Orfanato de irmãs. Canadá. 15 horas. Neve (pra variar). Bastante frio, pois é inverno.

A história é sobre uma menina de 15 anos de idade que mora num orfanato de irmãs desde seus 10 anos. Seu é Dena, mas é melhor chamá-la de Denn. Enfim, o orfanato é um lugar bem legal de se morar, exceto se você tem 15 anos.

A Instituição é dividida em prédios, na ordem:

Prédio 1 - onde ficam os recém nascidos e bebês de até 4 anos.

Prédio 2 - onde ficam as crianças de 5 até 9 anos.

Prédio 3 - onde ficam os pré-adolescentes de 10 até 15 anos.

Prédio 4 - onde ficam as adolescentes a partir de 16 anos, estudando para trabalharem por lá mesmo.

Ao completar 16 anos, não há possibilidade de ser adotada, tendo que trabalhar lá, digamos... eternamente.

É possível imaginar a loucura do prédio 3. Quando alguém decide adotar uma menina já grandinha, as órfãs lutam com garras e dentes.

Quarta-feira, um dia comum, frio com neve, o de costume no Canadá. Uma menina de cabelo loiro trançado estava na janela, observando as famílias felizes que passavam nos carros. Até que ela começa a pular e gritar para as outras:

– Gente! Gente! Tem um casal entrando aqui no prédio!

Depois de poucos segundos que ela disse essa frase, todas se arrumam, penteiam, maquiam e se organizam. E Denn? Sentada em sua cama pintando as unhas do pé com esmalte preto, nem aí pro que estava acontecendo.

A porta abre.

A irmã Lant entra com o casal e diz:

– Meninas, esses são o Sr. e Sra. Hint. Vieram dar uma olhada em vocês, se comportem. - encostou a porta e cochichou algo para o casal que em seguida riu.

A mulher é branca, cabelos cor de mel, olhos castanhos claros, bem baixa e magra. Aparenta ter uns 20 e poucos anos. Exageradamente agasalhada.

O homem também branco (coisa mais que comum aqui no Canadá), cabelo baixo e preto, assim como os olhos, alto e magro. Aparenta ter uns 2 ou 3 anos a mais que ela. E só estava com um casaco.

Eles começaram a cumprimentar as meninas e Denn continuava a fazer a mesma coisa: pintar as unhas. A mulher foi até ela e disse:

– Oi. Posso me sentar? - com um largo sorriso no rosto.

– Senta... - ela respondeu com indiferença.

– Qual o seu nome? - a mulher perguntou.

– Denn. - ela respondeu friamente, concentrando-se nas unhas.

– Eu digo o seu nome de verdade, esse é um apelido né? - a mulher falou com delicadeza.

– Por que quer saber? É do FBI? E seu nome também não é "Sra. Hint"... - Denndisse agora a encarando.

A mulher deu uma risadinha e continuou:

– O meu nome é Kris- foi interrompida pela garota.

– Não me interessa, vou esquecer de vocês daqui a meia hora quando saírem com uma loirinha que saiba falar o alfabeto polonês.

A mulher se assustou com a resposta da garota e ao mesmo tempo se sentiu emocionada, pensando como era difícil para a adolescente. Se levantou e foi conversar com o marido e depois com a Irmã Lant. Denn certificava se as unhas estavam secas, e com o frio, já estavam. O aquecedor do orfanato não adiantava quase nada. Poucos minutos depois que a mulher parou de conversar com a órfã ruiva, a irmã comunicou as adolescentes:

– Meninas, o Sr. e Sra. Hint já fizeram a escolha. Denn, faça suas malas e depois vá para a Secretaria.

A jovem órfã levantou a cabeça e olhou para o casal, que acenou para ela. Ela não podia acreditar, ia se livrar de lá. Então a garota que vestia apenas uma blusa de manga comprida preta e um jeans rasgado nos joelhos, colocou seu all star preto e arrumou suas roupas e sapatos, não tinha muita coisa, o que deu apenas uma mala de rodinhas. Enquanto a menina ia puxando a mala disse para as outras que a olhava com inveja:

– Pois é, estou me livrando de vocês, agora tenho uma família, vamos ver até quando. Fiquem aí se descabelando por chamar atenção. Nos encontramos no inferno. - ela disse, abriu a porta do quarto e deu o dedo do meio para as outras.

Depois seguiu para a Secretaria, ao entrar a irmã Lant disse entusiasmada:

– Ela chegou!

O casal, que estava sentado de frente para a irmã olhou para a menina cada um com um sorriso imenso no rosto. Ela deu um sorrisinho amarelo. Eles terminaram de assinar uns papéis e em seguida se despediram da irmã. Denn correu e abraçou forte a Irmã Lant, que se surpreendeu com a atitude da menina. Eles foram para o carro e no caminho para o novo lar, não disseram nada. Eles ansiosos e ela... sem sentir nada.

O carro parou em frente a uma casa colonial de 2 andares, não muito chique nem muito pobre, se situava em um condomínio. Eles desceram do carro e a Sra. Hint disse:

– Bem vinda ao seu novo lar!