O Feiticeiro Parte III - O Medalhão de Mu escrita por André Tornado


Capítulo 75
IX.2 Derrota inesperada.




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Era super saiya-jin nível três contra super saiya-jin nível três. O embate colossal entre os dois maiores guerreiros do Universo. O planeta rugia sempre que os dois se encontravam, se tocavam. Havia trovões, faíscas, luz, som, vento e tempestade. As montanhas ruíam, o solo fendia-se, o céu escurecia, os oceanos ferviam.

O tempo parava e acelerava e tornava a parar.

A esfera violácea com a potência de uma bomba atómica zunia nas palmas ferventes das mãos de Gotenks. Tinha sido o último ataque de Keilo e o saiya-jin de Zephir observava o esforço descomunal do seu adversário para anular aquela enorme quantidade de energia que pulsava descontrolada e ameaçava desfazer o planeta em mil pedaços. O “M” negro de Keilo reluzia misturado com o suor que lhe molhava a testa.

Gotenks teve um pensamento amargo. Estava a perder aquele combate. Lentamente, sub-repticiamente, mas o facto era que o perdia.

As pernas vacilaram por um segundo. O guerreiro cerrou os dentes e conseguiu suster a vontade imensa que o corpo tinha de amolecer e de desistir. A esfera de Keilo zunia, queimava, insistia perigosa por cima dele, entre os braços levantados, sobre as mãos abertas.

Faltava-lhe treino. Só isso… E já era tanto! Gotenks tinha a cabeça baixa. A boca magoada e ensanguentada torceu-se num sorriso irónico. Ria-se de si próprio, fora patético. Sabia que tinha falhado onde não podia ter falhado, tinha cometido erros que não eram admitidos num qualquer torneio de amadores, quanto mais num encontro tão importante como aquele.

E o pensamento sobrepunha-se, minando a confiança. Estava a perder aquele combate.

Levantou a cabeça. Mas ele era um saiya-jin e o que um saiya-jin mais prezava era o seu orgulho e a sua honra.

Levantou a cabeça, animado por essa nova noção, o orgulho e a honra de um saiya-jin, mesmo que o pensamento subsistisse, nas traseiras, agora como um murmúrio. O rosto congestionado exibia raiva. Dobrou ligeiramente os cotovelos para ganhar impulso. Convocou toda a sua energia e enviou a esfera violácea para os céus com um berro que fez tremer o mundo. O ataque flamejante passou por Keilo, assobiando como um foguete de feira. Desintegrou-se na estratosfera, a muitos quilómetros de altitude.

A explosão espalhou sombras pelas montanhas.

Gotenks pulou, atacou, aproveitando as energias recém-adquiridas. Keilo, no entanto, parecia conhecer todos os seus movimentos e sumiu-se.

- Mas… Onde se meteu aquele maldito?! – Exclamou Gotenks de punho cerrado, frustrado por ter falhado o alvo.

- Aqui!

A voz de Keilo surgiu do nada. Gotenks defendeu-se mal. Outra falha e essa foi fatal.

Um soco poderoso derrubou-o. Caiu de costas, sentiu os ossos estilhaçarem-se. Quedou-se estendido, os olhos colados nas alturas, a contemplar impotente como uma segunda esfera violácea se precipitava para cima dele. Com menos potência, mas igualmente perigosa, voraz, assassina.

Gotenks perdeu os sentidos, no meio de um mar de fogo.

A sua energia escoou-se como líquido quente a verter-se de uma vasilha com milhentos furos, deixando o recipiente gelado e vazio. A analogia com o seu corpo causou-lhe aflição, mas era assim que se sentia, para além de derrotado. Abandonou o estado de super saiya-jin.

Keilo aproximou-se. Segurou-o pelo pescoço, apertando-o com maldade. Sufocou, o reflexo fê-lo inspirar com ânsia e despertou, a tempo de ver um punho esborrachar-lhe o nariz e a boca. Houve dor, algures, mas ele não se importou. Não  sentia nada, ou provavelmente não desejava sentir. Bloqueou as sensações, enquanto se deixava ficar, a sentir os murros impiedosos de Keilo na cara e no corpo.

Foi solto, o corpo estranho, que continuava gelado e vazio, caindo. Antes de atingir o chão apanhou com um derradeiro pontapé que lhe desfez o que faltava dos ossos. Embateu num rochedo e imobilizou-se, enrolado numa posição estranha.

O saiya-jin de Zephir riu-se. E as gargalhadas de Keilo foi o último som que escutou daquele mundo que era tão desconfortável. De olhos fechados, deixava-se ir para outras paragens, fugindo da dor.

Negrume. Vergonha.

Fim do combate.


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Notas finais do capítulo

Prximo captulo:
O altar.



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