My Luck is to Have You escrita por Miss A


Capítulo 9
Quase sem querer (Parte 1)


Notas iniciais do capítulo

Oi!!!
Primeiro capítulo de 2016 é um pouco pequeno, mais o próximo vai ser maiorzinho.
Boa leitura!



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Já não me preocupo se eu não sei por que
Às vezes o que eu vejo quase ninguém vê
E eu sei que você sabe, quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você

Damon

– Tyler, onde está a Minivan? Acho que já está mais do que na hora desse seu amigo aparecer com ela – Lexi entrou abruptamente de cara fechada na cozinha onde estavamos com ele em seu encalço. Engolindo a bebida que restava no copo, Tyler recomeçou...

– Bom... É que... – Lexi fez careta já prevendo que algo estava errado – É que...

– É que o que, criança? – ela gesticulou com as mãos pedindo pra ele falar. Ainda não entendia o porquê de uma minivan...

– Desembucha logo, Ty... O teu amigo vai atrasar? – Anna perguntou com as mãos na cintura ao se mostrar atrás dele.

– Não exatamente...

– Então...? – elas perguntaram juntas (Anna e Lexi estavam parecidas demais...)

– É que a minivan deu problema – elas o olharam com cara feia e Elena e eu rimos da cena – Mais ele vai dar um jeito... O Kaião ta vindo ai com o “Plano B”...

– Kaião? – Elena perguntou ao meu lado me surpreendendo – O Kaião é o cara que vai te arranjar um carro? Aquele Kaião?

– Conhece o Kaião? – ele a perguntou e ela o olhou sem acreditar na pergunta – É claro que conhece o Kaião...

– Quem Diabos é esse Kaião? – perguntei já sem paciência para aquilo

“KAAABUUUsssCK”

Ouvimos um estrondo auto e muito estranho que pareceu vir da porta de casa. Pela janela de vidro lateral, pude ver uma fumaça negra passar. Olhei para Lexi procurando uma explicação, mais ela não soube o que me responder e seguiu em direção a saída na nossa frente.

A frente de casa, uma Kombi caindo aos pedaços estava estacionada ou talvez tivesse dado prego. Sobre o capô, um cara branco com cabelos castanhos um tanto grandes presos por um rabo de cavalo sobre a nuca, magricela e bastante alto estava sentado digitando algo em um Nokia daqueles tijolão.

– Ôoo Lockwood, isso foi o que deu pra arranjar... – o cara tranquilão disse quando percebeu nossa chegada - Te apresento o “Plano B”, valeu?

O queixo de Lexi caiu, Elena balançou a cabeça como se já esperasse por aquilo, Anna tapou os olhos com as mãos, eu fiz uma digna careta de nojo e Tyler... Sorriu indo ao encontro de Kaião e o cumprimentando. Dá pra acreditar?

– Valeu, Kaião! – O idiota agradeceu – Negócio fechado!

– Nada disso! – Lexi disse balançando a cabeça – Nada de negócio fechado!

– Olha dona – O estranho respondeu – Lockwood já havia acertado tudo comigo e como eu só faço as coisas se receber adiantado, quer dizer que o serviço não tem reembolso...

– Nós pedimos uma Minivan! – ela disse incrédula.

– E isso aqui é o que, “madama”? – ele apontou para o monte de lixo estacionado – Uma minivan, dona... Além disso, ninguém especificou nada, ta ligada. Só disseram que eu tinha que trazer um carro que coubesse várias pessoas. Agora deixem eu ir, que eu tenho que fazer uma outra entrega, falô? Ei! – ele disse espantado – Eu te conheço, mulher!

– Fala Kaião! – Elena cumprimentou o cara com um toque de mão rápido.

– Mulher tu sumiu das onda, cara! Só espero que não tenham sido os mesmos ventos ruins que te levaram, que te trouxeram de volta! Vamo marca ai de tomar uma, eim, irmã?

– Vamos sim, Kaião... Só chamar a galera – ela piscou pra ele.

– Beleza pura, Lenita! Lockwood mano, tu ta responsável por essa reunião de velhos amigos, cara...

– Beleza, Kaião...

– Paz, manos! - O estranho chapadão despediu-se dando meia volta e seguindo para o portão. Olhei Elena tentando imaginar de onde ela poderia conhecer o tal Kaião enquanto minhas duas primas, de braços cruzados, encaravam Tyler.

– Kaião? – perguntei baixo para ela. Ela mexeu os ombros.

– Digamos que eu já fui das quebrada mano – ela me disse imitando um Rapper muito mal e eu não acreditei no que ela tava fazendo... Não consigo descrever a careta que fiz para ela - E agora o que vão fazer com esse troço? – Elena perguntou fazendo com que a atenção delas voltassem para nós. Anna então pareceu pensar e sorriu na minha direção.

– Damon! Damon, meu primo preferido no universo!

– Eu mereço... – resmunguei dando as costas para elas. Ela então correu e se pôs na minha frente quando eu comecei a caminhar para a dentro de casa.

– Você tem um carro!

– Nem vem, Anna.

– Anda, Damon! Por mim! – Gargalhei sonoramente da sua voz de criancinha pidona e ela revirou os olhos – Tá... Pela Lexi, então?

– Pela Lexi? Eu já to fazendo muito pela Lexi e por vocês... – resmunguei e tentei andar, mais ela me impediu novamente.

– Pelos nossos laços de amizade então, Damonzinho? – ela sorriu sem graça em uma última tentativa.

– Esqueça, eu não vou carregar sei lá quantas pessoas no meu carro de cinco lugares por que vocês querem... Aliás, pra que vocês querem mesmo? Bom, sinta-se com sorte pelo Kaião ainda trazer isso ai – disse, dando por encerrada a conversa. Pude ouvir claramente Lexi bufar as minhas costas e não contive o sorriso maroto. Já Anna olhou novamente raivosa na direção de Tyler.

– Eu acho bom você sumir da minha frente Lockwood Junior! – Ela gritou e eu pude finalmente seguir em frente – Eu vou matar você!

Subi as escadas decidido a jogar-me em minha antiga cama. Elena havia ficado lá fora, provavelmente tentando salvar Tyler das garras da minha prima mais nova, afinal, eles eram antigos amigos. Enquanto todos aproveitavam na piscina e mesmo ouvindo ainda o som que eles escutavam, eu teria paz ali dentro.

– Que maldade não ceder o carro, Damon... – ouvi a voz marota conhecida da loira que um dia eu gostei. Em pé, de frente para o quadro de fotos antigas, ela observava uma em especial.

– Mais era só o que me faltava – cruzei os braços parado em frente a porta que a pouco eu havia fechado – Madelaine, quem te deu permissão para entrar aqui?

– Você – ela sorriu sínica no seu melhor estilo Maddie – Já faz algum tempo, tecnicamente falando, mais foi você...

– Madelaine, eu não estou com vontade de conversar com ninguém, muito menos com você...

– Eu não vou demorar, Dam – ela respondeu soltando o imã que prendia a foto. Ao tirá-la, virou-se para mim acariciando de leve o papel. Fechei os olhos forçando-me a ignorar o que ela segurava assim como seus olhos azuis selvagens que fitavam meu rosto.

– Quando você vai embora, afinal? – perguntei ríspido sem me importar com o que ela pensaria abrindo os olhos mais os desviando da direção dela.

– Vou ficar mais um tempo – ela falou enquanto eu segui na direção da minha mala afim de pegar uma muda de roupa – Será que eu posso ficar com isso? – ela aproximou-se de mim sem prévio aviso e estendeu-me a foto.

– Leva – disse somente, sem me importar em olhar pois sabia muito bem qual era. Maddie afastou-se de mim e se sentou na beirada da cama pondo-se a me observar – O que mais você quer? – perguntei por fim, virando-me na direção dela.

– Nós passamos muitos momentos bons juntos, Damon – ela deu de ombros brincando com o pedaço de papel – Nós sempre nos demos bem e você sempre foi bom pra mim...

– Onde você quer chegar, Madelaine?

– Eu sei que você tem motivos... Que eu dei motivos para todo esse desprezo que você tem por mim, Damon... Que você tem motivos para ficar magoado, mais... Em nome dos velhos tempos – ela voltou a encarar a fotografia – E até porque, vamos conviver aqui ainda, mesmo que por pouco tempo... Me dá uma trégua, esquece um pouco o monstro que eu sei que eu fui...

– Esquecer? – sorri irônico – Por que você simplesmente não se manda daqui, Hasson? – mordi o lábio inferior condenando-me por chamá-la pelo último nome.

– Hasson? – ela sorriu de leve. Quando discutíamos, chamávamos um ao outro pelo último nome.

– Sem brincadeirinhas, Madelaine – disse enquanto pensava em como consertar o erro cometido.

– O que tem de errado com Maddie? Você gostava de Maddie.

– O tempo passou...

– O tempo passou, mais... Ainda estamos aqui e...

– Para Madelaine! – ela calou-se com meu súbito grito. Observou-me esperando alguma última resposta que eu não daria.

– Sobre o que aconteceu no jogo de tênis... – ela suspirou voltando a falar – Foi a caráter de motivação, você ainda age melhor sobre o mesmo impulso de raiva de antigamente...

– Me manipulou, jogou comigo – disse sem pena e ela balançou a cabeça negando.

– Não... Eu não te manipulei, Dam... Eu ainda te conheço, só isso... Nós sempre funcionamos melhor como amigos então você pode sim me dar uma trégua, enterrar pelo tempo em que vamos estar aqui, o que aconteceu – fiquei em silencio enquanto ela esperava uma resposta – Ok, finja que eu não existo, se preferir – ela disse levantando-se e seguindo em direção a porta.

– Eu não vou te dar uma trégua, Madelaine – ela voltou a me olhar, parando de súbito - Nós não precisamos disso. Você fica no seu canto e eu no meu. – ela assentiu, dando-me novamente as costas.

– Como preferir...

Joguei-me na cama com a toalha branca enrolada no pescoço. Confuso, me perguntava o que Madelaine ainda queria ali.

Brincar comigo, só pode...

Contrariando meu cérebro e agindo por impulso, levantei-me e segui até o velho guarda-roupas, respirei fundo e o abri. Eu estava certo... Tudo igual como era a 9 anos atrás...

Estava uma bagunça, como eu havia deixado, naquele quarto nada parecia ter sido mudado desde a última vez que estive ali, mais talvez a minha memória ruim para detalhes ajudasse, já que nada estava empoeirado, então havia com certeza alguém que mexia e limpava aquilo ali. Na primeira prateleira três antigos frascos de perfume ainda estavam lá, todos pela metade, os remédios para tratar os machucados que eu sempre trazia da rua depois da farra também continuavam lá, barbeadores velhos, pedaços de papeis amassados, pedaços de canetas e pinceis. Desviei o olhar para a segunda, deparando-me com minhas antigas revistas da playboy... As revistas sobre carros também estavam ali, bem como a minha coleção de revistas em quadrinhos que um dia eu tive muito ciúme... E então lá estava, esquecida em meio a uma das páginas da “Liga da Justiça”, a cópia da foto que a loira levara do meu quadro na parede...

Perguntei-me se ela havia feito de propósito. Só ela sabia o quanto aquela foto era importante para mim, para nós. E ela sabia que eu tinha aquela cópia. Chris Ring’s. 2005.

Aquela foto havia sido tirada por um dos amigos grandões do Chris em uma das noites em que Madelaine e eu havíamos saído para “nossa farra”... Ela sorria sentada sobre a maca velha de algum ambulatório, em que o Chris costumava fazer as tatuagens de quem tinha coragem, eu estava atrás dela e a abraçava segurando sua barriga, sorrindo de orelha a orelha enquanto ela sorria exibindo a tatuagem recém-avivada de kriptonita no tornozelo. Sangrou e com toda a certeza, doeu bastante, mais a loira em momento algum havia reclamado e ficara do jeito que ela queria, uma tatuagem brilhante, perfeita, como um cristal de verdade pronto a derrubar o Superman. Era por isso que eu gostava tanto daquela tatuagem. Pela simbologia... A única coisa capaz de derrubar o Homem de Aço gravada para sempre sobre a pele da única pessoa que era a minha fraqueza.

Odiei pensar assim, com tanto saudosismo, mais nós fomos muito apegados e mesmo com toda a dor que ela me causara, era quase impossível não tentar sobrepor a cumplicidade e a amizade que tínhamos sobre as cicatrizes deixadas. Então lembrei-me de Elena e meu coração apertou. Como eu poderia a julgar com relação ao que o Stefan ainda significava para ela se Madelaine ainda sortia todo esse efeito desastroso sobre mim?

Elena

Tyler iria para a vigésima tentativa de fazer a velha Kombi andar. Sim, ela não estava saindo do lugar...

– Alguém me diz por favor qual tipo de mágica o Kaião fez pra tirar esse troço do lugar! – Ele esbravejou e eu ri alto – Para de rir, Elena!

– Para de gritar seu imprestável! Você tem 10 minutos pra fazer esse negócio funcionar e termos nossa primeira caravana de amigos! – Anna gritou na direção dele que bufou alto, já a muito tempo sem paciência...

– Sai daí, pirralho – Lexi esbravejou vindo da porta. Desde pequenos os mais velhos nos chamava de pirralhos, mais Tyler nunca gostou.

– E o que você acha que pode fazer que eu ainda não fiz? – Ele perguntou fazendo sua melhor cara de indignado. Ela parou bem de frente para ele e o encarou nos olhos.

– Por essa porcaria que você nos arranjou pra andar! – ela respondeu séria, seguindo em direção a lata velha.

– Eu duvido! – ele questionou cruzando os braços.

– Quer apostar quanto? – ele arqueou as sobrancelhas tentando imaginar de onde vinha a confiança dela – Já sei... Que tal apostarmos dinheiro nisso aqui? Se você estiver certo, te dou 200, se eu estiver certa, você é que vai pagar – Ele parou para analisar.

– Eu não... Vai que você liga essa joça... Não vou ficar no prejuízo por causa da velharia do Kaião...

– Medroso – debochei e ele me olhou com raiva.

“KAAABUUUsssCK”

Ouvimos o som horrível soar da lata velha e Tyler pulou de susto, a porcaria além de andar com um barulho altíssimo, jorrava pelo escapamento uma fumaça negra pior do que a de pneu pegando fogo. Tossi alto junto a Tyler enquanto Lexi dava a volta na entrada e trazia aquela coisa de volta.

– Anna, chama lá o Damon e o teu outro amiguinho! – Lexi gritou ao estacionar.

– Eu chamo o Damon – ergui o braço me voluntariando, Lexi deu de ombros.

– Como você conseguiu? – Tyler perguntou incrédulo.

– Você não tava engatando a marcha direito, criança – ela respondeu com uma falsa calma.

– Mais como...?

– Isso aqui é um dinossauro dos carros e não um dos brinquedinhos que você ta acostumado...

– Ahhh... Dane-se! – ele deu de ombros, sentando chateado na borda de um dos vasos gigantes de Lily, que ornamentavam a entrada da casa.

Subi as escadas quase correndo em direção ao quarto do Damon.

– Você perdeu o show de comédia pra fazer aquela lata velha andar, Damon! – entrei sorrindo batendo a porta atrás de mim, mais ele pareceu nem perceber. Concentrado, observava atento, alheio a mim, a folha de uma revista em quadrinhos – Damon? Damon?

– Hã? – ele perguntou ainda sem me olhar.

– Damon!? O que você ta fazendo? – Perguntei indo ao seu encontro.

– Elena? – ele disse alarmado; ao perceber que era eu, fechou o mais rápido que pode a revista e a jogou sobre a escrivaninha em meio aos papeis antigos ainda bagunçados.

– Pra que esse espanto todo? – Perguntei olhando onde ele havia jogado a revistinha. Sem esperar que ele respondesse, desviei meu olhar para o seu e continuei – Tanto faz... Tua prima ta chamando lá em baixo, anda...

– Qual das duas encrencas? – ele me perguntou revirando os olhos. Respondi seguindo em direção a porta.

– A mais velha...

Ele tomou minha frente descendo as escadas.

Lexi e Anna discutiam algo quando chegamos enquanto Tyler e Jeremy conversavam entre si e a psicopata ex do Damon tinha o olhar perdido em direção a área da piscina. Ao notarem nossa presença, fizeram silêncio e Lexi nos encarou por um instante antes de falar.

– Bom, irmandade – Fala sério... – Ta mais do que na cara de que a porcaria que o Tyler arranjou não vai dar pra nos levar nem pra esquina antes de alguém testar pra ver se é seguro.

– Com tanto que não metam o meu carro nisso... – Damon comentou e ela o olhou séria.

– Seu carro não vai ser requisitado, se é o que te preocupa – ela deu de ombros.

– Obrigado – ele respondeu no mesmo tom irônico.

– O fato é que alguém tem que testar essa coisa velha – ela apontou pra Kombi – e nem morta que eu vou dirigir isso pela cidade...

– Quem tem que ir é o Tyler – Jeremy deu de ombros e o amigo bufou – Nem vem não que você é o culpado por esse trambolho ta aqui...

– Fala sério – Anna revirou os olhos e zombou – O Ty nem conseguiu fazer o troço andar...

– Vai você tentar tirar isso do lugar, eu quero ver – ele respondeu mal humorado, fazendo Damon rir.

– Eu to fora dessa – Madelaine disse dando as costas para o grupo seguindo em direção a casa.

– E eu queria saber porque diabos você ta aqui ainda, Maddie! – Lexi gritou em resposta, mais a loira apenas acenou com a mão direita sem nem ao menos olhar pra trás... – Então Damon, essa é por tua conta – ele a encarou sem entender.

– Nós concordamos! – Nem deu tempo de Damon responder pois Jeremy, Anna e Tyler, que haviam respondido juntos, já davam as costas a “irmandade”. Restando apenas Damon, Lexi e eu ali.

– Ta de brincadeira, Alexia – ele disse mais ela deu de ombros.

– Todos votaram a seu favor, meu primo favorito, além disso, acho que só você acerta dirigir essa coisa velha. O bagulho aqui é seu! – ela deu duas batidas na lataria da Kombi – Dê duas voltas com ele por Mystic Falls e vá até uma das cidades vizinhas pra ver se o troço aguenta. É muito simples! – e ela deu as costas a nós como os outros...

É muito simples! – ele repetiu numa débil imitação da voz da prima e eu tive que rir – Ta rindo, né? Que bom que está ciente de que vai desfilar de Kombi velha por Mystic Falls...

– Me tira dessa!

– Nada disso, namorada fajuta! – Ele arqueou a sobrancelha na minha direção – É seu dever me apoiar – disse fingindo estar indignado.

– Sem gracinhas, Damon... – falei seguindo em direção a casa.

– Que horas você quer sair amanhã? – ele sorriu na minha direção e então eu percebi que não tinha escapatória. Suspirei - Que tal as 3 horas da madrugada pra rodar com essa porcaria ai enquanto não tem ninguém na rua pra presenciar?

– Ta brincando? Não tem horário bom pra fazer isso, esse entulho faz mais barulho que avião... Vai acordar todo mundo da cidade... Sem falar na fumaça toxica que sai daí de dentro... No mínimo o batalhão ambiental vai nos multar por perturbação do sossego e poluição ambiental, Damon...

Ele abriu o sorriso, rindo do meu comentário enquanto adentrávamos a casa. Ele me segurou pela cintura e depositou um beijo demorado sobre minha bochecha, me fazendo corar. Torci para que ele não notasse quando visse eu rosto, mais acredito que ele notou sim pois o sorriso aumentou ainda mais...

– Por que isso? – perguntei tentando disfarçar meu inesperado nervosismo enquanto subíamos as escadas.

– Fico feliz por dividir as coisas com você, Lena.

– Dividir comigo é não ter que passar mico sozinho amanhã andando na lata velha? – perguntei adentrando o quarto.

– Não só isso... Quer dizer, é mais fácil passar por tudo tendo você perto, Elena – acho que corei ainda mais com aquilo... – Você é minha melhor amiga, não é... É isso ou algo do tipo que os melhores amigos fazem... – Assenti, recuperando o bom senso. Claro, nossa relação de amizade... Agora sentia-me envergonhada por ter ficado corada nas duas vezes. Não estou te reconhecendo, Elena, é o Damon! Só o Damon... Repreendi-me mentalmente – O que foi? – ele percebeu meu dilema interior, se é que aquilo podia ser considerado dilema... Acho que não... Ta mais pra loucura interior...

– Nada, só isso ou algo do tipo...

– Hã? – trancou a porta sem entender.

– Você quem começou! – acusei o fazendo gargalhar – Preciso dormir mais... – constatei choramingando, podia ser isso também, eu tava ruim das ideias por excesso de sono... Joguei-me sobre a cama tirando a calça comprida – Vira pra lá e me joga o primeiro short e o top que você ver nessa mala. – Ele obedeceu, por incrível que pareça, sem falar nada. Vesti o short de algodão preto e o top rosa que ele me deu – Pode virar... – Disse, me cobrindo com o cobertor e virando na direção da parede.

– Elena? – ele me chamou. Virei em sua direção no instante em que ele tirava a calça, de costas pra mim, observei a cueca Box preta por alguns segundos até repreender-me mentalmente por aquilo – Vai mesmo dormir? Ainda vai dar 19 horas... Vamos tocar...

– Amanhã depois de passar vergonha a gente faz isso... – respondi fitando a parede, eu devia ta vermelha de novo... O que tava acontecendo comigo? Hormônios? Era isso? Proibi-me de pensar que ele deitaria ao meu lado... – Mais pode ficar ai, toca Damon – Toca pra mim, pensei - Aliás... Você precisa mesmo ensaiar... Eu to dando um baile em você, sou melhor 10 vezes... – Alfinetei...

– Até parece... – Ele debochou, imaginei que estava sentando sobre o tapete e pegando o violão ou a guitarra. Então ouvi alguns acordes fortes, era o violão... Sorri com o som de uma musica conhecida e fechei os olhos. Algo errado comigo, afinal, eu não confundiria nossa amizade com nada a mais... Eu não queria nada a mais com o Damon... Não...

Ou queria?


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Notas finais do capítulo

E então, pra que rumo acham que a história está indo? A parte importante é mesmo a segunda, só não postei porque não terminei os ajustes ainda, estou estudando acrescentar mais coisas a ele também, por isso deixei assim.
Espero vocês nos comentários!
Favoritem!
Até o próximo capítulo!