— Por favor... essa sua risada é de agredir os ouvidos de quem quer que seja.

Essa voz era familiar e surgiu logo atrás de um escombro. A pessoa por trás da flechada era Iceburgh, que segurava uma besta nas mãos.

Os olhos de todos se voltaram para o barbudo, mas foi Elza e Nicolau que ficaram muito mais surpresos. 

— Como escapou? — questionou Nicolau.

— Pergunte a eles, não a mim.

Lorelei, Simon e Luiza pediram desculpas.

Lady Kumo se enfureceu e gritou para Iceburgh, xingando de tudo. Também afirmou que uma flechada no coração não era o jeito fácil de matá-la, haja vista seu corpo era mais resistente do que o dos humanos.

— Eu vou te matar...!

— É verdade que você tem essa aparência selvagem, mas deu azar de cruzar o meu caminho.

A mulher correu para cima de Iceburgh, porém Sirfetch'd cortou o peito dela no mesmo instante. O cetro da rainha aranha voou para longe da mão dela; Sirfetch'd pegou o objeto.

— Então é isso. Esse objeto é necessário para manipular aquele pokémon mítico. Conforme escutei de Tarantudo na aeronave. Ele deixou escapar que o cetro é o que mantém o capacete de Zeraora funcionando.

Kumo praguejou e amaldiçoou Tarantudo por ter sido tolo.

— Não culpe os mortos. Em breve você fará companhia para ele no inferno. Só que antes, eu tenho algo a dizer. Escutei da sua boca que era integrante da Equipe Rocket e que fora um experimento de mutação genética. Aquilo foi uma ideia que compartilhei com outro cientista.

— Cientista? — ela perguntou ainda sangrando.

— Eu fui cientista da Equipe Rocket. Fui um amigo próximo de Giovanni. E, juntamente com outro cientista, criei o projeto Pokéhumano.

Celadon - Décadas antes

Giovanni ainda trabalhava num protótipo de criação de um pokémon chamado Mewtwo, que só sairia do papel tempos depois. Nesse tempo, o chefe mafioso investiu milhões para financiar os estudos da mutação genética entre humanos e pokémons.

— Chefe, chegamos a um consenso. O experimento começará em breve — disse um Iceburgh jovem e sem barba.

— Conto com você, Iceburgh — respondeu o homem enquanto fazia cafuné em seu Persian.

E assim, Iceburgh iniciou projetos para o começo do projeto Pokéhumano. Alguns foram fracassos, outros deram certo. O ápice do experimento foi uma mistura de mulher e Ariados. Assim, o subprojeto Spider surgiu.

— O que acha, doutor Iceburgh — o cientista mais velho mostrou o feto de Lady Kumo dentro dum cilindro. O bebê tinha pernas de aranha.

— Macabro e revolucionário, doutor Love.

— Eu te criei, Lady Kumo; juntamente com o cientista que hoje trabalha para a Equipe Black. Depois que Giovanni foi embora, não tive mais informações sobre você e nem ninguém. Tive contato apenas com o doutor Love.

— Eu nunca... te conheci... velhote. Trabalhei para o mestre Giovanni e nunca te vi uma única vez.

— Por que foi uma memória falsa que implantamos no seu cérebro para facilitar as coisas. Não queríamos que existisse uma mutante que se rebelasse contra nós. Giovanni nunca deu bola pra você, queridinha. Ele estava empenhado em outras coisas. Mas o único que ainda mantinha controle sobre ti era o doutor Love. Ele foi o responsável por facilitar o acordo entre a Kumo e a Black. Não achou fácil demais que ocorresse a união entre as duas equipes? Haha... Love que armou tudo.

— Eu fui... usada?

— Claro que foi. O objetivo era conseguir os cristais, mas antes disso a Equipe Kumo já trabalhava para o doutor Love. Ele te manipulou por todos esses anos. Tenho que tirar o chapéu para aquele velho. Até eu tive dificuldade para te reconhecer. Só tive a certeza de que você era o pokéhumano quando se transformou.

Lady Kumo ficou histérica e partiu para cima de Iceburgh com as suas teias. Logo, Sirfetch'd cortou o golpe.

Simon, Luiza, Lorelei, Elza e Nicolau viram o que Sirfetch'd fez com Lady Kumo logo depois e fecharam os olhos. 

— Queridinha, você perde a cabeça muito fácil — brincou ele ao ver a mulher aranha sem vida no chão.

O vilão se aproximou de Elza e Nicolau e afirmou que também teriam um fim semelhante. Simon, Lorelei e Luiza tentaram impedir, mas Zeraora eletrocutou todos.

— Manipulando um pokémon para fazer uma atitude desumana dessa! — gritou Nicolau.

— Manipulado? Sirfetch'd tá do meu lado sem que eu precise fazer tal coisa — disse ao revelar que a ave lutadora era o seu pokémon escudeiro.

— Iceburgh, você matou a inimiga e agora tem o tesouro que ela deixou. Vá embora e deixe a gente em paz — disse Elza.

— Essa é a minha vingança. Por que faria isso? Enfim, ela fará companhia aos colegas mortos dela. Vocês farão ao velho Alexander.

Nicolau ficou com ódio ao ouvir o nome do seu pai saindo da boca do Iceburgh.

— Não me aguento. Antes de matá-los, tenho que contar a verdade sobre a morte do velho Alexander Romanov.

— O vovô? Tem algo mais? 

— Sabe por que eu o matei? Porque ele descobriu que crianças foram sequestradas para serem vendidas ao doutor Love a fim de prosseguir com os experimentos de pokéhumanos. Ele estava investigando por baixo dos panos e logo saberia que eu era o sequestrador. Por isso que eu o envenenei antes de que ele soubesse. Não fez muita diferença, pois eu contei a ele segundos antes da sua morte agonizante.

A informação deixou Nicolau e Elza perplexos. Lembraram de alguns casos de crianças desaparecidas em Permafrost anos antes.

— Agora chegou a hora de vocês. Sirfetch'd!

O pokémon foi para cima dos dois.

Lucario impediu que o ataque ocorresse.

Antes de aparecer, Luiza havia deixado Lucario escondida para caso algo desse errado. Ela estava certa!

— Maldição. Vocês estão quase morrendo, mas continuam a atrapalhar como moscas no rosto. Pois bem, vocês terão o que mais querem. ZeroKumo!

Zeraora pousou na frente do seu novo dono. Iceburgh levantou o cetro e se jactou por agora controlar a mente do pokémon mais forte que já viu. Agora era questão de tempo para atacar todos ali. 

 Mas e Jason e Pyro...?