Once Upon A Time escrita por Mills


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Então... Esse é o penúltimo capítulo, espero que tenham gostado. Vou postar logo o último também! ♥



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Regina Narrando

Ajoelhei-me ao lado de Ruby e todo o meu lado esquerdo doía. Apertei com mais força a mão contra as costelas. Aos poucos, o barulho aumentava, ele vinha da janela e, com o barulho, a luz entrava junto. Levantei a mão direita na esperança de a magia funcionar e, eu conseguir levantar as cortinas. Isso não ocorreu. O grande salão estremeceu e me senti responsável por Ruby, com grande esforço me coloquei sobre ela e o cômodo começou a girar. Senti-me tonta e fechei os olhos.

Quando eu finalmente pude abrir os olhos, não havia luz alguma, na verdade, estava escuro como a noite. Levantei o olhar e todo o salão estava arrumado. Logo me lembrei daquela arrumação, daquela disposição de móveis. Logo me lembrei daquele dia. Aquele era o dia em que me casaca com o pai de Snow. Maldito seja aquele dia. Que o diabo leve a alma daquele homem, que gerou aquela... destruidora. Passos apressados ecoavam das escadas e meu corpo se arrepiou. Ouvi minha própria voz dizer algo do tipo.

- M-Mas... Mamãe, você não tinha o direito de matar Daniel.

Me lembrei daquele momento e meus olhos se enxeram d'água. O corpo imóvel de Ruby pesava em minhas mãos, mesmo que, eu e minha mãe entrássemos pelo portal, eu teria tempo de me esconder, mas, não conseguiria esconder Ruby junto comigo, ainda mais depois de bater as costelas no móvel, tinha certeza de que havia quebrado uma ou duas. Tentei novamente usar magia e nada aconteceu.

- Regina! Já chega! Eu o matei e pronto! Sei o que é melhor para você! - Lágrimas escorreram de meus olhos por ter de ouvir aquilo novamente. 

- Mas eu o amo! 

- Não! VOCÊ NÃO O AMA! - Ela berrou mais alto dessa vez e, tenho certeza de que, eu chorava. 

Arrastei o corpo de Ruby o mais rápido que eu pude e a joguei atrás de alguma cortina na qual eu me escondi logo depois, os pés de Ruby ficaram para fora e com enorme esforço eu consegui a colocar completamente para dentro. 

- Mãe. Eu não quero me casar com o rei. - As vozes agora já estavam dentro do salão e dei graças a Deus por ter conseguido tudo a tempo. Desabei no chão e milagrosamente minhas costelas melhoraram. 

Minha mãe sussurrou algo.

- O que foi? - Perguntei vários anos atrás e, hoje, eu finalmente havia entendido, ela havia me pedido desculpas e, gostaria que eu melhorasse... Sabe, das costelas... Sorri imaginando se ela veria.

- Você vai sim se casar com o rei. - Foi a última coisa que pude ouvir quando, finalmente o barulho nos tirou de lá e pude secar o meu rosto. Estávamos novamente no início da 'diversão'. Porém, Bella desci as escadas correndo e, quando puxou as portas, viu o inimaginável. Ruby. Morta. Em meus braços. 

- Ruby. - Ela gritou e correu para onde estávamos, tacou-se no chão e deitou sobre o corpo da garota. - Me desculpe. - Ela choramingava. - Eu nunca deveria ter deixado Storybrooke. Me desculpe. - Ela chorava mais do que nunca. - Me desculpe. - Ela não parava de recitar isso e toquei-lhe o ombro. Ela levantou a cabeça  e engoliu o choro. - Regina, o que veio fazer aqui? - Seus olhos já estavam vermelhos e, estava na hora de contar.

- Eu vim para ficar. Eu vim atrás da caixa em que Gold guarda o que pode me manter presa aqui.

- E... Por que... Eu estou aqui? 

- Eu não sei, mas, se Gold te mandou, eu tenho um palpite... - Suspirei antes de continuar. - Espero que eu esteja errada. 

Levantei-me com um pouco de dificuldade e com mágica, tentei limpar o salão. Funcionou. Minhas costelas não doíam tanto agora e, quando me abaixei para pegar o chapéu de Jefferson, instintivamente, levei a mão ao tórax. Bella deitara-se novamente sobre Ruby, agora soluçava. Apoiei a mão em seu ombro e a chamei.

- Está na hora de ir. Vamos. - Apertei-lhe o ombro dessa vez. - Venha, vamos. - Ela se agarrou ao corpo imóvel da garota e balançava a cabeça negativamente. - Vamos Bella. - Me abaixei ao seu lado e a olhei fundo nos olhos vermelhos. - Ruby está morta. O máximo que podemos fazer, é enterrá-la. - Eu disse seriamente para que ela entendesse que eu não tinha intenção de deixá-la naquele castelo dos horrores. - Vamos. - Estiquei a mão para ela, decidi que, não iria pressioná-la. - Por favor. - Bella relutante pegou em minha mão e, juntas, cavamos a sepultura de Ruby. 

Quando o sol se pôs, já tínhamos enterrado a garota. Bella me abraçara novamente e chorara mais em meu ombro.

- Eu te entendo. - Passei a mão por seus cabelos e ela fez que não com a cabeça. Mal sabia ela de Daniel. - Está tudo bem. Você vai sobreviver. - Quanto mais Bella chorava, mais me lembrava Daniel e, mais me lembrava Emma, que eu havia deixado para trás, apenas por vergonha. Apenas por Mary Margaret não gostar de mim. - Está tarde, se vamos chegar á caixa de Gold, a hora é esta. - Queria deixar sua cabeça ocupada. - Preciso que traduza algo para mim. - Sorri conjurando um livro em qualquer outra língua.

Ela estendeu o braço e pegou o livro da minha mão. 

- Diz (...) Diz para ir para o norte atrás da caixa. - Ela fungou e fechou o livro.

- Tem certeza? - Pisquei repetidamente. Uma coisa tão simples.

- A caixa está na velha casa de Gold. - Ela forçou um sorriso. - Você quer chegar lá hoje?

- Já foi transportada antes? - Sorri. Ela fez que não. Ela não sorriu. 

Peguei a mão dela e desejei estar na porta de Gold. Fechei os olhos e quando os abri, a velha casa do velho Gold estava a nossa frente. Soltei a mão de Bella e empurrei com força a porta. Alguns ratos saíram da frente e olhei em volta. No fundo do corredor, havia uma caixa de mais ou menos meio metro de altura e largura, cheguei perto dela e abaixei-me. Percebi que havia um cadeado nela e então percorri os dedos pela tampa e, algo me chamou atenção. Assoprei a poeira da caixa e pude ler com clareza.

"Isto é para aqueles que, por algum motivo, sentem-se sós, para aqueles que, não querem mais viver ou até mesmo sobreviver. Se o que queres é liberdade, abra-te a caixa e fique livre, porém, terás de sacrificar algo que não podes viver sem. Afinal, toda magia tem um preço. Se estás disposto a pagar pelo meu preço, abra o cadeado."

Eu estava certa, Bella seria meu sacrifício. Gold a mandara para lá na esperança de eu me apaixonar por ela. O que não aconteceu. Apenas em uma noite. Puxei o cadeado com força e ele não se mexeu. Meu sacrifício deveria ser Emma... Ou Henry... Levantei-me e suspirei.

- Viemos aqui para nada. - Me virei para Bella.

- O que tem na caixa? - A voz dela ainda era chorosa.

- Liberdade. - Abaixei os olhos e ela andou até mim.

- Eu posso abri-la? 

- Leia o que está na tampa. - Ela se abaixou e leu em silêncio. Reparei que tentou puxar o cadeado e, para minha surpresa funcionou. 

- Seu... Seu sacrifício era... Ruby? - Perguntei envergonhada. Ela assentiu com a cabeça. - Tem certeza? - Ela assentiu novamente. Abri os braços e ela me abraçou.

- Vou sentir sua falta Regina. - Ela sorriu tristemente. 

- Vou sentir sua falta Bella. - Sorri de volta. Ela se afastou e ficou de frente para o baú, abriu a tampa e fechei os olhos. Quando os abri novamente, estava de frente para o poço. O poço de Storybrooke. 

Minha saia lápis preta estava passada e meu sobre tudo estava por cima de uma blusa simples branca. Minha bolsa e meus sapatos de costume vestido em mim. Me senti leve, feliz. Estava de volta à minha liberdade. Ao lado de Emma, de Henry. Sorri. Lembrei-me de Bella. Onde estaria ela agora? Meu sorriso se desfez. Porém, não poderia ficar ali para sempre. Me forcei a andar em direção a minha casa, passando por todos que eu conhecia e que me odiavam. O sol ainda não havia se posto e ao longe, comecei a ver. Comecei a ver Emma, sentada nos degraus da escada, comecei a ver o início da minha vida.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado de mais um capítulo, beijos com gosto de maçã ♥



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