Capítulo Único.

“Você vai se apaixonar pelo primeiro que conhecer.” — Beth Orton.

Os cabelos loiros e macios esparramavam-se pela cama em mais uma manhã em Mystic Falls. Os olhos esverdeados abriam-se vagarosamente por conta do despertar que dominava a mulher em questão.

“Sem sentimentos, sem anexos.”

Tais pensamentos atingiriam-lhe no momento em que o topor do sono começava a se afastar.

— Que inferno... — sussurrou de maneira praticamente inaudível, assim que conseguiu enfim coordenar seu cérebro.

A loira sentara-se de imediato na cama, olhando ao seu redor imediatamente, e assim visualizando alguém ao seu lado, ou melhor, Stefan Salvatore ao seu lado.

No mesmo instante seu coração ardera sob seu peito. Ela odiava tanto isso.

— Eu não acredito... — murmurou para si mesma, sacolejando a cabeça em seguida. — Não acredito que fiz isso.

Sem ao menos perceber um sorriso formou-se em seus lábios rosados, fazendo a mulher sentir o coração arder novamente, afinal, em seu intimo sentia que tudo poderia voltar novamente. Tudo.

Ela sabia que havia dito na noite anterior que não existiriam sentimentos naquilo que fariam, seria apenas um sexo totalmente enlouquecedor - de fato o sexo fora enlouquecedor -, porém infelizmente também fora significativo.

— Merda! — Grunhiu, levantando-se de sua cama em seguida, no entanto, ainda com o olhar preso a ele.

Stefan Salvatore, o grande amor da sua vida, em meados do século XX. Se Nik não houvesse o hipnotizado, forçado-o a lhe esquecer, será que ele ainda a amaria? Será que ainda seriam um do outro?

Tudo bem, era outro século, era outra vida. Rebekah Mikaelson era outra mulher, Stefan Salvatore era outro homem, mas mesmo assim a loira não conseguia não pensar nos dois no passado.

Foram embalos de jazz, bebidas, sangue, sexo que os juntaram, os fizeram dois vampiros loucos por um motivo de ainda estarem ali. Naquela época tudo parecia perfeito, parecia que duraria para sempre. Só que não durou.

A mulher respirou fundo e caminhou até o banheiro, indo de encontro ao chuveiro e assim tomando uma ducha gelada, esperando que assim seus pensamentos desviassem de tudo aquilo.

No entanto, por mais que tentasse, Rebekah não conseguia. Seus pensamentos continuavam presos a noite passada, ao século passado. E isso só a deixava cada vez mais quebrada.

Tudo que a original sempre representara fora uma garotinha de coração partido, uma garotinha que havia perdido o amor inúmeras vezes e mesmo assim teimava em procurá-lo em cada esquina se assim fosse preciso. Ela já havia se decepcionado tanto, e não só com o amor, mas com sua família também, especialmente com Nik.

Isso a machucava tanto, isso a fazia desejar não ser só empalhada, mas ser morta.

No mesmo instante os olhos da loira se encheram de lágrimas e ela respirou com dificuldade embaixo daquelas águas.

Todos os dias ela dormia desejando apenas uma coisa: a felicidade. Mas a cada manhã acordada ela se via mais e mais presa ao desespero, a dor.

— Rebekah? — Uma voz pegara-lhe de surpresa, dono de tal voz era Stefan, o vampiro que tanto amara.

A original limpara os olhos imediatamente, apenas virando-se em meio ao chuveiro e observando o Salvatore mais novo vir ao seu encontro, com um sorriso em meio aos lábios.

— Sua ideia é a melhor de todas — Stefan comentou, adentrando as águas, e puxando-a pela cintura. — Sem sentimentos, sem anexos.

Rebekah fingiu um sorriso e levou seus lábios aos do vampiro, atando-se imediatamente nele.

Novamente sentira seu coração arder, mas ela tentou suportar. Afinal, ela sabia, ela sempre seria a garota sem remendos, sem consertos. Ela sempre será a garota sozinha, quebrada.

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