Sonhos Distorcidos - Original escrita por Marie Lolita


Capítulo 5
04 - Uma mulher gato FAKE


Notas iniciais do capítulo

Oi meus doces. Eu sei, eu sei, eu não consegui ficar longe de vocês e tive que vir postar o novo capítuo, é que parece que estou sendo responsabilizada por alguns ataques de ansiedade e ataques cardiacos ai pensei "cara, eu não tenho dinheiro para os funerais, o que irei fazer? Óbvio, postar o próximo capítulo, dããã" Foi quase isso.
Eu quero agradeçer a todos que estão lendo, todos vocês são uns fofos, especialmente a UmaAlucinada - você que é simpatica doce - e a ThePanda, pois eu também sou uma Pandanoica kkk
Só para avisar a todos, eu troquei a sinopse, não gostei tanto da anterior, espero que essa esteja melhor.
Aproveitem esse capítulo, um novo super gato aparece para confundir a cabeça de todos.



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– Um cappuccino de chocolate com baunilha e um cupcake de chocolate com cobertura extra, por favor – peço para a atendente do balcão, vestindo seu uniforme preto com desenhos de cupcake e cookie no avental.

Eu acho aquilo muito engraçado, mas não posso rir de seu uniforme, ela é apenas uma pessoa tentando ganhar dinheiro de forma honesta. O que provavelmente poderia ser eu, já que eu ouvi que alguns bolsistas podem trabalhar dentro do campus para pagar sua outra metade da bolsa de estudos.

Em cinco minutos ela traz o meu pedido e meus olhos quase brilharam ao ver as maravilhas de chocolate.

– Desculpe a pergunta, mas como o senhor não engorda? – ela pergunta, tentando soar da forma mais educada possível.

Tudo bem. Ela não é a primeira a perguntar isso – mas antes eu era uma garota, agora não – e garanto que não será a última.

– Eu consigo queimar as calorias muito rápido, por isso estou sempre comendo doces. Ordens médicas – explico pacientemente.

O que é verdade. Desde pequena eu sempre queimei calorias muito rápido e ficava sem energias antes da metade do dia. Tanto que fiquei em uma anemia profunda uma vez. Por isso tenho que sempre carregar doces com mais calorias possível em minha bolsa. O que me esqueci de fazer hoje.

A mulher sorri para mim, me avaliando de cima a baixo e me sinto quase nua naquele instante. Pelo que parece – e seu rosto vermelho confirma – ela me deu uma boa checada e está pensando em coisas pervertidas que me incluem nelas.

Eca! Que nojo!

Tento mascarar meu desconforto e pego o dinheiro no bolso quando ela me informa o valor. Quando coloco o dinheiro na mão dela, ela faz questão de apertar meus dedos antes de soltar o dinheiro na palma de sua mão.

Mas que mulherzinha atirada, penso, tentando não arregalar meus olhos com uma mulher me flertando.

Dou as costas para ela, mas a mulher volta a me chamar e me entrega um guardanapo dizendo que era para o café, mas assim que saio do estabelecimento vejo que não é só um simples guardanapo de papel; ela escreveu o nome dela, telefone, curso e o número do quarto, tudo com batom.

– Não sabia que guardanapo podia ser tão funcional assim – reflito comigo mesma.

É óbvio que não irei ligar para ela. Eu sou uma mulher também – mesmo que ela não saiba. Por isso só coloco o guardanapo em volta do copo descartável do Starbucks Coffe.

Ando em meio à pequena cidade que fica em algum lugar da ilha em que essa academia se encontra e vejo que tem várias coisas, como: cafés, restaurantes, livrarias, cinema, supermercado, fliperamas, entre outras coisas que facilitam a vida do estudante e sendo assim, ninguém precisa sair do campus para se divertir ou outra coisa.

As pessoas que construíram isso aqui foram super inteligentes, mas é bem provável que eu vá precisar do Google Maps para achar o prédio da psicóloga e fazer a maldita consulta.

– Claro, por sermos bolsistas temos uma forte tendência para a insanidade – falo para mim mesma de forma sarcástica.

Mesmo achando isso um absurdo; não posso fazer nada a não ser torcer para passar.

É só uma consulta com a psicóloga, não é como se ela fosse descobrir que sou uma terrorista em potencial que visa à morte de dois imbecis que contornaram o meu caminho ou descubra que tenho uma fazenda de unicórnios em algum lugar da minha mente fértil. Então, devo ficar relaxada.

Pego o Caminho de Tijolos Amarelos, que é como chama a rua central que liga todos os outros caminhos do campus e é feito com tijolos amarelos como no Mágico de Oz.

Pela informação que consegui de uma das alunas da sala que fiz aquela prova absurda, é só seguir esse caminho e quando passar por um bosque de cerejeiras entrar e seguir até o final dele. Pode ser também que a garota planeje me sequestrar para eliminar a concorrência e fazer coisas com meu corpinho, mas vamos pensar de forma positiva, ok?

Levo o bolinho à boca e dou uma generosa mordida, que é bem provável que tenha deixado os cantos da minha boca toda suja de chocolate, mas não penso em limpar agora. Bebo o cappuccino tranquilamente e ando pelo caminho, esperando ver o bosque de cerejeiras a qualquer segundo.

Mas ao invés de um bosque de cerejeira vejo um garoto ruivo vindo em minha direção com dificuldade para andar com suas muletas de madeira e tendo muito cuidado com sua perna engessada. No mesmo segundo eu limpo a minha boca com as costas da mão para não aparentar se uma doida desvairada.

Ele para exatamente na minha frente e o suor escorre do seu cabelo ruivo todo desgrenhado, fazendo algumas mexas se colarem em sua testa e o suor percorrendo todo seu rosto. Aquilo pode parecer nojento, porque homens suados são anti-higiênicos, mas tudo isso o ajudam de uma forma estranha a parecer mais sedutor e sexy. Ele me olha com seus intensos olhos castanho-amendoados e não consigo conter pensar o quanto ele é lindo, mesmo com o pé engessado e molhado de suor.

– Por favor... me ajude – pede ainda ofegante.

– No que posso te ajudar? – pergunto sobressaltada com o pedido inesperada.

– Minha gata... ela subiu em cima de uma... árvore e não consigo pega-la

Gata? Árvore? Ele pensa que sou bombeira ou algo do tipo para me pedir isso?

– Olha, camarada, eu não saio por aí subindo em árvores e resgatando gatos que obviamente podem descer sozinhos – tento encerrar a conversa e seguir meu caminho, mas ele não deixa.

– Você não entendeu – ele respira profundamente e continua – a minha gata tem medo de altura, ela não vai descer daquela árvore sozinha.

– Gata com medo de altura em cima de uma árvore? Difícil de acreditar.

Não acredito que estou perdendo meu tempo com esse carinha. Provavelmente é algum candidato que está tentando uma tática desesperada de eliminação de concorrência. Eu não vou cair nessa.

– Tenha um bom dia e boa sorte com a “gata” – faço aspas dizendo que já descobri seu plano de distração de concorrência.

Passo por ele, que fica parado no mesmo lugar, enquanto eu começo a me afastar.

– Que droga. Ninguém acredita em mim e por isso não me ajudam. Que seja, não vou deixar a Cookie em cima daquela árvore para sempre – ouço ele dizer bem decidido.

Pela forma que ele se refere à gata com tanto amor e admiração é quase como se eu acreditasse que ela fosse real. Mas alguém poderia fingir amar algo que não existe? Talvez um ator profissional, mas aqui só há amadores de tudo.

Com um suspiro de derrota eu me viro para encará-lo novamente. Vou me odiar mais tarde por isso. Já pressinto, mas sou realmente uma boa samaritana e mais ainda quando se trata de animais indefesos.

– Ei – eu chamo e ele se vira para me olhar. – Me leve até onde sua gata está.

Ele sorri feliz para mim e os cantos de seus lábios formam covinhas quando ele sorriu, mas aquilo não é simples covinhas, são as covinhas mais sexys que já vi em alguém.

Meu coração dá um pulo ao vê-lo sorrido para mim. Fui pega de surpresa com aquela tamanha beleza e tenho que pigarrear duas vezes para reajustar meus pensamentos.

– Mas já digo, se ela não for de verdade e não estiver em cima de uma árvore vou quebrar sua outra perna, entendeu?

– Tudo bem – disse feliz e andou até ficar ao meu lado.

Andamos por alguns minutos até ele sair do Caminho de Tijolos Amarelos e ele anda com dificuldade com sua muleta quase afundando na grama e na terra. Eu reviro meus olhos ao ver seu esforço e tiro as muletas dele, pegando um braço e colocando-o em volta do meu pescoço, para que ele possa se apoiar em mim.

– O que você está fazendo? – pergunta, surpreso.

Nem eu sei. Talvez a minha boa ação do ano.

– Te ajudando. Você não consegue andar com as muletas na terra, elas afundam e isso só vai me atrasar ainda mais para a minha entrevista com a psicóloga, por isso nem pense que estou fazendo isso por você. Então, cale a boca e pule com a perna boa para o gesso não sujar.

Bem, a verdade é que também estou fazendo isso por ele, mas eu sou um homem agora e não vou admitir isso de forma alguma, mas devo dizer que ele é muito pesado e tenho que fazer um esforço sobrenatural para não fazer uma careta de cansada com o esforço.

Pelos cantos dos olhos eu vejo que ele olha para mim e da um sorriso caloroso e depois volta a olhar para frente.

– Ali. Ali está a árvore – ele aponta um carvalho velho enorme.

De fato tinha um gato empoleirado em um dos galhos lá em cima, quase alcançando o topo da árvore, mas por que tinha que ser em uma árvore tão alta como essa?

– Para um gato que tem medo de altura ele subiu muito – digo olhando ainda para o topo da árvore.

– Acho que alguma coisa a assustou, não sei.

– Vou colocar você sentado aqui enquanto tento pegar a...

– Cookie. O nome dela é Cookie.

– Certo. Eu irei pegar a sua Cookie – eu dou meu copo de cappuccino para ele e coloco todo o cupcake dentro da boca, quase me engasgando.

Tiro o braço dele em volta do meu pescoço e o ajudo a se sentar em uma árvore de frente a árvore que a gata medrosa subiu, para que ele pudesse ver tudo. Coloco suas muletas ao seu lado, caso precisasse.

Dou as costas para o ruivo sem dizer mais nada e tento aparentar estar calma em relação aquilo, mas acontece que eu não sou tão boa em escalar árvore. Muros, portões, talvez eu seja melhor, mas na minha infância de macaca nem uma árvore pequena de amora eu conseguia subir.

Paro de baixo do carvalho e olho para o galho que a gata está, a bichana olha para mim e solta um miado desesperado.

Eu mereço!

Olho o relógio em meu pulso e vejo que ainda tenho quinze minutos até o enxame psicológico começar. Bem, isso terá que ser muito rápido.

Sem delongas, eu solto outro suspiro pesado e me agarro aos primeiros galhos da árvore.

Eu consigo. Isso não é tão alto como aparenta, então se eu cair não irei morrer, apenas quebrar todos os ossos do meu corpo, se eu tiver sorte, penso, era para ser pensamentos positivos que me ajudassem a subir, mas não deu muito certo.

Consigo escalar dois galhos, mas já começo a sentir a dificuldade de escalar e meus dedos estão suados e escorregando da madeira. Sem desistir do meu objetivo que está miando cada vez mais desesperada olhando para mim, eu continuo escalando, ganhando um galho por vez.

Um galho se quebra quando o agarro e quase caiu da árvore, mas por azar eu olho para baixo e vejo que realmente estou conseguindo escalar a árvore aos trancos e barrancos, mas isso significa que estou muito longe do chão. Meu coração começa a ficar acelerado como um trem desgovernado e, o suor escorre por meu rosto.

Espremo o lado esquerdo do meu rosto contra o tronco da árvore, agarrando ainda mais os galhos que só faltam se esfarelar debaixo dos meus dedos e respiro e inspiro rapidamente.

– Eu não sabia que tinha medo de altura – falo para mim mesma. – Isso não é bom. Isso não é nada bom – digo desesperada.

Meu desespero começa a aumentar a cada milésimo de segundo e vejo que não consigo mais avançar e nem descer. Estou travada no meio da árvore.

– Miau – a gata mia para mim, ainda desesperada.

De certa forma aquilo me relaxa um pouco mais, não sei se é por saber que não estou ferrada sozinha ou porque amo muito os animais, mas seja o que for, quando olho para cima e encontro aqueles olhos violetas e vejo seu desespero mais ao mesmo tempo parece temer por mim, eu começo a escalar novamente.

Consigo alcançar a gata, que continua a me olhar com desespero nos olhos.

– Tudo ficara bem agora, Cookie, eu prometo – digo com a minha voz de garota para acalmá-la, o que pareceu funcionar um pouco.

Coloco uma boa parte do meu peso nos pés, enquanto tento agarrar a gata, mas ela só se agarrou ainda mais ao galho, quase se fundindo com ele.

– Eu sei que você está com medo, eu estou me cagando de medo, mas estou aqui por você e seu dono a está esperando lá em baixo.

Começo a acariciá-la, que a cada passada de mão quase levantava o corpo para pedir mais. Quando consigo acalmá-la quase por completo a agarro e a abraço, mas isso é uma ideia muito idiota quando se está em uma árvore muito alta com o gato e você em pânico.

A gata fica histérica quando a tiro do galho e começa a se contorcer em meus braços. Cookie coloca suas garras para fora e começa a arranhar o que visse pela frente. Eu coloco uma das mãos em um galho, para evitar cair, mas ela não para de me arranhar e quando suas garras arranham meu rosto eu não consigo me segurar mais nos galhos.

Minhas mãos se soltam da árvore e meu corpo no mesmo segundo começa a atingir os galhos com muita força enquanto caiu cada vez mais rápido. A única coisa que penso em fazer é proteger a gata da queda. Se acaso morrêssemos na queda pelo menos uma de nos duas teria uma pequena chance sobreviver.

Eu abraço com força e não mudo a posição em que estou caído, ficando de costas para que meu abraço protegesse Cookie.

A última coisa que lembro antes de apagar por completo é à gata desesperada, ainda se contorcendo em meus braços e alguém gritar ajuda, depois disso tudo ficou preto e silencioso.







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Notas finais do capítulo

Vichiii, começo a achar que além de meio retardada a Faye é uma ninja... mas que dó dela.
Não liguem, eu comi muito açúcar hoje e estou assim, mas eu realmente espero que todos vocês deixem o seu comentário aqui, nem que seja para vocês perguntarem como estou ou pedir meu telefone para virarem stalker e me matarem por não estarem gostando, sei lá.
Vejo vocês no próximo capítulo, até... e não morram, pelo amor do sagrado Panda
Beijinhos co açúcar