Sereia escrita por Lena


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Estava com essa ideia na cabeça e tive que postar. Enfim, esse casal é lindo e espero que gostem.



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Ela era de uma beleza estonteante, possuía o olhar que hipnotizava e a graciosidade de uma rosa. Essas eram algumas das características de uma sereia e também de Rose Weasley. Porém, como toda sereia, a garota era tão perigosa e persuasiva quanto.

Scorpius Malfoy sabia bem disso, mas não se importava. Nada mudava o fato de que estava preso ao charme da Grifinória ruiva e tampouco queria escapar.

Muito antes de nascer, seu sangue implicava para que odiasse qualquer um que fosse diferente dele, tanto pelas suas características, quanto a casa em Hogwarts, classe social e o sangue. Rose Weasley possuía tudo aquilo que deveriam mantê-los afastados, mas a ideia de passar um minuto longe dela o atormentava desde aquele dia nas férias de verão...

Rose Weasley estava sentada em sua baywindow* escrevendo em uma folha de pergaminho a tese sobre transfiguração que a já muito velha Minerva McGonagall havia passado para as férias. Sem hesitação ela escrevia com agilidade todas as coisas que se lembrava da última aula, o que provavelmente daria centímetros a mais do que a professora McGonagall havia exigido.

Uma movimentação do lado de fora, tirou-a de sua concentração. Como se já não bastasse seu irmão Hugo trazer todos os dias das férias de verão seu primo Albus para sua casa para que ambos treinarem Quadribol, há uma semana os dois convidavam o detestável Scorpius Malfoy. Um ego estrondosamente inflado e um ano inteiro de implicações não era suficiente, ele ainda tinha que fazer de tudo para irritá-la em sua própria casa.

Sonserinos já eram irritantes por si só, excetuando seu primo Albus ― que apesar de amigo do Malfoy, ainda tinha o restinho de dignidade que o forçava a não ser exatamente como ele.

― Hey Rose! ― Albus gritou para a prima, cumprimentando-a.

Rose apenas deu um sorriso fraco para o primo e olhou com desdém para Malfoy, que sorriu com isso. Ele gostava da forma que conseguia fazer ela se irritar, adorava ser o motivo de Rose sair do sério.

Observou a garota retornar a escrever e só voltou a atenção para o jogo quando Hugo quase acertou um balaço em sua cabeça, mas foi rápido o suficiente para desviar com uma careta de descrença para o ruivo.

Quando terminaram de jogar, Hermione anunciou que fizera suco de abóbora e biscoitos da receita da vovó Molly. Não necessitara que ela terminasse de falar para que os esfomeados garotos corressem para a mesa posta. A exceção era a ruiva que não era a maior entusiasta de ver a cara do Malfoy tão cedo, portanto Scorpius foi o primeiro e único a se voluntariar quando Hermione pediu que alguém fosse chamá-la. E todos sabiam que o Malfoy faria qualquer coisa para que ela fosse tirada do sério.

Subiu as escadas agilmente, pulando degraus. Parou em frente a porta da garota, bateu três vezes e esperou. Como não houve resposta, resolveu entrar. O loiro teve o cuidado de olhar para os lados antes de colocar o corpo inteiro para dentro do covil da Weasley. Afinal, ele temia que fosse atacado de algum dos lados à qualquer momento.

Weeasley ― cantarolou baixinho.

― O que você quer aqui? ― a voz vinha de trás dele. Uma Rose com um nariz empinado passava pela porta do próprio quarto, mostrando que não se encontrava no local anteriormente.

― Sua mãe pediu para chamá-la. ― falou óbvio.

Rose sorriu brevemente tentando confundi-lo com um tipo entranho de carisma iminente. Ele recuou alguns passos, estreitando os olhos quando notou que a Weasley avançava em sua direção. Estava preparado até mesmo para um Avada ou um torturante Crucio por simplesmente ter entrado no ‘reino’ da Weasley.

Mas nada disso veio.

― Estou morrendo pra saber o porquê de você estar embaixo do carvalho no penúltimo dia de aula. Parecia estar esperando alguém. ― Rose perguntou, erguendo o rosto em uma tentativa falha de ficar da altura do Malfoy.

― Estava me espionando? ― as sobrancelhas de Scorpius se uniram. Sua expressão era um tanto quanto divertida.

― É claro que não seu tolo. ― respondeu, arrependendo-se no mesmo instante. Toda a confiança que ela esbanjava há alguns segundos se esvaíram de sua postura. Encontrou conforto nos braços que se cruzaram na sequência.

Levou um minuto até que Scorpius entendesse. A expressão indagativa em seu rosto mudou para a compreensão que o atingia. Então, é isso. Pensou ele.

― Rose Weasley... Era você o tempo todo. ― Ele era o mesmo Malfoy de sempre e isso estava estampado em seu sorriso branco.

Rose deixou uma vez uma carta solitária cair de suas vestes na biblioteca. Algo muito pessoal, saído diretamente de seu confiável diário, algo pelo qual ela queimaria se não houvesse perdido. Mas o pergaminho foi encontrado, e exatamente o alvo de todas as suas palavras fora o causador.

O pedaço de pergaminho dizia as coisas que odiava em Scorpius Malfoy e inevitavelmente, o modo como ele a fizera se apaixonar. No entanto, não havia assinaturas nem uma dica de quem poderia odiar/amar Scorpius daquela forma, embora esteja tão na frente do loiro. A curiosidade falou mais alto, e em um pedido em escrito no verso daquele mesmo pergaminho, ele solicitou que a garota o encontrasse embaixo do carvalho no último dia. Entretanto, ninguém apareceu.

Ninguém mais saberia disso. Ninguém mais poderia saber.

Além da própria.

Rose engoliu em seco.

― Por que não me contou? ― Malfoy indagou. Ele não se decidia entre surpresa ou o sorriso que insistia em voltar aos seus lábios.

Rose voltou com um sorriso de escárnio, mas por dentro, algo se agitava descontroladamente.

― Você foi mesmo um tolo de achar que aquilo era sério. ― falou com um ar superior. Estava errado. A ideia nunca foi que ele encontrasse aquele pergaminho, nunca foi encontrá-lo embaixo de um carvalho e também nunca esteve nos planos dizer que era mentira. Porque não era. O modo como ele havia feito uma Weasley intocável se apaixonar era um equívoco.

Por um momento Scorpius a encarou incrédulo, mas ele era um Malfoy afinal.

― Está mentindo ― alegou.

― Está completamente enganado. Agora, saia daqui. ― Rose abriu a porta de seu quarto em um pedido mudo que ele se retirasse. No entanto, ele apenas se moveu na direção da porta para fechá-la com força desnecessária. A ruiva se encolheu com o susto e de repente, ele estava vindo para cima dela encurralando-a na parede.

― Diz que é mentira agora. ― ele pediu com a voz ligeiramente mais baixa e, propositalmente, próximo ao ouvido de Rose Weasley. ― Não seja tão solene.

Ela ousou encará-lo.

― Era tudo mentira. ― respondeu com o olhar ainda preso nos cinzentos do Malfoy. A ideia ‘Sereia’ estava mais presente na mente de Scorpius do que nunca. Tão linda e tão perigosa.

― Que parte? ― indagou, se aproximando sugestivamente.

O silencio que se instalara a seguir não durou mais que dois minutos, o suficiente para a resposta de Rose sair com convicção.

― A parte que eu te odeio completamente. ― respondeu finalmente, e involuntariamente, ele sorriu.

O rosto do loiro se aproximou até ficar na altura do seu.

― Eu amo você, Rose Weasley.

― Em um segundo eu odeio você simplesmente por estar respirando e no outro, eu o amo pelo mesmo motivo. ― falou, por fim. Selando seus lábios um ao outro como deveria ser.

Mesmo estando tão preso a Rose Weasley, a garota que tinha tudo para que eles não pudessem ficar juntos, ele não se importava realmente. Ele queria Rose. Ele a amava. Ele estava preso a ela, e tinha certeza absoluta que não queria se soltar.

A sua ruiva, sua sereia.


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Notas finais do capítulo

Comentem para eu saber o que acharam, sim?
xoxo