Pollyanna POV

Era tarde, os alunos todos já deviam estar em seus dormitórios, o jantar havia sido delicioso, mas eu estava com uma curiosidade imensa sobre os ataques da escola. Eu sabia que o que eu estava fazendo não era prudente, mas era necessário, andava pelos corredores vazios do castelo à noite rumo à biblioteca. Perguntei a Tom se ele sabia algo sobre os ataques aos alunos nascidos trouxas, mas ele disse que não sabia nada e que eu não devia insistir no assunto, até parece que ele não me conhece.

Eu já estou em meu 4º Ano, mas me preocupa que talvez eu não possa ter um 5º Ano se o responsável pelos ataques não for pego, me assusta mais não poder vir a Hogwarts ano que vem do que ser atacada pelo que quer que seja. Desde meu primeiro ano cresci um tanto, mas não muito, ainda sou bem mais baixa que Tom, eu peguei um espelho que carregava no bolso e suspirei pesarosa.

– Ah essas malditas sardas. - disse ao me fitar no espelho, Tom nunca vai olhar pra mim enquanto eu as tiver, suspirei, de um tempo para cá o que tenho sentido por Tom tem mudado, gosto tanto dele, mesmo que seja arrogante e tenha um gosto terrível para amizades, mas nunca vou ser correspondida e nunca lhe direi, Tom é o garoto mais bonito de Hogwarts, mais inteligente e brilhante e é um grande amigo. Olhei uma ultima vez no espelho, assustei - me ao ver grandes olhos amarelos aterrorizantes e tudo apagou.

Tom POV

Abraxas me esperava no dormitório naquela noite, todos já estavam em seus dormitórios, portanto estávamos sozinhos.

– Milorde. - chamou Abraxas assim que entrei.

– Algo de importante para me falar Malfoy? - perguntei despindo minha capa.

– Bom... Eu sei da afeição que tem por aquela garota Whitter, mesmo ela sendo... - ele se interrompeu quando lhe lancei um olhar frio e cortante. - Enfim, ela foi atacada pelo monstro da câmara.

– Ela... - olhei abismado para Malfoy, o basilisco devia atacar os sangues ruins, mas não queria que ele atacasse Pollyanna. - Ela está bem?

– Petrificada, eu não diria exatamente bem, milorde.

Suspirei, ela ficará bem, Hogwarts ameaçava fechar as portas e eu teria que por um fim nisto, infelizmente apenas uma sangue ruim morrera e fiquei feliz de ser a tal garota Murta do 3º Ano.

– Está bem, vá Abraxas, eu vou dar um jeito nisto.

Saí do dormitório, acusaria Hagrid, o meio gigante bobalhão grifinório do 3º Ano, ainda não seria daquela vez que terminaria a tarefa de Salazar Slytherin e depois me certificaria que Pollyanna está bem.

Pollyanna POV

Pisquei os olhos tentando me acostumar com a claridade do local, eu sabia onde estava, na ala hospitalar, fiquei contente ao ver Dorea, Charlus, Minerva e Jeremy rodeando o meu leito.

– Ela acordou! - exclamou Dorea. - Como você está Polly?

– Muito bem. - eu digo me sentando em minha cama. - Mas... Mas o que houve?

– Você foi atacada pelo monstro, do que se lembra Polly? - perguntou Minerva.

– Nada, apenas de dois grandes olhos amarelos, mas... Hogwarts não vai fechar, vai?

Os amigos se entreolharam.

– Não Polly. - disse Charlus, mordeu o lábio inferior antes de continuar. - Pegaram o responsável.

– Minha nossa! E quem foi?

– Rubeo Hagrid. - disse Jeremy, mas sua voz era rancorosa.

– Oh não! Hagrid nunca faria uma coisa dessas, ele é nosso amigo.

– Tentamos falar com o professor Dumbledore, Polly, mas ele não pode fazer nada.

– Foi Riddle. - acusou Minerva. - Ele acusou falsamente o Rubeo.

– Oh não Minerva, Tom é tão bondoso, não faria uma coisa dessas.

Minerva e Dorea se entreolharam.

– De qualquer modo estou contente de já estar acordada, assim posso eu mesma falar com o professor Dumbledore. Quando poderei sair Madame Grey?

– Já esta tarde Miss Pollyanna. - sorriu amavelmente Madame Grey. - Agora vocês devem deixa-la descansar.

Charlus fez uma careta para Madame Grey enquanto ela estava de costas fazendo todos nós rir.

– A gente se vê mais tarde Polly. - disse Jer.

– Até mais tarde.

O tempo na ala hospitalar foi um tanto tedioso, mas pelo menos pude conversar com Madame Grey. À tarde ela me deixou sair e fiquei contente ao vê-lo a minha espera na entrada da ala hospitalar.

– Oh Tom como estou contente em vê-lo! - eu disse correndo e o abraçando.

– Pollyanna! - ele me repreendeu, afastei -me. - Você está bem?

– Estou. - nós caminhamos juntos para fora do castelo andando aos arredores do mesmo, adoro a vista do castelo, o lago negro, a floresta, é muito bonita, mas fiquei um tanto quieta e pensativa.

– O que há de errado? - perguntou quando nos sentamos em nosso lugar preferido, frente ao lago negro.

– Não foi o Hagrid, Tom.

Tom não olhou para mim, olhava para a vista, ele é tão bonito, seus cabelos estão sempre milimetricamente arrumados, embora eu já tenha lhe falado que os prefiro bagunçados, ele diz que é bobagem minha e seus olhos são de um azul intenso muito lindo, mas estão sempre frios e apagados.

– Ele era meu amigo, você poderia conversar com o professor Dumbledore e...

– Não posso. - ele disse rude.

– Ele não faria uma coisa dessas Tom. - eu digo indignada. - E...

– E? - ele me incentivou a continuar mesmo sem olhar para mim, eu suspirei.

– Às vezes acho que você faria, você e seus amigos que não suportam nascidos trouxas, por que continua sendo meu amigo então?

– Já disse que você é diferente. - disse num tom de voz tão baixo que tive de me esforçar para ouvir. - Eu não faria uma coisa dessas Pollyanna, o que acha que sou? Um monstro?

– Desculpe-me não foi isto que quis dizer, você é tão bondoso comigo.

– Pollyanna... - ele disse em voz baixa. - O que faria se não fosse assim? Se realmente eu fosse um monstro?

Tom olhou para mim esperando uma resposta, uma sombra estranha passando pelos olhos azuis intensos e sem brilho, pousei minha mão de leve em seu rosto e sorri.

– Sei que não é. Em breve nós iremos voltar para Londres, eu vou arrumar o meu malão, te vejo em breve.