Stigma escrita por Bruna Gomez


Capítulo 4
Capítulo 4 - Perdida e Salva


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoinhas lindas, queria agradecer as que já estão seguindo no tumblr e que estão acompanhando a fic, enfim, boa leitura, beijinhos.



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Esta é a tampinha daquele gatorade que você me fez beber, eu nunca fui muito fã disso, sempre teve um gosto de água suja, mas dessa vez eu tenho de dar o braço a torcer Felipe, você estava certo, aquele suco – se é que possa ser chamado assim – me fez ficar boa. 

Eu nem sei exatamente o porquê de ter começado a juntar todas essas coisas desde que nos conhecemos, porém, assim que cheguei na casa dos Cadori eu só conseguia olhar para essa tampa, e agora estou devolvendo-a.

Você tinha me arrastado para o meio das pessoas da sua patota.

– Arranjou um novo bichinho de estimação Felipe?

Perguntou Larissa, que na época tinha o cabelo pintado de vermelho, e mesmo eu no meu estado pude sentir que ela olhava para você de modo diferente, mas você na sua tentativa de ser um incrível cavalheiro a lançou um olhar ruim e a ignorou, como se a fuzilasse, tirou seu casado e o estendeu no chão para que eu sentasse.

– Meu nome é Felipe.

– Prazer.

Você esperou por mais, esperou para saber meu nome também claro, mas quando viu que não iria conseguir continuou com sua tentativa medíocre de flerte.

– Você parecia assustada com uma coisa quando te encontrei - a resposta a isso estava na ponta da minha língua, seguidores do Lord Voldemort, mas eu apenas sorri de lado e não disse nada, - você está se sentindo melhor?

– Muito melhor, obrigada.

E então meu telefone vibrou, era uma mensagem de Daniel me perguntando onde eu estava, e eu não sabia respondê-lo, eu estava mais perdida que Bridget Jones quando terminou com o seu chefe, Daniel Cleaver.

– Hã, olha – eu disse te estendendo meu celular para ler a mensagem, - será que você pode responder por mim?

Você riu e ainda sorrindo respondeu, quando viu um nome, de uma pessoa do seu mesmo sexo na tela.

– É seu namorado?

– Não, é um amigo.

Você me olhou desconfiadamente, mas Matheus – que mesmo eu não o conhecendo direito naquela ocasião sabia quem era por causa de Manuela - veio em nossa direção com um gatorade na mão.

– Aqui está, - disse ele enquanto jogava-o na sua direção e você pegava a garrafinha no ar, você a abriu e a estendeu para mim sorrindo.

E carambolas Felipe, mesmo agora eu tenho de admitir que aquele sorriso sempre me fez ficar sem ar, eu me sentia como se estivesse em alguma terra alta, tipo os Alpes, era como se eu tivesse acabado de pousar de paraquedas lá, como se as correntes de ar fossem pesadas demais, fazendo que ficasse impossível de respirar.

– Irá te fazer sentir melhor. Você gosta muito de detonautas?

– Não muito, - eu disse enquanto sugava o gatorade, - eu vim mais por um engano do que qualquer outra coisa. Mas gosto muito das poucas músicas que eu conheço.

– Bom eu gosto muito deles, eu queria ser músico, tenho até uma banda, mas não sou tão sortudo quanto os caras do “imorais”, aqueles que cantaram no show de abertura e que parecia que você estava fugindo.

Eu tive de rir desse comentário.

– Você está rindo? Sorte a sua que eu te encontrei e pude salvar sua vida.

– Eu sou uma donzela, e realmente estava indefesa, mas eu sairia daquela situação, eventualmente.

Você riu da minha resposta.

– Poxa é essa a forma como você demonstra gratidão pelo seu herói? Da próxima vez não irei te salvar.

– Próxima vez? E por que nos veríamos uma próxima vez?

– E por que não?

– Olha Felipe, eu nem te conheço e...

– Não seja por isso, - você disse enquanto pegava o celular da minha mão e colocava seu número nele, eu devia ter sabido melhor e arrancado da sua mão, porém não foi isso que eu fiz. – Pronto, agora sim podemos nos conhecer.

– Felipe?

Eu nem precisei olhar para frente para ver o rosto de quem tinha pronunciado seu nome.

– Senhor Cadori?

Senhor Cadori? Alô Tera para Felipe, estamos no século XXI, e mesmo Dan sendo, sei lá, uns três anos mais velho que você não se usa mais essa expressão.

– Dan, - eu disse sorrindo enquanto me levantava e ia para o lado dele, que é onde eu deveria ter estado desde que tinha chegado ao show.

Daniel apenas me abraçou de lado e tirou uma mexa de cabelo que estava em meu rosto e beijava minha testa.

– Obrigada por cuidar dela Felipe.

– Por nada.

Nessa hora Manuela que estava apenas observando tudo com olhos bem atentos varrendo de você até mim finalmente se manifestou.

– Olá, sou Manuela. A melhor amiga, então, como você e meu irmão se conhecem?

– Ele é meu professor no curso de inglês. Mas ele nunca disse nada sobre uma namorada.

– Eles não namoram – disse Manuela, num tom esclarecedor e sorrindo amplamente. Até hoje fico abismada em como ela contribuiu tanto a seu favor.

Por mais que eu a ame muito, Manu nunca teve muito senso para escolher pares românticos, quer dizer, até agora, mas isso não vem ao caso.

– Bom vamos? – Disse Daniel, enquanto puxava sua irmã para o seu lado mais uma vez.

– Sim.

– Espera, - você disse levantando e dando alguns passos atrás de nós. – Você ainda não me disse seu nome.

– Camila, - respondeu Manuela por mim, - o nome dela é Camila.

– Camila, certo.

E foi por isso Felipe, que a gente continuou, porque por mais que você sempre esquecesse do nome das pessoas importantes para mim, toda vez que você pronunciava meu nome, eu podia sentir, como para você – pelo menos naquela época – ele era mais bonito do que todos os outros.


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