Quando acordei depois de um longo tempo imersa na escuridão, observei o calendário que estava preso na parede, e me surpreendi ao perceber que já haviam se passado dois meses desde da última vez em que vira Edward Cullen, seus irmãos haviam voltado para a escola, mas eu não tinha comparecido muito desde daquela conversa, até ia umas duas vezes na semana, mas era como se eu tivesse sido atingida por uma grande e torturante angústia de repente.
Naquela manhã eu me sentia absolutamente horrivel, meu corpo todo doia da cabeça aos pés, acho que foram todas as horas que eu passara deitada imersa nos meus pesadelos, minha mente parecia um imenso quebra-cabeças, cheio de peças soltas, enquanto eu tentava encaixa-las, e meu coração resmungava de saudades dele, um estranho que eu mal sabia quem era.
Eu ainda não entendia o porque ele sumira desse jeito, acho que a dor ainda era muito recente e ao tocar naquele assunto, ele não se conteve, eu ainda o tentava entender, mas eu já não suportava mas ausência dele, era como se eu houvesse esperado por ele por muito tempo.
Olhei para o relógio que marcava 17:00hrs da tarde, e eu ainda estava deitada na cama, eu conhecia bem aquela sensação, eu já havia sentido antes, só não sabia dizer quando, resolvi me levantar e reagir, eu não podia ficar desse jeito por causa de um estranho, não eu não podia.
Me levantei pegando uma muda de roupa e indo para o banheiro, entrei no chuveiro deixando a água escorrer pelo meu corpo, e novamente fui pega por aquele pesadelo, em que eu pulava do penhasco, e a doce voz de Edward implorava para que eu não pulasse, quer dizer, para que sua amada Bella não pulasse.
A angústia parecia intensificar o latejar da minha cabeça, me fazendo ficar atordoada, minha mãe bateu na porta do banheiro, enquanto eu desligava o chuveiro e me enrolava na toalha.
-O que foi? Eu perguntei
- Até que enfim você reagiu.. Ela resmungou..
-È acho que estou melhor... Eu disse mentindo para que ela ficasse despreocupada.
- Lucy anda logo você tem visita!!! Minha mãe exclamou do outro lado da porta.
Naquele momento meu coração se encheu de esperanças, meu peito parecia uma bomba-relógio, eu podia sentir as borboletas embrulhando meu estomago, fiquei eufórica, corri para o quarto trocando de roupa, quando terminei de enxugar os cabelos, e vestir a blusa, corri para frente da penteadeira, enquanto penteava o cabelo, fui surpreendida pela voz mais suave e melodiosa, tive medo de me virar e perceber que ele era apenas uma ilusão da minha mente.
- Lucy.... Ele disse parado perto da porta, eu podia enxergar seu reflexo pelo espelho.
- O que você faz aqui? Eu gritei enquanto a raiva começava a tomar conta de mim
- Acho que eu lhe devo desculpas, por ter desaparecido assim, mas tive que resolver algumas coisas. Ele respondeu enquanto se aproximava de mim por trás, colocando suas mãos em meus ombros.
Novamente quando suas mãos frias tocaram minha pele, um choque eletrico percorreu todo o meu corpo, me fazendo ficar meio atordoada.
- Eu não te entendo, porque não avisou que teria que viajar... Eu o indaguei
Ele me fitava com olhos repletos de dor, como quem me pedia perdão por ter feito aquilo, mas nem eu e nem ele dissemos nada por um breve instante.
- Eu passei dois meses pensando que você tinha ido embora por minha causa, que eu havia o magoado com a nossa conversa. Eu bufei de raiva tentando controlar as lágrimas que á essa altura inundavam meu rosto.
Ele me encarava e seus olhos ainda eram tristes, havia algo no fundo dos seus olhos que eu não conseguia entender, e isso me assustava, era como se ele guardasse um grande segredo, eu quis falar a respeito mas ele continuava a me encarar...
- O que você tem? Eu perguntei
- Acho que estou apaixonado por você... Ele sussurrou passando as mãos em meus cabelos molhados.
- E eu tenho certeza de que estou apaixonada por você. Eu respondi sentindo minhas bochechas corarem de vergonha.
- Você fica linda quando suas bochechas ficam vermelhas.... Ele me elogiou enquanto sua tristeza dava lugar a um pequeno e discreto sorriso.
- Hmm... Eu resmunguei me aproximando dele, mas ele me afastou me deixando ainda mas confusa.
- O que foi agora? Eu perguntei
- Eu não posso deixar você se envolver.... Ele disse enquanto a tristeza voltava aos seu olhar.
- Mas eu já estou envolvida... Eu retruquei
- Mas ainda há volta para você, não posso deixar que você se envolva mas comigo. Ele respondeu enquanto suas palavras me atingiam como uma adaga.
- E se eu quiser ir mas além, e se eu quiser ficar com você ..... Eu resmunguei
- Não, eu acho que se soubesse da verdade, você não ficaria comigo. Ele restrucou
- Que verdade? Eu perguntei curiosa
- Uma verdade que eu não posso te falar.... Ele respondeu
- Então porque veio aqui? Eu o indaguei
- Para te dizer que o certo, é ficarmos longe um do outro, mas que eu não resisto mas ficar longe de você, resumindo
Eu vim lhe dizer que estou desistindo... Ele respondeu me fitando
- Como assim desistindo? Eu perguntei
- Eu estou desistindo de fazer o certo, eu me rendo, ou seja, não vou mas ficar longe de você. Ele respondeu sorrindo
Me aproximei cautelosa, mas logo o medo se desfez, Edward passou os braços pela minha cintura me abraçando, aconcheguei minha cabeça em seu peito escultural, enquanto seu cheiro doce me embriagava me deixando tonta e quase fora de si...
- Como você está agora? Ele perguntou acariciando meus cabelos
- Acho que melhor.. Eu resmunguei
- Mas posso saber porque você teria que se manter longe de mim? Eu perguntei
- Talvez ainda não seja a hora de você saber a verdade... Ele respondeu
- Então nos encontraremos amanhã na escola? Ele perguntou
- Sim, mas não quero você vá embora agora... Eu pedi
- Me desculpe, mas tenho que ir em casa avisar a todos que eu voltei.Ele respondeu
- Compreendo, mas eu posso ir com você se quiser. Eu me ofereci a acompanha-lo, agora que ele havia voltado eu não queria permanecer longe dele um segundo, o medo dele sumir novamente era
iminente em meu peito.
- Não acho que seja uma boa ideia... Ele me respondeu beijando-me a testa e saindo pela porta me deixando novamente sozinha.
Eu ainda não podia acreditar no que estava acontecendo, Edward Cullen se confessando apaixonado por mim, como assim, eu concerteza devia estar enlouquecendo, mas eu ainda não conseguia entender da onde vinha todo aquele sentimento que me devastava, era como se eu o tivesse esperado por toda a minha vida, era como se aquele amor já existisse há um longo tempo, eu temia que ao descobrir seu grande segredo os meus sentimentos mudassem, eu tinha medo, porque eu não sabia o que ele escondia, minha mente começava a me pregar peças, como será que ele estava doente, será que ele iria morrer, eu podia sentir meu estomago embrulhando ao pensar em todas essas possibilidades, mas no momento eu estava feliz, porque havia finalmente encontrado alguém com que eu me importava.
Eu finalmente havia encontrado a voz dos meus pesadelos, e tudo que eu podia dizer que o dono era muito mas do que eu esperava, eu estava completamente e irrevogavelmente apaixonada por Edward Cullen.