A pancada que Cheyenne deu em Iceburgh deixou o vilão machucado a ponto de sangrar pela boca. Antigo ex-chefe da tribo, nunca teve tanto ódio e rancor de alguém quanto o que tinha contra o assassino da sua mulher. E o algoz estava bem à sua frente, pronto para ser morto por suas mãos.

— Espere, Cheyenne! Não o mate — Nicolau disse, apelando ao bom senso.

— Como quer que eu fique tranquilo quando o assassino dela está em minhas mãos? Tenho o poder de estraçalhá-lo agora mesmo.

— Mas eu tenho uma sugestão melhor para decretar o destino desse canalha.

Nesse instante, Iceburgh começou a rir da cara de Nicolau por ouvir os apelos para Cheyenne se conter. Era melhor do que a melhor piada que já ouviu na vida.

— Senhor Nicolau... por que tenta deter o selvagem de me matar? Logo você que teve a sua filha sequestrada por mim.

— Sei o quanto perigoso você foi para a família Romanov, mas a minha ideia é mandá-lo para trás do xadrez; o lugar que você mofará pelo resto da sua vida.

— Tem certeza? Logo a pessoa que matou seu pai, o famoso Alexander Romanov.

As palavras do vilão deixaram Nicolau e Elza perplexos.

— Envenenei o velho Alex. Gota por gota, o bom homem bebeu do chá que eu preparava a partir de um composto orgânico tirado da ova de um peixe chamado Qwilfish.

— Não pode ser, papai. Conheço essa espécie de pokémon. O veneno dele é extremamente poderoso — falou a líder de ginásio.

Iceburgh gargalhou depois que revelou ser o assassino do vovô Romanov. Disse ainda que todos pensaram que o idoso tinha morrido por causas naturais devido a uma doença. Porém, nada era a verdade.

— Ouviu o que esse traste disse? Ele matou pessoas das nossas famílias. Deixa eu matá-lo...

— Não! Por favor, Cheyenne. Também estou nervoso e a ponto de explodir, mas não é esse o caminho. Deixe que ele seja julgado por todos os seus crimes. Será julgado pela tribo de Cheyenne.

Cheyenne respirou fundo e assentiu. Odiou a decisão do colega, mas respeitou. Segurou Iceburgh e ameaçou quebrar um braço ou uma perna dele se este tentasse fugir.

...

O gigaremo verde ainda estava intacto, mas o ambiente ao seu redor era atingido pelas forças de Banette e Houndour.

Simon decidiu lutar com o seu pokémon principal, que havia sido presenteado por sua mãe. O Houndour ainda era um jovem cão sem tantas experiências em batalhas; o trabalho quase protagonístico ficando para Zeraora. Sem o seu parceiro raposa ilusionista (que tinha a tipagem perfeita para inimigos fantasmas), utilizou de sua cartada final: Houndour. Tal pokémon era de fogo e escuro. O lado sombrio poderia lidar bem contra Banette, enquanto o fogo poderia destruir o gigaremo.

— Vocês não são de nada — desdenhou Raptor.

— Houndour, cuidado.

Banette sabia que nenhuma das suas magias atingiria o cachorro, por isso apelou para o uso de poderes elementares. O Thunderbolt saiu de si e atingiu o local de Houndour, que escapou por pouco.

— Droga. Ele tem uma carta na manga.

— Ahuahauaha!! É o seu fim, pivete.

Houndour era habilidoso o suficiente para sair de perto do local em que as descargas caíam. Contudo, não havia a menor chance para uma aproximação estratégica na batalha e, por conseguinte, sequer um arranhão ao alvo principal que era o gigaremo. E isso deixou Simon muito insatisfeito e até um tanto nervoso, já que houve um momento de revés comum tanto no enfrentamento com El Chanrco quanto com Raptor.

— Preciso me acalmar e pensar numa forma para derrotar esse Banette. Já sei... Houndour, solte fumaça tóxica.

O canino soltou um bafo cheio de fumaça preta, escurecendo o local.

— Mas que droga é essa? — Raptor tossia e fechava os olhos.

Smog: técnica normalmente de pokémons venenosos; se alastrou pelo recinto. Simon ficou parado e respirou sem ter falta de ar.

Houndour correu e conseguiu uma aproximação perfeita a Banette, utilizando sua bocarra de cachorro para soltar um Fire Fang. O fantasma quase foi pego em cheio, mas usou Protect antes de ser atingido, e logo uma barreira o protegeu.

— A droga dessa fumaça deve estar passando, mas acho que o seu cãozinho não tem mais força para tirar tanta fumaça outra vez dos pulmões.

— Droga.

— Agora, Banette. Utilize o Confuse Ray.

O raio da confusão saiu da boca do fantasma e foi para Houndour. O parceiro de Simon se sentia confuso. Era como se pequenos pássaros amarelos voassem ao redor da sua cabeça.

— Ahuahaua!! Esse é fim. Vamos, ataquem.

Mas Houndour caiu no chão e se queimou com o próprio fogo que soltou.

Banette aproveitou para fazer uma Shadow Ball das suas mãos. Seria o golpe de misericórdia. A bola negra de energia fantasmagórica caiu na direção de Houndour, porém quem pegou o ataque havia sido Ludicolo, que saiu da pokébola rapidamente.

— Ludicolo!!

— Maldito intrometido.

Simon segurou o seu pokémon desmaiado. Havia uma clara amostra de companheirismo. Ele protegeu Houndour. Assim, o canino conseguiu se recuperar e voltar ao seu ataque com fogo.

— Use Hypnosis!

Banette foi mais rápido e hinotizou Houndour.

— Gyahauahauahauah! Venci. Venci demais. Agora é só dar o golpe final no dorminhoco do seu pulguento. Banette, aproveite que ele dorme para acabar de uma vez por todas. Utilize Thunderbolt bem pertinho dele, para que não haja nenhuma maneira desse peste conseguir se esquivar como da outra vez.

E foi assim que Banette fez. Os poderes elétricos voltaram a surgir. O pokémon fantasma reuniu uma força ainda mais poderosa do que antes.

— Enganou seu — Simon riu. — Não subestime o pokémon que a minha mãe me presenteou.

Os olhos de Houndour abriram. Ele mordeu Banette com todas as forças com a mordida de fogo. O anel controlador quebrou. Houndour, em seguida, destruiu o gigaremo, arrancando o objeto apenas com a força dos seus dentes.

Raptor tentou aproveitar para fugir, mas levou um soco maravilhoso de Hitmonchan, que havia acordado algum tempo antes.

— Obrigado, meus parceiros. E você foi maravilhoso — Simon abraçou Houndour.

Elza surgiu e chamou por Simon.