Andy Black escrita por RoseDawn


Capítulo 8
O inverno chegou


Notas iniciais do capítulo

Ooooi, eu sei que eu demorei milênios dessa vez, mas eu tive um "bloqueio criativo" e demorou um pouco para escrever essa. Deve estar horrível, por que eu não li (pra mudar alguma coisa ou corrigir palavras) depois de pronta, assim como eu sempre fiz. Estou sem ideias, então me desculpe mesmo se eu demorar muito ok? ok :c whatever, boa leitura :D



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Flocos de neve começavam a cobrir os parapeitos das janelas, o frio aumentava cada vez mais, e os alunos de Hogwarts aproveitavam cada segundo do tempo livre para brincar com a neve no pátio: o inverno chegara. Agora as lareiras eram acesas todas as noites, e cobertores extras eram incluídos ás camas. Andrômeda era apaixonada pelo inverno, e começou a gostar ainda mais.

Enquanto andava pelo corredor, sentia olhares se fixando nela. Talvez fossem os alunos que estavam presentes naquele dia no Três Vassouras. Será que realmente achavam que ela era, de fato, uma comensal? Mesmo com o frio do inverno, levantou as mangas do uniforme, deixando os antebraços nus, a fim de que todos possam ver que realmente não era uma deles, ao contrário de sua irmã, Bellatrix. Ah, Bellatrix, depois daquele dia em Hogsmeade Andy sentia uma faísca de raiva da irmã. Como pôde se juntar a Voldemort? Mas de qualquer modo, não era tão imprevisível. Talvez a menina já tenha pensado nesta hipótese, mas decidira apagá-la de sua mente, mesmo sabendo que isso nunca impediria Bella de fazer o que infelizmente acabou fazendo.  O máximo que Andrômeda podia fazer era ter paciência, porque já estava feito, e nada podia mudar.

Lembrou-se do que Ted havia dito no mesmo dia que descobrira a verdade sobre Bellatrix. Não podia viver sempre pensando no que os outros achariam. Nunca seria feliz. Sentiu um vento frio invadir o corredor cortando seus braços. Se arrepiou, e logo desdobrou a camisa.

Por um segundo, esquecera que dia era aquele. Era dia de correio. Enquanto comia no Salão Principal, assim como todos os outros, ouviu o barulho de asinhas batendo. O barulho foi ficando mais alto, até várias corujas aparecerem voando sobre os alunos, entre elas, uma enorme e cinzenta, que atendia pelo nome Hawthings. Tinha uma cartinha no bico.

Alguns floquinhos de neve caíam no salão após serem levados sem querer pelas tantas corujas. Muitos papéis e coisinhas encaixotadas caíam do céu, e a resposta de Sirius não foi diferente. Hawthings deu meia volta e voou, e Andrômeda sabia que não podia ficar muito. Tinha de voltar para o Largo Grimmauld. A garota logo abriu a carta.

“Andy,

Sim, pegar o buquê não é nada mal, mas espero que saiba que se for se casar, terá que apresentar o cara para mim. Tenho que aprovar seu futuro marido, oras.

Você não tem noção de como fez bem tentando não andar com aqueles seus colegas antigos. Eu, pessoalmente recomendo amizades com grifinórios (eles são os melhores, confie no seu primo)

Obrigada, Andy, agora me sinto muito melhor em relação aos micro-ondas.

De qualquer modo, me mande notícias. Me desculpe se eu demorar a responder, tenho umas “coisas” para resolver.

Abraços do seu primo mais sexy,

Sirius”

Entre sorrisos, guardou a carta no bolso, e continuou a refeição.

Depois de todas as aulas, a menina finalmente teve tempo para sair do castelo. Muitas pessoas aproveitando para fazer bonecos de neve, guerra de bolas de neve e anjos de... bem, neve.

Ela via o horizonte, antes tão cheio de verde e azul, agora tão brancos. Gostava daquilo. Era como se o frio a acalmasse. Seus pensamentos foram interrompidos por alguma coisa muito gelada a atingindo na nuca: uma bola de neve.

Se virou, e viu um garoto alto atrás dela, seu cabelo loiro tampado por uma touca de lã. Ele sorria e levantava as sobrancelhas. Era praticamente um convite.

Não demorou muito para Andy ter uma bola de neve em mãos. Ted correu um pouco, mas a menina conseguiu o atingir nas costas.

-Acabou de declarar uma guerra comigo, Tonks. Péssima idéia. - ela disse, brincando.

Ele se virou carregando muitas bolas de neve nos braços. Começou a jogá-las sem parar, mas Andrômeda correu para trás de uma árvore. As risadas dos dois se confundiam com as risadas das crianças perto deles.

Ela fez uma bola de neve grande, e começou a correr, Ted atrás dela. Ela sabia que ele não duraria muito tempo correndo na neve, e foi só uma questão de tempo para vê-lo caído rindo.

-Últimas palavras, Tonks?- ela falou, brincando com a bola de neve em suas mãos, ajoelhada ao seu lado.

-Diga a minha mãe que eu a amo.- Falou, fechando os olhos esperando uma explosão de neve na cara. Em vez disso, ganhou um beijo na bochecha. Ele abriu os olhos e corou, dando um sorriso. Mas uma bola de neve caíra em cima dele logo depois, seguido de uma risada vinda de Andy.

-Isso não vale!- ele brincou. Começou a mexer os braços e pernas, fazendo um anjo de neve no chão. A garota se deitou e fez o mesmo, e pela primeira vez, não ligou se eram os mais velhos a estar brincando na neve. Não ligou se estavam sendo observados. Só queria ficar lá, com Ted, fazendo qualquer coisa enquanto gargalhavam. Sentiam o frio aumentando, e quando respiravam, uma fumaçinha branca saía da boca dos dois.

-Foi divertido- Ted falou.

-Foi mesmo. Nossa... não faço isso desde que tinha 12 anos de idade.

-E eu não faço isso desde... bem, o inverno passado.- eles se encararam. Três segundos de silencio logo depois preenchidos por risadas.

-Não credito que a última vez que jogou bolas de neve foi cinco anos atrás.

-E eu não acredito que ainda estamos deitados aqui.- Andrômeda se levantou e estendeu a mão –Vamos pra dentro, vai pegar um resfriado.

-Ou, podemos pegar um chocolate quente nas cozinhas. – falou Ted, se levantando e tirando a neve de cima de seu casaco.

-Mas ninguém sabe onde as cozinhas ficam.

-Andy, a sala comunal da Lufa Lufa é praticamente do lado das cozinhas. Você acha mesmo que passei sete anos sem saber a existência dela?- Ele disse. Pegou a menina pelo braço e levou-a para dentro do castelo.

-Então... você é o único que sabe?- ela perguntou.

-Na verdade, esse é um segredo lufano. – Ele parou de andar, estavam descendo algumas escadas.- Andrômeda, prometa que não vai contra a ninguém que eu te contei isso?

-Eu juro. –ela disse. E não foram meras palavras, mas um juramento de verdade. Nunca contara aquilo a ninguém. Nunca.

Eles desceram mais alguns degraus, e chegaram num corredor todo feito de pedra. Estava meio abafado, e Andrômeda se perguntou se já estavam no subsolo do castelo. Nunca estivera naquela parte da escola. Muitos quadros estavam espalhados por ali, e um em especial chamou sua atenção.

-Nunca vi um quadro só de paisagem aqui em Hogwarts.- Disse ela, apontando para um quadro de Natureza Morta.

-Bem... na verdade essa é a porta pra sala comunal. Se um dia você quiser ver... –ele botou a mão na nuca. Parecia estar nervoso.

-Talvez um dia. Mas hoje eu quero chocolate quente.

Andaram mais um pouco, e um quadro com uma fruteira de prata. De repente, um cheiro muito bom invadiu o ar.

-Preparada?- Tonks perguntou. A menina assentiu, e achou engraçado Ted estar fazendo cócegas na pêra pintada no quadro. Quando percebeu, a fruta virou uma maçaneta. Ted abriu a porta e lá estava a resposta de uma pergunta que ela fazia desde o primeiro dia em Hogwarts: Onde era feita a comida?

As cozinhas são tão grandes quando to Salão Principal, repleto de tachos, panelas e um grande fogão de tijolos no extremo oposto. Elfos domésticos vestidos de panos de prato trabalhavam, e os alhos de Andrômeda brilhavam.

-então é aqui...- ela sussurrou para si mesma, mas foi alto o suficiente para Ted ouvir e sorrir logo em seguida. –Os elfos são os cozinheiros...

-Nunca tinha se perguntado quem fazia a comida?- falou o garoto, se apoiando na parede.

-Já, na verdade. Ted... tem certeza que não tem problema a gente estar aqui?

-Claro que não. Está vendo aquele camaradinha com a bandeja? Está vindo aqui, perguntar o que queremos.

Como se estivesse acabado de prever o futuro, o elfo doméstico que Ted havia dito chegou perto, segurando uma bandeja muito grande para suas mãozinhas.

-Desejam alguma coisa, senhor e senhorita?- ele falou, com aquela voz aguda que tantos elfos tem.

-Sim, dois chocolates quentes, por favor. - pediu Ted. O simples fato dele ter dito “por favor”para um elfo doméstico já demonstrava ter um coração bom. Andrômeda sentia ter sido uma das primeiras a presenciar aquilo.

-Chocolate quente!- gritou o elfo, e começou a fazê-los, parecendo com pressa. Sem demoras, apareceu com a bandeja com duas canequinhas de vidro esfumaçando.- Aqui está, senhores, cuidado que está quente, senhores.

-Obrigado. - disse Ted sorrindo. Pegou as canecas e entregou uma a Andrômeda.

-Foi legal da sua parte, sabe. Ser gentil com o elfo.- ela disse.

-Porque eu não seria?- ele perguntou.

-Geralmente, ninguém é. Tem um elfo doméstico na minha casa e... bem, ninguém liga muito pra ele. É ótimo ver que você é legal assim.

Ted deu um sorriso meio sem graça, e tentou dar um gole no chocolate quente para disfarçar. Infelizmente, esqueceu que o chocolate era muito, muito quente, deixando cair um pouco na blusa.

-Ai! Quente quente quente...

Andrômeda arregalou os olhos, tirou a varinha do bolso e disse o primeiro feitiço que veio a sua cabeça:

-Aguamenti!- ordenou.

Um jato d’água suave atingiu o peito de Ted, que fez uma expressão de alívio.

-Você está bem?- Andrômeda perguntou. Mas agora, o garoto estava muito vermelho, e sabia que não era por causa do chocolate quente.

-Eu sou um idiota.

Ela se assustou ao ouvir aquilo. De repente, Ted falar alguma coisa assim?

-Não, você não é.

-Claro que sou! Eu só... hm, esquece. – ele acenou a varinha e a fumacinha que saía da caneca foi embora; ele havia esfriado o chocolate, e pôde bebê-lo sem se queimar.

-Você é a melhor pessoa que eu já conheci. Isso você é, mas idiota não. – ela falou. Tinha alguma coisa em Ted que a deixava completamente à vontade. Não sentiu vergonha de falar aquilo, o que com certeza a teria feito ficar vermelha se fosse para outra pessoa. Tonks encarou a caneca, e deu um sorrisinho.

-Você é a menina mais bonita que eu já conheci em. Por fora e por dentro. - disse Ted, sem tirar os olhos do chocolate.

Andrômeda nunca ouvira nada assim para ela, o que fez seu sangue subir ás bochechas e ficar sem reação. Conseguia ver que Ted gostava dela, e só naquele momento, o momento em que se abraçaram tão forte, ela percebeu que também gostava. E tinha sorte por isso.

Nunca achara que mereceria uma pessoa como Tonks, nunca achara que alguém algum dia realmente sentiria isso por ela, ou que ela sentiria por alguém. Fechou os olhos durante o abraço.

-Andy... a última coisa que eu quero fazer agora é atrapalhar, mas os elfos estão nos encarando.- murmurou Ted. Andy riu, e separou o abraço. Um tempinho depois, quando as canecas já estavam devidamente vazias, os dois saíram das cozinhas, voltando a andar pelos corredores.

-Ted, quer saber um segredo sonserino? Voce acabou de me mostrar um lufano. – ela falou, sorrindo. O garoto assentiu, curioso, e jurou que não diria a ninguém. Andrômeda segurou-o pelo braço e o levou até as masmorras. Mostrou a ele um dos maiores segredos dos sonserinos: O salão comunal.

O salão comunal Sonserino é uma longa sala com paredes de pedra e lâmpadas verdes circulares pendendo do teto. É muito luxuoso, com muitos sofás de couro, colunas, mesas de mogno e estantes espalhadas por todo o local. Até a lareira dava uma impressão esverdeada.

-Uau... –disse Ted. Estava parado na porta, olhando de longe. Ele estava com medo de alguém reparar nele, assim como Andrômeda, mas ela tentava não demonstrar. –Isso é tão... majestoso.

-Majestoso? Boa escolha de palavra. Bem, Salazar Slytherin era um dos bruxos mais ricos da época. Dizem que ele queria luxo onde o representasse. – contou ela.

-Dá pra ver- ele disse, esticando o pescoço para ver os detalhes de longe, porque não queria entrar mais. Mas Andrômeda o puxou pela mão, e por sorte, ninguém os viu.

Na verdade, ninguém reparou na presença dos dois. Eles se sentaram, conversaram por horas, e nenhum sinal de “olha aquele garoto, não é daqui!”. Andrômeda contou a Ted que o salão comunal da sonserina na verdade fica em baixo do lago de Hogwarts,então se perde a noção do tempo, já que não vêem direito a luz do sol. Quando perceberam, já era tarde, e mais uma vez, eram um dos únicos ali, tirando por um menino folheando um livro e duas meninas (que pareciam ser do primeiro ano) conversando no extremo oposto. Um tempo depois, Ted fora embora, e Andrômeda voltou ao dormitório, tão tranqüila que caiu no sono logo depois que encostou a cabeça no travesseiro.


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