*Flash Back on*

Eu suspirei derrotada, que idiota eu fui. Agora eu ia ter que aguentar ele no meu quarto.

*Flash Back off*

_ Você não pode dormir aqui.

_ Ah é? E por que não?

_ É o dormitório feminino. –ele esperou eu falar algo mais... Significativo.

_ Eu falo quando durmo. –ele soltou um risinho.

_ Não tem problema. Eu tenho um sono muito pesado.

_ Arrgh.

Draco se acomodou no pequeno sofá e logo adormeceu já eu, não conseguia pegar no sono, fechei os olhos bem forte e quando abri o sol já invadia o quarto.

Draco ainda estava dormindo, com o cobertor dos pés a cabeça. Eu fui acordá-lo e tomei um susto. Não era mais Draco que estava lá. Era eu, mais nova. Ouvi um barulho vindo em direção da porta e quando olhei novamente para o sofá, não havia mais nada. Eu estava ficando louca? O que era aquilo?

_ Hermione! –gritava um homem.

_ Pai? –ele entrara feito um furacão pela porta, me segurando pelos braços.

Ao meu redor tudo mudara, não estava mais em Hogwarts, estava na minha antiga casa.

Na mesma hora vi Sky, ela passava pelo corredor silenciosamente, sem ao menos se importar com o meu choro desesperado, pedindo por socorro.

_ Sky! –gritei, sem respostas. Quando finalmente consegui me libertar dos braços de meu pai, corri para alcançá-la.

Segui desesperada para a rua, onde num piscar de olhos Sky havia desaparecido. Eu gritei em um ato de desespero.

_ Não! –Abri os olhos cheios de lagrimas, ainda em choque, com a mudança brusca de cenário. Já não estava mais presa em um sonho. Olhei para os lados e ainda estava em meu dormitório, suspirei aliviada.

Quando vi os olhos de Draco fixados em mim, cheios de preocupação.

_ O que houve Alice?

_ Pesadelo. –respondi secamente, enxugando as lagrimas de meu rosto.

_ Você quer conversar a respeito?

_ Não. Estou bem. –não. Na verdade não estava nada bem.

_ Quem é Sky?

_ O que disse?

_ Desculpe... Mas, você disse esse nome enquanto dormia.

_ Você disse que tinha um sono pesado.

_ E tenho, mas com os seus gritos e choro foi impossível ignorar.

_ Ai, droga! Eu falei muito?

_ É... Sim.

_ Alice... Você pode confiar em mim! Sei que precisa desabafar. –confiar em Draco Malfoy... Por que isso parecia tão errado? Nunca pensei nele dessa maneira. Como se fosse alguém em que eu pudesse contar.

_ O que eu disse?

_ Falou algo sobre... Seu pai. Você parecia estar assustada. Depois, chamou por essa... Sky. Você estava bem inquieta.

Eu nada disse, apenas consenti em silêncio. Ele se aproximou e sentou no canto da cama, sem nada dizer.

_ O meu... Pai não esta morto, Draco. Minha mãe está.

Ela morreu quando eu tinha 8 anos, em um acidente de carro. Eu estava junto e sobrevivi.

Acho que a culpa foi minha... Ela se distraiu comigo. Meu pai ficou irado, me culpando dia e noite. Ele começou a ficar agressivo... Teve um dia que eu não agüentei mais, eu tinha 13 anos.

Ele me pegou pelos braços... Eu me lembro como se fosse hoje... E disse que eu era a única culpada pela morte da minha mãe, e que merecia sentir o que ela sentiu morrer como ela morreu... Eu saí correndo pelas ruas de Londres e encontrei a Sky.

Ela cuidou de mim, mas do nada ela sumiu. Eu não voltei mais pra casa, mas... O meu pai é... Perigoso.

_ Ele é um bruxo conhecido? Se você quiser eu posso te ajudar, tenho digamos, alguns contatos.

_ Contatos bem sinistros? –Draco ficou rígido.

_ Um pouco. Você acha que ele esta te procurando?

_ Não sei. Talvez. Mas, tenho medo... De ele me encontrar.

_ Eu não vou deixar que ele faca nenhum mal pra você. Você não esta sozinha...

_ Que bom Draco. Obrigada. É bom saber que posso contar a sua amizade! –o abracei instintivamente.

_ Claro. Amigos.

Eu e Draco passamos a noite toda conversando, o mais irônico era que eu achava que o conhecia, mas não... Acho que ninguém conhece a parte verdadeira do Malfoy, ele a protege tanto, mas tanto... Que fica parecendo que ele simplesmente não sente. Era muito estranho poder manter uma conversa civilizada com ele, que não conseguia ficar 3 segundos sem me chamar de sangue ruim.

Draco estava narrando um dos seus jogos de quadribol quando eu cai na inconsciência.

Acordei com o barulho estrondoso do despertador, eu e Draco demos um pulo, assustados. Ele me envolvia em seus braços enquanto eu dormia. Não sei se me assustara mais com o barulho do despertador ou com Draco que adormecera ao meu lado. Meu lado. Draco. Cama. Sozinhos. Lindo. Perfeito. Gost... Para com a loucura Hermione.

_ Você dormiu comigo? –perguntei atônita.

_ Amm... Eu acho. Nem me lembro de quando eu dormi.

_ É melhor eu voltar para o meu dormitório, antes que alguém apareça e era uma vez Draco Malfoy....

_ É melhor. Aquelas arainhas já devem ter ido embora. Elas eram tão pequenas...

 _ É. Peraí. Como você sabe se elas eram pequenas? –Malfoy parou na porta.

_ É...

_ Foi você...?

_ Eu o que?

_ Por acaso você colocou as aranhas no meu quarto? –Malfoy me lançava aquele olhar que só um Malfoy sabe. Aquele que te intimida e faz até o seu último fio de cabelo ficar em pé.

_ Err... Por que eu faria isso, Draquinho? –ele arqueou uma sobrancelha

_ Não sei, me diga você. –suspirei derrotada.

_ Tá, eu me rendo. –pus as mãos para o alto. _Desculpa Draco! Foi uma coisa totalmente impensada. Não, mentira. Foi muito bem pensada sim. Mas eu tive um bom motivo. –tentei parecer o mais firme possível.

_Então? Você vai me contar...?

_Contar o que? –Malfoy já estava ficando impaciente, mas qual é, é muito difícil se entregar para Draco Malfoy, estava nervosa. Vai que ele aplicava Crucio em mim?! Nunca se sabe.

_ O porquê das aranhas?

_ Ah! Isso.

_ É, isso.

_ Bom, eu... Eu ouvi o Zabini falando de uma tal aposta.

_ Que aposta?

_ Você deve saber!

_ Não, não eu não sei.

_ Ai, Draco. Você sabe! Que ele apostou que você me beijaria, e beijou. Na festa da Pansy.

_ Eu. Não. Apostei. Você. Alice! –falou Draco pausadamente.

_ Eu nunca faria isso. Tá, eu até poderia. Mas não fiz. Você interpretou errado o que o Zabibi disse.

_ Então por que ele disse que apostava que você me beijaria?

_ Por que... Sei lá! Vai entender esse idiota!

_ Então...

_ Eu nunca faria isso. Com você.

_ Então por que me beijou?

_ Eu... Não sei ta legal?! Eu disse, foi idiotice minha. Impulso. Quer parar com o interrogatório!? Eu é quem deveria fazer, não você. –Uuh, será que temos um Malfoy embaraçado aqui!? Eu fui capaz de deixar Draco Malfoy embaraçado?

_ Ta então, sem interrogatório.

_ Tá.

Seguimos caminhos diferentes, mas essa historia de ‘Foi idiotice minha’ não me convenceu.

Logo depois Draco e eu nos encontramos no salão comunal. Ele não me deixou sozinha nem um minuto, mesmo que nós não estivéssemos conversando tanto quanto noite passada.

_ Alice, você esta muito bonita hoje! –disse Crabbe.

_ Obrigada!

_ Você tá afim de ir até Hogsmed nesse final de semana?

Eu mal abri a boca para falar e Draco foi logo se adiantando.

_ Não. Ela não a fim de ir.

_ Desculpe, mas essa resposta diz respeito à Alice.

_ Err... Sabe o que é Crabbe...

_ Nesse fim de semana é o aniversario de morte da falecida coruja da Alice. – fiz uma cara sofrida e limpei uma lágrima imaginária.

_ Desculpe Mark... Eu ainda estou de luto.

_ Ah! Tudo bem Alice! Haverá outras oportunidades.

Durante o intervalo todo Crabbe ficou “brincando” com a minha mão, deixando-a entrelaçada com a sua. Que... Nojo. Eca. Logo o Crabbe.

Isso já estava me irritando, e aparentemente Pansy ficou satisfeita. Já Malfoy, não parava quieto. Era até engraçadinho ver ele tão... Tão... Desse jeito. Isso devia significar alguma coisa, não é!? Poderiam ser muitas coisas, mas eu preferi pensar que fosse... Bem, por mim. Ué, sonhar não faz mal à ninguém. Sorri em segredo