Sanatorium escrita por Maar013


Capítulo 1
The guys dream


Notas iniciais do capítulo

Fic meio, sei lá. Espero que, pelo menos, agrade, de alguma forma. Whatever.



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[  Kouyou's   POV ]

 

 

Minha rotina era entediante. Eu estava cansado de tudo, tudo mesmo. Até de meus pacientes naquele sanatório. Todos eram muito bonzinhos e até quietinhos, muitas das vezes eu duvidava que se tratavam de loucos. Bom, talvez não fossem. Talvez as famílias, que sequer os visitavam, queriam eles ali. Menos trabalho, supunha eu.

 

Eu sou médico, Doutor Takashima Kouyou, do Hospital e Sanatório Gazetto.  As coisas aqui geralmente são calmas. É fácil controlar aqueles – supostos - loucos,  muito fácil. Quando não com uma simples conversa, usufruímos de sedativos; e estes nem precisam ser fortes. Uma dose fraca é o suficiente. 

 

Meu turno havia acabado. Ah sim, era um alivio sair dali. E ao mesmo tempo era desconfortante. Eu voltaria agora para minha casa, minha vida solitária, por falta de tempo a dedicar a alguém. Eu entrava às 17:00h naquele hospital e saía apenas às 7:00h. Bom, esse também não era o grande problema. Muitos médicos daquele hospital me jogavam cantadas, me olhavam de uma forma que eu se quer saberia descrever e ainda, acima de tudo, tentavam me agarrar em brechas como quando eu me encontrava sozinho. Era um inferno. Mas eu não me interessei por nenhum deles. Nenhum destes ‘pervertidos’ me chamou a atenção o suficiente para que eu pudesse aceitar seu convite ou ate mesmo ceder ao seu agarro.

 

Eu precisava dormir bastante e estar descansado, no dia seguinte chegaria um novo residente daquele tão ‘vangloriado centro para pessoas de cabeça fraca’. Bom, seria um novo interno. E este, calafrios percorrem meu corpo em apenas lembrar tal fato, sim era perigoso.  Shiroyama Yuu, assassino e ladrão. Além de traficante. Bom, parecia que o médico pelo qual passou atestou que Shiroyama sofria de uma doença chamada ‘ esquizofrenia’, o que duvido muito. Para mim, apenas um pretexto para escapar da pena que deveria cumprir na cadeia. Medo de provavelmente virar a mulherzinha de algum preso. Não importa. Eu teria que cuidar dele. Claro, policiais sempre por perto. Pelo menos isso, ele sempre seria vigiado por dois policiais. Pelo que parecia ele havia conseguido escapar apenas de se tornar uma mulherzinha de outros homens.

 

Menos de cinco minutos foram gastos para que eu abandonasse meu consultório. Ajeitei apenas alguns papéis que se encontravam por sobre a mesa e o tranquei. Agora eu estava indo em direção à garagem, onde havia deixado meu carro esporte. E ali estava ele. Lindo e lustrado, como sempre. Eu cuidava daquele carro como uma mãe de um filho. Talvez eu estivesse necessitado de companhia. Porém nunca encontraria. Não com meu trabalho e não com algum dos meus colegas de trabalho. Os internos naquele hospício eram bem mais decentes que eles. Adentrei o carro. E logo que conectei a chave ouvi meu nome ecoar naquele estacionamento. Ah, não! Era mais um companheiro de trabalho, pervertido pra variar. Dei a partida, e fixei ambas as mãos, pálidas e trêmulas, no volante. Eu sempre fui um ótimo motorista e manobrar para sair dali nunca se tornou uma dificuldade. Em instantes eu já estava em rua aberta. Sempre no limite de velocidade, eu dirigia. Além de bom motorista eu era cumpridor de leis. Perfeito bom exemplo, não? Não, eu não era perfeito e muito menos um bom exemplo.

 

Quinze minutos exatos me levaram ao estacionamento do prédio onde eu possuía um  apartamento; não muito luxuoso para constar. Abandonei meu carro e tranquei sua porta.  Agora eu subiria para meu apartamento, porém não antes de ativar o alarme. ‘Seguro, meu bebê. Durma bem.’ Me despedi de meu carro favorito, e único, e abandonei o estacionamento.

 

Após subir pelo elevador, me localizei no corredor tão familiar. Ali estava meu apartamento, esperando por mim. Talvez não, mas isso não mudava o fato de ele estar ali. Passos lentos, e calmos até, me levaram a porta a qual destranquei. As chaves já estavam em minha mão. Tirei-as do bolso assim que abandonei o estacionamento. Estava ansioso para retornar ao meu cantinho. Onde eu me mantinha sozinho. Nem sequer um animalzinho, nem sequer uma plantinha. Apenas eu e os móveis sem vida alguma.

 

Tranquei a porta e me joguei sobre o sofá, poucos passos dela. Macio como sempre! ‘ Hwwn! ’ Me permiti até grunhir ao me enterrar mais sobre aquele estofado macio, e branquinho, diferente da maioria dos moveis ali. Meus olhos se cerraram e eu estava completamente entregue ao cansaço. Mas eu não poderia dormir outra vez ali.

Era tarde de mais...

 

 

- 

 

Aquele lugar, certamente, não era o Sanatório Gazetto, não poderia ser. Estava tão... diferente! Coberto por sakuras. E a grama verdinha coberta por suas folhas. Não, não era o Sanatório Gazetto. Mas era isso o que estava escrito na entrada da ala dos quartos dos internos. Bem grande. Balancei a cabeça algumas vezes e voltei a correr meus orbes naturalmente escuros pela redondeza do local. E ainda haviam Sakuras e as gramas verdinhas! O que estava acontecendo? Abaixei minha cabeça e me permiti fitar meus pés por poucos instantes, estava decidindo o que fazer.  Fora só então que a idéia de um sonho me ocorreu. Eu estava em um sonho? Não tive tempo para me manter nesta linha de raciocínio, logo senti braços fortes circundarem minha cintura frágil. Grunhi. Sim, eu grunhi. Como nunca havia feito quando um companheiro de trabalho me agarrava. E então sua voz grave e seu hálito morno atingiram meu ouvido, me causando arrepios que domaram todo o meu corpo.

 

- Kou, você está tão bonito hoje, meu amor. – eu não sei bem o motivo, mas eu acabei me derretendo contra aqueles braços. Se quer ousei escapar deles. Entregue.- Pensei que não chegaria... – murmurou uma última vez antes de correr seus lábios por meu pescoço. Tortuosamente para mim, e simples para ele. Eu já havia me esquecido como eram os carinhos. Agora eu os recebia daquele completo desconhecido pra mim, mas ele parecia me conhecer bem.

 

Eu precisava ver sua face, precisava. Então me libertei de seus braços, com muita dificuldade, e me virei para encará-lo. Céus, ele era tão... bonito! Feições fortes, moreno, lábios carnudos. Senti vontade de beijá-lo, e era isso que eu iria fazer...

 

 

-

 

 Meu celular despertou, 15 horas. Eu o havia programado para isso. Na verdade, eu sempre o programava bem antes de sair do consultório, já que sabia que seria sempre assim. Eu sempre chegaria esgotado em casa e desmaiaria no sofá. E havia sido mesmo um sonho. Um sonho estranho com um moreno lindo, e que parecia me amar. Só sonho mesmo.

Eu podia jurar, agora desperto, que já havia visto aquele rosto. Em algum lugar...

 

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Reviews? Quem sabe...



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