♫ Not Your Birthday - All Star Weekend ♫

Se vocês estão pensando que eu simplesmente beijei o Ricky ontem, vocês estão mesmo enganadas. Foi a pior coisa que poderia ter acontecido.

Primeiro: por causa de seus ombros largos e com músculos, eu quase morri quando ele caiu em cima de mim. Pois ele era pesado.

Segundo: Eu achava que estava todo mundo dormindo, só que eu me enganei. Pois segundos depois que o Ricky caiu em cima de mim, o organizador – que se chama Marcus Oron – nos pegou e como vocês podem adivinhar, levamos mais um bronca.

Flash back On

-Sai de cima de mim Ricky! Ta me esmagando aqui!

-Ah! Nem vem me chamar de gordo!

-Não é isso, é que...

-Mas o que está acontecendo aqui? – berrou o Sr. Oron. Ele usava um roupão branco, e por baixo, havia m pijama de frio. Na cor verde, se não me engano.

Ricky se levantou em segundos, e estendeu a mão pra mim. Mas recusei.

-Posso fazer isso sozinha. – disse ríspida.

Ele balançou os ombros e nós dois seguimos o Sr. Oron novamente até a sua sala.

Na primeira vez que eu entrara ali, não tinha reparado muito bem. Mas a sala não era lá grande coisa.

Havia a cabeça de um alce pendurada na parede de cor verde. Havia também algumas estantes de livros e uma lareira, onde na frente, tinha uma cadeira de balanço.

-Muito bem, qual será a desculpa? – Sr. Oron rosnou, sentando na sua cadeira.

-Foi um acidente – disse calmamente. E olhei para o Ricky, sorrindo. – Ele começou a correr atrás de mim com uma vassoura! – berrei.

-Ela estava me provocando!

-A culpa era sua de nós estarmos ali.

-Ah! Garota, eu poderia ter te acertado com aquela vassoura!

-Chega!- disse o Sr. Oron cheio de raiva – eu estava dormindo, quando ouvi alguma coisa vinda das árvores. Então me levantei e não acreditei quando vi vocês dois. Um em cima do outro! Mas isso é um absurdo! – a raiva e as olheiras brilhavam nos seus olhos. – Já é a segunda vez só hoje. Caso houver uma terceira... Nem imaginem o que eu vou fazer com você!

-Contando que o senhor não me coloque junto com ela, fico felizmente agra... – disse Ricky, mas foi interrompido pelo nervoso Oron.

-Eu disse chega! Quero os dois, cada um pro seu dormitório. Amanhã, vocês dois vão acordar mais cedo que os outros para terminarem de arrumar o refeitório. Entendidos? E caso eu souber de mais alguma bagunça envolvendo vocês dois, podem se preparar. Pois estarão encrencados!

Flash back Off.

Pois é, foi isso o que aconteceu. E agora, eu estou aqui, limpando e esfregando o chão de um refeitório imundo. Enquanto o Ricky pega o lixo.

Nossa! Agora que me lembrei! Tenho que verificar as coisas para o meu grande plano!

-Ei, mandão! Tem problema se eu for ao o chalé para ver uma coisa? – deixa eu avisar ele, né? Vai que ele me deda pro Sr. Oron.

-Tudo bem, mas que coisa é essa que você tem que ver?

-Não é da sua conta! Quer dizer, é coisa pessoal. Coisa minha, sabe...

-Ata! De boa, não vou te dedurar. Só não demora!

Assenti, e logo depois larguei o esfregão e corri pro chalé feminino. As meninas ainda estavam dormindo. Por isso entrei com o mais silêncio possível.

A mochila que estava com os objetos que eu iria utilizar, estava no fundo da minha mala. Sem demorar, peguei logo um papel que estava sobre as minhas roupas na mala. Era a lista de tudo que eu iria precisar. Antes de ler, dei uma olhada no meu relógio: Eu tinha exatamente dez minutos para verificar tudo e mais dez minutos para voltar ao refeitório antes do inspetor me pegar.

Enquanto lia, ia conferindo e confirmando com as coisas de dentro da bolsa.

• Lista Especial •  

*Tinta.                     *Tesoura.   

*Balde.                    *Penas.   

*Corda.                   *Folhas.

Não é muita coisa, mas não importa. Isso já basta.

- Meu Deus! Cinco minutos. Preciso correr. – murmurei para mim mesma.

Guardei as coisas rapidamente dentro da bolsa. E depois enfiei a bolsa no fundo da mala e desci correndo. Mas assim que cheguei na porta, ouvi alguém querendo abri-la.

Desesperada, o único lugar que eu consegui encontrar foi atrás de um armário que ficava bem do lado da porta. Me escondi lá e esperei.

Quando o inspetor entrou, chacoalhou um sino que tinha na sua mão. Fazendo muitas das meninas pularem da cama.

Foi rápido, mas ai ele começou a andar até uma garota que ainda não havia acordado. Aproveitei a chance e saí correndo porta afora. Mas ouvi alguém do quarto gritar “Ei, tem uma fugindo ali.” Claro que, a voz era familiar. Verônica. Argh! Que raiva que tenho dessa garota! Mas agora não posso explicar, tenho que correr e correr.

-Isso não pode ficar pior! – disse arfando enquanto corria e ouvia o inspetor “Espere, vire-se para eu poder ver seu rosto. Argh!”

Pois é, quando você diz que não pode ficar pior, acontece algo pior do que o que estava acontecendo com você.

Foi o que aconteceu comigo. Como na noite passada, eu olhei para trás e vi o inspetor caído no chão abraçando um dos joelhos e gritando de dor. Mas quando voltei a olhar para frente, havia uma poça de lama bem ali. Isso aí. Eu caí na lama, e fiquei igual a uma porquinha quando toma banho, ou seja, ela não toma banho com água e sim, com lama. Aplausos para mim!

Sentir a lama nojenta entrar dentro do seu nariz, não é nada gostoso e agradável. Tem o pior cheiro do mundo e ainda deixa tudo melecado. Credo!

Só que eu não poderia parar. Então, voltei a correr quando percebi que o inspetor já tinha melhorado. Só que outra coisa pior aconteceu.

Enquanto eu corria pelo meio das árvores até o refeitório, alguém escondido, sem planejar me puxou ao mesmo tempo em que tapava minha boca. Me impedindo de gritar.

[...]

Eu não havia conseguido ver a cara de quem tinha me puxado para aquele canto. Mas eu queria agradecer, porque assim que me puxaram, o inspetor passou correndo e mancando. A sorte foi que ele não me viu. Quando a pessoa tirou a mão da minha cara, eu me virei, mas ela já tinha sumido.

Depois do acidente, eu voltei para o refeitório. Onde assim que pisei, Ricky começou a rir – na verdade, gargalhar que nem um louco – assim que me viu. Mas não se recusou a pegar uma toalha úmida quando eu pedi.

-Mas o que foi que aconteceu? – ele perguntou. Ainda segurando o riso.

-Caí numa poça de lama, tá tão difícil de ver? – zombei, e ele não aguentou e voltou a rir. – Qual é? Eu estava fugindo do inspetor, que quase me pegou.

-Tudo bem, mas então como é que você conseguiu escapar dele? – ele disse depois de ter se recuperado do ataque de risos.

-Não sei direito. Mas alguém me puxou para um canto entre os banheiros que ficam ali fora, e quando me soltou, eu me virei e só consegui ver que o corpo era de um garoto. Mas não sei quem é.

-Entendi. Mas agora, vamos voltar a esfregar e limpar isso daqui. Porque daqui a pouco vai lotar de alunos esfomeados.

Nós estávamos sentados no chão. E depois de ele me ajudar a levantar, fiz o possível para parecer que estava normal. Para que o inspetor não me reconhecesse por causa de toda a lama. E então, voltamos a limpar o refeitório.

Enquanto eu limpava, não parava de pensar que aquele garoto poderia ser o Ricky. Claro que não! O que ele mais quer é me ver condenada pelo Sr. Oron. Não pode ser ele. Ou pode?