           - AF, SÉRIO? A vida só pode estar zuando com a minha cara. 

Carol: Fala.

Emanuel: Por que você ta brava comigo?

Carol: Nada

Emanuel: Eu sei que tem alguma coisa, me fala.

Carol: Você tava maior se agarrando com a Babi.

Emanuel: Agarrando? Eu tava segurando ela em pé, mano.

Carol: Até parece que ela bebeu por conta própria, foi culpa sua.

Emanuel: Ta ta, foi culpa minha. Eu não cuidei dela o suficiente e encontrei ela bêbada, mas não fui eu que dei vodka pra ela.

Carol: Nossa Mano, olha o que eu to falando…

Ele nem respondeu, só me abraçou apertado e ficou sussurrando desculpas e outras coisas mais. Amo abraços, ainda mais abraços inesperados e tão aconchegantes.

Emanuel: Você acha mesmo que eu ia ser capaz de fazer uma coisa dessas?

Carol: Ah, não sei.

Emanuel: Não sou otário, nunca faria nada pra te deixar puta comigo.

LINDO, LINDO, LINDO. Ok, se controla Carol. Ficamos igual bobos conversando la enquanto a festa estava rolando. 

XxxX: Que isso?                 - SÉRIO? Tenho que aceitar o fato de que, as vezes, a vida não é justa. Magicamente surgem pessoas quando eu quero ficar sozinha. Já virei puta pra ver quem era..

Daniel: O que você ta fazendo com a minha namorada?

Carol: Ele não ta fazendo nada.

Daniel: Nada? Você ta me traindo.

Emanuel: Não cara, relaxa.

Daniel: Cala a boca senão eu te quebro.

Emanuel: Ui, ele vai me quebrar.

Era isso que fodia o Mano, ele zuava com todo mundo, toda hora, de todas as maneiras possíveis. Nunca vi gostar tanto de brincar com o perigo.

Carol: Eu não tava te traindo, Dê.

Daniel: Tava fazendo o que então?

Carol: Conversando

Daniel: Tava de putaria!        - Ele ta muito bravo, aumentou o tom de voz e não queria acreditar que eu NÃO traí ele.

Emanuel: Não precisa gritar com ela

Daniel: CALA A BOCA, SEU SEGUNDA OPÇÃO!

Ok, agora fudeu. A reação do Mano foi imediata, ele deu um soco no rosto do Dê com tanta força que derrubou ele no chão. O Mano tentava parecer indiferente mas estava claro que ele tava muito puto e disposto a brigar.  

Narrado por Emanuel:

Puta cara ridículo, segunda opção é ele. Fiquei cego de raiva e quando ele caiu no chão ainda dei alguns chutes..

Carol: Para Mano, PARA!    - Ele me empurrou pra longe do Denilson e ficou me olhando sem saber o que fazer. Era muito ruim ver a Carol desesperada porque, na maioria das vezes, ela chorava.

Emanuel: Calma Carol, já parei.

Carol: Você ta bem?       - Como assim? Ela ta preocupada comigo e não com o cara jogado no chão? Só assenti com a cabeça.

Esse negócio de bater nas pessoas da muita adrenalina, meu coração batia rápido, minha respiração tava pesada e mil coisas passavam pela minha cabeça. O Denilson tava la jogado no chão, sangrando e eu aqui, com um pouco de dor na mão.

XxxX: Quem bateu no Daniel?           - Mais gente pra atormentar? Não fode.

Emanuel: Que foi? 

Olhei pro lado e vi um garoto muito nada a ver usando uma gravata xadrez e um terno bem coladinho, com uma calça que acabava no meio da canela… Bem gay

Emanuel: Quem é você, véi?

XxxX: Maximiliano, amigo do Daniel.

Emanuel: Hm, tanto faz. Vamos la pra dentro, Carol.

Maximiliano: Você fica, temos contas para acertar.          - WHAAAAAAAAAAT? Por que ele ta falando como se estivéssemos no século passado?

Emanuel: Eu não tenho nada contigo não.

Maximiliano: Ninguém bate no Daniel e sai sem sofrer as consequências.         – Ele veio me empurrando, maior chatice. Tentei ser pacífico dessa vez, desviei e tentei seguir meu caminho pra dentro do salão, mas o cara era tão chato que me segurou pelo ombro.

Emanuel: Qual seu problema, cara?

Maximiliano: Você.

Ele me virou um puta soco na cara, porra! Não acertou nenhuma parte capaz de me fazer sangrar e o cara ainda fudeu a mão dele.. Ai eu vi vantagem. Quase revidei o soco mas tinha tinha certeza que o resto do bando de losers já tava chegando e ia dar merda. 

O maluco da gravata xadrez foi ajudar o Denilson a se levantar e cuidar do machucado dele e eu fiquei só olhando, o drama que eles faziam era muito engraçado.

Rafael: Ei                   - Alguém deve ter chamado os mlks

Maximiliano: Quem são vocês?              - Ele parecia muito assustado.

Vine: Qual é a do manolo?

Emanuel: Nem sei, melhor a gente ir embora.

Antes que a gente pudesse sair chegou um bando de garotos parecidos com o Maximiliano e com o Denilson, deve ser o grupinho deles.. Pqp. O Vine foi zuar com a cara deles e começou uma discussão muito nada a ver com um monte de gente envolvida, uma coisa de louco.

XxxX: Que isso?

Era a Babi, ela parecia um pouco mais sóbria… só um pouco. Ela separou a discussão, puxou os ‘indies’ para um canto e conversou com eles. Achei engraçado o fato deles obedecerem ela e a respeitarem mesmo ela estando tri bêbada. Disfarçadamente eu puxei a Carol para um canto mais afastado, queria conversar com ela só que ela tava meio puta comigo. Ficamos um bom tempo em silêncio..

Carol: Nossa, to morrendo de frio.

Ofereci o meu terno pra ela, ela disse que não, eu insisti um pouco, ela acabou aceitando e eu coloquei o terno sobre os ombros dela. Nem lembro para onde foram Babi, Rafa, Vine, Lucas e Denilson. Só sei que agora estávamos, Carol e eu, sentados em um banco qualquer do lado de fora do salão.. 

Narrado por Carolina:

Tanta coisa aconteceu ao mesmo tempo, fiquei muito confusa. Eu achei que foi merecido pro Dê, só que ele ainda é meu namorado.. Sei la. O Mano mal tava falando comigo, acho que ficou chateado com alguma coisa.

Carol: O que você tem, Mano?

Emanuel: Nada

Carol: Eu sei que você ta triste, por que?          - Ele levantou a cabeça e me olhou de um jeito triste..

Emanuel: Eu não sei se você percebeu, mas eu gosto de você. Acho que estou apaixonado por você e parece que você não sente o mesmo. Só queria saber a verdade…

Eu fiquei em choque, definitivamente não tinha o que responder pra ele. Ele é meu melhor amigo, não posso ser grossa e muito menos dar falsas esperanças pra ele..

Carol: Deixa de ser bobo, Mano..

Emanuel: Hm, já ta tarde, melhor eu ir pra casa.

Acho que piorei as coisas, mas é melhor mesmo ele ficar um pouco sozinho para poder pensar. Fui pra dentro do salão e a festa já tinha praticamente acabado, só tinha sobrado uma meia dúzia daquele povo que só vai embora se você expulsar. Arrumamos as coisas e fomos pra casa, eu estava exausta mas ainda ajudei a Babi a tomar banho e coloquei ela na cama. Apesar de tudo, hoje foi um dia muito bom.. Um dia pode fazer sua vida. Um dia pode arruinar sua vida. A vida é feita de quatro ou cinco grandes dias que mudam tudo.

Narrado por Emanuel:

Encontrei a Mah e fomos embora o mais rápido possível, não tava afim de olhar na cara de ninguém por hoje. Qual a dificuldade da Carol em assumir que também gosta de mim? Ela quase me beijou, vive me abraçando e coisa do tipo, ELA ME AMA E NÃO QUER ASSUMIR.

Cheguei em casa revoltado, tomei um banho e fui jogar Xbox. Fiquei pensando que talvez devesse deixar a Carol de lado, bem tipo: Se ela não quer, tem quem queira. Difícil mesmo vai ser achar alguém que queira de verdade, ta complicado pro meu lado.. Desliguei o vídeo game e fui dormir. 


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