As férias acabaram, Tom e eu dispensamos a companhia de Mary e Sr. Riddle até a plataforma, pensamos na reação deles ao ver pessoas tão “estranhas” como eles diriam e a reação dos amigos de Tom.

– Bom ano letivo. - disse Mary. - não se esqueçam de me escrever, eu vou estar à espera das estranhas corujas do mundo de vocês. E querido esta levando Nagini imagino, não quero uma cobra na minha casa.

Nós sorrimos e Tom assentiu quanto à cobra, Mary beijou os dois lados de nossas bochechas e nós partimos para Londres, durante o caminho falamos sobre as nossas férias, o que foi divertido. Já no Expresso Hogwarts Tom abraçou-me e beijou-me ternamente deixando aquela sensação de formigamento em meus lábios que somente ele proporcionava.

– Nos separamos aqui Miss.

– Até breve então senhor monitor. - brinquei, ele sorriu de canto e se afastou, ele parecia realmente um lorde, o modo como andava, como falava, tão majestoso, eu fui tirada de meus pensamentos por uma voz familiar.

– Polly! - gritou Dorea me abraçando, eu correspondi o seu abraço, Charlus, Minerva e Jeremy vinham logo atrás. Eu desviei os olhos para o chão me perguntando se ainda estavam chateados comigo? Jer ficou chateado quando terminei com ele e Minerva tomou suas dores.

– Quem está preparado para as N.O.M.s? - perguntou uma bem humorada Minerva para a minha surpresa, Jeremy respondeu com alguns resmungos desanimados.

– Eu vou procurar uma cabine, a gente se vê em Hogwarts Dorea. - eu disse timidamente me distanciando.

– Espera Polly, não vai nos contar como foram as suas férias com o bajulador hipócrita?

– Vocês... - comecei esperançosa. - Não estão mais chateados comigo?

– Não, não estamos. - disse Jeremy passando o braço pelo meu ombro. - Se você não tivesse me usado e me jogado fora só pra fazer ciúmes para o Riddle, eu não teria descoberto que gosto tanto da Minerva.

– Jer eu não te... Não! - levei as duas mãos a boca, Minerva estava vermelha.

– Não precisa sair anunciando pra todo mundo Jer. - disse timidamente de mãos dadas com Jeremy e todos nós rimos.

– Oh, mas isso é tão... Estou tão contente por vocês.

A viagem até Hogwarts foi realmente divertida, diferente dos estressantes dias que se seguiram, Jer e eu passávamos a maior parte do tempo a estudar para as provas, todos os alunos do 6º Ano estavam ocupados com os testes de aparatação. Foi numa sexta a noite que decidi encontrar Tom na saída do Clube do Slughe, mas todos saíam menos Tom.

– Malfoy, onde está Tom? - perguntei impaciente.

– Está a falar com o professor. - respondeu por cima do ombro e seguindo seus amigos, aproximei-me da porta e ouvi vozes de Tom e do professor de poções.

– Professor, eu estava na biblioteca um dia desses, na sessão reservada e li algo sobre uma magia rara que não entendi muito bem, achei que o senhor pudesse me ajudar. - ouvi a voz aveludada de Tom.

– Pois diga meu rapaz.

– Horcrux. Eu li o termo e não entendi muito bem.

– Minha nossa Tom, isso é magia das trevas, realmente das trevas.

– Por isso vim procurar o senhor, os outros professores não entenderiam. - a voz de Tom era controlada e a bajulação sutil, ele queria muito saber aquilo, chateei-me ao saber que Tom ainda se interessava por magia das trevas, por isso decidi voltar para minha sala comunal.

Foi em um corredor vazio que encontrei meu professor de transfigurações, professor Dumbledore, que aparecera em uma hora oportuna.

– Srta. Whittier. - cumprimentou o professor.

– Professor. - chamei. - pode esclarecer-me uma duvida?

– No que puder ajudar senhorita.

– O que são horcruxes? - o professor me olhou receoso.

– Venha comigo até minha sala Srta. Pollyanna. - ele me chamou e eu o acompanhei, adentrei a sala do vice-diretor sentando de frente para ele. - Agora, me diga, por que quer saber sobre isso?

Engoli em seco, eu poderia estar colocando Tom em um problema, então achei melhor não citar nomes.

– Quero ajudar um amigo a não... Se perder nesse tipo de magia. - o professor sorriu bondosamente.

– Sabe Srta. Pollyanna, eu acho que Tom tem muita sorte de ter uma amiga como você. - disse o professor e arregalei os olhos.

– Mas, eu não disse que era ele, eu... Bom, o senhor pode dizer-me?

– Basta que saiba senhorita, que é uma magia muito terrível, capaz de partir parte de sua alma e colocá-la em um objeto, assim se a pessoa tem uma horcrux e é atacada, ela não morre.

– De certo modo se tornaria imortal? - perguntei preocupada.

– Exato, mas Pollyanna seria preferível à morte, essa magia é realmente perigosa e para se fazer uma horcrux é preciso realizar um ato impuro, abominável.

– Matar senhor? - perguntei horrorizada e certa de que Tom poderia fazer isto a qualquer momento, o professor assentiu.

– Quero que me prometa que nunca vai se interessar por algo do gênero e que não falará sobre isto para outros alunos senhorita.

– Não estou preocupada comigo professor.

– Minha cara Pollyanna, a melhor maneira de se combater as trevas é com o amor, saiba disto, agora é melhor que vá para seu dormitório, deve descansar.

– Obrigada por tudo professor. - eu disse me levantando. - Boa noite.

– Boa noite.

[...]

Os dias se seguiram e eu me aplicava cada vez mais nas matérias para conseguir boas notas nas N.O.M.s, não era fácil e eu quase não tinha tempo, Tom e eu estávamos mais afastados do que nunca, especialmente depois daquela noite quando descobri sobre as horcruxes. Naquela tarde teríamos o ultimo jogo da temporada, eu corria animada para o campo de quadribol, junto de Minerva e Dorea que também iam assistir, quando vi uma figura conhecida adentrar a floresta negra.

– Meninas vão à frente, eu vou já, guardem um lugar para mim.

– Tá, se apresse Polly. - elas disseram em uníssono.

Era Tom que adentrava a floresta proibida, eu o segui, como namorada e melhor amiga devia chamá-lo e perguntar o que ele estava fazendo, mas como realista e especialista em criaturas enigmáticas como Tom Riddle, achei melhor segui-lo e ver o que ele realmente ia fazer ali enquanto todo o castelo estava no campo de quadribol. Ao me aproximar mais, notei que ele não estava sozinho, estava com um garoto, um garoto do 1º ano, apenas uma criança que andava a sua frente como se estivesse sendo controlada por Tom.

Tom adentrou tanto a floresta que a claridade do por do sol já não podia ser vista de tantas enormes árvores que tinham ali, escondi-me em uma ao vê-lo parar de andar, olhar para os lados e dizer ao garoto.

– Aqui já está bom. - apertei os olhos e reconheci o garoto como Derek MacQueen, um lufano nascido trouxa, garotinho adorável e com poucos amigos. - Avada Kedavra.

Não precisei olhar a cena para ver o clarão verde, mordi o lábio tentando não chorar, sentei-me ao chão com o cuidado de não fazer nenhum barulho e fiquei ali, não sabia como voltar e não queria ver Tom, não queria ver aquele brilho vermelho em seus olhos novamente, não queria saber que ele estava querendo fazer uma horcrux e que tinha matado outra pessoa desta vez com suas próprias mãos, então eu ficaria ali, uma lua cheia se ergueu e eu comecei a tremer de frio com os lábios roxos. Minha tremedeira somente aumentou ao ouvir um uivo, levantei-me às pressas pronta para correr quando ele apareceu, uma criatura peluda de olhos negros enormes e dentes afiados, um lobisomem, eu gritei e comecei a correr, mas ele era muito mais rápido do que eu. Eu senti sua pata arranhar com força minha barriga e me jogar para longe, os galhos fizeram cortes em minhas bochechas e minhas costas bateram com tudo em uma árvore, senti um estalo e uma dor lancinante nas costas, tudo escureceu.