Na manhã seguinte acordei com um barulho, abri os olhos e vi que era Ginn que tinha aparatado no meu quarto. Aff, é tão cedo, porque não me deixam dormir?

- Senhora, me desculpa se a acordei – ela falou baixando a cabeça arrependida.

- Não faz mal, Ginn. O que se passa?

- Chegou esta manhã, uma coruja para a senhora, vinha com esta carta – ela me entregou um envelope.

- Obrigada Ginn.

- Ér… senhora? – ela chamou meia envergonhada.

- Sim?

- Por favor, não conte à senhora sua mãe, ela iria ficar chateada por eu tê-la acordado.

- É claro que eu não conto, Ginn. Afinal já são 11 horas, eu já devia de estar acordada – eu soltei uma pequena gargalhada e Ginn sorriu, desaparatando do meu quarto.

Abri o pequeno envelope, dentro encontrei uma carta escrita com uma elegante caligrafia que eu não conhecia.

“Olá querida Astoria, gostei muito de conhecê-la. Pensei se gostaria de me voltar a ver. Talvez um jantar? Esta noite, às 20:00? Josh Swan”

Eu sorri com a carta na mão. Josh parecia ser um garoto bem simpático e encantador. Draco não gostava dele, o que o tornava ainda mais interessante.

“Porque estou a pensar em Draco? Um garoto lindo e simpático acabou de me chamar para sair” – pensei para mim mesma.

Peguei um pergaminho e uma pena e rapidamente escrevi a resposta.

“É claro que aceito. Onde vamos jantar?”

Tomei um duche e vesti-me. Desci para tomar o café da manhã e aproveitei para pedir a Ginn para enviar uma coruja a Josh com a resposta.

Quando estava a acabar de comer, Ginn chegou à sala com uma carta na mão.

- Acabou de chegar mais uma carta, senhora – ela entregou a carta e voltou para a cozinha.

Abri a carta com curiosidade e voltei a encontrar aquela letra elegante de Josh.

“Surpresa. Esteja pronta às 20:00h”

O meu dia foi normal, passei pelo Beco Diagonal onde comprei um vestido para o jantar, estive a conversar com a Pansy e depois voltei para casa.

Eram 19:30h e eu já estava pronta, usava um vestido preto tomara que caia curto, um pouco acima do joelho que era justo em cima e que depois fica mais largo, usava umas all stars com a bandeira de Inglaterra e o meu cabelo estava solto e liso, tinha colocado uma maquiagem simples, mas bonita.

Peguei uma bolsa preta e desci até à sala onde encontrei Daphne e Theodore.

- Vai sair? – perguntou a minha irmã me olhando.

- Sim, vou sair com um garoto.

- Qual é o nome dele? – perguntou ela numa postura séria.

- Josh – respondi desinteressada deixando-me cair no sofá.

- O sobrenome – ela pediu como se fosse óbvio. Aff, Daphne nunca muda. Para ela só gente da elite bruxa se pode dar. Ela não gosta de seres “inferiores”.

- Josh Swan – disse.

- O Josh? Não sabia que se tinham dado assim tão bem – Theo disse – Ele é boa pessoa, não o corrompa, Asty – ele riu.

- Idiota – revirei os olhos – Até parece, sou um anjo.

- Claro, um anjo negro – nós rimos juntos.

- Astoria – a minha irmã chamou-me num tom reprovador. Não sei porque Daphne não gosta quando eu e Theo começamos a rir e a conversar. – Mamãe não vai gostar disso. Você vai casar com Draco, não pode ficar saindo com outros garotos.

- Já não posso ter amigos? Eu só o conheci ontem, vamos sair, como amigos – afirmei.

- Ok… - Daphne respondeu, não muito convicta.

Ficamos mais uns minutos conversando, quando ouvi um barulho, Josh acabara de aparatar na nossa sala.

- Oi Astoria querida – ele disse sorrindo para mim – Oi Daphne e Theodore.

- Hey Josh, pegando a minha cunhadinha? – ele perguntou rindo.

- Theodore!!! – brigou Daphne.

- Nada disso, só vamos jantar. – ele disse educadamente.

- Já pode me dizer onde vamos? – perguntei.

- Não, só vai saber quando lá chegarmos – ele riu, deu-me a mão e desaparatamos.

Fui invadida pela sensação nada agradável da aparatação, mas segundos depois, encontravamo-nos em Hogsmeade.

- Venha – ele sorriu, me conduzindo, andamos um pouco até um pequeno restaurante, era todo iluminado, tinha poucas pessoas naquela noite, mas parecia um estabelecimento bem agradável.

- Nunca tinha visto este restaurante antes – afirmei.

- Abriu a semana passada, é dos meus tios – ele sorriu – Deve conhecer o meu primo, Blásio Zabine.

- Está brincando? – olhei-o perplexa – Você é primo do Blásio? Namorado da Pansy?

- Sim – ele riu baixo – O mundo é mesmo pequeno né?

- Mesmo – eu sorri e um empregado chegou nos conduzindo até uma mesa.

Pedimos o que queríamos e depois ficamos conversando uns minutos até que ouvi a porta se abrir e alguém entrar. Nem liguei muito, pois estava a adorar conversar com Josh, estávamos a falar de Quadribol, e embora eu nunca tenha sido fã de Quadribol, pela forma que Josh falava, parecia mesmo interessante.

- Não acredito! – ouvi uma voz conhecida e rapidamente virei-me vendo alguém que eu realmente não queria ver.

O que Draco Malfoy faz aqui?

- Meu merlin, só comigo né? – perguntei ironicamente.

Blásio e Draco encontravam-se a umas mesas de distância, Draco olhava para mim e para Josh e nos seus olhos vi algo estranho. Raiva? Ciúmes? Eu não sabia, só sabia que algo dentro de mim pulou de felicidade ao pensar que Draco podia ter ciúmes de mim e de Josh.

- Hey primo – Blásio chegou junto de nós, animado – Hey Astoria, não sabia que vinham jantar aqui. E que tal se jantássemos todos juntos?

- NEM PENSAR! – respondemos eu e Draco ao mesmo tempo e Blásio riu.

- Porquê? Vocês estão tendo um encontro? – Blásio perguntou sorrindo maliciosamente.

- Não, só estamos a jantar.

- Eu não vou jantar com ele – apontei para Draco – É que nem pensar.

- Ótimo, Astoria. Concordamos finalmente em algo – ele sorriu falso.

- Ótimo – eu também sorri falso e Draco e Blásio afastaram-se sentando-se numa mesa sozinhos.

- O que se passa entre vocês dois? – perguntou Josh desconfiado.

- Você não vai querer saber… - afirmei.

- Não, eu quero – ele pegou na minha mão o que no início deixou-me nervosa, mas depois sorri – Os meus pais querem que eu e Draco nos casemos.

- Sério? Porquê?

- Os meus pais são amigos dos pais dele… Sabe como é, acham que seria bom. Eu discordo e eu não vou casar com ele.

- Talvez se você arranjasse um namorado os seus pais mudassem de ideias – ele sugeriu.

- É, talvez. Mas eu não tenho namorado. – falei e o empregado chegou com o nosso pedido.

 Comemos enquanto continuávamos a conversar. Josh era muito interessante, lindo e educado. Era tão fácil estar com ele.

Depois de jantar, Josh insistiu que fossemos à Londres trouxa, ele queria-me levar ao cinema.

Foi algo estranho e diferente. Nunca tinha ido ao cinema, mas foi legal, vimos uma comédia romântica e rimos muito juntos.

Depois do cinema, aparatamos perto da minha casa.

- Está entregue. – ele disse mostrando estar triste pela noite ter acabado.

- Adorei a nossa noite. Quando repetimos? – perguntei animada.

- Quando você quiser – ele disse depositando um beijo na minha bochecha muito perto dos meus lábios.

- Ok, até outro dia – eu disse-me despedindo dele e entrando em casa.

Os meus pais já tinham ido dormir, subi até ao meu quarto e me deitei na cama de braços abertos.

Josh era muito encantador e era tão fácil gostar dele. Mas… faltava-lhe algo e eu não sabia o quê.

Troquei de roupa e me deitei, naquela noite sonhei com Draco e Josh.