Avisei Evelyn que Ryan me levaria em casa, depois de um “passeio”. Ela não tentou me dissuadir, somente me mandou ter cuidado. A cara da Eve, claro.

No carro, sua mão não parava de acariciar minha perna, subindo com cuidado a barra do vestido. Sua casa era maravilhosamente perto da boate e nós chegamos antes que mais alguma coisa acontecesse no carro. Ele abriu a porta do carro pra mim e, quando fui descer, tropecei, caindo em seus braços.

-Parece que a tequila não melhorou em nada o seu equilíbrio precário!- Ele ria, enquanto me içava como se eu fosse uma pena, me levando pelo lance de escadas que conduzia ao seu quarto. Era amplo, com enormes janelas, e decorado com a simplicidade necessária para um universitário morando sozinho.

Ele me colocou com delicadeza sobre a cama, acendendo o abajur enquanto chutava os sapatos para um canto. Eu deveria estar nervosa, ou com medo, ou com qualquer outro tipo de receio, mas eu só consegui pensar que se havia alguma pessoa no mundo para a qual eu gostaria de me entregar, depois do idiota do Justin, essa pessoa era o Ryan. Ele sempre me afetara de um modo que eu não conseguia definir e, nesse momento, o que eu mais queria era seu corpo colado ao meu.

Ele se ajoelhou aos meus pés, tirando minhas sandálias e subindo as mãos pela minha perna, deixando arrepios onde tocava. Seu corpo se inclinou sobre o meu, me fazendo deitar na cama, enquanto ele distribuía beijos pelo meu pescoço. Minhas mãos tentavam abrir os botões de sua camisa, mas ele pareciam colados. Ou talvez eu realmente estivesse um pouco bêbada. Ele me ajudou, tirando a camisa e em seguida, puxando o zíper do meu vestido, o fazendo passar pela minha cabeça.

Ele parou durante alguns segundos para observar meu corpo, coberto apenas por uma lingerie preta, me deixando envergonhada. Exibir meu corpo nunca foi uma das minhas preferências, então logo inverti nossas posições, tirando seus sapatos e desabotoando seu jeans. Através de sua cueca boxer, eu podia ver o quanto ele estava excitado e isso me deixava ao mesmo tempo envergonhada e orgulhosa, afinal ele estava daquele jeito por minha causa.

Não me dando tempo de pensar, ele colou nossos corpos, distribuindo beijos e leves mordidas pelo meu pescoço e colo. Sentir seu corpo quente colado ao meu levava embora qualquer vestígio da minha concentração.

Ryan me deitou na cama, se ajoelhando no chão enquanto seus lábios tocavam toda a extensão das minhas pernas, subindo pela minha coxa, passando pela minha barriga. Ele abaixou as alças do meu sutiã delicadamente e o ajudei a retirá-lo. Seus beijos se espalharam pelos meus seios, junto de pequenas mordidas que me faziam delirar. Fechei meus olhos com força, enquanto ele puxava minha calcinha pelas laterais, descendo-a pelas minhas pernas e jogando num canto. Sua barba por fazer roçava pelas minhas coxas, enquanto sua boa percorria o caminho até meu sexo, me fazendo ter sensações inimagináveis.

Eu já estava ofegante, necessitava de Ryan dentro de mim, de nossos corpos colados, em comunhão total. Ele pareceu adivinhar, e subiu seu rosto ao nível do meu. Quando sua barba roçou pelo meu pescoço, eu abri os olhos. Ele sussurrou ao meu ouvido:

-Você tem certeza disso? – Em seus olhos havia mais que desejo, haviacarinho. Acenei positivamente, com certeza redobrada, e fechei novamente os olhos. Bem mais do que ver, eu queria sentir aquele momento.

Ouvi o barulho de plástico se rasgando quando ele pegou uma camisinha, e logo seu corpo nu fazia pressão sobre mim. Não me permiti ficar nervosa, eu só estava me divertindo ao lado de alguém que me queria bem e a qual eu também queria muito. Ele foi muito delicado, e logo eu pude sentir dentro de mim. Ele começou a se mover lentamente, com movimentos lancinantes. Ele estava me enlouquecendo aos poucos, me torturando delicadamente.

-Por favor, olhe para mim... - Seus olhos eram duas esmeraldas sem fim, onde eu me perdi.

Seus movimentos aceleravam gradativamente, junto com sua respiração. Mais do que senti-lo se movendo dentro de mim, eu podia sentir seu coração batendo na mesma velocidade que o meu, como se fôssemos um só.

Ouvi seus gemidos se misturando aos meus, quando nós atingimos o paraíso juntos. Pode parecer um exagero, mas nenhuma outra palavra definiria melhor o que eu estava sentindo. Ele era o meu pedaço do paraíso naquele instante e isso era tudo que me importava.

-Você vai se lembrar de mim amanhã, Alicia? –Ryan me perguntou alguns minutos depois, acariciando meus cabelos, que estavam espalhados sobre o seu peito. Sua voz era calma, quase um sussurro, mas parecia esconder uma espécie de ansiedade.

-Eu jamais poderia esquecer. –E era isso o que eu desejava, mas depois de tantas doses de tequila, quem poderia prever o modo como a minha memória se comportaria pela manhã...