- E o que é... Exatamente... Essa tal de Ordem da Fênix - Sibilou a voz. A criatura na cadeira, com os cabelos longos e negros caindo na face, ocultando seu rosto, estava presa por algemas e tremia descontroladamente - Não vai me dizer...? Acho que... Talvez... Bella? - Ele ameaçou.

- Sim, milorde - Murmurou uma mulher na escuridão ás suas costas, ela surgiu na clareira. Seus cabelos eram sujos e cacheados, extremamente escuros, e suas roupas estavam gastas, mas ninguém parecia se importar, ela se aproximou com um sorriso mortal nos lábios, acariciando sua varinha. Não teve piedade quando apontou para a mulher - Crucio!

A que estava sentada se contorceu e gritou estridentemente, mas todos os servos em volta não pareceram se importar nem um pouco. Eles riam. Abertamente. Então, a garota denominada Bella levantou a varinha, fazendo o feitiço romper.

- Obrigado pela apresentação, Bella - Disse o líder, seu rosto oculto por uma capa - E então? - Se voltou para a mulher presa na cadeira.

- N-Não... Por favor, não façam isso de novo...!

- ENTÃO RESPONDA! - O lorde se alterou. Ela respirava descontrolada.

- Eu... Eu conto! Eu conto! Eu conto! - Pausa - A Ordem é... Somos aurores. Um grupo de aurores - Ela gemeu e começou a se balançar, tentando se soltar das algemas - Por favor... 

- Tenha calma... - Ele murmurou. Sua voz dava arrepios na moça sentada. Ele começou a andar pela clareira da sala - E... Qual o principal objetivo dessa Ordem? Por acaso... É contra mim? - Ele pareceu ofendido, como se a ideia fosse tenebrosa.

- Não! - Ela não achou confiável contar a verdade - Estamos apenas contra o mal. O que aparecer... 

- Espero que não esteja mentindo, querida... - Ele se aproximou dela e levantou sua cabeça, fazendo seu rosto aparecer. Alice Longbottom parecia estar quase morta de tão pálida, e havia arranhões em seu rosto - Mas como é bela... Uma beleza assim não poderia ser desperdiçada. É só cooperar. Está mentindo? Diga a verdade.

Ela o encarou. Aqueles brilho no fundo de seu capuz.

- Não.

- Ótimo - Ele sussurrou - Agora só preciso de mais um favorzinho antes de te liberar...

- PAREM! Deixem ela em paz!

Um jovem de mais ou menos 18 anos entrou correndo na sala, não se sabe como. Ele também estava machucado em vários pontos, e sua testa sangrava.

- Ora, ora, ora... - O lorde disse, divertindo-se - Parece que o príncipe veio salvar sua donzela. Seria uma pena... Se os dois morressem! Avery! Pegue-o!

No minuto seguinte, Frank e Alice estavam lado a lado amarrados na cadeira.

- Obrigada por ter tentado, Frank... - Alice murmurou. Frank dava-lhe olhares significativos, enquanto o homem discursava suas mortes á sua frente. Então, uma voz lembrou Alice.

No perigo, não esqueça da Oclumência.

Mas será que ela conseguiria? Estava em frente ao maior bruxo das Trevas! Poderia tentar. Enquanto estava desprevenido. Fechou os olhos e forçou sua mente.

- E... Agora - Voldemort levantou sua varinha - Digam Adeus...!

No último instante, ele fraquejou, e sua varinha caiu no chão. Nesses segundos, Frank, com as pernas desamarradas, chutou o Comensal mais próximo, que caiu, soltando sua varinha. Ainda grudado na cadeira, ele se jogou no chão e apanhou (Com dificuldade, pois estava preso por algemas) a varinha.

- Difindo!

As algemas de Alice se partiram e caíram ao chão, e ela apanhou a varinha que Frank segurava e fez o mesmo com ele e com as cordas que o amarravam. Feitiços voavam para todos os lados, mas o casal Longbottom era extremamente ágil. Se jogaram no chão, esquivaram-se e correram. Voldemort tentou seguí-los, mas desistiu quando eles saíram pelo jardim de entrada da casa onde estavam.

- Desistam, Comensais! - Ele avisou para seus servos - Eles não são uma ameaça. Mas estão me devendo... Estão me devendo suas vidas.

*   *   *

- Alice! Alice, você está bem? - Frank perguntava, quando pararam em um beco, depois de terem corrido meia hora da casa onde os Comensais se hospedavam.

- Sim, Frank! Estou bem! Mas, meu Merlin! O que foi isso na sua testa? - Ela segurou o rosto do noivo, preocupada.

- Não é nada!

- Me empresta sua varinha?

- Cadê a sua?

- Não é óbvio? Pegaram de mim! Anda, me empresta!

Frank pegou sua varinha do bolso e entregou á Alice. Ela murmurou:

- Episkey - E corte se fechara.

- Obrigado - Ele guardou a varinha de volta - Acha melhor voltarmos para a sede?

- Não - Ela foi direta - Podem querer nos vigiar. Vamos procurar um hotel aqui perto, vai ser o melhor.

- Você quem sabe. Precisa de ajuda? Eu vi que seu tornozelo... - Ele apontou para a perna da garota, que mancava um pouco.

- Não é grave - Ela levantou - Vamos, Frank.