Fonte de Poderes escrita por Sereny Kyle


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

olá a tds q estão aqui hj!!!
eu inventei uma nova personagem pra Brigada SOS e adorei ela... então, ñ fiquem bravos comigo certo?? *sorri*
domo arigato a tds q lerem! amo vcs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/32458/chapter/1

Era mais um dia frio de inverno e, por isso, eu tinha mais um motivo para me refugiar na sala da Brigada SOS: o aquecedor que mantinha o frio fora daquela sala e o quente chá perfumado e doce de Asahina Mikuru que desgelava todo o meu interior.


            Depois de meu incidente em um mundo paralelo, eu passei a agradecer pelos momentos que eu podia aproveitar a silenciosa companhia de Yuki, a meiga presença de Asahina-san, todas as partidas com Koizumi e até as invencionices sem propósito de Haruhi.


            Koizumi e eu aproveitávamos o lucro de nossa batalha contra a sociedade dos computadores jogando um contra o outro “O dia de Sagitário III”, que ele me ganhava por uma diferença duvidosa quando aconteceu...


            - Bom dia, pessoal! – eu simplesmente odiava quando Haruhi entrava na sala da Brigada assim tão estrondosamente. Sempre significava problemas. – E quero que dêem as boas vindas à finalmente quarta integrante da Brigada SOS! Essa é...


            - Ayana Nyara! Muito prazer! – ela fez uma profunda reverência com um sorriso perturbadoramente parecido com o de Koizumi


            Era uma garota bonita, de cabelos muito preto e não muito longo, pele muito branca, mas com as bochechas muito rosadas. Ela usava um grosso casaco e parecia com muito frio. Quando seus olhos encontraram os meus, tive a estranha sensação de que já tínhamos nos visto antes. Mas eu com certeza lembraria de uma garota linda com olhos roxos. Nenhum dos membros que Haruhi escolhera era de origem humana autentica. Isso significaria que ela também na era? Então, o que ela era? Mas se ela fosse humana como eu? Como ela encararia toda a verdade sobre aquela Brigada?


            Koizumi foi buscar uma cadeira para que ela se acomodasse, ela ficou sentada até ir embora. Por causa do aquecedor, ela pôde tirar o casaco e, sobre a blusa, eu vi que ela usava um estranho pingente em forma de livro. Asahina-san sentou-se próxima à Ayana e as duas tomaram chá e conversaram como velhas amigas.


            Eu prestei atenção à reação dos três para ter uma pista sobre a verdadeira identidade de Ayana Nyara, mas, ao contrário de Mikuru, Yuki não interagiu com a nova integrante e Koizumi, apesar de concentrado e vitorioso em nosso jogo, olhava-a discretamente curioso ou intrigado, eu não saberia dizer qual. Haruhi simplesmente sentou-se em sua cadeira sem dizer nada e só se levantou para ir embora, bagunçando meu cabelo ao passar por trás de mim.


            Ao contrário dos outros três, ela não deu nenhuma explicação sobre seus interesses com a entrada de Ayana-san e, por mais que eu me esforçasse, não me lembrava de ouvi-la comentar que procurava mais membros para nossa Brigada.


            Eu esperei Koizumi e fomos embora juntos, eu com uma crescente esperança de que ele me esclarecesse tudo com suas explicações.


            - E então? – eu lhe perguntei.


            - Então? – ele disse, se voltando pra mim mais uma vez com aquele sorriso que me irritava.


            - Quem é ela? – eu perguntei, sem encará-lo.


            - Eu não sei – ele não parecia tão surpreso quanto eu em existir uma coisa que ele não soubesse.


            - Então ela não está aqui por causa de Haruhi?


            - Talvez não.


            - Então por que ela? – Koizumi parecia se divertir com minhas preocupações e isso me enojava. – Você não tem nenhuma teoria? Nenhuma informação? Você é ou não é um esper?


            - Quais são as suas teorias? – ele continuava a sorrir como se estivesse se divertindo, me deixando mais furioso.


            - Eu não tenho teorias! Sou o humano sem graça, lembra? Você que sempre tem as respostas. A única coisa de que me lembro é de ter ouvido Haruhi falando alguma coisa sobre bruxas e isso não faz nenhum sentido.


            - É, não faz.


            - E por que ficou olhando-a o tempo todo se ela não é uma de vocês?


            - Ela é encantadora, não é?


            - Você só faz isso pra me irritar, não faz?


            Se Koizumi não sabia de nada, talvez não houvesse nada a se saber. No dia seguinte, voltei à escola mais tranquilo. Mas, no intervalo do almoço, eu me dirigi à sala da Brigada SOS como que atraído por uma força desconhecida e encontrei Ayana sozinha lá, me esperando.


            - Que bom te encontrar – ela disse com um sorriso, sua voz baixa e melodiosa, tranqüilizadora como soou na primeira vez. – Podemos conversar?


            Cruzei os braços e encarei-a.


            - É alguma coisa sobre Suzumiya? – perguntei entediado.


            - É alguma coisa sobre Suzumiya-san! – ela sorriu amigavelmente.


            - O que você é? – perguntei e ela deu um novo sorriso como os de Koizumi. A única diferença era que nela esse sorriso não me irritava.


            - Então você já sabe de tudo? Isso torna muito mais fácil!


            - Onde está Nagato? – perguntei preocupado, notando pela primeira vez a ausência dela...


            - Eu pedi a ela que nos deixasse conversar. Ela já sabia sobre mim, é claro...


            Por que não perguntei à Yuki? E ela permitir que ficássemos sozinhos dizia que eu não devia me preocupar? Ou Ayana justificaria meus temores me atacando como Asakura?


            - Você ainda não me disse o que é...


            - Eu sou uma bruxa – eu dei dois passos pra trás e ela sorriu. – Mas não precisa se preocupar, eu não sou uma das más!


            - Você quer que eu acredite que é uma bruxa?


            - Isso! – ela disse simplesmente como se não fosse algo extraordinariamente absurdo.


            - Pode me provar? – provoquei.


            - O que quer que eu faça? – ela cruzou os braços, mas não pareceu ofendida com minha provocação. Eu peguei um pouco de chá.


            - Pode congelar o chá? – sem desviar os olhos dos meus ou fechar seu belo sorriso tranqüilizador, ela fez um movimento com a mão e o chá congelou em minha xícara. – Pode fazer alguma coisa levitar? – ainda com os olhos fixos nos meus, ela fez outro movimento com a mão e tudo na sala ficou suspenso no ar.


            - Está satisfeito? – ela riu, provavelmente da minha expressão de espanto olhando tudo a minha volta voando e retornando lentamente ao seu devido lugar.


            - Qual o interesse de uma bruxa em Haruhi? – perguntei ainda pasmo, me sentando em uma cadeira que há poucos segundos voava por cima de minha cabeça e passando a mão pelos cabelos.


            - Além de ajudá-los a impedir o fim do mundo palas mãos dela? – ela parecia se divertir com minha surpresa. – Ela é a fonte perene dos meus poderes.


            - O que isso quer dizer? – perguntei confuso.


            - Quer dizer que – ela sentou-se diante de mim e brincou de desenhar formas imaginárias no tampo da mesa com a ponta dos dedos finos que tinham as unhas pintadas de preto – cada suspiro, cada desabrochar, cada ser vivo e cada amanhecer, o sol, a lua, a chuva, o vento... O que somos, o que seremos, pra onde vamos e de onde viemos.. Tudo vem dela! Meus poderes e tudo o que eu posso fazer só é possível pela vontade dela!


            Eu não tinha percebido como os olhos dela eram profundos e penetrantes até me concentrar neles. Eram de um roxo escuro como casca de jabuticaba e pareciam conseguir ler meus pensamentos.         


            - E você já sabia que encontraria Koizumi, Nagato e Asahina-san?


            - Sabia.


            - Mas eles não sabiam que você viria?


            - Provavelmente não... – ela riu.


            - Você também pode viajar no tempo?


            - Não... Ou eu seria uma viajante do tempo...


            - Você pode... Ler pensamentos?


            - Sim e não...


             - Explique...


            - Posso ler pensamentos de mentes fracas... Mentes desatentas... Não posso ler a mente daqueles que protegem seus pensamentos...


            - Pode adivinhar o futuro?


            - Posso! Se eu tiver uma bola de cristal! – ela riu.


            - Então... Você é mesmo uma bruxa? – ela assentiu. – Com varinha... Caldeirão... Vassoura...?


            - Varinha eu tenho... Mas é um utensílio dispensável na maioria das vezes. Caldeirões – ela riu – são coisas de contos de fadas. E bruxas não usam vassouras desde o séc. XIX depois do problema que tivemos...


            Ergui a sobrancelhas.


            - E no que vocês andam?


            - Em carros, são muito mais confortáveis... – ela riu novamente e eu me senti bobo.


            - Carros voadores? – perguntei impressionado.


            - É claro que não! – seu riso me fez me sentir ainda mais bobo. – Já imaginou o problema que seria se vissem um carro voador? Ou se ele cruzasse com um avião? Não, andamos com eles no chão, como simples mortais...


            - Mortais? Quer dizer eu você não...


            - Foi só um modo de dizer... Você é bem curioso, não, escolhido de Suzumiya-san?


            Fechei a cara.


            - Não gosto de ser chamado assim...


            - Por que não? – ela não pareceu se dobrar ao me mau humor, continuando a sorrir lindamente enquanto me encarava com aqueles grandes olhos perturbadores.


            - Porque já me trouxe muitos problemas.


            - Ah, entendo! Ser o único que ela pouparia deve ser mesmo horrível! – ela zombou.


            - Você não entende... Como sabe disso? – perguntei, assustado.


            - Eu sou uma bruxa!


            - Essa vai ser sua justificativa pra tudo?


            - Não. Só não se surpreenda se eu souber muito mais que isso!


            - O que quer dizer?


            - Quero dizer que tenho uma enorme lista de tarefas a cumprir aqui! Ajudá-los a controlar os ânimos de Suzumiya-san, analisar todas as correntes energéticas que ela ibera para alimentar meus poderes e auxiliar Nagato e Itsuki-kun a fazê-lo entender tudo é só o topo da minha lista!


            - E o que mais você tem que fazer?


            - “Salvar o mundo enquanto o encho com alegria”! – ela declamou sorridente.


            Eu a olhei sério. Isso só podia ser brincadeira.


            - Suzumiya-san é uma garota, às vezes é preciso mais do que um esper, uma viajante do tempo e uma alienígena para controlar isso.


            Fiquei em silêncio um tempo, sem entender direito o que ela tinha dito. Vi Ayana brincando distraída com o pingente em forma de livro que tinha em seu colar, enquanto olhava a sala da Brigada admirada.


            - E o que é esse seu pingente? – perguntei curioso.


            - Meu livro de encantamentos – ela explicou, ainda sem olhar pra mim, despertando de seus devaneios. – Trago sempre comigo porque seria muito perigoso se caísse em mãos erradas!


            - E que tipo de encantamentos ele tem?


            - Todo o tipo de encantamento! Mas nem todos eles eu posso usar! No tempo certo vou mostrar a vocês – ela sacudiu o cabelo e sorriu. – Até lá, tenho que me adaptar a Brigada SOS! Vocês fazem atividades de campo?


            - Mais ou menos... – disse retomando o mau humor com as lembranças que me vieram de nossas “atividades de campo” que Haruhi inventava...


            - Que legal!


            - Não pareça tão animada...


            - Ah! – ela riu mais uma vez e seu riso tinha o estranho poder de quebrar meu mau humor. – Entendo porque ela gosta de você!


            Sacudi a cabeça, contrariado.


            Só tornei a vê-la depois que as aulas terminaram, quando retornei à sala da Brigada SOS.


            “Seis membros de um só grupo e eu sou o único normal por aqui...”


            Por mais que Ayana tenha dito que teria de se adaptar à Brigada SOS, ela se enturmou particularmente rápido. Quando eu entrei, ela estava conversando e tomando chá com Asahina-san e Haruhi; Nagato, como sempre, estava em seu canto, lendo e Koizumi aparentemente escolhia um jogo para nos entreter naquela tarde, muito interessado na conversa das garotas, rindo mais do que o normal.


            Quando chegou a hora de irmos embora, corri para alcançar Ayana-san.


            - Você não fez nenhum feitiço de amor, fez? – perguntei, rindo.


            - Feitiços de amor são proibidos pelo código de regras das bruxas e não devem ser feitos em circunstância alguma! – ela se virou pra me encarar, enquanto andávamos pra fora da escola, mas não pareceu brava com o que eu dissera. Parecia divertir-se ao me explicar.


            - Código de regras? – perguntei confuso.


            - São feitiços que não devemos usar! Nossos poderes são dádivas e nós lutamos por um mundo espiritual de equilíbrio e igualdade. Por isso não seria justo que nós pudéssemos fazer com que quem quiséssemos se apaixonasse. Por que perguntou se eu tinha feito um feitiço desse gênero?


            - Talvez porque eu não entenda nada sobre o assunto!


            - Admitir é o primeiro passo! Mas estou aqui pra isso!


            - Seu humor me lembra muito o do Koizumi...


            - Hum... – ela corou.


            - Será que esse seu sorriso sem graça que me dizer algo? – ri.


            - Algo do tipo? – ela perguntou ainda corada, mas muito sorridente.


            - Quem sabe a bruxa da Brigada SOS não esteja se apaixonando pelo esper?


            - Eu acabei de entrar para a Brigada... Temos muito tempo... – ela não e convenceu, mas não tive tempo de questioná-la.


            Ela saiu andando na minha frente e eu vi o pôr-do-sol contornando-a ao som de seus passos, suas botas pretas de cano longo, contrastantes com o uniforme, batucando no chão num som que somente uma bruxa conseguiria fazer. Um som alegre de quem veio pra ficar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!