No dia seguinte...

Bruno entrou no quarto do hospital e abraçou Jason. Era uma cena como se fosse de dois irmãos.

Mime Jr. apareceu logo em seguida. Simon disse que os dois se tornaram grandes amigos, e o pokémon ficaria com o garoto.

— Posso analisar ele? — Perguntou Jason. Bruno assentiu.

 Nome: Mime Jr.

Designação: Pokémon mímico

Número: 439

Tipo: Psíquico/Fada

Sexo: Macho

Grupo de ovos: não descoberto

Peso: 13 kg

Altura: 0,6 metro

Razão de gênero: 50% masculino e feminino

Estado: Defesa especial

— Esse é o segundo pokémon do tipo fada que analiso. Obrigado, Bruno.

O menino abraçou o seu Mime Jr. e disse em língua de sinais que ficou muito feliz em conhecer Jason.

Stone surgiu no quarto e afirmou que precisava levar o garoto até um litoral mais afastado de Rock'atown para o reencontro entre pai e filho.

— Posso ir junto?

— Mas filho... — protestou Robert.

— Papai, tudo bem. Eu estarei ao lado do senhor Stone. Quero ver o senhor Marshall pelo menos uma última vez.

Robert não interferiu e permitiu que o seu filho fosse junto.

Simon decidiu ficar no museu.

...

Wailord apareceu numa praia mais afastada da cidade. Dessa vez apenas Marshall surgiu.

— O que você faz aqui?

— Queria vê-lo pela última vez, coroa — disse Luiza. — Obrigada por ser o meu companheiro de vida criminosa.

O homem cumprimentou a moça e afirmou que a gratidão era dele por ela ter salvo Bruno no subsolo.

— Bom, não deu pra roubar tudo. Decidi livrar a pele da criança. Digamos que eu não sou uma má pessoa.

— Uma coisa que me pergunto. Você e a Equipe Black possuem história, não é?

Luiza parou e ficou séria. Marshall acertou em cheio. Ela afirmou que todos ali possuíam algo com a Black. No entanto, ela tinha algo a ver com um membro em específico deles.

— Dark Ling.

— Eu ouvi falar dele. Parece que é o líder do capitão Noah. Jason e ele se falaram por telefone.

— Jason é um estúpido por se meter no caminho dele. Enfim, tchau. Seja feliz com o seu filho.

Assim que ela se despediu, os outros apareceram. Bruno correu até o seu pai e ambos se abraçaram. O garoto mostrou Mime Jr. e quis ser o seu parceiro.

— Fugiu como um cão, Marshall? É nisso que dá virar um pirata.

— Cala a boca, Alfredo. Estou feliz com a minha vida assim. Aliás, parece que o prefeito Gordon fugiu depois que soube da prisão do Faisal e da apreensão das minas.

— Será uma questão de tempo para a polícia prendê-lo. Haverá novas eleições e papai vai se candidatar.

— Que bom. Aposto que a cidade vai estar em boas mãos. Seu pai era o melhor amigo do meu pai. Boa sorte.

Marshall também agradeceu a Jason pela ajuda na batalha contra os blackers. Se não fosse a ajuda dos marinheiros, provavelmente teria perdido a luta. Jason não quis os créditos, apenas pediu que cuidasse melhor de Bruno e não usasse os seus poderes psíquicos para fins egoístas.

— Claro. Seu pai teve razão ao ficar com raiva de mim. Depois fala para ele que o motivo de ter usado os poderes de Bruno para fins pessoais foi justamente para tentar algo contra o prefeito. Depois que perdi a minha família, fiquei transtornado. Piorou quando soube acerca da venda das minas. Levei Bruno para um comício do prefeito-eleito Gordon, e tentei fazer com que Bruno usasse a telepatia para manipular a mente dele. Infelizmente não consegui.

— É... realmente foi uma besteira muito arriscada. Mas eu não tiro a razão do senhor Robert. Nunca mais use o seu filho para coisas assim.

— Alfredo, cê fala como se fosse papai. Primeiro tem que fazer. Até. Vamos, Bruno!!

O menino se despediu pela última vez de Jason. Marshall, Bruno e Mime Jr. subiram em Wailord. Foi um adeus ou um até logo.

...

Mesmo após a vitória diante da Equipe Black, Jason não conseguiu ir para uma outra cidade imediatamente. Os motivos foram a reabertura do museu da cidade, o reinício das pesquisas arqueológicas nos sítios que eram as antigas minas e por Simon.

No mesmo dia da despedida...

No museu, as pessoas se aglomeraram para verem novos fósseis pokémons, além de artefatos históricos da antiga civilização da água.

— Preciso da sua ajuda — disse Simon para Nikky.

— Estou aqui para ajudar um colega meu. Digamos que é a minha gratidão por ter ajudado na batalha contra a Black.

O adolescente retirou algo de dentro da mochila. Era um saco plástico preto. De dentro, um fóssil pokémon.

— Soube que aqui é o único lugar da região que utiliza tecnologia para reviver pokémons.

— Você pegou ontem à noite durante a invasão?

— Não. Peguei anteontem quando me disfarcei de blacker junto com o meu Zoroark. Eu entrei num sítio arqueológico um pouco distante da mina principal e escavei esse fóssil. Eu estudei e fiquei interessado com o tipo de pokémon que ele se transforma.

Nikky segurou o fóssil e levou para um laboratório anexo ao museu. Simon viu cilindros cheios de um líquido amarelado com ovos dentro.

— Utilizamos o DNA contido no fóssil e misturamos com o de espécies que ainda vivem hoje para criarmos espécies parecidas com as que viviam na pré-história. Depois o embrião se desenvolve in vitro nesses cilindros com líquidos amnióticos artificiais. Leva cerca de quatro dias a uma semana para nascerem do ovo.

— Eu espero. Mesmo que me separe do Jason.

Nikky pediu aos cientistas para analisarem o fóssil.

...

Jason libertou Tyrantrum, Galvantula e Eevee. Junto com Charmander, ele os treinou com a ajuda de Joe Stone na arena atrás do museu (que era o local de batalha do ginásio).

— Vamos descansar um pouco — disse Joe.

Os pokémons receberam uma ração especial.

— Uma pergunta. Acharam o capitão Noah? — Perguntou Jason.

— Parece que ele desapareceu. A polícia não soube nada dele. Mas acharam o Rhyperior na floresta. Ele foi capturado e solto na natureza. — Respondeu Joe.

Jason sabia exatamente qual foi o destino de Noah. Não desejou isso para ele, mas foi o seu castigo por ter causado tanto sofrimento.