E Se Vc Não Lembrar? escrita por MissyCabot


Capítulo 52
Capítulo 52 - Traga-me de volta a vida.... Lucy




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Senti o chão gélido sob meus joelhos, sem entender porque ele se fora desse jeito, porque partira sem muitas explicações, mas porque eu deveria me importar, eu não me recordava dele, não sabia
quem ou o que ele podia ser, mas a única coisa que eu tinha certeza era de que eu sentia algo especial por ele, de repente senti palpitações em meu peito, e tudo começou a rodopiar, era como se eu não pudesse mas respirar,
pensei estar demaiando, mas não perdi a consciência, permaneci ali deitada no chão observando o teto, enquanto as ondas de dor que me haviam assolado a pouco tempo, voltaram com mais forças me puxando para baixo,
tentei recuperar o folêgo, mas as lágrimas me meus olhos tornaram tudo a minha volta nublado, era como se eu estivesse me afogando, não voltei a superfície.
- Lucy, acorde.... Eu conseguia ouvir a voz da minha mãe me chamando distante.
Me virei me deparando com o chão frio, foi quando percebi que devia ter passado a noite ali encolhida no chão, me levantei caminhando até a cama, e me deitei novamente, agora me enrolando nas cobertas enquanto a dor parecia tomar todo meu corpo, minha cabeça latejava como se fosse acertada por milhares de facas afiadas, meu coração parecia se contrair em meu peito, aquilo estava sendo um completo inferno, e eu ainda não sabia como eu podia me sentir
daquela forma por alguém que eu nem sequer conhecia, ou pelo menos pensava não conhecer.
- Lucy... Minha mãe insistiu em me chamar mas uma vez.
- Não... Eu me limitei a responder esperando que ela entendesse que eu não iria a lugar algum hoje.
Fechei meus olhos tentando adormecer mais uma vez, esperando que a dor também fosse embora assim que o sono começasse a pesar em meu corpo, mas não fora bem o que aconteceu, eu adormeci, e de repente eu estava na beira de um penhasco observando o mar revolto que batia nas pedras, e eu ouvia em minha mente a voz doce de Edward, sim mesmo não me recordando quem ele era, eu reconheceria aquela voz em qualquer lugar, eu me aproximava do penhasco, e a voz dele parecia estar cada vez mas proxima, ele pedia que eu não pulasse, mas eu parecia não dar ouvidos a ele, e então de repente tudo parecia estar em camêra lenta, eu cai enquanto o vento cortava meu rosto, e o mar parecia abrir os braços para me receber, fechei os olhos e deixei-me atingir as ondas, e então de repente meu pulmão ardia, e tudo ficava escuro...
Acordei gritando em meio a dores excruciantes, me sentei na cama abraçando meus joelhos na altura do peito, enquanto tentava recuperar o folêgo, demorou um pouco para que eu me acalmasse, por sinal minha mãe parecia não ter me ouvido, provavelmente havia dormido no andar debaixo como na noite anterior, foi então que uma pequena sensação deja vu me invadira, foi quando percebi que aquilo se tratava de uma lembrança, finalmente eu havia me recordado de algo, agora o que me incomodava era o fato de que eu já tentara me matar, as dúvidas começaram a flutuar em minha mente, fazendo com que ela latejasse novamente, me deitei fechando os olhos, e desta vez conseguia adormecer, me deixando afundar na escuridão.
"Sem uma alma
Meu espirito dorme em algum lugar frio
até que você o encontre
e o leve de volta pra casa"

O tempo passa mesmo quando você pensa que isso é impossível, mesmo quando cada batida de seu coração doi como se você estivesse sendo ferido, já haviam se passado exatos cinco meses desde que Edward e sua família haviam partido, e mesmo não me recordando de muita coisa ainda, esses meses foram como um purgatório aonde mesmo sem lembranças, eu sentia todo o meu corpo se torturar, as lembranças voltavam a mim aos poucos, me recordara de minha mãe, mas o que mas me incomodara nesses meses eram os pesadelos constantes, aonde eu me jogava do penhasco, e estava numa casa repleta de vampiros, mas eu ainda não conseguia distinguir o que eram apenas pesadelos, do que seria realidade, lembranças da minha vida.
Eu me sentia cada vez mas vencida por toda a dor, e pela amnésia, era como se eu nunca mais fosse me recordar quem eram as pessoas que me amavam, ou quem eu era ou tinha sido, tudo a minha volta parecia estar voltando a escuridão novamente, eu estava sempre tentando voltar a superfície.
- È isso, vou te levar novamente no médico. Minha mãe bateu na mesa deixando a tijela cair no chão espalhando os cerais, ela me encarou com uma expressão de dor e culpa, e eu não pude fazer nada para acalma-la ou me defender, eu sabia que ela estava assistindo eu morrer aos poucos, eu me sentia vazia, e sem forças para lutar contra a amnésia, nada que eu fizesse parecia ter sentido sem ele estar ali, era como se ele fosse uma parte de mim, a qual eu não podia viver sem.
"Acorde-me por dentro
(Eu não consigo acordar)
Acorde-me por dentro
(salve-me)
Me chame e salve-me da escuridão
(acorde-me)
Obrigue meu sangue a fluir
(eu não consigo acordar)
antes que eu me desfaça
(salve-me)
salve-me do nada que eu me tornei"
- O que foi que eu fiz??? Eu indaguei
- Nada, exatamente isso, Nada.!! Minha mãe respondeu
- Mas Mãe... Eu tentei argumentar. Mas ela me interrompeu
- Nada, exatamente esse é o problema, você sequer se esforçou para poder lembrar de alguma coisa, as únicas coisas que você conseguiu se recordar é de que já tentou se matar, o que não passa de um pesadelo que você tem desde criança, pelo menos lembrou-se de mim, e mesmo não sabendo quem são os Cullens, você ficou toda desse jeito desde que Edward Cullen foi embora, reaja Lucy Amber, se arrume vá sair com a única amiga que você recordou, Gaby, e aproveite para arranjar um novo namorado.... Minha mãe gritava histérica, enquanto acendia um cigarro atrás do outro andando pela cozinha.
- Então ele era meu namorado.... Eu sussurrei de forma que nem eu mesma conseguia ouvir, minha mãe prometera não soprar as coisas para mim, mas ela sempre falava demais.
De repente toda a dor que eu sentia parecia fazer sentido, mas eu ainda tinha a impressão de que havia algo mais, que nem mesmo a minha mãe parecia saber, naquele instante todo o meu corpo parecia ter congelado no lugar, e então fui atingida pela dor na cabeça novamente, num segundo eu estava numa sala escura com um homem que lambia algo em minha cabeça, eu não conseguia saber o que era, mas sabia que não podia ser nada bom, será que eu estava tendo mas algum pesadelo, ou seria mais uma lembrança macabra.
Passaram-me pouquissimos segundos enquanto eu raciocinava sobre as novas informações que eu tinha, foi quando algo me fez perder todo o controle do meu corpo, a dor voltava a me invadir novamente, era como se minha cabeça fosse explodir em milhares de pedaços, e tudo voltou a ficar escuro, e lá estava nos braços de Edward, enquanto ele chorava sobre meu corpo, tudo aquilo estava me enlouquecendo, eu estava completamente perdida, mas ainda assim a dor
no peito fez com que eu saisse correndo de volta para o quarto, me jogando no meio das cobertas, me agarrando ao travesseiro, enquanto minha mente parecia estar sendo invadida por um turbilhão de imagens dolorosas.

"Agora que eu sei o que eu não tenho
Você não pode simplesmente me deixar
Respire através de mim me faça real
Traga-me para a vida"

Todo esse tempo, eu não podia acreditar que as lembranças estiverem sempre ali, tudo que eu acreditava parecia fazer sentido agora, minha mente estava tentando me proteger de todos aqueles pesadelos dolorosos, de todas as lembranças assustadoras, mas agora parecia que a minha mente havia se cansado de lutar, então tudo voltava a tona de repente e de uma vez só, eu tentava recuperar o folêgo enquanto gritava de dor deitada na cama, minha mãe estava ali sentada ao meu lado esperando o médico, era tudo que eu havia conseguido escutar por meros segundos quando recobrei a consciência.
Apesar de toda aquela dor, a única pessoa da qual eu queria recordar, apenas aparecia em pequenos flash na minha memória, era como se ela ainda estivesse escondendo algo extremamente crucial para mim, enquanto o rosto de Edward invadia minha mente novamente, eu pude sentir as mãos do médico me tocando, e não sabia explicar porque de alguma forma, eu esperava por um toque gélido e suave, mas o calor inebriante do médico invadiu minha pele, me atingindo como um choque.
- Creio que ela ficará bem depois que eu medica-la. O Médico disse para minha mãe.
- Mas o que ela tem?? Minha mãe perguntou histérica
- Acho que sua mente está se recuperando, porém acho que devido a todos os traumas que ela passou, estes estão por invadir sua mente primeiro, causando o choque. O Médico respondeu.
- Doutor, antes do senhor ir embora, saberia me dizer o que aconteceu com os Cullens? Minha mãe tinha que perguntar isso perto de mim.
- Bom, Dr.Carlisle foi transferido novamente. O Médico respondeu.
- Obrigada. Minha mãe agradecera.
- Edward.... Eu sussurrei
- Eu sei meu amor, mas agora durma... Minha mãe disse acariaciando meus cabelos.
- Não, eu preciso.... Eu tentava alcançar Edward do outro lado da montanha , mas então senti algo me espetando, foi quando voltei a realidade, e nela tudo estava escuro, eu não conseguia abrir meus olhos, quase entrei em panico, mas assim que ouvi as vozes ao meu redor, entendi o que acontecia, o médico havia me sedado.

"      Congelada por dentro
sem o seu toque
sem o amor, querido
só você é a vida entre os mortos"          

Novamente o mesmo pesadelo, eu me jogando do penhasco e a voz doce de Edward que parecia atravessar o oceano, pedindo para que eu não pulasse, e por mais que eu desejasse obedecer, era algo inevitavel eu pulava.
Tentei mudar desesperadamente de cena, e entã fui pega de surpresa, de repente estavamos numa clareira aberta, e Edward estava parado a minha frente, e o sol batia em sua pele, o fazendo brilhar, eu sabia desde da primeira vez
que o vira que ele não era humano, mas ainda não conseguira descobrir o que ele era, mas se ele já fora meu namorado, era porque eu não me importava com isso.
Pela primeira vez tudo parecia fazer sentido, ele se aproximara me envolvendo como se fosse uma criança em seus braços, segurando minha cintura, enquanto eu enconstava em seus ombros, entorpecida pelo aroma doce de sua pele,
e eu podia ouvir sua doce voz sussurrando em meus ouvidos, era como num conto de fadas, ele era perfeito, mas então de repente tudo ficava escuro, e ele não estava mas ali, meu corpo todo congelava, e eu desabava no chão, meu coração também devia estar batendo, mas eu não conseguia ouvir o som da minha pulsação, minhas mão pareciam azuis de frio, eu me encolhia abraçando as pernas, lutei contra meu torpor, minha negação, mas isso me fugia.
Eu estava completamente congelada, e sentia dor, a perda dolorosa que se irradiava em meu peito, provocando ondas arrasadoras de dor pelos membros e pela cabeça, era quase fora do meu controle.
De repente algo gélido me tocara, e todo o meu corpo pareceu se acalmar, e mesmo que aquilo fosse apenas mais um sonho, ou mais uma lembrança, eu podia senti-lo, Edward estava ali.

"Acorde-me por dentro
(Eu não consigo acordar)
Acorde-me por dentro
(salve-me)
Me chame e me salve-me da escuridão
(acorde-me)
Obrigue meu sangue a fluir
(eu não consigo acordar)
antes que eu me desfaça
(salve-me)
salve-me do nada que eu me tornei"

 


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