If I Tell You... escrita por Miranda


Capítulo 7
Capítulo 7




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Curtir momentos em família? Drixy seria parte da família? Ela se sentia um membro da família? Ela vai por tudo a perder?

O primeiro fim de semana de sua vida com uma verdadeira família era algo que a deixava desconfortável! Afinal, pela primeira vez em sua vida ela tinha uma família. Antes ela tinha um pai e uma mãe, mas... Não formavam uma família de verdade. Quando ela se sentou no sofá da sala entre Flávia e Teo, sentiu algo muito diferente, como se alguma coisa que deveria faltar não faltasse mais. Isso a sufocava por dentro. Era algo novo.

No domingo a família resolveu mandar Márcia para casa e encomendaram pizzas. Muitas pizzas.

– São 10 pizzas gigantes.

Pausa. Provavelmente o atendente da Pizzaria falava.

– Isso.

Pausa.

– Vou falar os sabores: mozzarella, calabresa, frango com catupiry, portuguesa, atum, palmito, chocolate, banana com canela, meia carne seca meia chocolate, meia strogonoff meia brigadeiro. (essas duas últimas eram exclusivas para Flávia, desejo de grávida)

Após Flávia falar com o deliverly da Pizzaria, ela desliga e se senta no sofá.

– Você acha que 10 pizzas dá Drixy? - pergunta Flávia

– Acho que dá e sobra! - respondeu.

– É porque você é magrinha e come pouco, os homens da casa vão achar pouco. - disse Flávia.

Drixy riu.

– Aliás, cadê eles? Já deveriam chegar da locadora.

Teo e Andrew tinham ido buscar DVDs na locadora. Um tempo depois voltam com Férias em família e Os Simpsons - o filme. Filmes perfeitos para um fim de semana. Primeiro assistiram Férias em família, comendo pizza. Assim que esse filme acabou, Drixy disse que estava cansada e que iria se deitar. Na verdade, não era confortável pra ela ficar no meio deles agindo naturalmente. Subiu para seu quarto e sentou-se de pernas esticadas na janela, ficou observando a rua do condomínio. Viu Edgar sentado no meio fio de cabeça baixa. Ela teve vontade de descer e ver como ele estava, mas pensou melhor e decidiu deixar ele lá sozinho, vai que ele confunda as coisas e a beije? Ela ficaria surpresa. Ficou apenas o observando. Vendo como os fios de cabelo dele balançavam com o vento, era como se eles estivessem bailando. Ficou uns minutos o olhando e depois se jogou na cama. Olhou para o teto. Pensou no Orfanato. Lembrou-se do dia que entrou lá. Parou de pensar. Sentou-se. Fitou o notebook que estava na escrivaninha. Ela ainda não o usara. Decidiu que já estava na hora de aprender. Foi até o pé da escada e gritou:

– Teo, pode me ajudar aqui?

– Tô subindo - ele gritou, resmungando.

Tava na cara que ele não queria ajudá-la, mas provavelmente os pais o obrigaram. Ele foi até o quarto de Drixy e a viu sentada na cadeira branca que ficava em frente a escrivaninha.

– Que é? - ele perguntou.

– Pode me ajudar a mexer no notebook? - perguntou sem jeito.

– Você não sabe?

– Não né, lá no Orfanato não tinha isso.

– Ok, mais uma coisa que você não deve contar a ninguém. - disse ironicamente.

– Vai me ajudar ou não?

– Vou. Esse botão aqui é onde você liga.

Drixy apertou o botão e o visor do notebook se ascendeu.

– Pronto agora você sabe ligar. Tá, naquele cantinho ali tem uma torre né? Aquilo quer dizer que a rede Wi-fi tá ligada. Provavelmente você não sabe o que é isso.

– Hey, é pra ajudar e não me perturbar!

– Tá bom, clica em Configurações de Rede Wi-fi. E depois em Procurar. Clica nessa Rede aí, a Hint.Link. É a rede daqui de casa.

Drixy seguia as ordens do Teo e em 5 minutos ela já estava com acesso à internet.

– Agora você precisa criar um e-mail e Facebook.

– Por quê?

– Você quer ter amigos na escola?

– Não sei.

– Se você não quiser se tornar um fracassado como eu, você tem que ter essas redes sociais.

– E se eu quiser ser uma fracassada?

– Você não pode ser nerd Drixy!

– Por quê?

– Porque você é bonita e tem que ser popular!

– Acho que entendi você quer que eu seja popular só pra andar com você e te tornar popular né?

– Claro! Tô cansado de apanhar do Sebastian.

– Tudo bem, por você eu me torno popular, mas não vou ser aquelas Patricinhas de Beverly Hills.

– Já é o suficiente, agora rala dessa cadeira que eu vou criar um e-mail e um perfil no Face pra você.

Em poucos minutos Drixy tinha um perfil no Facebook e tinha adicionado quase a escola inteira. Ela mexeu um pouco na internet e depois foi dormir. No dia seguinte ela teria aula. Mais um dia diferente na vida dela. E assim ele pousou a cabeça sobre o travesseiro e em sua cabeça muitas coisas se passaram. Ela se questionava se já fazia parte da família e até quando ela ficaria ali. Já presenciou no orfanato muitas meninas sendo devolvidas. Pensava se isso iria acontecer com ela. Drixy não sabia, mas ela estava com medo do “Fantasma da Devolução”, e é normal que isso aconteça com a maioria dos órfãos, afinal eles já foram abandonados uma vez por sua família de sangue, imagina o que uma família adotiva poderia fazer com ela? E naquela noite, mesmo ela não assumindo para si mesma, ela sentiu medo. Medo de perder de novo uma família. Resolveu, então, não se apegar a ninguém, pois se dali a um tempo ela os perdesse, não sentiria um impacto.

“Não se apegar, não se deixar levar pelos sentimentos.” – Drixy repetia isso para si mesma várias vezes até pegar no sono.


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Notas finais do capítulo

Deixa um review aí embaixo e me faça feliz ;)
Sua opinião é muito importante!
Beijos da:
Yasmin :B



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