My Luck is to Have You escrita por Miss A


Capítulo 1
De volta pra casa


Notas iniciais do capítulo

Olá! Sinta-se bem vinda (o), espero que aproveite a leitura e comente no final :)



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“Se lembra quando a gente

Chegou um dia a acreditar

Que tudo era pra sempre

Sem saber que o pra sempre sempre acaba”

Por Enquanto - Cássia Eller

Cinco anos antes...

Mystic Falls, 2009.

Elena não conseguia acreditar no que estava ouvindo. Stefan Salvatore, o cara mais carinhoso, mais gentil e o único garoto que ela julgou ser certo para a sua vida (naquele buraco chamado Mystic Falls) estava literalmente lhe dando um pé na bunda. Para ela, até que era simples deduzir o porque daquela decepção:

“O que se sabe sobre achar o amor da sua vida aos 19 anos?”

Ou

“Só pode ser praga da tia Jenna”.

O fato era que, sim, ele estava terminando o namoro de 3 anos com ela.

– Você só pode estar brincando – ela repetia talvez pela centésima vez aquela tarde – Fala quem é a vadia!

– Não tem ninguém Elena! – ele gritou de volta, devia soar agressivo, mais Stefan tinha um dom de minimizar sentimentos por sua voz, tudo que menos queria era fazê-la irritar-se mais, teria dado certo com qualquer outra garota na cidade, mais Elena não era como as outras – Eu te amo – ele disse, no tom mais calmo e convincente que conseguiu, mais ela lançou-lhe seu sorriso mais desdenhoso.

– Ama, Stefan? Como você pode dizer que me ama quando está terminando comigo um relacionamento de anos sem nenhum motivo aparente? Eu te conheço desde criança... Eu sou uma imbecil mesmo! Merda! Vocês são todos iguais!

– Elena...

– Cala a boca, Stefan! – ela voltou a gritar – Cala a boca! – As lagrimas que ela segurava desde quando ele disse porque havia ligado pra ela e pedido pra ir até a mansão Salvatore com tanta urgência finalmente despencavam por seu rosto. Tudo que menos queria naquele momento era que ele a visse chorar. Ela odiava que lhe vissem chorar.

Passou por ele o mais rápido que pode em direção a porta de entrada. Tinha certeza que em menos de meia hora, Mystic Falls inteira saberia que ele rompera com ela pois haviam discutido em pleno hall de entrada da mansão onde todos os funcionários que trabalhavam ali poderiam escutar. Mais aquilo não importava, não naquele momento. O que fez foi dirigir para casa o carro que pegara sem pedir da tia, guardá-lo na garagem como ela deixara e seguir para o quarto sem dar atenção ao punk rock que vinha a todo o volume do quarto do irmão mais novo Jeremy. O computador continuava ligado como ela deixara quando saiu, sinal de que ninguém havia lido o email que ela havia deixado aberto, uma proposta feita pela editora de livros TREND INC. de New York, para que ela estudasse e trabalhasse para editora que aceitara publicar o livro “A Dama do Tempo” que escrevera a um ano atrás. Respondeu o email com “sim” sem antes comunicar a ninguém.

New York, 2014

Elena sentia seu rosto inchado, acabara de acordar com o barulho da campainha que ainda soava frenética graças ao grande impaciente do lado de fora.

– Credo, você tá horrível – Elena sentiu uma vontade imensa de dar um tapa na cara daquele idiota de sorriso graciosamente torto a sua frente.

– Bom dia pra você também. Da próxima vez liga antes pra me avisar que você vem pra que eu possa te esperar o mais linda possível, Sr. Damon – Falou com a voz mais sarcástica que pode, mesmo sabendo que ele não se abalava tão fácil.

– Tá, tá, deixa eu entrar logo... – ele disse gesticulando com o que lhe pareceu ser um buquê de rosas brancas.

– Pra que isso? – perguntou desconfiada apontando para o arranjo nas mãos dele enquanto ele adentrava o apartamento.

– Primeiro se arruma e volta aqui o mais bonita que conseguir, sem essas bochechas inchadas ai – ele disse a fazendo revirar os olhos. Elena preferiu não discutir e encurtar a conversa, seguindo diretamente para o banheiro de seu quarto – Rápido, Elena! Não temos o dia todo – Ele gritou da sala, provavelmente para lhe irritar mais ainda, e ela soltou um grunhido alto de raiva.

– Pronto – falou quando retornou a sala vinte minutos após ter saído.

– Agora sim, apresentável, Elena.

– Idiota.

– Feliz 24º aniversário – ele disse sem se importar com o que ela havia dito, lhe entregando o buquê de flores e uma caixa de bombons que ela não havia visto antes.

Elena não conseguiu evitar o sorriso que brotou em seus lábios. Ele lembrara de seu aniversário mais uma vez. Damon era seu único conhecido quando se mudou para New York anos atrás e ficou no apartamento dele por alguns meses. Não fora tão difícil como ela imaginara que seria conviver com o irmão mais velho do ex-namorado, Damon era o oposto de Stefan em quase todos os aspectos e ele e ela acabaram construindo uma forte amizade.

– Vou pagar 500 dólares no que você quiser, vamos almoçar juntos, comprar jogos novos pra minha coleção, inventamos algo pra passar o tempo, pode escolher alguma coisa pra fazermos também, eu deixo, e ai terminamos nosso dia juntos assistindo o filme que quiser no cinema, menos os românticos que você gosta... Esses eu dispenso...

– Fala sério! – ela disse ao entender o que todo aquele discurso significava – Você conseguiu?

– Está falando com o mais novo Diretor de Mídia da QueenCompany, Senhorita Gilbert.

– Damon! – ela gritou com um sincero sorriso no rosto – Parabéns! Parabéns!

– Tá, calma – ele disse também sorrindo ao saírem do elevador – Para Elena antes que alguém veja e você estrague a minha chance de dormir com uma mulher gostosa essa noite.

– Idiota – ela voltou a repetir mal-humorada se separando dele e seguindo em direção ao seu Toyota estacionado em frente ao prédio.

– Eu vou te dar o prazer da minha companhia o dia todo, o único cara que te faz lembrar Mystic Falls, o lugar em que você cresceu...

– Chega desse papo, para de me lembrar essa cidade, Salvatore!

– Dizer meu sobrenome não ajuda a esquecer do Tefinho... – ele disse a fazendo olhá-lo com ódio.

– Damon... – ela falou devagar e ele revirou os olhos.

– Elena você está em New York e não vai voltar praquele buraco tão cedo, o Stefan é passado, você é livre, seja feliz!
– Eu sou feliz, Damon – ela disse gargalhando – E se o imbecil do seu irmão não me quis, pior pra ele!

– É isso ai, gostei de ver! – Damon incentivou dando partida no carro e depositando sobre o rosto o Ray-ban preto. Elena também colocou o óculos de sol e sorriu na direção dele.

– Eu sou livre, eu fiz a escolha certa e eu sou feliz com isso, Damon Salvatore – disse por fim o mais convicta que conseguiu. Naquele momento, Elena admitiu para si mesma que Damon lhe fazia bem e desejou, como um pedido de aniversário aos céus, nunca o perder.

O toque do despertador parecia mais mil sinos badalando ao mesmo tempo sobre Elena, mais ela precisava acordar cedo aquela manhã de segunda-feira por conta da importante reunião na editora. O ultimo domingo havia sido animado, mais do que ela imaginava.

Vestiu-se o mais básica e elegante possível após o banho, com um vestido preto na altura dos joelhos e sem decote e um salto Scarpin de mesma cor que fizera Damon comprar aparte dos 500 dólares de presente. Desceu do apartamento quando Caroline Forbes, amiga e colega de trabalho chegou para lhe buscar como fazia todas as manhãs.

– Quando vai comprar um carro pra você? – A loira perguntou rindo quando Elena fechou a porta do Honda Civic.

– Quando eu voltar pra Mystic Falls! – Elena respondeu fazendo Caroline rir alto. Ela odiava o transito de New York e essa era sua principal desculpa para não precisar dirigir, mais seu maior problema era o medo de comandar o carro.

– Numa escala de 1 a 10, quanto mesmo você odeia essa cidade?

– Eu não odeio a cidade, mais uma banana podre estraga todo o cacho, Caroline...

– Não estragou a delicia do Damon, diz aí, amiga! – ela falou fazendo Elena gargalhar. Caroline não tinha uma queda, tinha um precipício por Damon e ele sabia, mais gostava de a ver babar por ele sempre que se encontravam.

– O Damon não é lá essas coisas... Se conhecesse, saberia do que estou falando...

– Ahh, bem que eu queria conhecer, morar com ele naquele apartamento em Manhattan... Mais nem todos tem a sua sorte...

– Ta falando do que? Acordar e dar de cara com uma mulher diferente sete dias por semana? – Elena perguntou esperando que Caroline fizesse pelo menos cara de nojo, mais nada, ela nem se abateu com o comentário.

– Comigo na casa dele, não haveriam outras mulheres...

Não sabe quem é o Damon... – Elena cantarolou e Caroline finalmente bufou.

– Qual é, Elena? Vai me dizer que nunca sonhou em dar uns pegas naquele deus grego?

– Não, querida, pra mim já bastou um relacionamento amoroso frustrado com um Salvatore...

– Então não passa de amizade?

– Não. Não sei como tornamos melhores amigos mais vamos morrer melhores amigos.

Aquela conversa sobre Damon não durou muito, já que Elena mudou o foco para o Scarpin novo que usava. Caroline era completamente apaixonada por sapados e bolsas e ficou o resto inteiro do caminho só falando nisso. No prédio da Editora, as duas foram recebidas por Tess Messer, a presidente e a acompanharam até a sala de reuniões onde outros escritores, roteiristas e diretores executivos já aguardavam.

– Caríssimos – Tess começou algum tempo depois – Bom, o motivo de estarmos todos reunidos aqui é que finalmente eu poderei anunciar qual empresa vai juntar-se a nós na nova empreitada que é a produção cinematográfica de nossos lançamentos literários de maior sucesso. Como todos sabem, esse foi um grande passo que aceitamos tomar e lhes digo, estou muito confiante e acredito no nosso sucesso apartir de agora – ouviram-se algumas batidas na porta e Tess seguiu até ela para abrir, com um sorriso no rosto anunciou em alto tom os nomes dos que haviam chego – Esses são Oliver Queen e Damon Salvatore, respectivos Presidente e Diretor de Mídia da QueenCompany.

Elena olhou sem acreditar na direção de Damon após ter a nítida impressão de que Caroline congelara ao seu lado. Agora os dois trabalhariam juntos. Ok, não exatamente juntos, mais seriam quase que da mesma empresa, o que a fez preocupar-se de imediato. E se Damon quisesse tirar as mesmas gracinhas que tirava na rua com ela em seu local de trabalho? Com certeza Caroline iria pirar mais ainda.

Parecia que a reunião não terminaria nunca por conta do nervosismo que sentia. Elena evitara olhar diretamente para Damon por todo o tempo que estiveram ali, mesmo que ele aparentemente estivesse indiferente a sua presença. Oliver, um loiro bonito e de porte tão atlético quanto Damon estava só sorrisos e tão animado quanto Tess e lançava alguns olhares na direção de Caroline, mais ela não pareceu perceber. Mais o final da reunião, que a princípio parecia ser a luz no fim do túnel para Elena, tornou-se na verdade seu pior pesadelo.

– Então, em caráter de teste, Tess e eu decidimos escolher três dos nossos melhores diretores, escritores e roteiristas para que trabalhem juntos em um projeto, aliás, que tragam um projeto para o filme do livro “A Dama do Tempo” da, muito elogiada por Tess, Elena Gilbert. Eu disse “tragam”, porque eles serão enviados até uma pequena cidade da Virgínia.

– E nós escolhemos – Tess recomeçou a falar – Caroline Forbes, minha Codiretora literária, Damon Salvatore, Diretor de Mídia e braço direito do Oliver aqui presente e por ultimo, mais não menos importante, Elena Gilbert, roteirista promissora e autora de “A Dama do Tempo”. O destino de vocês é Mystic Falls e vocês viajam daqui a dois dias.

Os três pareceram congelar ao mesmo tempo. Caroline por estar prestes a ter sua tão sonhada convivência com Damon e Damon e Elena por um motivo em comum: Mystic Falls.

Elena puxou Damon para fora da sala antes mesmo de Tess e Oliver darem a reunião por encerrada e correu com ele para o Toyota. Sentou no banco do carona enquanto ele, ainda calado e com o olhar vazio, sentou ao seu lado, no banco do motorista.

– Merda! – gritou batendo com força com a mão fechada em punho no volante acionando a buzina, o que fez Elena voltar a si novamente.

– Eu não posso voltar a Mystic Falls! Eu não posso voltar a Mystic Falls!

– Eu não vou voltar a Mystic Falls! Não vou! – Ele gritou em coro a ela – Merda! Que merda Elena! Não tinha outro lugar pra eles inventarem de nos mandar?

– O que você tem contra Mystic Falls? – Ela perguntou, se dando conta pela primeira vez, que ele não tinha motivos pra tanto nervosismo, ela tinha.

– Eu... – ele abriu a boca e voltou a fecha-la calando-se novamente. Fechou os olhos com raiva e esfregou as duas mãos sobre o rosto – Merda... – Voltou a repetir mais baixo.

– O que a gente faz, Damon? – Ela perguntou com voz chorosa. Não deu devida importância a reação dele porque julgou não ser tão importante os motivos dele quanto eram os dela, Stefan era o principal, mais havia outras coisas que ela deixara enterradas lá.

– Não sei... Não sei... – ele falou rápido, enquanto tentava controlar os pensamentos.

– Ok, musica, musica sempre nos acalmou, lembra!? Musica, Damon! – ela anunciou nervosa procurando pelo botão que ligava o som do carro de Damon – Que musicas você tem aqui? – perguntou quando finalmente as luzes do aparelho começaram a piscar – Que musicas você tem aqui!?

Elena parecia mais uma drogada impaciente, mais Damon não estava bem para fazer piadas sobre ela. Ele sabia em seu íntimo que não estava melhor que ela, pois sua mente buscava encontrar uma alternativa que o fizesse não aceitar a missão de Oliver sem ser automaticamente demitido.

De radio em radio, ela tentava sintonizar alguma música que a fizesse esquecer o que teria que fazer, mais ela não encontrava, então em meio a raiva e frustração, sentiu o rosto esquentar, o primeiro aviso de que se não desse um jeito de se controlar, acabaria deixando alguma lagrima escapar.

– Vou levar você pra sua casa – ele disse somente e o resto do caminho foi feito em silêncio.

(...)

Damon ouviu fortes batidas na porta do apartamento e a campainha soava frenética. Tateou com a mão direita sobre o criado mudo ao lado da cama em busca do IPhone para que pudesse ver as horas e iluminar seu caminho até a porta.

– Só pode ser carma! – grunhiu nervoso quando viu as horas, 05h02min da manhã – Quem diabos bate na porta dos outros a essa hora?

– Abre logo essa merda! – ele ouviu a voz nervosa de Elena do outro lado, sentiu-se aliviado quando ela parou de bater e esperou, ele estava com uma puta dor de cabeça.

– Droga, Elena – ele disse quando ela o empurrou porta a dentro do apartamento – O que você quer comigo 05 horas da madrugada? – Elena revirou os olhos e seguiu pelo caminho que levava até o quarto de Damon.

– Quem mais está ai? Loira, morena... Pode despachar.

– Não tem ninguém mais aqui, garota – ele disse seguindo atrás dela – Diz logo o que você quer...

– Como conseguiu dormir? Parecia tão aterrorizado quanto eu quando me levou pra casa ontem.

– Voltei para o escritório, me entupi de trabalho e depois fui direto pro bar que tem aqui perto. Dormi com aquela garrafa de whisky ali se quer saber – ele apontou para a garrafa vazia depositada ao lado da cama Box de casal.

– Não vamos pra Mystic Falls – ela disse convicta.

– O que? Do que você está falando? Oliver e Tess deixaram bem claro que já esta tudo certo, criatura...

– Não vamos. Ligamos pra eles, marcamos uma nova reunião e dizemos que não vamos. Eles não podem nos obrigar a nada, Damon.

– As coisas não são tão fácies assim...

– Claro que são, a Tess vai entender – ela disse animada.

– Elena você precisa dormir, deita ai e dorme – ele gesticulou em direção a cama.

– Damon, nós não vamos a lugar nenhum se não quisermos – ela disse, parecia óbvio – Somos maiores de idade, donos da nossa própria vida e dotados de livre arbítrio. Dizemos que não vamos e não vamos.

– Claro, como dois adolescentes mimados que fogem de casa porque não ganharam a merda do celular que queriam – ele ironizou e jogou-se sobre a cama, cobrindo os olhos com um pedaço de seu edredom branco – Batemos o pé e então descumprimos uma ordem dada por nossos chefes.

Elena calou-se para pensar. Andou de um lado para outros varias vezes antes de ter certeza sobre o que falaria.

– Então vai – ela disse ríspida – Volta pra Mystic Falls. Seja lá qual foi o motivo para aquele seu súbito ataque no carro ontem, com certeza não é mais forte que os meus motivos pra não querer voltar lá.

Damon sentou-se sobre a cama e passou as mãos sobre o rosto tentando clarear seus pensamentos por um momento. Pensou que Elena sairia porta a fora, mais ela não o fez, continuou parada ali em pé a frente dele, pensando, com uma expressão desolada no rosto.

– Ok, Elena – ela o olhou pasma, sem saber o que pensar – Ok, nós vamos falar com eles... Vamos falar com o Oliver e a Tess.

– Damon... – o rosto dela se iluminou e tomada pelo impulso, jogou-se sobre Damon em cima da cama o abraçando. Damon também a abraçou. Pode sentir o sorriso formado no rosto dela encostado levemente sobre o pescoço dele. Sorriu também, mesmo sem acreditar que Oliver o desse o benefício da escolha.

– Tá – ele voltou a falar depois de alguns segundos. A empurrou para o lado tirando o corpo dela de cima do seu – Agora tenta dormir um pouco, Elena. Você ta só olheiras... – Ela bufou e revirou os olhos.

– Fala sério Damon, são mais de 5 horas...

– Fica ai – ele elevou a voz quando ela fez menção de levantar. Ela parou e o olhou incrédula. Ele então retirou a chave da porta e desligou a luz do quarto fazendo Elena sobressaltar-se um pouco – E descansa, Elena.

– Damon! – ela gritou quando ele saiu do quarto e fechou novamente a porta a trancando – Damon volta aqui! Eu não vou descansar! Damon! – não houve resposta dele e em desistência, Elena jogou-se novamente sobre a cama, afundando sua cabeça contra o macio edredom com o doce perfume dele – Talvez eu devesse mesmo descansar... – sussurrou ao fechar os olhos.

(...)

Já eram 16h15 e Elena já estava impaciente. Marcara de se encontrar com Damon após o trabalho no café da esquina da editora e ele já estava 15 minutos atrasado. Odiava esperar, mais precisava saber se ele havia conseguido a dispensa de Oliver da viajem a Mystic Falls. Não seria exagero dizer que ela quase pulou da cadeira quando ele finalmente chegou.

– E ai? E ai? – repetiu impaciente quando ele se sentou sem dizer nenhuma palavra, ele desviou o olhar por um instante e voltou a encará-la dando de ombros.

– Diz você – ele falou fazendo-a franzir o senhor – Primeiro as damas... – deu seu clássico e charmoso sorriso lateral, mais Elena costumava dizer que era imune aquele sorriso. Apenas revirou os olhos.

– Fui dispensada. Tess concordou em me deixar fora dessa - disse sorrindo e ele balançou a cabeça em positivo.

– Você já pediu alguma coisa? – ele perguntou somente.

– Não – ela respondeu sem entender.

– Então vou comprar o de sempre... – E ele se levantou em direção ao balcão. Quando voltou trouxe consigo dois capuchinos, dois sonhos de chocolate e um cupcake de morango para Elena.

Eles comeram em silencio até que ela não se conteve mais. Pela forma como Damon estava se comportando, ele não havia tido êxito em sua conversa com Oliver, mais como a esperança é a ultima que morre, ela precisava ouvir da boca dele.

– Damon... Não me contou sobre sua conversa com o Oliver... – Ele assentiu a encarado, mais antes de continuar, deu um ultimo gole em seu capuchino.

– Bom... Não deu certo...

– Como “Não deu certo”? – ela perguntou após uma débil tentativa de imitar a voz dele.

– Não deu certo, Elena... Eu vou a Mystic Falls...

– Mas... Mas Damon... Pensei que Oliver entenderia...

– Ele entende... Mais não pode fazer nada. Eu sou Diretor de Mídia. Eu sou o responsável, ou eu encaro ou desisto do cargo – ela engoliu em seco, piscando os olhos, tentando absorver a resposta dele.

– Merda – lamentou em um sussurro, mais ele pareceu escutar – Damon, o que tem de tão ruim voltar pra lá para você? Quer dizer... Você sabe o que aconteceu comigo, mais eu não sei sobre você...

– Stefan nunca... – ele recomeçou fraco e ela apena balançou a cabeça em negativo. Ele desviou o olhar em direção a rua e novamente para Elena. Levantou-se da cadeira e a observou em pé a sua frente – Eu tenho... Tenho lembranças enterradas lá como você, Elena. Eu tão pouco quero voltar... – Disse saindo em seguida em direção a porta. Elena levantou e seguiu o mais rápido que pode em seu encalço deixando o dinheiro em cima da mesa. Ele já estava no Toyota quando ela saiu. Elena entrou no carro em silencio, aflita com a reação de Damon. Sem pensar muito ela depositou a mão esquerda sobre a coxa direita dele e fechou os olhos por um momento.

"Mesmo com tantos motivos

Pra deixar tudo como estáNem desistir, nem tentar

Agora tanto faz

Estamos indo de volta pra casa”

– Eu vou com você.

– O que? – Ele perguntou atônito na direção dela. Elena abriu os olhos e o encarou de cara fechada.

– Quer que eu repita, Damon?

– Elena, você não precisa fazer isso, eu... – Ele balançou a cabeça mais ela pareceu não ligar, apenas olhou em direção a rua.

– Eu sou sua amiga, não sou? Eu não vou te deixar sozinho...

– Elena...

– Damon, seja lá do que está fugindo e eu não entendo porque não me conta logo, eu vou te ajudar a encarar, eu vou com você, não vou te deixar só, ok? Além disso, é o meu livro, há fragmentos de Mystic Falls em cada capítulo, afinal... Ainda deve haver coisas boas lá, as que me renderam essa viajem pra New York... – ela agora pressionava levemente a mão sobre a coxa de Damon, sentia que a coisa era séria, mais estava cada vez mais confiante para encarar a ideia daquela viajem com ele.

– Tá, mais e você? E quando encontrar o Stefan? Sua tia Jenna?

– Eu vou ter você, não vou? Você vai estar lá, não vai? – Ele assentiu e depositou sua mão sobre a dela a acariciando levemente, sensação que fez Elena sentir-se mais calma e segura do que estava fazendo.

– É claro, você nunca estará só, Elena...

– Disse, depositando um beijo sobre a bochecha dela.


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Notas finais do capítulo

Então? O que achou? Devo continuar?
Todos os comentários são bem vindos!
Até a próxima!



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